quarta-feira, 24 de agosto de 2022

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA DO 21° COMUM

I. Introdução

Anunciai todos os dias a salvação de Deus, proclamai a sua glória às nações (Sl

  SÃO BARTOLOMEU, APÓSTOLO

(vermelho, glória, pref. dos apóstolos, – ofício da festa)

   95,2s).

Bartolomeu, conhecido como Natanael, era de Caná da Galileia. É um dos apóstolos escolhidos diretamente por Jesus e cujo nome consta em todas as listas dos Doze. A ele é atribuída a límpida profissão de fé diante de Jesus, que dizia tê-lo visto “debaixo da figueira”: “Mestre, tu és o Filho de Deus, és o rei de Israel”. Segundo antiga tradição, teria evangelizado a Índia, onde morreu mártir. Deixemo-nos motivar por seu ardor apostólico.

 II. Comentário

  Bartolomeu, de Caná da Galileia, é identificado com Natanael. Quem lhe apresentou

 Jesus foi o apóstolo Filipe, que acrescentou: “Jesus vem de Nazaré”.

 Essa informação deu margem para algum atrito na conversa: o preconceito de

 Natanael contra quem era de Nazaré; a simpatia de Jesus, que elogiou a autenticidade dele;

 o desconcerto, mas também a certeza de Natanael, reconhecendo estar diante de pessoa

 extraordinária: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”.

 Cativado por Jesus, Natanael tornou-se seu apóstolo e entusiasta pregador do

 Evangelho. Antiga tradição registra que Bartolomeu exerceu o ministério apostólico na Índia,

 onde converteu para Cristo grande número de pessoas. Esteve também na Armênia e na

 Pérsia, hoje Irã. Morreu decapitado, após ter a pele arrancada.

III.

 Atualização

 Hoje contemplamos a chamada de Natanael, tradicionalmente identificado

com o apostolo Bartolomeu. Sobressai sua confissão de fé: «Rabi, tu és o Filho

 de Deus, tu és o Rei de Israel!». Esta confissão tem a função de abrir o terreno

 ao quarto Evangelho, pois oferece um primeiro e importante passo no caminho

 da adesão a Cristo.

  Bartolomeu reconhece Jesus tanto pela sua relação especial com Deus Pai, de

quem é Filho unigênito, quanto pela relação com o povo de Israel, de quem é

 chamado rei (atribuição própria do Messias esperado) Estes dois elementos

 são essenciais: Se proclamássemos somente a dimensão celestial de Jesus

 correríamos o risco de fazer Dele um ser etéreo e evanescente; se somente

 

reconhecêssemos seu papel concreto na história, poderíamos descuidar sua

 dimensão divina, que constitui sua própria identidade.

  São Bartolomeu, intercede para que —imitando teu passo discreto pela vida—

eu saiba aderir me a Deus e dar testemunho Dele sem realizar obras

 sensacionais: Extraordinário é Jesus.




terça-feira, 23 de agosto de 2022

Homília da TERÇA-FEIRA do 21° COMUM

I. Introdução

II. Comentário

ministério

  Hoje, temos a impressão de “pilhagem” a Jesus em um arrebato de mau humor,

 realmente alguém o tem feito se sentir molestado e irritado.

 Jesus Cristo se sente incomodado com a falsa religiosidade, as petições

 pomposas e a piedade egoísta.

   Ele tem notado um vazio de amor, a saber, esta em falta “a justiça, a

misericórdia e a fé” (Mt 23,23) com as ações superficiais, as quais tratam de cumprir a

 Lei. Jesus encarna essas qualidades em sua pessoa e ministério.

 Ele era a justiça e a misericórdia. Suas ações, milagres, curas e palavras

 escorriam estes verdadeiros fundamentos, que fluem de seu coração amoroso. Para

 Jesus Cristo não se tratava de uma questão de “Lei”, mais sim, de um assunto de

 Inclusive nas palavras de castigo, vemos em Deus um toque de amor,

 importante para quem quer voltar ao básico “Foi indicado, homem, que é bom e que

 exige de ti o Senhor: nada mais que praticar a justiça, amar a fidelidade e caminhar

 humildemente com teu Deus” (Miq 6,8).

