segunda-feira, 30 de maio de 2022

Meditação da Liturgia diária

Primeira Leitura: At 19,1-8

1. O discípulo que não é batizado no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Sacramento), mas no batismo de João Batista (Conversão), ainda não está Apto para receber os dons do Espírito.

2. A observação do apóstolo Paulo, deve ser também a nossa, se todos os cristãos dentre nós são legitimamente cristãos, ou seja, batizados na Santíssima Trindade, para o bem das almas, pois é a parti daí que somos iniciados numa vida em Deus.

3. A missão primeira da Santa Igreja Católica é de acolher e gerar novos filhos para o Reino de Deus.


Salmo Responsorial

Sl 57(68),2-3.4-5ac.6-7ab

1. Nesta primeira estrofe  o salmista canta a grandeza do Criador sobre todas as suas criaturas principalmente as que se rebelaram contra a Ele, a tal ponto de chama- lós de inimigos, pois diante da sua majestade, a sua face esplendorosa todos se dispersam.

2. A segunda estrofe, é um convite de exortação a permanecermos na justiça diante Dele e cantarmos os seus feitos, a garantia é o júbilo de satisfação e a alegria por ter feito a sua vontade. É Ele o nosso Senhor!

3.  A conclusão afirmativa da terceira estrofe é o que todo filho procura: “ dos órfãos ele é pai, e das viúvas protetor “, jamais seu olhar passará despercebido. Por isso , Ele é abrigo que guarda, libertador que cuida e alimento que sacia fartamente!


Evangelho do Dia Jo 16,39-33

1. Jesus parece-me que fica escandalizado com a declaração dos seus discípulos: “Eis, agora falas claramente e não usas mais parábolas “. Deveria ser uma resposta de fé, mas no conjunto do tempo e acontecimentos, eles foram lentos para ver e ler os sinais. No obstante, a revelação da onisciência de Jesus os faz ver o Divino Nele.

2. A pergunta de Jesus, não é retórica, porém, desconcertante – “ Credes agora”? Jesus diante deles profetiza que será abandonado quando for pego pelo Sinédrio (a paixão), contudo, a certeza de Jesus é que nunca está só, o Pai está sempre com Ele.

3. Que homem é este que logo depois de ter afirmado o abandono, Ele é consolo para os que irão salvar a própria pele? Fico impressionado com a resiliência Dele que não apenas consola, mas se colocar como modelo de coragem e ousadia, para obter vitória sobre o mundo.



Homília da Segunda-feira da 7° da Páscoa

 I. Introdução

Hoje, uns discípulos garantem a Jesus que acreditam que Ele tenha «saído de

 Deus». «Agora acreditais?», diz o Senhor. O Mestre faz esta pergunta com um tom de

 tristeza: Ele sabe que, na hora da verdade, O vão abandonar. E assim sucedeu durante

  Deus ama-nos, embora saiba que por vezes falhamos. Talvez por medo aos

 comentários que possam fazer os nossos companheiros, talvez por cansaço... Jesus, o

  Mestre, já nos advertiu quanto às dificuldades. Mas o seu triunfo, a sua ressurreição,

dá-nos coragem.

  II. Comentário

Hoje os discípulos dizem que Jesus fala abertamente, que entendem a sua

 revelação; creem que chegou sua “hora”. Mas, eles não entendem que revela um Reino

 espiritual, não político como eles sonham. Jesus dissuade-lhes: a sua fé se segura com

 pinças. Profetiza que o abandonarão e o deixarão só com o Pai.

 Deus revelou-se ao seu povo pelos profetas e prometeu-lhes que seu Filho

 coroaria esta revelação. Os patriarcas mantiveram esta esperança. Deus enviou o

 Filho, a sua Palavra, para que a revelação chegasse à sua plenitude. Já não podemos

 esperar mais revelações. As “particulares” não acrescentam nada à revelação básica

 terminada por Jesus e confirmada pelo seu Espírito.

 Pai, nós, te damos graças porque teu filho revela-nos o mistério da tua

 divindade e teu Espírito nos o confirma em Pentecostes. Faz que incorporemos tua

 Vida Trinitária nas nossas vidas. Amém.

 III. Atualização

 • «Durante todo este tempo entre a ressurreição do Senhor e a sua ascensão, a providência de Deus encarregou-se de demonstrar, insinuando-se nos olhos e no coração dos seus, que a ressurreição do Senhor Jesus Cristo foi tão real quanto o seu nascimento, paixão e morte» (São Leão Magno)

• «Aqui nos interessa destacar o segredo da alegria insondável que Jesus traz consigo e que é sua. Se Jesus irradia essa paz, essa segurança, essa alegria, essa disponibilidade, é pelo amor inefável com que se sabe

  amado pelo Pai» (São Paulo VI)

• «(...) A virtude da fortaleza dá capacidade para vencer o medo, mesmo da morte, e enfrentar a provação e as perseguições. Dispõe a ir até à renúncia e ao sacrifício da própria vida, na defesa duma causa justa. (...)

‘No mundo haveis de sofrer tribulações: mas tende coragem! Eu venci o mundo!’ (Jo 16, 33)» (Catecismo da Igreja Católica, no 1.808



 

domingo, 29 de maio de 2022

Domingo da Solenidade da Ascensão do Senhor

I. Introdução

II. Comentário

 Hoje, Ascensão do Senhor, recordamos mais uma vez a "missão que" temos confiada: «Vós sois as testemunhas destas coisas» (Lc 24,48).

  A palavra de Deus continua sendo hoje atualidade viva: «Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força (...) e sereis minhas testemunhas» (At 1,8) até os confins do mundo.

A palavra de Deus é exigência de urgente atualidade: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura» (Mc 16,15).

Nesta Solenidade ressoa com força o convite de nosso Mestre, que — revestido da nossa humanidade— acabada a sua missão neste mundo, deixa nos para sentar-se à destra do Pai e enviar-nos a força do alto, o Espírito Santo.

Mas eu devo perguntar-me: —o Senhor atua por meio de mim? Quais são os sinais que acompanham a minha testemunha? Algo me recorda os versos de um poeta: «Não podes esperar até que Deus chegue e te diga 'Eu sou'.

Um Deus que declara o seu poder carece de sentido. “Deves saber que

  Deus sopra por meio de ti desde o começo, e se teu peito arde e nada denota então Deus está obrando nele».

E este deve ser o nosso sinal: o fogo que arde em nosso interior, o fogo que —como no profeta Jeremias— não se pode conter: a Palavra viva de Deus.

E precisamos dizer: Povos todos, batei palmas, aclamai a Deus com vozes alegres. Deus subiu por entre aclamações, o SENHOR ao som da trombeta. Cantai hinos a Deus, cantai hinos; cantai hinos ao nosso rei, cantai hinos!» (Sal 47,2.6-7).

O seu reinado está se formando no coração dos povos, em seu coração,

como uma semente pronta para brotar. —Canta, dança para o Senhor. E se não sabe como fazê-lo, ponha a Palavra nos seus lábios até que desça ao seu coração: —Deus, Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, me dá espírito de sabedoria e revelação para conhecer-te.

Ilumina os olhos do meu coração para compreender o teu chamado à

 esperança, a riqueza da glória que tendes preparada e a grandeza do teu poder que despregastes com a ressurreição de Cristo. III. Atualização

 

• «Cristo é um só corpo composto de muitos membros. Ele desceu, portanto, do céu, pela sua misericórdia, mas já não subiu Ele só, pois também nós subimos Nele pela graça» (Santo Agostinho)

• «O Senhor dirige o olhar dos Apóstolos – o nosso olhar – para o céu para lhes mostrar como seguir o caminho do bem durante a vida terrena. Podemos ouvir, ver e tocar ao Senhor Jesus na Igreja, especialmente através da palavra e dos sacramentos» (Bento XVI)

• «Nos céus, Cristo exerce permanentemente o seu sacerdócio, sempre vivo

 para interceder a favor daqueles que, por seu intermédio, se aproximam de Deus. Como ‘sumo sacerdote dos bens futuros’ (Heb 9, 11), Ele é o centro e o actor principal da liturgia que honra o Pai que está nos céus» (Catecismo da Igreja Católica, no 662


 

sábado, 28 de maio de 2022

Homília do Sábado da 6° da Páscoa

Introdução

Ele reza por nós diante do Pai. Eu sempre gostei disso.

  Jesus, em sua ressurreição, tinha um belo corpo: as chagas do flagelo,

 dos espinhos, desapareceram, todas elas.

 Os hematomas dos golpes desapareceram. Mas ele sempre quis ter as

 chagas, e as chagas são precisamente sua oração de intercessão ao Pai: 'Mas

 ... olha ... este Te pede em meu nome, olha! Esta é a novidade que Jesus nos

 diz. Ele nos diz esta novidade: confiar em sua paixão, confiar em sua vitória

 sobre a morte, confiar em suas chagas.

