quinta-feira, 7 de abril de 2022

Homilia da Quinta-feira


I Introdução

Comentário

 Ainda estamos no capítulo 8 do Evangelho de João. Jesus continua lidando com os

 judeus e suas descrenças, dúvidas e questionamentos.

 Poderíamos afirmar que a falta de sintonia entre Jesus e os judeus se deve – também

 – ao fato de que ambos estão posicionados em lados opostos e falam a partir de

 entendimentos distintos.

  Há, sim, pontos comuns entre Jesus e os judeus – e não poderia ser diferente, contudo,

 a maneira de compreender e interpretar a realidade faz com que os passos de um e outro

 trilhem estradas distintas.

 Jesus é a luz, a verdade, aquele que vence a morte e aquele que é. Aos poucos, nesse

 caminho quaresmal, vamos descortinando quem é Jesus de forma muito didática justamente

 porque esse caminho nos leva a conhecê-lo para assumi-lo em nossa vida.

 Não nos esqueçamos de que esse tempo que a Igreja nos oferece é por excelência

 tempo de preparação para assumir (ou reassumir) o batismo junto com vitória sobre a morte

 do Ressuscitado.

 II.

Atualização

Cristo é o mediador de uma nova aliança, para que, por meio de sua morte,

  recebam os eleitos a herança eterna que lhes foi prometida (Hb 9,15).

 • Os que guardam a aliança de Deus serão abençoados abundantemente.

• Na liturgia buscamos a face do Senhor e a força para viver em sintonia com

seus planos a nosso respeito.




quarta-feira, 6 de abril de 2022

Homília da Quarta-feira da 5° da Quaresma

 I. Introdução

No confronto com os judeus, Jesus apresentou-se como a única verdade que pode trazer libertação.

 Com isto, punha em xeque a prática religiosa judaica na qual fora educado e que era a base da fé de seus discípulos e de seus interlocutores.

II. Comentário

 Em que sentido o ensinamento de Jesus era diferente, a ponto de proporcionar uma libertação impossível de ser

  alcançada por outras vias?

 A força libertadora da verdade ensinada pelo Mestre está ligada à sua origem: ele ensinava o que havia visto junto do Pai.

Suas palavras tinham uma força única de colocar os discípulos em contato com o desígnio do Pai e estabelecer uma profunda comunhão de amor com ele.

 A libertação resultava da presença amorosa do Pai no coração do discípulo.

Presença capaz de banir toda forma de egoísmo escravizador e estabelecer relações fraternas com o próximo.


 Presença suficientemente forte para arrancar o discípulo das trevas do pecado e introduzi-lo no reino da luz. Presença humanizadora e plenificadora.

Jesus considerava a doutrina dos judeus demasiadamente contaminada por elementos espúrios, nem sempre compatíveis

 com o querer divino.

De fato, de tanto se intrometer na Lei de Deus, os judeus acabaram por desvirtuar-lhe o sentido.

As palavras de Jesus serviam de alerta para quem desejava tornar-se discípulo. Urgia deixar-se libertar pela verdade proclamada por ele.

 III. Atualização

• A presença de Jesus é libertadora simplesmente porque ele é a verdade. Grande parte dos judeus não reconheceu em Jesus a verdade que liberta.

• De antemão, não podemos repreendê-los por isso. Se fôssemos nós no lugar dos judeus, que postura tomaríamos? Provavelmente, não acreditaríamos em Jesus e buscaríamos os argumentos necessários para justificar nosso

 posicionamento. Entretanto, estamos distantes no tempo, e nosso olhar nos permite, pela fé, acreditar que verdadeiramente Jesus era (e é) o Filho de Deus.