 O Papa Francisco disse: “Um pouco de misericórdia faz o mundo menos frio e

 mais justo”. Necessitamos compreender bem esta misericórdia de Deus, este Padre

 misericordioso que tem tanta paciência... Recordemos ao profeta Isaias, quando

 afirma que, embora nossos pecados sejam escarlates, o amor de Deus os

 transformará em brancos como a neve. É harmonioso, isto da misericórdia”.

 III.

• • •

“Purifica primeiro por dentro da taça, para que também fique pura por fora”

 (Mt 23,26). Quanto é certo para cada um de nós! Sabemos como a limpeza pessoal nos

 faz sentir frescos e vibrantes por dentro e por fora.

 Atualização

  Mas mesmo no âmbito espiritual e moral de nosso interior, nosso espírito, se

está limpo e são, brilhará em boas obras e ações que honrem a Deus e lhe

 rendam uma verdadeira homenagem (cf. Jn 5,23).

  Fixemo-nos no marco maior do amor, da justiça e da fé e nos perdemos em

ninharias que consomem nosso tempo, nos apequenamos e que nos fazem

 exigente.

  Mergulhemos no vasto oceano do amor de Deus e não nos conformemos com

riachos e mesquinharias



 

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

HOMÍLIA DA SEGUNDA-FEIRA da NOSSA SENHORA RAINHA

(branco, pref. de Maria, – ofício da memória) I. Introdução

A rainha está à vossa direita com suas vestes de ouro, ornada de esplendor (Sl

     44,10).

 O calendário romano aproximou a celebração litúrgica da memória de Nossa Senhora Rainha à solenidade da Assunção, a fim de mostrar mais claramente a ligação entre a dignidade régia da Mãe de Deus e sua assunção ao céu. A Virgem Maria “foi exaltada sobre todos os coros dos anjos e reina agora gloriosa com seu Filho, intercedendo por todos os homens e mulheres, como advogada da graça e rainha da misericórdia” (rito da coroação).

 II. Comentário

  das criaturas”, escreve Dante na Divina Comédia

cessam de homenagear Maria como Rainha.

III.

• •

Introduzida por Pio XII, na conclusão do Ano Mariano de 1954, esta festa é celebrada

 oito dias após a Assunção de Maria ao céu. Maria é rainha porque é mãe de Cristo, o Rei.

 É rainha porque supera todas as criaturas em santidade: “ela encerra toda a bondade

 . Desde o começo da Igreja, os fiéis não

  Os inúmeros mosaicos e pinturas representando Maria Rainha o comprovam. Vem da

  Idade Média a

salve-rainha, em que Maria é considerada a Senhora a ser amada e servida

 dignamente, e a Mãe de quem se obtém proteção segura.

 A exaltação da “Serva do Senhor”, ao lado do “Rei dos reis e Senhor dos senhores”, é

 mistério da graça divina e de perfeita correspondência a ela, vivido por Maria na

 disponibilidade ao serviço de Deus e da humanidade.

 Atualização

 Jesus utiliza sua divina autoridade para nos mostrar claramente o carácter

absoluto do bem, que devemos perseguir, e o do mal, que devemos evitar a

 todo custo. Daí, sua viva e amável exortação a respeitar a carta magna da vida

 cristã: as boas-venturanças, vias que dão o acesso à Felicidade.

  Paralelamente, encontramos o tom ameaçador utilizado no Evangelho de hoje:

as Maldições daqueles atos destruidores que sempre devem ser evitados.

  O mesmo Coração sagrado, o mesmo Amor é o que dita as Boas aventuranças

(cf. Mt 5,1 ss) e as Maldições.



 

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Homília da TERÇA-FEIRA do 20a SEMANA DO TEMPO COMUM

 (verde – ofício do dia)

Ó Deus, nosso protetor, volvei para nós o vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um dia em vosso templo vale mais que outros mil (Sl 83,10s).

Quem se gloria das riquezas e do sucesso não passa de um ser orgulhoso e mortal.

 Aprendamos a assumir nossa condição humana com humildade e total confiança no Senhor, despojando-nos do que impede o serviço ao seu Reino.