 Ele é o sacerdote e este é o sacrifício: suas chagas. E isso nos dá

 confiança, não é? Isso nos dá a coragem de rezar".

 II.

Comentário

 III.

• • •

A nossa relação com o Pai deve ser marcada pela proximidade e confiança. Nosso

 mediador é o próprio Jesus que veio do Pai e para ele retorna.

 Estar unido ao Pai é algo processual, pois, como seres humanos, vamos

 compreendendo e amadurecendo aos poucos. Deus é sempre o mesmo, somos nós quem

 experimentamos muitas fragilidades e, por isso, tornamos nosso relacionamento com Deus

 nem sempre tão pleno.

 Uma vez que nossa fé esteja abrigada de fato em Deus, teremos a liberdade e a

 confiança de pedir a ele o que nos for necessário, e ele nos atenderá.

 E, certamente, aquilo que pedirmos estará em sintonia com a relação estabelecida

 entre nós e ele.

 Atualização

 Hoje já no nos parece estranho ter a Deus como nosso Pai do céu. Mas há 2.000

anos isto foi um descobrimento: Jesus revelou o mistério do Deus Trinitário.

  Mistério grande!: Deus é único (só há um Deus), mas não é um “Ser solitário”.

Com razão Jesus dizia: «Sai do Pai e vou ao Pai».

  Ponha audácia a tué fe: dirija-se a Deus-Pai através de seu Filho. Jesus Cristo

é nosso melhor aliado!



sexta-feira, 27 de maio de 2022

Homília da sexta-feira da 6° da Páscoa

 I. Introdução

II. Comentário

 Hoje nós começamos a Novena do Espírito Santo.

Revivendo o Cenáculo, vemos a Mãe de Jesus, Mãe do Bom Conselho, conversando com os Apóstolos.

  Que diálogo tão cordial e tão pleno! A recordação de todas as alegrias que tiveram ao lado do Mestre, os dias pascoais, a Ascenção e as promessas de Jesus.

Os sofrimentos dos dias da Paixão se converteram em alegrias. Que belíssimo ambiente no Cenáculo! E quanta beleza está sendo preparada, como Jesus lhes prometeu.

Nós sabemos que Maria, Rainha dos Apóstolos, Esposa do Espírito Santo, Mãe da Igreja nascente, nos guia para receber os dons e os frutos do Espírito Santo.

Os dons são como a vela desdobrada de uma embarcação e o vento — que representa a graça— está a seu favor: que rapidez e facilidade no caminho!

O Senhor nos promete também, em nossa rota, converter as fadigas em alegria: «ninguém poderá tirar a vossa alegria» (Jo 16, 22). E no Salmo 126,6: «Quando vai, vai chorando, levando a semente para plantar; mas quando volta, volta alegre, trazendo seus feixes».

Durante toda esta semana, a liturgia nos fala de rejuvenescer, de exultar (pular de alegria), da felicidade segura e eterna.

Tudo nos leva a viver de oração. Como nos diz São Josemaria: «Quero que estejas sempre contente, porque a alegria é parte integrante de teu caminho. — Pede essa mesma alegria sobrenatural para todos».

  O ser humano necessita sorrir para ter boa saúde física e espiritual. O humor sadio ensina a viver. São Paulo nos dirá: «Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus» (Rm 8, 28). Eis aqui uma boa jaculatória: «Tudo é para o bem!»; «Omnia in bonum!» III. Atualização

 • «Enquanto o Senhor nasce, os anjos cantam cheios de gozo. Como não deveria então alegrar-se a pequenez humana perante esta obra indizível


da misericórdia divina, quando, inclusivamente os coros sublimes dos anjos encontravam nela um gozo tão intenso?» (São Leão Magno)

• «A alegria humana pode ser apagada em qualquer momento, perante uma qualquer dificuldade. Mas, esta alegria que o Senhor nos dá, faz-nos regozijarmo-nos na esperança de O encontrar, mesmo nos momentos mais obscuros» (Benedito XVI)

• «(...) Cristo, que tudo assumiu a fim de tudo resgatar, é glorificado pelos

 pedidos que dirigimos ao Pai em seu nome (Cf. Jo 14,13). É com esta certeza que Tiago e Paulo nos exortam a orar em todas as ocasiões» (Catecismo da Igreja Católica, no 2.633)



 

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Homília da Quarta-feira da 6° da Páscoa

II.Introdução

Comentário

E o que hoje se nos diz é bem diferente: deixar que Ele nos guie.

  de que com demasiada frequência fazemos as coisas ao contrário.

 «O Espírito da Verdade, vos guiará em toda a verdade» ( Jo 16,13), aquilo que o

  «Tenho ainda muitas coisas a vos dizer» (Jo 16,12). —Não de retenhas, Senhor, em

 dirigir-nos a tua voz para revelar-nos as nossas próprias identidades! Que o teu

 Espírito de Verdade nos leve a reconhecer tudo aquilo de falso que possa haver nas

 nossas vidas e nos faça valentes para emendá-lo.

 III.

• •

Hoje, Senhor, uma vez mais, queres abrir-nos os olhos para que demos conta

 Pai deu a conhecer ao filho.

  curioso!: mais que deixar-nos guiar pelo Espírito (que grande desconhecido em

nossas vidas!), o que fazemos é, seguir a direito, impor-lhe as coisas uma vez que já

 tomamos as decisões.

 Penso, Senhor, em voz alta... Volto a ler o Evangelho de hoje e veem-me à cabeça os

 meninos e meninas que receberam a Confirmação este ano.

 Vejo os que me rodeiam e estou tentado a pensar: —Estão tão verdes! A estes,

 o teu Espírito não os leva nem pela frente nem por detrás; e melhor se deixam guiar

 por tudo e por nada!

 Aos que somos considerados adultos na fé, faz-nos instrumentos eficazes do

 teu Espírito para chegar a ser “contagiadores” da tua verdade; para tentar “guiar-

 acompanhar”, e ajudar a abrir os corações e os ouvidos daqueles que nos rodeiam.

 Atualização

  Que ponha luz nos nossos corações para que reconheçamos, também, aquilo

que de autentico há dentro de nós e que já participa da tua Verdade.

  Que reconhecendo-o saibamos agradecê-lo e vivê-lo com alegria.

Espírito de verdade, abre os nossos corações e as nossas vidas ao Evangelho

 de Cristo: que seja esta a luz que ilumine a nossa vida quotidiana.

  Espírito Defensor, faz-nos fortes para viver a Verdade de Cristo, dando

testemunho a todos.



 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

HOMÍLIA DA 6a Semana DA Segunda-feira DA Páscoa


I.Introdução

Isto é bonito e dá alegria, principalmente às próprias mulheres.

Comentários

1. Primeira leitura: Atos 16, 11-15

Para Lucas, ela é o paralelo feminino de Cornélio, é «uma crente em Deus». 2. Evangelho: João 15, 26 - 16, 4a

  II.

   III.

Atualização

A primeira criatura humana a acolher a Palavra foi Maria. Quando a Palavra

 chegou à Europa, foi também uma mulher, Lídia, que, por primeira, a acolheu, com

 outras mulheres.

 A vida cristã é tempo de tentação e tempo de testemunho, tempo de luta e

 tempo de colaboração com o Espírito no testemunho de Cristo Ressuscitado.

 Os judeus eram muito poucos, como denota o facto de não haver sinagoga e o

 costume de se reunirem, no dia de sábado, junto ao rio.

 Paulo parece encontrar lá apenas mulheres. Entre elas, destaca-se Lídia, uma

 rica comerciante de púrpura, que parece ter aderido ao judaísmo, pelo menos como

 ouvinte.

 Jesus viveu entre a animosidade e a perseguição. Que podem esperar os seus

 discípulos, chamados a anunciar a mensagem que O levou à morte? É verdade que nem

 todos recusaram Jesus e a sua palavra.

 Alguns amaram-no por causa do testemunho de João Batista, e por causa do

 testemunho que o próprio Jesus deu de Si mesmo. Por isso, é preciso continuar a

 testemunhar o Senhor, para que aumente o número dos que O amam.

 Nessa tarefa, os discípulos são ajudados pelo testemunho do Espírito de verdade

 que Jesus enviará do Pai.

 E a poderosa ação do Espírito irá manifestar-se exatamente nas perseguições.

 Há que não esquecê-lo, quando chegar a hora.

 Discípulos são considerados inevitáveis. Até se julgam fazerem parte daquela

 intensificação do mal, que preludia o juízo.


 • •

A vida cristã é tempo de tentação e tempo de testemunho, tempo de luta e

 tempo de colaboração com o Espírito no testemunho de Cristo Ressuscitado.

