quinta-feira, 12 de maio de 2022

HOMÍLIA da Quinta-feira da 4° da Páscoa

  I. Introdução

 Assim como Cristo realizou a obra da redenção na pobreza e na perseguição,

 assim a Igreja é chamada a seguir pelo mesmo caminho para comunicar aos homens

 os frutos da salvação.

 Cristo Jesus, «que era de condição divina, despojou-Se de Si próprio tomando a

 condição de escravo» (Fil 2,6-7) e, por nós, «sendo rico, fez-Se pobre» (2Cor 8,9); assim

 também a Igreja, embora necessite de meios humanos para o prosseguimento da sua

 missão, não foi constituída para alcançar a glória terrena, mas para divulgar a humildade

 e abnegação, também com o seu exemplo.

 II. Comentário

 Cristo foi enviado pelo Pai «a evangelizar os pobres [...], a sarar os contritos de

 coração» (Lc 4,18), «a procurar e salvar o que perecera» (Lc 19,10).

 De igual modo, a Igreja abraça com amor todos os afligidos pela enfermidade

 humana; mais ainda, reconhece nos pobres e nos que sofrem a imagem do seu

 Fundador pobre e sofredor, procura aliviar as suas necessidades, e intenta servir neles

 a Cristo.

 Enquanto Cristo, «santo, inocente, imaculado» (Heb 7,26), não conheceu o

 pecado (cf 2Cor 5,21), mas veio expiar os pecados do povo (cf Heb 2,17), a Igreja,

 contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada

 de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação.

 III.

• •

A Igreja prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e

 das consolações de Deus, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf

 1Cor 11,26).

 Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela

 paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades, tanto internas como externas,

 e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que este por fim se manifeste em

 plena luz.

 Atualização

 Noutras palavras, os discípulos de Jesus são chamados a repetir os gestos do Mestre

 que, na última ceia, como servo, lavou os pés dos seus seguidores por amor e para dar

 exemplo, para que não restassem dúvidas de qual deveria ser o caminho assumido

 dali por diante.

 Assumir o caminho do serviço é, para todos, exigente; requer resiliência e fé profunda

 e madura, pois no centro de tudo está o Mestre.

 Com muita rapidez, para a nossa comodidade, podemos considerar as atitudes dos

 outros, principalmente quando o objetivo é reprovar algo; porém, nada melhor e mais

 saudável do que olhar para si próprio e buscar viver como o Mestre viveu.





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