II. Comentário

Deixar tudo e seguir Jesus não significa somente um seguimento geográfico, mas um seguimento radical, no qual mentalidade, palavras e atitudes estão em consonância com o Mestre.

O discípulo de Jesus sabe que a maior riqueza a se almejar é a profundidade interior. Os bens materiais são importantes. Podemos possuí-los. Eles, porém, jamais deveriam nos possuir.

O rico pode correr o perigo de se deixar dominar pelas posses. Santa Teresinha de Jesus costumava dizer da importância de ocupar o último lugar, porque ninguém briga por causa dele.

 O discípulo, sabendo que seu lugar é o dos últimos, não gastará energia e tempo com mania de grandeza.

III. Atualização

• será novo, renovado, belo. Jesus Cristo diz-nos: «Vós que deixastes tudo pelo Reino, vos sentareis

    com o Filho do Homem...

 • Recebereis cem vezes mais do que tiveres deixado...

• E herdareis a vida eterna...» (cf. Mt 19,28-29).



 

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Homília da SEGUNDA-FEIRA Do 20° COMUM

I. Introdução

  Mateus ilustra no jovem as pessoas que, em sua comunidade, querem se converter ao cristianismo. Elas já observam as leis, mas isso, segundo o evangelista, não é suficiente.

É preciso romper com tudo o que antes dava segurança. Isso é dito de forma simbólica. Quando alguém renunciava a seus bens, estes ficavam com sua família, mas Jesus pede que sejam dados aos pobres.

A comunidade de Mateus ensina que, quando um fiel da Antiga Aliança se torna cristão, precisa continuar a observar os mandamentos, mas deve romper com todo seu passado, isto é, também com sua família. Convém lembrar que a família é símbolo da tradição que vem desde Abraão. Convém lembrar ainda a conversão de Paulo, que já era um zeloso praticante da Lei, mas que, depois de aderir a Jesus, passou a considerar tudo aquilo lixo (Fl 3,7ss). Sua vida se transformou completamente. Portanto, o verdadeiro discípulo não é alguém fiel como do AT que apenas aderiu a Jesus. Muito mais do que isso, é alguém que rompeu com seu antigo mundo e colocou toda a sua segurança no evangelho

  II. Comentário

 Conhecer os mandamentos é importante. Mas é necessário bem mais. O jovem que se

 aproxima de Jesus é alguém cumpridor dos preceitos, uma pessoa de coração bom e de boas

 intenções. Contudo, ainda apegado às coisas efêmeras.

 Ele pode ser o retrato da comunidade, que, embora bem intencionada, ainda não se

 deu conta de que o seguimento a Jesus implica radicalidade, isto é, os bens são importantes;

 porém, o Bem maior é Jesus mesmo.

 Ele é a nossa segurança. O pensamento de Santo Óscar Romero é ilustrativo nesse

 sentido: “Quantos hão que não dizem ser cristãos, porque não têm fé. Têm mais fé no seu

 dinheiro e em suas coisas do que no Deus que criou tudo”.

 III Atualização

• A comunidade de Mateus ensina que, quando um fiel da Antiga Aliança se torna cristão, precisa continuar a observar os mandamentos, mas deve

 romper com todo seu passado, isto é, também com sua família. Convém

lembrar que a família é símbolo da tradição que vem desde Abraão.

• Convém lembrar ainda a conversão de Paulo, que já era um zeloso praticante da Lei, mas que, depois de aderir a Jesus, passou a considerar tudo aquilo lixo

(Fl 3,7ss). Sua vida se transformou completamente.

• Portanto, o verdadeiro discípulo não é alguém fiel como do AT que apenas

 aderiu a Jesus. Muito mais do que isso, é alguém que rompeu com seu antigo mundo e colocou toda a sua segurança no evangelho



 

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Homília da Sexta-feira da 19° Comum

 I.Introdução

Comentário

 Hoje, Jesus responde às perguntas dos seus contemporâneos sobre o

 verdadeiro significado do matrimônio, ressaltando a indissolubilidade do mesmo.