 A realidade de Cristo é tão decisiva para a humanidade e, ao mesmo tempo, tão estranha ao modo comum de pensar, que todo aquele que alinha por Cristo é quase inevitavelmente marginalizado e, por vezes, chega a ser eliminado. A

 história dos mártires mostra claramente essa realidade.




sábado, 21 de maio de 2022

HOMÍLIA Do SÁBADO DA 5° DA PÁSCOA

 


 I. Introdução

II. Comentário

 Hoje, o Evangelho contrapõe o mundo com os seguidores de Cristo.

O mundo representa todo aquele pecado que encontramos em nossa vida.

 Uma das características do seguidor de Jesus é, pois, a luta contra o mal e o pecado que está no interior de cada homem e no mundo. Por isso, Jesus ressuscitado é luz, luz que ilumina a escuridão do mundo.

Karol Wojtyla nos exortava a «que esta luz nos faça fortes e capazes de aceitar e amar a completa Verdade de Cristo, de amá-la mais quanto mais a contradiz o mundo».

Nem o cristão, nem a Igreja podem seguir as modas ou os critérios do mundo. O critério único, definitivo e iniludível é Cristo.

Não é Jesus quem se deve de adaptar ao mundo em que vivemos; somos nós quem devemos transformar nossas vidas em Jesus. «Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre». Isso nos faz pensar.

Quando nossa sociedade secularizada pede certas mudanças ou

 licenças aos cristãos e à Igreja, simplesmente nos está pedindo que nos afastemos de Deus.

O Cristão deve manter-se fiel a Cristo e à sua mensagem. Diz São Irineu: «Deus não tem necessidade de nada; mas o homem tem necessidade de estar em comunhão com Deus.

E a gloria do homem está em perseverar e manter-se no serviço de Deus».

Esta fidelidade pode trazer muitas vezes a persecução: «Se me perseguiram, perseguirão a vós também» (Jo 15,20). Não devemos ter medo da

  persecução; devemos temer não buscar com suficiente desejo cumprir a vontade do Senhor.

Sejamos valentes proclamemos sem medo a Cristo ressuscitado, luz e alegria dos cristãos!

Deixemos que o Espírito Santo nos transforme para sermos capazes de comunicar isto ao mundo! III. Atualização

 

• «Não se recuse se rejuvenescer com Cristo, mesmo num mundo envelhecido. Ele lhe diz: ‘Não tenha medo, a sua juventude será renovada como a da águia’» (Santo Agostinho)

• «Se tentarmos aprofundar a nossa relação com o Pai, não devemos de nos surpreender ao descobrir que somos incompreendidos, contestados ou perseguidos por causa das nossas crenças» (São João Paulo II)

• «Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que

 abalará a fé de numerosos crentes. A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra, porá a descoberto o ‘mistério da iniquidade’, sob a forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade» (Catecismo da Igreja Católica, no 675


 

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Homília da Sexta-feira da 5° da Páscoa

Introdução

Da mesma forma que Jesus amou os seus, ele nos convoca a amar-nos uns aos outros. 

Comentário

Numa relação de amizade autêntica não há sobreposição, manipulação ou medo. comprometeu-se com a sua vocação até as últimas consequências. ligados de forma harmoniosa, respeitosa e equilibrada

Atualização

Amar significa comprometer-se. Sem dúvida, Jesus é o maior exemplo de amor, pois

Esse amor está relacionado à dimensão da amizade, pois os verdadeiros amigos estão

Quem ama o amigo, respeita-o. Certamente, em nossos dias, falta uma bela reflexão

 sobre as supostas amizades que dizemos ter.

 Muitos de nós, nas redes sociais, ostentam a marca de mil ou mais amigos;

 poderíamos nos perguntar se isso reflete efetivamente a realidade.

 Ansiosos por mais amigos, curtidas e belos comentários e compartilhamentos,

 podemos embarcar num mundo de superficialidade e, com isso, esquecer o que

 verdadeiramente importa

 Hoje, o Senhor convida-nos ao amor fraterno: «Amai-vos uns aos outros, assim

como eu vos amei» (Jo 15,12), ou seja, como me haveis visto fazer a mim e como

 ainda me vereis fazer.

 Jesus fala-te como a um amigo, disse-te que o Pai te chama, que quer que

sejas apostolo, e que te destina a dar fruto, um fruto que se manifesta no amor.

São João Crisóstomo afirma: «Se o amor estivesse espalhado por todos os lados, nasceria dele uma infinidade de bens

 


quinta-feira, 19 de maio de 2022

HOMÍLIA DA QUINTA-FEIRA DA 5° DA PÁSCOA

I. INTRODUÇÃO

O amor que Jesus nutriu por seus discípulos é reflexo do

II. Comentário

Amor absolutamente gratuito. Foi assim que Jesus amou

   amor que ele mesmo recebeu do Pai.

 Amor eterno, permanente, total, exclusivo. Amor sem imposição ou pré-requisitos.

   os seus, tal como aprendera na escola do Pai.

A exortação que Jesus dirigiu aos seus - "Permaneçam no meu amor!" - tem duas vertentes. A primeira refere-se ao

 relacionamento Jesus-discípulo, a segunda, ao dos discípulos entre si.

O discípulo ama Jesus com o mesmo amor com que é amado por ele. Aqui não há lugar para relacionamentos interesseiros, como os de muitos cristãos que fazem consistir

 sua fé na busca contínua de favores divinos.

Nem há lugar para atitudes de temor, como acontece com quem se julga estar sempre a ponto de ser punido por Deus. O

 puro amor a Jesus vai além dessas deturpações.


 III. Atualização

• No relacionamento com os seus semelhantes, o discípulo oferece amor idêntico ao que recebe de Jesus. Não exige nada em troca.

• Não procura enquadrar o outro em seus esquemas

 preconcebidos. Não estabelece limites.

• Pelo contrário, acolhe o outro como ele é, oferecendo-lhe o melhor de si, possibilitando-lhe o crescimento, a fim de que possa realizar-se plenamente.




quarta-feira, 18 de maio de 2022

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA DA 5° DA PÁSCOA

I. Introdução

II. Comentário

  O texto tem como pano de fundo Is 5,1ss; 27,2ss; Jr 2,21ss; 8,13; Ez 15.17; Sl

 80 etc. No AT, a videira é Israel, que não produziu os frutos desejados. Deus esperava

 bons frutos, mas ficou frustrado pela esterilidade de Israel.

 Diante dessa frustração, surge, no entanto, uma esperança: “Deus, protege esta

 vinha” (Sl 80,15ss). Jesus, a videira, é a resposta à esperança do Sl 80.

  Na parábola dos vinhateiros homicidas (Mt 21,33ss), Jesus vem visitar a vinha

 do Pai e é eliminado. O reino, então, passa para outras mãos. Agora, no entanto, Jesus

 é a videira em substituição ao velho Israel.

 A fase da esterilidade passou, pois a videira se tornou fértil e realiza o que o Pai

 sempre esperou. Por isso, os discípulos só podem realizar os bons frutos unidos a

 Cristo, a verdadeira videira. Não mais o velho Israel, mas Jesus e os que nele

 permanecem são o verdadeiro povo de Deus.

 Jesus insiste no verbo “permanecer”. Repete-o sete vezes no trecho do

 Evangelho de hoje. Antes de deixar este mundo e ir para o Pai, Jesus quer

 assegurar aos seus discípulos que podem continuar a estar unidos a Ele. Diz:

 «Permanecei em mim e Eu em vós». (v. 4).

 Este permanecer não é um permanecer passivo , um “adormecer” no

 Senhor, deixando-se embalar pela vida. Não, não é isto! O permanecer n’Ele,

 o permanecer em Jesus que Ele nos propõe, é um permanecer ativo, e

 também recíproco.

 III. Atualização

• «Onde estiver Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica» (Santo Inácio de Antioquia)

• «Nós somos os ramos. Os ramos não são autossuficientes, pois dependem totalmente da videira, onde está a sua fonte de vida» (Francisco)

• «Desde o princípio, Jesus associou os discípulos à sua vida; revelou-lhes o

  mistério do Reino; deu-lhes parte na sua missão, na sua alegria e nos seus sofrimentos. Jesus fala duma comunhão ainda mais íntima entre Ele e os que O seguem: «Permanecei em Mim, como Eu em vós... Eu sou a cepa, vós os ramos» (Jo 15, 4-5). E anuncia uma comunhão misteriosa e real entre o seu próprio Corpo e o nosso» (Catecismo da Igreja Católica, no787



terça-feira, 17 de maio de 2022

Homília da Terça-feira da 5° Páscoa

  Hoje, o Senhor consola a seus discípulos. Jesus vai embora! Para onde?