• A verdade que liberta o ser humano é o próprio Jesus, que dá novo sentido a

 todas as coisas e nos coloca em sintonia com o projeto do Pai. Como filhos de Deus, somos capazes de reconhecer nossas faltas e buscar, no próprio Deus, a


 reconciliação que nos faz seguir adiante em nosso caminho de conversão contínua.




terça-feira, 5 de abril de 2022

Homília da Terça-feira V da Quaresma

I. Introdução

II. Comentário

  Ele nos convida a olhar-lhe antecipadamente redimindo-nos desde a Cruz. «Jesus Cristo é nosso pontífice, seu corpo precioso é nosso sacrifício que Ele ofereceu na ara da Cruz para a salvação de todos os homens» (São João

 Fisher).

  «Quando tiverdes elevado o Filho do Homem...» (Jo 8,28). Efetivamente, Cristo Crucificado —Cristo “levantado”!— é o grande e definitivo signo do amor do Pai à Humanidade caída.

Seus braços abertos, estendidos entre o céu e a terra, traçam o signo indelével da sua amizade com nós os homens. Ao lhe ver assim, alçado ante o nosso olhar pecador, saberemos que Ele é (cf. Jo 8,28), e então, como aqueles judeus que o escutavam, também nós creremos Nele.

Só a amizade de quem está familiarizado com a Cruz pode proporcionar- nos o adequado para adentrar-nos no Coração do Redentor. Pretender um Evangelho sem Cruz, despojado do sentido cristão da mortificação, ou contagiado do ambiente pagão e naturalista que nos impede entender o valor

redentor do sofrimento, colocaria-nos na terrível posibilidade de ouvir dos lábios de Cristo: «Depois de tudo, para que seguir falando-vos?».

Que o nosso olhar à Cruz, olhar sossegado e contemplativo, seja uma pergunta ao Crucificado, em que sem o ruído de palavras lhe digamos: «Quem és tu, então?(Jo 8,25).Ele nos responderá que é «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida»(Jo 14,6), a Videira à qual sem estar unidos, nós, pobres ramos, não poderemos dar fruto, porque só Ele tem palavras de vida eterna.

E assim, se não cremos que Ele é, morreremos pelos nossos pecados. Viveremos, no entanto, e viveremos já nesta terra vida de céu se aprendemos Dele a gozosa certeza de que o Pai está conosco, não nos deixa sozinhos. Assim

  imitaremos o Filho em fazer sempre o que agrada-lhe ao Pai.

 III. Atualização

• «Consegues atrair a todos, Senhor, porque a devoção de todas as nações da terra pode agora celebrar, com sacramentos eficazes, o que antes só se

  celebrava no templo de Jerusalém e apenas por meio de símbolos e figuras» (São Leão Magno)


 • «Aqueles que dizem: —Sim, sim, sim, quero ser salvo, mas...: é o coração dos “cristãos mornos”! Que sempre têm alguma coisa da qual se arrepender. E como o Senhor resolve isso? A cura só vem olhando a cruz» (Francisco)

• «O nome divino “Eu sou” ou “Ele é”, exprime a fidelidade de Deus, que, apesar da infidelidade do pecado dos homens e do castigo que merece, ‘conserva a sua benevolência em favor de milhares de pessoas’ (Ex 34, 7). Deus revela que é ‘rico em misericórdia’ (Ef 2,4), ao ponto de entregar o seu próprio Filho. Dando a vida para nos libertar do pecado, Jesus revelará que

Ele mesmo é portador do nome divino: ‘Quando elevardes o Filho do Homem, então sabereis que Eu sou’ (Jo 8,28)» (Catecismo da Igreja Católica, no 211)

 


segunda-feira, 4 de abril de 2022

HOMÍLIA DA Segunda-feira da 5° semana da Quaresma

 I. Introdução

  Hoje, a cultura atual, profundamente marcada por um subjetivismo que

 desemboca muitas vezes no individualismo extremo, ou no relativismo, impulsiona

 os homens a se converterem em única importância de si mesmo, perdendo de vista

 outros objetivos que os atenham centrados em seu próprio eu, transformado em

 único critério de valorização da realidade.