 Sua resposta, no entanto, também proporciona a base adequada para que nós,

 cristãos, possamos responder a aqueles cujos corações teimosos os obrigam a

 procurar a ampliação da definição de matrimônio para os casais homossexuais.

  Ao fazer retroceder o matrimônio ao plano original de Deus, Jesus ressalta

 quatro aspectos relevantes pelos quais só se pode unir em matrimônio a um

 homem e uma mulher:

 1) «O Criador, desde o início, os fez macho e fêmea» (Mt 19,4). Jesus nos ensina

 que, no plano divino, a masculinidade e a feminilidade têm um grande significado.

 Ignorar, pois, é ignorar o que somos.

 2) «Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher» (Mt

 19,5). No plano de Deus não é que o homem abandone os seus pais e vá embora

 com quem ele queira, mas sim com uma esposa.

 3) «De maneira que já não são dois, e sim uma só carne» (Mt 19,6). Esta união

 corporal vai mais além da pouco duradoura união física que ocorre no ato

 conjugal. Refere-se à união duradoura que se apresenta quando um homem e uma

 mulher, através do seu amor, concebem uma nova vida que é o matrimônio

 perdurável ou união dos seus corpos. Logicamente, que um homem com outro

 homem, ou uma mulher com outra mulher, não pode ser considerado um único

 corpo dessa maneira.

 4) «Pois o que Deus uniu, o homem não separe» (Mt 19,6). Deus mesmo uniu em

 matrimônio ao homem e à mulher e, sempre que tentamos separar o que Ele uniu,

 estaremos fazendo por nossa própria conta e por conta da sociedade.

  III.

Atualização

 Em sua catequese sobre Gênesis, o Papa João Paulo II disse: «Em sua

resposta aos fariseus, Jesus Cristo comenta aos interlocutores a visão total

 do homem, sem o qual não é possível oferecer uma resposta adequada às

 perguntas relacionadas com o matrimônio».

  Cada um de nós está chamado a ser o eco desta Palavra de Deus em nosso

momento


 

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA - SÃO LOURENÇO DIÁCONO E MÁRTIR.


 vermelho, glória, pref. dos mártires, – ofício da festa) O. Introdução

São Lourenço entregou-se a si mesmo ao serviço da Igreja. Foi digno de sofrer o martírio e de subir com alegria para junto do Senhor Jesus.

 Lourenço nasceu na Itália no século 3o e lá faleceu em 258. Dizia que os pobres eram os verdadeiros tesouros da Igreja. Entre eles distribuiu os bens da comunidade, antes de ser arrastado para o cruel martírio sobre grelha incandescente. Seu nome é lembrado na 1a Oração Eucarística, o Cânon Romano. Busquemos nesse que é o padroeiro dos diáconos as forças necessárias para enfrentar as adversidades do .

II. Comentário

 Lourenço é um dos mártires mais conhecidos e venerados, já desde os primeiros

 séculos. Encarregado de cuidar dos bens da Igreja, repartiu-os entre os pobres, já que

 pressentia prisão iminente.

 Aprisionado junto com o papa Sisto II, não sofreu de imediato o martírio, mas

 suportou corajosamente atrozes dores na grelha incandescente. Alguns escritos permitem

 introduzir aqui um gracejo de Lourenço.

 No meio de tormentos, ele teria dito ao carrasco: “Vira-me, pois deste lado já estou

 bem assado”. Entretanto, a maioria dos escritores modernos julga que Lourenço tenha sido

 decapitado como o papa Sisto II, martirizado três dias antes. Morreu em 258 e foi sepultado

 no Campo Verano, na Via Tiburtina (Roma), onde Constantino edificou a basílica que tem o

 seu nome.

 III. Atualização

 Hoje, são Lourenço, diácono e mártir, emerge como um expoente da ação

caritativa vivida pela Igreja desde suas origens. A Ele, como responsável da

 assistência aos pobres de Roma, depois de serem apressados seus

 companheiros e o Papa Sixto, foi lhe concedido um tempo para recolher os

 tesouros da Igreja e entregá-los às autoridades. Lourenço distribuiu o dinheiro

 disponível aos pobres e depois os apresentou às autoridades como

 verdadeiros tesouros da Igreja.