 Primeiro foi embora, morrendo: sua morte foi uma ida ao céu. Três dias depois

 ressuscitou e, ainda durante um breve tempo, foi aparecendo aos discípulos.

 Senhor pede que não assuste nosso coração. Ele nos dá a verdadeira paz:

 Jesus, porque é Deus, está no céu e está com cada um de nós. Inclusive dentro de nós

 quando o recebemos na Comunhão.

  Hoje, Jesus nos fala indiretamente da cruz: deixara-nos a paz, mas ao preço de

 sua dolorosa saída deste mundo. Hoje lemos suas palavras ditas antes do sacrifício

 da Cruz e que foram escritas depois de sua Ressurreição. Na Cruz, com sua morte

 venceu a morte e ao medo. Não nos dá a paz como a do mundo «Não é à maneira do

 mundo que eu a dou» (cf. Jo 14,27), senão que o faz passando pela dor e a humilhação:

 assim demonstrou seu amor misericordioso ao ser humano.

 Na vida dos homens é inevitável o sofrimento, a partir do dia em que o pecado

 entrou no mundo. Umas vezes é dor física; outras, moral; em outras ocasiões se trata

 de uma dor espiritual..., e a todos nos chega a morte. Mas Deus, em seu infinito amor,

 nos deu o remédio para ter paz no meio da dor: Ele aceitou “ir-se” deste mundo com

 uma “saída” cheia de sofrimento e serenidade.

 Por que ele fez assim? Porque, deste modo, a dor humana —unida à de Cristo—

 se converte em um sacrifício que salva do pecado. «Na Cruz de Cristo (...), o mesmo

 sofrimento humano ficou redimido» (João Paulo II). Jesus Cristo sofre com serenidade

 porque satisfaz ao Pai celestial com um ato de custosa obediência, mediante o qual

 se oferece voluntariamente por nossa salvação.

 Um autor desconhecido do século II põe na boca de Cristo as seguintes

 palavras: «Veja as cuspidas no meu rosto, que recebi por ti, para restituir-te o

 primitivo alento de vida que inspirei em teu rosto. Olha as bofetadas de meu rosto,

 que suportei para reformar à imagem minha teu aspecto deteriorado. Olha as

 chicotadas de minhas costas, que recebi para tirar da tua o peso de teus pecados.

 Olha minhas mãos, fortemente seguras com pregos na árvore da cruz, por ti, que em

 outro tempo estendeste funestamente uma de tuas mãos à árvore proibida».

 III.

 Atualização

 Hoje, Jesus nos fala indiretamente da cruz: deixará-nos a paz, mas ao preço de

sua dolorosa saída deste mundo. Hoje lemos suas palavras ditas antes do

 sacrifício da Cruz e escritas depois de sua Ressurreição. Na Cruz, com sua

 morte venceu à morte e ao medo. Não nos dá a paz como a dá o mundo, e sim

 o faz passando pela dor e a humilhação: assim demonstrou seu amor

 misericordioso ao ser humano.

  Na vida dos homens é inevitável o sofrimento, a partir do dia em que o pecado

entrou no mundo. Mas Deus, em seu infinito amor, nos deu o remédio para ter

 paz no meio da dor: Ele aceitou “ir-se” deste mundo com uma “saída” sofrida

 e cheia de serenidade.

 

 Jesus, sofres com serenidade porque agradas ao Pai celestial com um ato de

custosa obediência, mediante o qual te ofereces voluntariamente por nossa

 salvação.



 

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Homília da Segunda -feira da 5° da Páscoa

I. Introdução

O discurso de despedida de Jesus visava suscitar sentimentos positivos no coração dos discípulos, num momento

II. Comentário

Jesus percebia a fragilidade do amor dos discípulos, e a

    de desespero e angústia.

E o Mestre o faz apelando para a importância de amá-lo de fato, pautando a vida por seus ensinamentos.

   não-adesão radical à sua pessoa.

Sem esta adesão amorosa, qualquer ação futura ficaria

 impossibilitada. Seria inútil contar com eles! Isto poderia comprometer o projeto de construção do Reino que lhes fora entregue como missão.

As palavras de Jesus são um apelo aos discípulos para uma vida de comunhão com ele. Daí sua insistência no tema do

 amar e pôr em prática os mandamentos.

O amor supõe e vínculos tão estreitos de relação com o Mestre, a ponto de permear e transformar a vida do discípulo.

 Porque ama Jesus, recusa-se a dar guarida ao egoísmo e ao pecado que rompem a comunhão.


 O discípulo que ama é fiel aos mandamentos do Mestre. Portanto, o amor não se reduz a teorias. É uma continua busca de conformidade com o modo de ser e o querer de Jesus.

 III. Atualização

• Seus mandamentos são uma expressão de seu modo de

 ser.

• Por isso, Jesus ordenou que os discípulos fizessem o mesmo que ele fez, propondo-lhes seu próprio projeto de vida.

• Assim, a melhor escola de amor é o testemunho de vida de Jesus.




sábado, 14 de maio de 2022

HOMÍLIA do Sábado da 4° da Páscoa

 I. Introdução

O evangelho diz: “Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi...”. Os apóstolos (doze) foram chamados por ele.

No entanto, um dos escolhidos por Jesus traiu essa confiança: Judas. Depois da ascensão (At 1,9ss), a Igreja, sob a coordenação de Pedro, teve que preencher o vazio deixado pelo traidor.

II. Comentário

Pedro, com os demais apóstolos, escolhe alguém que pode ser integrado ao grupo dos onze para novamente formar os Doze e continuar a missão iniciada por Jesus: Matias (At 1,15ss).

Desse fato resultam alguns pontos importantes: 1) o papel de Matias, escolhido pela Igreja para ser apóstolo; 2) a coordenação de Pedro nessa escolha; 3) a importância dos Doze para testemunhar a paixão, morte e ressurreição de Jesus.

A Igreja é apostólica: sua base vem da sucessão dos apóstolos. Matias é o primeiro escolhido pela Igreja. Essa escolha é Jesus agindo na Igreja.

III. Atualização

    Amar como Jesus ama significa pôr-se ao serviço, ao serviço

 dos irmãos, tal como Ele o fez ao lavar os pés dos discípulos. Significa também sair de si mesmo, desapegar-se das próprias seguranças humanas, para se abrir aos outros, especialmente

 aos mais necessitados.

 Amar como Cristo significa dizer não a outros “amores” que o mundo nos propõe: amor ao dinheiro, amor ao sucesso, à vaidade, ao poder... Amados irmãos e irmãs, onde leva este permanecer no amor do Senhor? Onde nos leva? Jesus disse- nos: “Para que a minha alegria esteja em vós e que a vossa

 alegria seja plena”.

 A alegria de saber que somos amados por Deus apesar da nossa

 infidelidade faz-nos enfrentar as provações da vida com fé, faz-

 nos atravessar as crises para delas sairmos melhores.

  


sexta-feira, 13 de maio de 2022

Homília da sexta-feira da 4°Páscoa

I INTRODUÇÃO

Hoje, nesta sexta-feira da IV semana da Páscoa, Jesus nos convida à calma.

A serenidade e a alegria fluem como um rio de paz, desde o seu Coração ressuscitado até o nosso, agitado e inquieto, muitas vezes sacudido por um

 ativismo tão febril como estéril. II. Comentário

São os nossos tempos de agitação, nervosismo e estresse. Tempos nos quais o pai da mentira infectou as inteligências dos homens, fazendo-os chamar bem ao mal e mal ao bem, tomando luz por obscuridade e obscuridade por luz, semeando em suas almas a dúvida e o ceticismo que nelas queimam todo broto de esperança em um horizonte de plenitude que o mundo, com suas adulações, não sabe nem pode dar.

Os frutos de tão diabólica empresa ou atividade são evidentes: a falta de sentido e a perda de transcendência que se apoderaram de tantos homens e mulheres que não apenas se esqueceram, mas também se extraviaram do Caminho, porque o desprezaram antes. Guerras, violências de todo gênero, intransigência e egoísmo diante da vida (anticoncepção, aborto, eutanásia...), famílias destruídas, juventude “desnorteada”, e um grande etcétera,

 constituem a grande mentira sobre a qual se sustenta boa parte do triste andaime da sociedade de tão alardeado “progresso”.

No meio de tudo, Jesus, o Príncipe da Paz, repete aos homens de boa vontade, com sua mansidão infinita: «Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim» (Jo 14, 1). À direita do Pai, ele acalenta, como um benévolo sonho de sua misericórdia, o momento de ter-nos junto a ele, «a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também» (Jo 14, 3). Não podemos nos escusar como Tomé.