 Deste modo, o homem tende a olhar cada vez mais para si mesmo, a se fechar

  em uns microcosmos existencial asfixiante, onde já não tem cabimento os grandes

ideais, abertos à transcendência, a Deus. Por outro lado, o homem que não se deixa

 encerrar nos estreitos limites de seu próprio egoísmo é capaz de una olhada autêntica

 aos demais e à criação.

 Com esse olhar, o homem toma consciência de sua característica essencial de

 criatura em contínua evolução, chamado a um crescimento harmonioso em todas

 suas dimensões, começando exatamente por sua própria interioridade, para chegar à

 realização plena do projeto que o Criador marcou no mais profundo do seu ser.

 II. Comentário

  «Quando tu, Senhor Jesus, me diriges à luz recibo ao Padre, sou coerdeiro contigo. Tendo dissipado as trevas que nos enrolam como uma nuvem, contemplemos ao Deus verdadeiro e proclamemos: “Bendita seja a luz verdadeira”» (São Clemente de Alexandria)

«Para todos aqueles que ao princípio escutaram a Jesus, da mesma

 forma para nós, o símbolo da luz evoca o desejo de verdade e a sede de chegar à plenitude do conhecimento que estão impressos no mais íntimo de cada ser humano» (São João Paulo II)

«Em Jesus Cristo, a verdade de Deus manifestou-se na sua totalidade. Cheio de graça e de verdade (Jo 1,14), Ele é a “luz do mundo” (Jo 8,12), Ele é a verdade. Quem nele crê não fica nas trevas. O discípulo de Jesus “permanece na sua palavra” para conhecer “a verdade que liberta” (cf. Jo 8,31-32) e que santifica (...)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2466)

III.

• •

Atualização

  O que é que isto quer dizer? Que em qualquer circunstância em que nos

encontremos, seja por trabalho ou na relação com os outros, na nossa relação

 perante Deus, frente às alegrias ou às tristezas...

  Podemos pensar: —Que fez Jesus numa circunstância semelhante?; podemos

sempre procurar no Evangelho e responder: —Isto mesmo é o que eu farei!

 Precisamente, João Paulo II incorporou no Santo Rosário —o “compêndio do

 Evangelho”, como ele próprio nos recorda— os mistérios da vida pública de

 Jesus, e denominou-os “mistérios da luz”.

 

 Assim, diz-nos o Papa: «Ele é quem, declarado Filho predileto do Pai no

Batismo do Jordão, anuncia a chegada do Reino, dando testemunho dele com

 as suas obras e proclamando as suas exigências».




  

domingo, 3 de abril de 2022

HOMÍLIA DO DOMINGO DA 5o SEMANA DA QUARESMA

 I. Introdução

A mim, ó Deus, fazei justiça, defendei a minha causa contra a gente sem piedade; do homem perverso e traidor libertai-me, porque sois, ó Deus, o meu

   socorro (Sl 42,1s).

Reunidos para celebrar a Eucaristia, somos convidados a acolher o amor e a misericórdia de Deus, derramados sobre nós como rios em terra seca. A páscoa de Cristo se manifesta nos corações que buscam a comunhão com ele; lancemo-nos, pois, para a frente em nossa caminhada de fé, buscando superar o espírito de preconceito e condenação.

II. Comentário

 O povo vai ao encontro de Jesus, porque o ama e gosta de estar com ele. Há um

 relacionamento mútuo de amor e todos se sentem acolhidos. Por outro lado, há os

 adversários sempre dispostos a atrapalhar o encontro fraterno e amigo de Jesus com seu

 povo. Esses adversários levam uma mulher adúltera para que Jesus a condene conforme a lei.

 III.

Depois que Jesus ordenou que atirasse a primeira pedra quem não tivesse pecado,

 restaram somente, como disse Santo Agostinho, a grandeza do amor e a pequenez daquela

 mulher.

 Fora levada por aqueles que queriam sua condenação. Nosso Senhor, como sempre,

 não deixou passar a ocasião de transformar a vida daquela mulher e de dar uma boa lição aos

 seus acusadores, que foram embora envergonhados.