  A Igreja não é uma ONG. Sua atividade caritativa deve fundar-se,

principalmente, sobre a experiência de um encontro pessoal com Cristo, cujo

 amor tocou o coração do crente, suscitando nele o amor pelo próximo. São

 Lourenço continuou esta senda até as últimas consequências, aceitando

 livremente o martírio, numa prova suprema de fé e caridade.

 

 Senhor, por intercessão de são Lourenço te pedimos que inflames nosso

coração para ser capazes de amar como tu nos tem amado, levando por todos

 a cruz de cada dia



terça-feira, 9 de agosto de 2022

Homília da TERÇA-FEIRA do 19° COMUM

I. Introdução

II. Comentário

 Hoje, o Evangelho volta a nos revelar o coração de Deus que nos faz entender com que sentimentos atua o Pai do céu em relação a seus filhos.

A solicitude mais fervorosa é para com os pequenos, aqueles com os quais não se presta atenção, aqueles que não chegam aonde todo mundo

  chega.

  Sabíamos que o Pai, como bom Pai que é, tem predileção pelos filhos pequenos, mas hoje, nos damos conta de outro desejo do Pai, que se converte em obrigação para nós: «Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus» (Mt 18,3).

Portanto, entendemos que o Pai não valoriza tanto o “ser pequeno”, mas o “fazer-se pequeno”. «Quem se faz pequeno (...), esse é o maior no Reino dos Céus» (Mt 18,4). Por isso, devemos entender nossa responsabilidade nesta ação de nos diminuirmos.

Não se trata tanto de ter sido criado pequeno ou simples, limitado ou com mais ou menos capacidade, mas de saber prescindir da possível grandeza

 de cada um, para nos mantermos no nível dos mais humildes e simples.

A verdadeira importância de cada um está em nos assemelharmos a um destes pequenos que Jesus mesmo nos apresenta com cara e olhos.

Para terminar, o Evangelho ainda nos amplia a lição de hoje. Há, e muito perto de nós!, uns “pequenos” que estão mais abandonados do que os outros: aqueles que são como ovelhas que se desgarraram; e o Pai as busca e, quando as encontra, se alegra porque as faz voltar para casa e já não se perdem.

Talvez, se contemplássemos a quem nos rodeia como ovelhas procuradas pelo Pai e devolvidas, mais do que desgarradas, seriam capazes de ver, mais frequentemente, e mais de perto, o rosto de Deus. Como diz Santo

 Asterio de Amasea: «A parábola da ovelha perdida e do pastor nos ensina que não devemos desconfiar precipitadamente dos homens, nem desistir de ajudar aos que se encontram em risco».

 III. Atualização

 • «Sou uma alma muito pequenina que apenas pode oferecer a Deus pequenas coisas» (Santa Teresinha de Lisieux)


 • «Em que consiste exatamente, ser-se criança? No sentido de Jesus Cristo, significa aprender a dizer “Pai”. Só se conservar a existência filial vivida por Jesus, o homem poderá entrar com o Filho na divindade» (Bento XVI)

• «Jesus lembrou-o ao terminar a parábola da ovelha perdida: «Assim, não é da vontade do meu Pai, que está nos céus, que se perca um só destes pequeninos» (Mt 18, 14) (...)» (Catecismo da Igreja Católica, no 605)




segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Homilia da Segunda-feira da 19• do tempo comum.

 Meu irmão e minha irmã, o Evangelho de hoje apresenta um questionamento que foi levantado a respeito de Jesus: se Ele paga ou não paga o imposto. E Jesus apresentou então este questionamento a Pedro, porque Ele ouviu a conversa, não é?

“Os reis da terra cobram impostos e taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos?”, e Pedro respondeu: “Olha, deve ser dos estranhos, não é? Porque não fica bem cobrar dos filhos”. Pois é, Jesus não era um estranho, Ele era um filho da Terra, e, mesmo assim, Ele quis se submeteu a pagar o imposto. Com isso, meus irmãos, Nosso Senhor está dizendo, sim, que nós entramos nas regras da nossa sociedade, que é também um dever nosso como cidadãos pagar os impostos. Nem o Filho do Homem passou pelo abono por ser Filho de Deus, e por ser Filho daquela terra, Ele precisou também pagar.