Nós sabemos o caminho. Nós, por pura graça, conhecemos, sim, a senda que conduz ao Pai, em cuja casa há muitas moradas. No céu nos espera um

 lugar que ficará para sempre vazio se não o ocuparmos. Aproximemo-nos, pois, sem temor, com ilimitada confiança de Aquele que é o único Caminho, a irrenunciável Verdade e a Vida em plenitude.

III. Atualização


• «Se o amas, sigue-o. Queres saber para onde tens de ir?: 'Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida'. Permanecendo com o Pai, Ele é a verdade e a vida; vestindo-se de carne, faz-se o caminho» (Santo Agostinho)

• «O lugar que Jesus vai preparar é na 'casa do Pai'. O discípulo poderá estar lá eternamente com o Mestre e participar de sua mesma alegria. No entanto, para atingir esse objetivo só há um caminho: Cristo» (São João Paulo II)

• «A fé n'Ele introduz os discípulos no conhecimento do Pai, porque Jesus é

 ‘o caminho, a verdade e a vida’ (Jo 14, 6). A fé dá os seus frutos no amor: guardar a sua Palavra, os seus mandamentos, permanecer com Ele no Pai (...)» (Catecismo da Igreja Católica, no 2.614)



 

quinta-feira, 12 de maio de 2022

HOMÍLIA da Quinta-feira da 4° da Páscoa

  I. Introdução

 Assim como Cristo realizou a obra da redenção na pobreza e na perseguição,

 assim a Igreja é chamada a seguir pelo mesmo caminho para comunicar aos homens

 os frutos da salvação.

 Cristo Jesus, «que era de condição divina, despojou-Se de Si próprio tomando a

 condição de escravo» (Fil 2,6-7) e, por nós, «sendo rico, fez-Se pobre» (2Cor 8,9); assim

 também a Igreja, embora necessite de meios humanos para o prosseguimento da sua

 missão, não foi constituída para alcançar a glória terrena, mas para divulgar a humildade

 e abnegação, também com o seu exemplo.

 II. Comentário

 Cristo foi enviado pelo Pai «a evangelizar os pobres [...], a sarar os contritos de

 coração» (Lc 4,18), «a procurar e salvar o que perecera» (Lc 19,10).

 De igual modo, a Igreja abraça com amor todos os afligidos pela enfermidade

 humana; mais ainda, reconhece nos pobres e nos que sofrem a imagem do seu

 Fundador pobre e sofredor, procura aliviar as suas necessidades, e intenta servir neles

 a Cristo.

 Enquanto Cristo, «santo, inocente, imaculado» (Heb 7,26), não conheceu o

 pecado (cf 2Cor 5,21), mas veio expiar os pecados do povo (cf Heb 2,17), a Igreja,

 contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada

 de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação.

 III.

• •

A Igreja prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e

 das consolações de Deus, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf

 1Cor 11,26).

 Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela

 paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades, tanto internas como externas,

 e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que este por fim se manifeste em

 plena luz.

 Atualização

 Noutras palavras, os discípulos de Jesus são chamados a repetir os gestos do Mestre

 que, na última ceia, como servo, lavou os pés dos seus seguidores por amor e para dar

 exemplo, para que não restassem dúvidas de qual deveria ser o caminho assumido

 dali por diante.

 Assumir o caminho do serviço é, para todos, exigente; requer resiliência e fé profunda

 e madura, pois no centro de tudo está o Mestre.

 Com muita rapidez, para a nossa comodidade, podemos considerar as atitudes dos

 outros, principalmente quando o objetivo é reprovar algo; porém, nada melhor e mais

 saudável do que olhar para si próprio e buscar viver como o Mestre viveu.





quarta-feira, 11 de maio de 2022

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA DA 4° Páscoa

  I. Introdução

O presente texto é uma síntese de tudo o que Jesus já realizou até aqui (Jo 1–11). Ele refez a aliança (Jo 2,1ss – Caná), sua palavra vivifica (Jo 4,46ss – filho do oficial), ele é presença salvífica de Deus (Jo 6 – pão), é luz (Jo 9,1ss – cego) e vida (Jo 11,1ss – Lázaro).

Jesus é a revelação do Pai. Nele se vê o próprio Pai (Jo 10,30). Por isso

  mesmo, sua palavra é a Palavra do Pai.

 II. Comentário

É a missão de Jesus: levar a luz. E a missão dos apóstolos é

 levar a luz de Jesus. Iluminar. Porque o mundo estava nas trevas.

 Não é fácil viver na luz.

 A luz faz-nos ver tantas coisas negativas dentro de nós que não

 queremos ver: vícios, pecados... estas coisas cegam-nos, afastam- nos da luz de Jesus. Mas se começarmos a pensar nestas atitudes, não encontraremos uma parede, não: encontraremos uma saída, porque o próprio Jesus diz que Ele é a luz: “Vim, não para condenar

 o mundo, mas para o salvar” (cf. Jo 12, 46-47).

 Jesus, a luz, diz: “Tende coragem: deixai-vos iluminar, deixai-

 vos ver pelo que tendes dentro, porque sou eu quem vos conduz para

 a frente, quem vos salva. Não condeno. Eu salvo-vos” (cf. v. 47). há

 muitas trevas dentro de nós.

 E o Senhor salva-nos. Mas pede-nos que as vejamos primeiro;

 que tenhamos a coragem de ver as nossas trevas, para que a luz do

 Senhor entre e nos salve.

     III.

• Rejeitar essa palavra, é rejeitar o próprio Pai, o que acarreta julgamento. Deus tem como projeto a vida eterna para seus filhos e filhas. Contudo, receber essa mesma vida só é possível quando se aproximam desse mesmo

Atualização

Deus.

• Como, no entanto, Deus é inacessível, pois não se pode vê-lo e ele não fala

diretamente, esse caminho se tornou viável na pessoa de seu Filho, Jesus.

Portanto, não existe outra possibilidade.

• Aproximar-se de Deus conduz à vida eterna. Afastar-se dele, leva às trevas.

Por isso mesmo, na pessoa de Jesus, e somente nele, está essa vida e a luz

 que o Pai oferece a seus filhos. Não se aproximar de Jesus é desprezar a proposta do Pai.



 

terça-feira, 10 de maio de 2022

HOMÍLIA DA TERÇA-FEIRA DA 4° DA PÁSCOA

I. Introdução

II. Comentário

   outros que a sacrifiquem.

 Há uma dimensão da experiência cristã que talvez deixemos um pouco

 encoberta: a dimensão espiritual e afetiva.

  A relação que se estabelece entre Jesus e seus discípulos é comparada à ligação que

 conecta o pastor e as ovelhas pelas quais ele – o pastor – é responsável. Como já foi

 mencionado anteriormente, talvez para nós, hoje, a relação pastor-ovelha não diga muito;

 contudo, podemos extrair dela o ensinamento proposto.

 Os judeus querem uma certeza ou uma prova definitiva de quem é Jesus; essa prova,

 porém, já foi dada por meio das palavras e atitudes assumidas por Jesus ao longo de sua vida.

 Poderíamos mencionar aqui que há, da parte dos judeus, cegueira e surdez que os impedem

 de ver e ouvir com boa vontade e abertura aquilo que está sendo dito.

 III.

• • •

Jesus, bom pastor e porta das ovelhas, é um chefe cuja autoridade se

 expressa no serviço, um chefe que para comandar doa a vida e não pede a

Os judeus tinham um caminho consolidado e era difícil para eles admitir uma postura

 completamente nova. A forma como os judeus se relacionaram com Jesus pode nos ajudar a

 refletir sobre quão aberto está o nosso coração para acolher a voz do Pastor.

 Atualização

 Por vezes racionalizamos demasiado a fé e arriscamos perder a

 percepção do timbre daquela voz, da voz de Jesus bom pastor, que

 estimula e fascina.

 Para Ele nunca somos desconhecidos, mas amigos e irmãos. Contudo,

 nem sempre é fácil distinguir a voz do bom pastor. Estai atentos. Há

 sempre o risco de se distrair com o barulho de tantas vozes.

 Hoje somos convidados a não nos deixarmos distrair pelas falsas

 sabedorias deste mundo, mas a seguir Jesus, o Ressuscitado, como

 única guia segura que dá sentido à nossa vida.





segunda-feira, 9 de maio de 2022

HOMÍLIA da segunda-feira da 4° do tempo da páscoa

I. Introdução

Os discípulos devem estar alertas. De todos os lados,

   surgem pressões, visando afastá-los do projeto de Jesus.

 Quem não está atento, corre o risco de ser enganado. O pastor das ovelhas age de maneira muito diferente dos salteadores e ladrões.

 II. Comentário

Cada um é reconhecido por seu modo de proceder. O pastor tem com as ovelhas um relacionamento feito de

   confiança e amizade.

