I. Introdução
Assim como Cristo realizou a obra da redenção na pobreza e na perseguição,
assim a Igreja é chamada a seguir pelo mesmo caminho para comunicar aos homens
os frutos da salvação.
Cristo Jesus, «que era de condição divina, despojou-Se de Si próprio tomando a
condição de escravo» (Fil 2,6-7) e, por nós, «sendo rico, fez-Se pobre» (2Cor 8,9); assim
também a Igreja, embora necessite de meios humanos para o prosseguimento da sua
missão, não foi constituída para alcançar a glória terrena, mas para divulgar a humildade
e abnegação, também com o seu exemplo.
II. Comentário
Cristo foi enviado pelo Pai «a evangelizar os pobres [...], a sarar os contritos de
coração» (Lc 4,18), «a procurar e salvar o que perecera» (Lc 19,10).
De igual modo, a Igreja abraça com amor todos os afligidos pela enfermidade
humana; mais ainda, reconhece nos pobres e nos que sofrem a imagem do seu
Fundador pobre e sofredor, procura aliviar as suas necessidades, e intenta servir neles
a Cristo.
Enquanto Cristo, «santo, inocente, imaculado» (Heb 7,26), não conheceu o
pecado (cf 2Cor 5,21), mas veio expiar os pecados do povo (cf Heb 2,17), a Igreja,
contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada
de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação.
III.
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• •
A Igreja prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e
das consolações de Deus, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf
1Cor 11,26).
Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela
paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades, tanto internas como externas,
e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que este por fim se manifeste em
plena luz.
Atualização
Noutras palavras, os discípulos de Jesus são chamados a repetir os gestos do Mestre
que, na última ceia, como servo, lavou os pés dos seus seguidores por amor e para dar
exemplo, para que não restassem dúvidas de qual deveria ser o caminho assumido
dali por diante.
Assumir o caminho do serviço é, para todos, exigente; requer resiliência e fé profunda
e madura, pois no centro de tudo está o Mestre.
Com muita rapidez, para a nossa comodidade, podemos considerar as atitudes dos
outros, principalmente quando o objetivo é reprovar algo; porém, nada melhor e mais
saudável do que olhar para si próprio e buscar viver como o Mestre viveu.
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