Meus irmãos, hoje, é claro: a nossa sociedade, muitas vezes, se revolta, e com razão, diante de tanta incredulidade que há, por conta dos impostos que não são revertidos de maneira correta e tudo mais.

Jesus não quis se esquivar de pagar o imposto – Ele poderia ter feito isso –, mas Ele quis também participar, também crendo que aquele dinheiro, aquilo que foi arrecadado, seria revertido para o que é correto, para o que é certo.

Que o mundo, ao ver o nosso testemunho, também possa realizar aquilo que é correto

Hoje, peçamos a Deus que também os nossos governantes possam investir e realizar os trabalhos que precisam realizar de maneira coerente, de maneira honesta. A nossa parte, enquanto cristãos, enquanto religiosos, façamos como Jesus. Vamos, sim, devolver. Vamos, sim, pagar as taxas, os impostos, não é?

É claro que é possível recorrer a certas taxas abusivas e tudo mais, mas façamos isso com o intuito de fazer a sociedade melhorar, de dar a nossa contribuição, de dar o nosso testemunho para este mundo. E que o mundo, ao ver o nosso testemunho, também possa realizar aquilo que é correto.

Que a nossa vida honesta seja um testemunho para que haja também honestidade na vida do outro. Se, por acaso, você está vivendo a corrupção ou está na corrupção, vamos dar um bom testemunho para aqueles que acreditam, para aqueles que não acreditam. Que eles se sintam contagiados também a viver o bem, a fazer o bem e, com a graça d’Ele, chegar ao Céu pelo meu, pelo seu testemunho.

Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!





sábado, 6 de agosto de 2022

Homília da transfiguração do Senhor.

I. Introdução

II. Comentário

   que mais nos interessa é contemplar a reação espontânea dos “interlocutores

 terrestres” dessa cena.

 Uma vez mais, é Simão Pedro que toma a palavra: «Mestre, é bom ficarmos

 aqui» (Lc 9,33). É maravilhoso comprovar que, só por ver o Corpo de Cristo em estado

 glorioso, Pedro se sente plenamente feliz: não sente falta de mais nada.

  «Vamos fazer três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias».

 A reação de Pedro mostra o dinamismo mais autêntico do amor: já não pensa na sua

 comodidade; ele quer manter aquela situação de profunda felicidade, procurando o

 bem dos outros (neste caso, interpretado de uma maneira muito humana: umas

 tendas!). É a manifestação mais clara do verdadeiro amor: sou feliz porque te faço

 feliz; sou feliz entregando-me à tua felicidade.

 Além disso, é muito revelador o facto de Simão reconhecer intuitivamente

 Moisés e Elias. Pedro, logicamente, tinha conhecimento da sua existência, mas nunca

 os tinha visto (tinham vivido séculos antes!) E, apesar disso, reconhece-os

 imediatamente (como se os tivesse conhecido desde sempre).

 Eis aí uma amostra do elevado grau de conhecimento do homem no Céu: ao

 contemplar Deus “face a face”, experimentará um incremento inimaginável do seu

 saber (uma participação muito mais profunda na Verdade). Finalmente, «a

 “divinização” no outro mundo trará ao espírito humano uma tal “gama de

 experiências” da verdade e do amor, que o homem nunca teria podido alcançar na

 vida terrena» (S. João Paulo II).

 III.

• •

Hoje, meditando na Transfiguração, intuímos a situação do homem no Céu. O

Atualização

  Finalmente, Simão, só por ver Moisés e Elias, não somente os conhece de

repente, como também os ama imediatamente (pensa em fazer uma tenda

 para cada um deles).

  São Pedro, Papa (o primeiro da Igreja), mas pescador, expressa este amor de

uma maneira simples; Sta. Teresa, freira, mas Doutora (da Igreja) expressou a

 lógica do amor de maneira profunda: «O contentamento de contentar o outro

 excede o meu contentamento.



quinta-feira, 4 de agosto de 2022

HOMÍLIA DA QUINTA-FEIRA DO 18° COMUM

I. INTRODUÇÃO

II. COMENTÁRIO

 Hoje Jesus proclama afortunado a Pedro pela sua acertada declaração de fé: «Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’. L

Jesus então declarou: ‘Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu’» (Mt

  16,16-17).