 A intimidade permite que se conheçam mutuamente. As ovelhas conhecem-no pela voz. Ele as chama pelo nome. Cada ovelha tem um valor particular.

Elas são levadas para pastar, sob a atenta vigilância do pastor, que lhes dá segurança e as defende.

 Esta é a imagem do relacionamento de Jesus com seus discípulos.

Contrariamente ao pastor, agem os estranhos que não nutrem um autêntico interesse pelas ovelhas. Atuando com


 engodo, podem colocá-las em perigo. Sua única preocupação consiste em tirar proveito de sua ingenuidade, abandonando-as quando não se prestam às suas perversas intenções.

A atitude natural das ovelhas é fugir, quando se aproxima um estranho, cuja voz não conhecem.

 III. Atualização

• Elas sabem que estão correndo perigo. Contudo, são suficientemente espertas para não se deixarem levar por quem é ladrão e salteador.

• O discípulo de Jesus não se deixa enganar.

• Ele sabe distinguir muito bem entre o pastor e os ladrões e

 salteadores. Por isso, não hesita em fugir, quando estes se aproximam.



domingo, 8 de maio de 2022

DIA DAS MÃES I

Celebramos no próximo dia 8 de maio, segundo domingo de maio, o Dia das Mães aqui no Brasil e em algumas partes do mundo. O Dia das Mães aqui no Brasil ocorre no mês de maio, que é o mês mariano por excelência e quando celebramos a memória de Nossa Senhora de Fátima.

Maria é o exemplo de Mãe para todas as mães e, para nós, é importante que o Dia das Mães ocorra neste mês. Todas as mães devem se espelhar no exemplo de Maria como esposa e mãe que em tudo fez a vontade de Deus.

Atualmente, há muita inversão de valores, seja pela própria crise ideológica em que não querem mais festejar esse dia, seja porque, os filhos não

 respeitam as suas mães, não cuidam delas na velhice e acabam esquecendo de quem os colocou no mundo.

Não devemos apenas nos lembrar das mães no Dia das Mães, mas durante todos os dias do ano. Não é somente nesse dia que devemos presentear as nossas mães, mas devemos nos fazer presentes todos os dias na vida delas.



HOMÍLIA do DOMINGO do 4o DA PÁSCOA

(branco, glória, creio – 4a semana do saltério) I. Introdução

A terra está repleta do amor de Deus; por sua palavra foram feitos os céus,

     aleluia! (Sl 32,5s)

 Somos convidados pelo Bom Pastor a fazer parte do seu rebanho e aprender dele o jeito de ser Igreja. Ele nos conduz às fontes da vida, e suas palavras nos dão segurança: nada pode nos arrebatar de suas mãos.

Neste dia de oração pelas vocações presbiterais e religiosas, celebremos também em comunhão com todas as mães, vivas e falecidas.

 II. Comentário

O quarto domingo da Páscoa é conhecido como o “domingo do Bom Pastor”. Nos três anos do ciclo litúrgico, é lida uma passagem do capítulo 10 do Evangelho de

   João.

 O capítulo do Bom Pastor é um alerta sobre os maus pastores do tempo da comunidade joanina e ao longo da história da humanidade.

Se há “bons pastores”, isso é sinal de que há também “maus pastores”. É importante distinguir o “bom pastor” do “mau pastor”. O texto de hoje apresenta algumas características do “bom pastor”: ele conhece seus seguidores, é capaz de doar a própria vida em favor deles, tem cuidado especial com cada um em particular.

Diante desse cuidado todo do “bom pastor”, seus seguidores escutam sua voz e seguem suas pegadas. Ouvir a voz do Mestre e seguir seus passos significa aderir a

 ele não apenas com palavras, mas principalmente no compromisso do dia a dia.

É importante se deixar conduzir pela voz do Mestre, pois ele sempre propõe a defesa da vida. Jesus, novo templo, revela a presença do próprio Pai, “eu e o Pai somos um”. O Pai está presente e se manifesta em Jesus, e, através dele, realiza sua obra.


 Jesus e seu Pai revelam perfeita unidade. A exemplo de Jesus, a vida de cada cristão deveria revelar a presença de Deus.

 III. Atualização

• «”Se alguém entrar por Mim, será salvo", poderá entrar e sair e encontrará pastagem abundante. De facto, entrará, efetivamente, abrindo-se à fé; sairá ao passar da fé à visão e à contemplação, e encontrará pasto abundante no banquete eterno» (São Gregório

 Magno)

• «Esta é precisamente a grande diferença entre o verdadeiro pastor e o ladrão: para o ladrão, para os ideólogos e ditadores, as pessoas são apenas coisas que se podem possuir. Mas para o verdadeiro pastor, pelo contrário, eles são seres livres com o objetivo de alcançar a verdade e o amor» (Benedito XVI)

• «A participação na celebração comum da Eucaristia dominical é um testemunho de pertença e fidelidade a Cristo e à sua Igreja. Os fiéis atestam desse modo a sua comunhão na fé e na caridade. Juntos, dão testemunho da santidade de Deus e da sua esperança na salvação. E reconfortam-se mutuamente, sob a ação do Espírito Santo» (Catecismo da Igreja Católica, no 2.182



  

Mês de Nossa Senhora


A Igreja afirma, e isto faz parte de nossa fé, que a Virgem Maria é o exemplo mais perfeito dessa resposta. Ela é exemplo de acolhimento da Palavra de Deus e de disponibilidade inteira à missão que a Palavra convoca.

Ao acolher a Palavra ela se torna morada da graça, templo do Espírito, tabernáculo da força do Altíssimo. Em Maria, dá-se o perfeito encontro entre proposta divina e resposta humana, como nos recordou o Papa emérito Bento XVI, na Exortação XVI, Exort. Apost. Verbum Domini, 27). apostólica pós-sinodal

MÊS DE NOSSA SENHORA III

Verbum Domini

 é necessário olhar para uma pessoa em Quem a reciprocidade entre Palavra

 de Deus e fé foi perfeita, ou seja, para a Virgem Maria, que, com o seu sim à Palavra da

 Aliança e à sua missão, realiza perfeitamente a vocação divina da humanidade” (Bento



 


 

sábado, 7 de maio de 2022

HOMÍLIA DO SÁBADO DA 3°SEMANA DA PÁSCOA

I. Introdução

II. COMENTÁRIO

  Hoje, Simão Pedro faz um gesto admirável com Jesus. Quase todo aquele grupo

 de judeus O abandona porque lhes parecem duras as suas palavras. O Senhor fica

 sozinho. Até pergunta aos seus doze Apóstolos: «Quereis vós também retirar-vos?».

 Com Simão Pedro dizemos a Jesus: - Senhor, a mim às vezes custa-me entender

 as tuas palavras, mas eu confio em Ti. Porque, se não fosse a Ti, a quem iria eu? Tu és

 o Santo de Deus.

  Hoje acabamos de ler no Evangelho o discurso de Jesus sobre o Pão de Vida,

 que é Ele mesmo que se dará a nós como alimento para as nossas almas e para a

 nossa vida cristã. Como costuma acontecer, contemplamos duas reações bem

 diferentes, por parte de quem lhe escuta.

 Para alguns, a sua linguagem é muito dura, incompreensível para a sua

 mentalidade obtusa à Palavra salvadora do Senhor, São João diz – com uma certa

 tristeza- que «A partir daquele momento, muitos discípulos o abandonaram e não

 mais andavam com ele» (Jo 6,66). E o mesmo evangelista dá-nos uma pista para

 entender a atitude destas pessoas: não acreditavam, não estavam dispostas a aceitar

 os ensinamentos de Jesus, frequentemente incompreensíveis para eles.

 Por outro lado, vemos a reação dos Apóstolos, representada por Pedro: «A

 quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos» (Jo 6,68-69). Não

 é que os doze sejam mais inteligentes que os outros, nem tampouco melhores, nem

 sequer mais expertos em temas de Bíblia; sim que são mais simples, mais confiados,

 mais abertos ao Espírito, mais dóceis. Surpreendemos-lhes de quando em quando

 nas páginas dos evangelhos, equivocando-se, não entendem a Jesus, discutem sobre

 qual de eles é mais importante, corrigem o Mestre quando lhes anuncia a sua paixão;

 mas sempre os encontramos ao seu lado, fieis. O seu segredo: amavam-lhe de

 verdade.

 Santo Agostinho o expressa assim: «Não deixam sinais na alma os bons

 costumes, senão os bons amores (...). Isto é em verdade o amor: obedecer e crer a

 quem amamos». À luz deste Evangelho podemos perguntar-nos: onde tenho posto o

 meu amor? Que fé e que obediência tenho no Senhor e no que a Igreja ensina? Que

 docilidade, simplicidade e confiança vivo com as coisas de Deus?

