sábado, 7 de maio de 2022

HOMÍLIA DO SÁBADO DA 3°SEMANA DA PÁSCOA

I. Introdução

II. COMENTÁRIO

  Hoje, Simão Pedro faz um gesto admirável com Jesus. Quase todo aquele grupo

 de judeus O abandona porque lhes parecem duras as suas palavras. O Senhor fica

 sozinho. Até pergunta aos seus doze Apóstolos: «Quereis vós também retirar-vos?».

 Com Simão Pedro dizemos a Jesus: - Senhor, a mim às vezes custa-me entender

 as tuas palavras, mas eu confio em Ti. Porque, se não fosse a Ti, a quem iria eu? Tu és

 o Santo de Deus.

  Hoje acabamos de ler no Evangelho o discurso de Jesus sobre o Pão de Vida,

 que é Ele mesmo que se dará a nós como alimento para as nossas almas e para a

 nossa vida cristã. Como costuma acontecer, contemplamos duas reações bem

 diferentes, por parte de quem lhe escuta.

 Para alguns, a sua linguagem é muito dura, incompreensível para a sua

 mentalidade obtusa à Palavra salvadora do Senhor, São João diz – com uma certa

 tristeza- que «A partir daquele momento, muitos discípulos o abandonaram e não

 mais andavam com ele» (Jo 6,66). E o mesmo evangelista dá-nos uma pista para

 entender a atitude destas pessoas: não acreditavam, não estavam dispostas a aceitar

 os ensinamentos de Jesus, frequentemente incompreensíveis para eles.

 Por outro lado, vemos a reação dos Apóstolos, representada por Pedro: «A

 quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos» (Jo 6,68-69). Não

 é que os doze sejam mais inteligentes que os outros, nem tampouco melhores, nem

 sequer mais expertos em temas de Bíblia; sim que são mais simples, mais confiados,

 mais abertos ao Espírito, mais dóceis. Surpreendemos-lhes de quando em quando

 nas páginas dos evangelhos, equivocando-se, não entendem a Jesus, discutem sobre

 qual de eles é mais importante, corrigem o Mestre quando lhes anuncia a sua paixão;

 mas sempre os encontramos ao seu lado, fieis. O seu segredo: amavam-lhe de

 verdade.

 Santo Agostinho o expressa assim: «Não deixam sinais na alma os bons

 costumes, senão os bons amores (...). Isto é em verdade o amor: obedecer e crer a

 quem amamos». À luz deste Evangelho podemos perguntar-nos: onde tenho posto o

 meu amor? Que fé e que obediência tenho no Senhor e no que a Igreja ensina? Que

 docilidade, simplicidade e confiança vivo com as coisas de Deus?

  III. ATUALIZAÇÃO

Hoje contemplamos à Eucaristia como o grande encontro permanente de Deus

 com os homens, onde o Senhor entrega-se como "carne" para que —Nele— nos

 transformemos em "espírito". Ele, através da Cruz, se transformou em uma nova forma

 de humanidade que se compenetra com a natureza de Deus; paralelamente, a

 Eucaristia deve ser para nós um passo através da Cruz e, uma antecipação da nova

 vida em Deus e, com Deus.

 No fim do discurso, onde se anuncia a encarnação de Jesus e, o comer e beber

 a Carne e o Sangue do Senhor, Jesus Cristo conclui dizendo que «o Espirito é que dá

 a vida». Isso nos lembra das palavras de são Paulo: «O primeiro homem, Adão, foi “um

 

ser natural, dotado de vida”; o último Adão é um ser espiritual e que dá vida» (1

 Cor15,45)

 Somente através da Cruz e da transformação que esta produz nos faz acessível

 essa “Carne”, arrastando-nos também a nós no processo de dita transformação.



 

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