  Nesta saudação Jesus promete a Pedro o primado da sua Igreja; mas pouco depois faz-lhe uma reconvenção por lhe ter manifestado uma ideia demasiado humana e errada do Messias: «Então Pedro o chamou de lado e começou a censurá-lo: «Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!». Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: «Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens!» (Mt 16,22-23).

Devemos agradecer aos evangelistas o fato de nos terem apresentado os primeiros discípulos de Jesus tal como eram: não como personagens idealizados, mas como gente de carne e osso, como nós, com as suas virtudes e os seus defeitos; esta circunstância aproxima-os de nós e ajuda-nos a ver que o aperfeiçoamento na vida cristã é um caminho que todos devemos fazer,

 pois ninguém nasce ensinado.

Dado que já sabemos como foi a história, aceitamos que Jesus Cristo tenha sido o Messias sofredor, profetizado por Isaías e tenha entregue a sua vida na cruz. O que mais nos custa aceitar é que tenhamos de manter presente a sua obra a través do mesmo caminho de entrega, renuncia e sacrifício.

Imbuídos como estamos numa sociedade que pugna pelo êxito rápido, por aprender sem esforço e de modo divertido, e por conseguir o máximo aproveitamento com o mínimo de trabalho, é fácil acabarmos vendo as coisas mais como os homens do que como Deus. Uma vez recebido o Espírito Santo, Pedro aprendeu por onde passava o caminho que devia seguir e viveu na

 esperança. «As tribulações do mundo estão cheias de penas e vazias de prémio; mas as que se padecem por Deus ficam suavizadas com a esperança de um prémio eterno» (Santo Efrén).

 III. ATUALIZAÇÃO

 • «Ninguém pode ter a Deus como Pai, se não tiver a Igreja como sua Mãe» (São Cipriano)


 • «Fé e seguir a Cristo estão intimamente relacionados. E uma vez que implica seguir o Mestre, a fé deve ser consolidada e crescer. Pedro e os outros apóstolos tiveram de percorrer esse caminho, até que o encontro com o Senhor Ressuscitado lhes abriu os olhos para uma fé plena» (Bento XVI)

• «Movidos pela graça do Espírito Santo e atraídos pelo Pai, nós cremos e confessamos a respeito de Jesus: `Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo ́ (Mt 16, 16). Foi sobre o rochedo desta fé, confessada por Pedro, que Cristo edificou a sua Igreja» (Catecismo da Igreja Católica, no 424



quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Homília da QUARTA-FEIRA da 18° COMUM

I. Introdução

Na primitiva comunidade cristã, havia uma classe de cristãos, provenientes do judaísmo, cuja tendência era não se abrir para os pagãos. Acreditavam ser os destinatários

II. Comentário

Foi preciso combater esta rigidez, apelando para a sensibilidade do Mestre em relação à fé dos pagãos. O episódio

     exclusivos da Boa Nova cristã.

Por conseguinte, os pagãos estariam excluídos do Reino anunciado por Jesus.

    da mulher cananeia prestou-se bem para esta finalidade.

A mulher pagã foi persistente no seu objetivo: a cura da filha atormentada por um demônio. Por isto, não se intimidou diante dos discípulos, nem de Jesus, até ver realizado o seu desejo.

Nem a má-vontade daqueles, nem a dureza das palavras do

 Mestre foram suficientemente fortes para fazê-la esmorecer. Os discípulos queriam ver-se livres daquela mulher

 importuna. Sua gritaria deixava-os irritados, a ponto de pedirem


 a Jesus que a mandasse embora. Não convinha que o pedido de uma mulher pagã fosse atendido por ele.

 III. Atualização

• Jesus, por sua vez, também deu mostras de relutar em atendê-la, até o ponto de usar o termo - cães -, com que os

 judeus costumavam chamar os pagãos.