  III. ATUALIZAÇÃO

Hoje contemplamos à Eucaristia como o grande encontro permanente de Deus

 com os homens, onde o Senhor entrega-se como "carne" para que —Nele— nos

 transformemos em "espírito". Ele, através da Cruz, se transformou em uma nova forma

 de humanidade que se compenetra com a natureza de Deus; paralelamente, a

 Eucaristia deve ser para nós um passo através da Cruz e, uma antecipação da nova

 vida em Deus e, com Deus.

 No fim do discurso, onde se anuncia a encarnação de Jesus e, o comer e beber

 a Carne e o Sangue do Senhor, Jesus Cristo conclui dizendo que «o Espirito é que dá

 a vida». Isso nos lembra das palavras de são Paulo: «O primeiro homem, Adão, foi “um

 

ser natural, dotado de vida”; o último Adão é um ser espiritual e que dá vida» (1

 Cor15,45)

 Somente através da Cruz e da transformação que esta produz nos faz acessível

 essa “Carne”, arrastando-nos também a nós no processo de dita transformação.



 

MÊS DE NOSSA SENHORA II

O mês de maio é dedicado a Nossa Senhora. É uma oportunidade para evangelização e para a reflexão sobre o princípio Mariano de nossa fé.

 Ao meditarmos como a Palavra de Deus nos apresenta a figura e o papel da Virgem Maria na obra da redenção e na história da salvação, podemos ver que a nossa fé se ilumina pelas atitudes Marianas.

Às demonstrações de afeto filial, de verdadeira devoção, de ternura para com a Mãe do Senhor, devemos juntar nossa convicção de fé em relação ao exemplo eminente  da Virgem Maria. Seremos cristãos se estamos atentos ao que a graça de Deus realizadas nas  pessoas que acolhem a proposta divina. 

De fato, este é o princípio que norteia a nossa fé: Deus vem ao nosso encontro, propõe algo para nós, isto é, Ele mesmo se dá a nós, Ele nos fala e nós somos convidados a dar uma resposta.

Podemos dizer, com base na reflexão teológica atual, que o ser humano foi criado para dar reposta ao Deus que vem ao seu encontro. Existimos para o encontro pessoal, não com uma coisa, uma realidade abstrata, sem nome, não com um “deus-spray”, como recordou o Papa Francisco, mas com um “acontecimento, com uma

Pessoa” (Bento XVI, carta Encíclica Deus é amor, 1), que nos interpela à comunhão de vida, que nos chama à santidade, isto é, a uma relação com Ele.




sexta-feira, 6 de maio de 2022

MÊS DE NOSSA SENHORA I

Na nossa espiritualidade cristã, a Virgem Maria não é mais uma devoção. 

Ela é o sinal mais eloquente de relação com Cristo. De fato, em Maria, a Igreja proclama que a sua fé não é algo que se perde no vazio, ou que desaparece na escuridão.

Pelo contrário, o “princípio mariano”, tão evocado pelos papas, lembra a todos nós que o seguimento a Jesus passa pelas características da vida de Maria de Nazaré:em primeiro lugar, uma vida cheia da graça divina, que envolve todo ser humano, o reconhecimento de que Deus nos chama para fazer a sua vontade, a disponibilidade para escuta da Palavra e para o seguimento confiante na ação do Espírito, a vida de da atenção ao sofrimento do outro, “estar” junto à Cruz do Filho, permanecer na oração com os irmãos e irmãs.

Essas características estiveram presentes em Maria. Elas também precisam estar na nossa vida. Celebrar a devoção à Mãe de Deus é deixar-se conduzir pelo Espírito, é aceitar que Deus olha para nós e nos convida ao seguimento do seu Filho.

Maria viveu tudo isso e é exemplo para todos nós.



HOMÍLIA DA SEXTA-FEIRA DA 3° DA PÁSCOA

I. Introdução

II. Comentário

O ensinamento de Jesus quanto a comer sua carne e beber seu sangue foi de difícil entendimento, tanto para seus

  Em Jesus, na sua “carne” — ou seja, na sua humanidade concreta —

 está presente todo o amor de Deus, que é o Espírito Santo.

 Quem se deixa atrair por este amor caminha rumo a Jesus, vai com fé

 e d’Ele recebe a vida, a vida eterna.

    discípulos quanto para seus adversários.

O perigo principal consistiu em tomar as suas palavras em sentido puramente material, numa evidente deturpação do seu real significado.

Acostumadas a celebrar a Eucaristia, as comunidades cristãs interpretavam as palavras do Mestre num contexto de fé,

 entendendo-as no sentido espiritual de comunhão com Jesus, simbolizado no pão e no vinho consagrados.

Os verbos comer e beber apontam para a experiência de assimilação de Jesus – sua pessoa e seu projeto de vida – por parte dos discípulos.

 Assim como o alimento e a bebida, ao serem ingeridos, passam a fazer parte do corpo físico de quem os consumiu, o mesmo deve acontecer com quem adere a Jesus.

 Toda a existência do discípulo tende a ficar permeada pelo Senhor, com o qual entrou em comunhão.


 III. Atualização

• Os vocábulos carne e sangue indicam a totalidade do ser humano.

• Receber o corpo e o sangue do Senhor significa entrar em comunhão com tudo quanto ele é - sua humanidade e sua

 divindade - de forma que todo o ser do discípulo se deixe tomar por ele.

• É assim que o discípulo se alimenta em sua caminhada de encontro com o Pai. E assim alimentado, jamais desfalecerá pelo caminho.



quinta-feira, 5 de maio de 2022

HOMÍLIA da QUINTA-FEIRA da 3a SEMANA DA PÁSCOA

I. Introdução

Cantemos ao Senhor, ele se cobriu de glória. O Senhor é a minha força e o meu

II. Comentário

Hoje, as palavras de Jesus revelam como nos podemos “alimentar” de Deus e viver Dele: Deus torna-se “pão” para nós, especialmente, na encarnação do Logos (a Imagem de Deus, o Filho de Deus). A Palavra fez-se Carne! O Logos

     cântico: foi para mim a salvação, aleluia! (Ex 15,1s)

 O que Deus quer e espera de todos nós é que sejamos discípulos e discípulas de seu Filho, cultivando no coração o desejo de ouvir e viver sua Palavra, multiplicando- a e divulgando-a em todas as circunstâncias.

     fez-se um de nós e entra assim no nosso âmbito, naquilo que nos é acessível.

Mas, para lá de encarnação da Palavra, ainda é necessário mais um passo que Jesus menciona nas palavras finais do seu sermão: a sua carne é

 vida “para” o mundo (cf. 6,51). Desta forma, alude-se para lá da encarnação, ao objeto interior e à sua última realização: a entrega que Jesus fez de si mesmo até à morte e o mistério da Cruz.

Jesus fez-se homem para se entregar e ocupar o lugar do sacrifício dos animais, que apenas poderiam ser os gestos de um anseio, mas não uma resposta. Em definitiva, o Pão contém o mistério da paixão.

 III. Atualização

 • Hoje, à nossa volta, há muitas propostas de salvação e de vida plena. Essas propostas podem estar no âmbito de alguma religião ou não.

• Muitas vezes, o ser humano é seduzido e apresentado a muitos caminhos que lhe garantem uma vida segura, plena e totalmente realizada. Entretanto,

 somente em Jesus podemos encontrar tudo aquilo de que necessitamos para que sejamos pessoas realizadas.


 • Jesus não nos promete uma vida fácil, mas uma vida autêntica e coerente. O que Jesus faz e propõe está em íntima sintonia com o Pai e, por isso, nada do que Jesus faz tem caráter individualista, mas apresenta-se como fruto de comunhão perfeita. A partir de suas palavras e dos seus ensinamentos, Jesus

 se torna exemplo a ser seguido.





quarta-feira, 4 de maio de 2022

HOMÍLIA da Quarta-feira da 3° da Páscoa

I. Introdução

II. Comentário

Ao afirmar ser o pão da vida, Jesus estava evocando um fato importante da história de Israel, o êxodo do Egito e a longa travessia pelo deserto, onde o povo, faminto e sedento, foi saciado pela Providência divina. Aliás, jamais o povo viu-se privado de pão e água, naquela circunstância delicada de sua

 Jesus continua instruindo a multidão e afirma que ele é o pão da vida. Acreditar em

 Jesus é garantir a vida eterna e a certeza da ressurreição.

 Dito dessa forma, tudo parece muito fácil; contudo, o caminho proposto por Jesus,

 como já mencionado anteriormente, exige de nós fé que amadurece à medida que

 caminhamos.

       história, pois Deus caminhava com ele.