• Mas, afinal, dobrou-se diante de uma fé evidente, tendo realizado o desejo da mulher pagã.

• Como Jesus, a comunidade cristã deveria deixar de ser inflexível em relação aos pagãos convertidos à fé, abrindo para eles as portas da comunidade.




terça-feira, 2 de agosto de 2022

HOMÍLIA DA TERÇA-FEIRA da 18ª SEMANA DO TEMPO COMUM

I. Introdução 

Meu Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais (Sl 69,2.6).

Enquanto os seres humanos odeiam e destroem, Deus constrói e renova, agindo por amor. Para colaborar com a obra divina, temos de amar como Jesus Cristo, confiantes em seu auxílio sempre presente em nossa vida.

II. Comentário

São muitas as tormentas, que agitam o mar da vida dos seguidores de Jesus, lhes trazendo medo e pavor.

Porém, diante de todas elas, o Mestre se faz presença constante, aplacando todas as tempestades que querem levar seus discípulos ao desânimo e inconstância. 

Depois de se fazer profunda experiência de fé com o Mestre, é preciso passar para outra margem, ir ao encontro de quem mais precisa e mostrar que a força de Jesus é bem maior que as ventanias das injustiças e calamidades. 

A comunidade unida é sinal visível da vivência autêntica do Evangelho.

III. Atualização
• Este episódio é uma imagem maravilhosa da realidade da Igreja de todos os tempos: uma barca que, ao longo da travessia, deve enfrentar até ventos contrários e tempestades, que ameaçam virá-la. 
• O que a salva não são a coragem nem as qualidades dos seus homens: a garantia contra o naufrágio é a fé em Cristo e na sua palavra. 
• Esta é a garantia: a fé em Jesus e na sua palavra


segunda-feira, 1 de agosto de 2022

HOMÍLIA DA Segunda-feira da 18°comum

I. Introdução

II. Comentário

  Hoje, o Evangelho toca nossos "esquemas mentais"... Por isso, hoje, como nos

 tempos de Jesus, podem surgir as vozes dos prudentes para sopesar se vale a pena

 determinado assunto.

 Os discípulos, ao ver que se fazia tarde e, como não sabiam como atender

 àquelas pessoas reunidas em torno de Jesus, encontraram uma saída honrosa: «Que

 possam ir aos povoados comprar comida!» (Mt 14,15).

  Não podiam esperar que seu Mestre e Senhor contrariasse esse raciocínio,

 aparentemente tão prudente, dizendo-lhes: «Vós mesmos dai-lhes de comer!» (Mt

 14,16).

 Um ditado popular diz: «Aquele que deixa Deus fora de suas contas, não sabe

 contar». E é verdade, os discípulos —e nós também— não sabemos contar, porque nos

 esquecemos frequentemente, de acrescentar o elemento de maior importância na

 soma: Deus mesmo entre nós.

 Os discípulos fizeram bem as contas; contaram com exatidão o número de

 pães e peixes, mas ao dividi-los mentalmente entre tanta gente, eles obtinham

 sempre um zero periódico; por isso optaram pelo realismo prudente: «Só temos aqui

 cinco pães e dois peixes» (Mt 14,17). Não percebem que eles têm a Jesus —verdadeiro

 Deus e verdadeiro homem— entre eles!

 Parafraseando a São Josemaria, não nos seria mal recordar aqui que: «os

 empreendimentos de apostolado, está certo —é um dever— que consideres os teus

 meios terrenos (2 + 2 = 4). Mas não esqueças nunca! Que tens de contar, felizmente,

 com outra parcela: Deus + 2 + 2...». O otimismo cristão não é baseado na ausência de

 dificuldades, de resistências e de erros pessoais, mas em Deus que nos diz: «Eis que

 estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos» (Mt 28,20).

 III.

• •

Atualização

  Seria bom se você e eu, quando confrontados com as dificuldades, antes de

darmos uma sentença de morte à ousadia e ao otimismo do espírito cristão,

 contássemos com Deus.

  Tomara que possamos dizer como São Francisco, naquela oração genial:

«Onde houver ódio que eu leve o amor», isto é, onde as contas não baterem,

 que contemos com Deus.