Da mesma forma, a Providência divina jamais deixou de agir em favor da humanidade. Sua bondade manifestou-se, de

 forma grandiosa, ao saciar, definitivamente, a fome e a sede da humanidade, por meio de seu Filho Jesus. Quem dele se acerca, não terá mais fome nem sede. Antes, poderá estar certo de ter forças para alcançar à meta da caminhada.

A evocação do êxodo oferece uma perspectiva particular para considerar quem, na fé, adere ao Ressuscitado. O cristão

 faz parte do verdadeiro povo de Deus, a caminho para a casa do Pai. É o êxodo definitivo, durante o qual defronta-se com toda sorte de desafios, correndo o risco de não perseverar até o fim.


 Sabendo-se saciado pelo alimento celeste - Jesus -, o cristão recobra as forças, e não se deixa abater pelos reveses da vida.

A Eucaristia sacramentaliza esta experiência de fé. Alimentando-se com o pão eucarístico os cristãos revigoram

 sua fé no Senhor ressuscitado.

É o alimento verdadeiro. Engana-se quem imagina poder enfrentar o deserto do mundo, sem contar com ele.

III.

• • •

 Atualização

 Ao falar para a multidão sobre o pão, Jesus está falando sobre algo conhecido de

 todos, uma realidade básica e bastante compreensível.

 A partir daquilo que a multidão conhece, Jesus acrescenta novas camadas, pois ele

 mesmo se intitula o “pão da vida”.

 Jesus é, portanto, aquele que garante não somente os bens dessa existência, mas

 também da eternidade. Não se trata aqui de magia ou algo do gênero, mas de vida

 orientada segundo o projeto de Deus.

 Esse caminho proposto por Jesus será plenamente vivenciado por nós, se for

 plenamente compreendido.




terça-feira, 3 de maio de 2022

HOMÍLIA da Terça-feira da 3° Semana da Páscoa

I. Introdução

  pouco, mas é Ele que “age” na Igreja, e é a oração que leva a Igreja em

 frente.

 A oração em primeiro lugar. Depois, as outras coisas. Mas quando as

 outras coisas tiram espaço à oração, algo não funciona. E a oração é forte.

 Jesus disse: “Vou para junto do Pai. E tudo o que pedirdes ao Pai em

 meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado”. É assim que a Igreja

 vai em frente, com a oração, a coragem da oração.

 II. Comentário

Hoje, diante da petição de Filipe de mostrar-nos ao Pai, Jesus Cristo responde

 desde uma dupla perspectiva: Quem viu a Jesus, viu ao Pai (aspecto interpessoal); e

 acrescenta que o Pai realiza as obras que faz o Filho (aspecto inter operativo).

 Resumidamente: O ser e o obrar do Pai é o ser e o obrar de Jesus e, vice-versa.

 Esta mensagem continua em sentido descendente, se ampliando até abarcar

 o âmbito humano, em uma dupla direção: Ativa e orante. Ativa: Quem acredite em

 Jesus, fará também suas obras. Orante: Tudo o que peçamos em seu nome, Ele o fará.

 A primeira direção destaca a fé (“quem crê em mim”); a segunda destaca o obrar

 divino (“As obras que eu faço”).

 III.

• •

O Espírito Santo nos ensina que é Deus quem “age”. Nós fazemos um

 Senhor Jesus, introduz-nos nesta infinita relação que, em quanto terminal, és

 Tu, e, em quanto originador, és tu Pai! E faz que, balançados por ela, no Espírito Santo,

 todos os homens sejamos genuinamente “nós”, sendo precisamente os uns para os

 outros.

 Atualização

  Hoje, o Evangelho refere aqueles colóquios íntimos de Jesus com os Apóstolos,

em que Ele lhes ia revelando a sua pessoa e a sua missão.

  Respondendo a Filipe, Jesus abre totalmente o seu Coração: Jesus Cristo está

no Pai e o Pai está em Jesus Cristo. Assim é Deus! Chegamos ao Pai através do

 seu Filho. Segue-O e vais encontrar-te dentro da Santíssima

 Trindade!

  É famosa uma frase de São Tiago, apóstolo: «Uma fé sem obras é uma fé

morta». Portanto: segue-O, mas segue-O de verdade, com obras.



 

segunda-feira, 2 de maio de 2022

HOMÍLIA da segunda-feira da 3° semana da Páscoa.

 I. Introdução

 Anuncia-lhes que o que sacia o homem é um alimento espiritual que nos permite viver eternamente (cf. Jo 6,27). Deus é o que dá esse alimento, o dá através de seu Filho. Tudo o que faz crescer a fé Nele é um alimento ao que temos que dedicar todas nossas energias.

  Então compreendemos porque o Papa nos anima a esforçar-nos para ré evangelizar nosso mundo que frequentemente não acode a Deus pelos bons motivos. Na constituição “Gaudium et Spes” (A Igreja no mundo atual”) os Padres do Concílio Vaticano II nos lembra: “só Deus, a quem Ela serve, satisfaz os desejos mais profundos do coração humano, que nunca se sacia plenamente só com alimentos terrestres".

E nós, por que ainda seguimos Jesus? O que é o que nos proporciona a Igreja? Lembremos o que disse o Concílio Vaticano II! Estamos convencidos do bem-estar que nos proporciona este alimento que podemos dar ao mundo?

II . Comentário

«A Sagrada Comunhão é para nós uma prenda eterna, de tal forma que nos assegura o céu; estes são os depósitos que o céu nos envia como garantia de que um dia será a nossa casa» (São Joao Ma Vianney)

«O pão milagrosamente multiplicado lembra-nos o milagre do maná no deserto e, indo além dele, assinala ao mesmo tempo que o verdadeiro alimento do homem é o Verbo eterno, o sentido eterno de onde viemos e na expectativa de que vivemos» (Bento XVI)

«Jesus não revela plenamente o Espírito Santo enquanto Ele próprio não for glorificado pela sua Morte e Ressurreição. No entanto, sugere-o pouco a pouco, mesmo no seu ensino às multidões, quando revela que a sua carne será alimento para a vida do mundo» (Catecismo da Igreja Católica, no 728).

  II. Atualização

• Hoje contemplamos os resultados da multiplicação dos pães,

  resultados que surpreenderam a toda aquela multidão. Eles desceram da montanha, ao dia seguinte, até beira do lago, e ficaram ali vendo Cafarnaúm.

• Ficaram ali porque não havia nenhum barco. De fato, só havia um:

 aquele que na tarde anterior havia partido sem levar Jesus.

• A pergunta é: Onde está Jesus? Os discípulos partiram sem Jesus, e, sem dúvida, Jesus não está lá. Onde está então? Felizmente, as pessoas


 podem subir nas barcas que vão chegando, e zarpam em busca do Senhor a Cafarnaúm.




domingo, 1 de maio de 2022

HOMÍLIA DO DOMINGO do 3o DA PÁSCOA

(branco, glória, creio – 3a semana do saltério) I. Introdução

Aclamai a Deus, toda a terra, cantai a glória de seu nome, rendei-lhe glória e

     louvor, aleluia! (Sl 65,1s).

 Em comunhão com a Igreja celeste, somos reunidos pelo Espírito em torno do Cordeiro imolado, que vive para sempre.

A ele glorifiquemos e demos graças, pois nos alimenta com a Palavra proclamada e o Pão partilhado.

Desafiados a responder à pergunta “vocês me amam?”, queremos nos dispor a seguir o Senhor como testemunhas da ressurreição.

 II. Comentário

Segundo os estudiosos, o capítulo 21 do Evangelho de João é um acréscimo posterior. Não podemos tomar este texto (e outros) como uma crônica

 jornalística.

O autor quer informar sobre a experiência que os apóstolos fizeram do Ressuscitado. O texto de hoje é claramente dividido em duas partes: a pesca abundante e a missão de Pedro.

O relato da pesca pode demonstrar a crise que a comunidade está passando: pesca infrutífera numa noite.

Com o amanhecer de um novo dia (alusão à nova realidade a partir da ressurreição de Jesus), os apóstolos descobrem a presença de Jesus e, a seu

 mando, conseguem grande pesca. Sem a presença do Ressuscitado, a missão da Igreja pode estar destinada ao fracasso.

O fruto da missão depende da presença e da adesão à palavra de Jesus, que

 os convida a jogar a rede. Como para os discípulos, para nós também nem sempre é fácil perceber a nova realidade da presença do Ressuscitado.


 III. Atualização

 • A partir da percepção da sua presença, nossa vida terá sentido e nossa

 missão dará resultados.

• Para conhecer e seguir fielmente o Mestre e conduzir a comunidade, é indispensável o amor.

• A pergunta a Pedro – você me ama? – hoje é dirigida a cada um de nós. O

 amor é o que nos identifica como cristãos.