 O amor de Jesus supera a crueldade desses adversários, que não trouxeram o

 adúltero. Talvez ele estivesse de pé no meio deles com uma pedra na mão.

 Toda pessoa cristã deveria se colocar diante de Jesus, para receber ao mesmo tempo

 a abundância de seu amor e a indicação do caminho a seguir. Jesus é juiz e nos deixou um

 mandamento: não julguem.

 Ele reserva a si essa função, no fim dos tempos. Por ora, o que ele exerce, com

 abundância e muita generosidade, é a misericórdia, o amor e o perdão.

 Atualização

 A fuga sigilosa e divertida dos acusadores nos recorda de que quem julga é

apenas Deus e que todos nós somos pecadores.

 

• •

 Em nossa vida diária, por ocasião do trabalho, nas relações familiares ou de

amizade, fazemos juízos de valor. Mas algumas vezes nossos juízos são

 errôneos e obscurecem a boa reputação dos demais.

  Trata-se de uma verdadeira injustiça que nos obriga a reparar, tarefa nem

sempre fácil. Ao contemplar Jesus em meio a essa “matilha” de acusadores,

 entendemos muito bem o que assinalou Santo Tomás de Aquino: «A justiça e

 a misericórdia estão tão unidas que uma sustenta a outra.

  A justiça sem misericórdia é crueldade; e a misericórdia sem justiça é ruína,

destruição»



 

sábado, 2 de abril de 2022

HOMÍLIA do Sábado da 4° SEMANA DA QUARESMA

I. Introdução

As ondas da morte me cercavam, tragavam-me as torrentes infernais; na minha

II. Comentário

há mais consenso sobre quem é Jesus, e o motivo aí apresentado é sua origem: a

   angústia chamei pelo Senhor, de seu templo ouviu a minha voz (Sl 17,5ss).

Quem confia em Deus, mesmo que tenha de enfrentar ondas de violência e

 adversidades, sabe se colocar confiante em suas mãos. Renovemos nossa total confiança no Senhor.

  A presença, a palavra e os gestos de Jesus são provocadores e

 desconcertantes. Em pouco tempo, entre aqueles que compunham a multidão, não

  Galileia.

Os chefes dos sacerdotes e fariseus, entendidos da Lei, sabem muito bem de onde o messias virá, portanto, Jesus está desqualificado.

De outra sorte, a discussão estabelecida nos aponta uma clara postura de preconceito, pois subjaz a essa linha de raciocínio a questão: qual messias

 esperamos? Veremos que Jesus não corresponde ao messias triunfalista esperado, sua forma peculiar de agir frustrará muitos, pois não se adéqua às expectativas daqueles que esperam e acreditam num messias que se tornará Rei e tomará o poder

 político. Quem é Jesus para mim? O que espero dele.

III. Atualização

• «O Verbo de Deus se fez homem e o Filho de Deus se fez Filho do homem para que o homem, intimamente unido à Palavra de Deus, pudesse se tornar filho de Deus por adoção» (Santo Irineu de Lyon)

  • «Na raiz do mistério da salvação está, de fato, a vontade de um Deus misericordioso, que não quer se entregar à incompreensão, à culpa e à miséria do homem» (Francisco)

 • «Entre as autoridades religiosas de Jerusalém, não somente se encontravam o fariseu Nicodemos e o notável José de Arimateia, discípulos ocultos de Jesus, mas também, durante muito tempo, houve


dissensões a respeito d'Ele ao ponto de, na própria véspera da paixão, João poder dizer deles que ‘um bom número acreditou n' Ele’, embora de modo assaz imperfeito (Jo 12, 42); o que não é nada de admirar, tendo-se presente que, no dia seguinte ao de Pentecostes, ‘um grande número de sacerdotes se submetia à fé’ (Act 6, 7) e ‘alguns homens do partido dos fariseus tinham abraçado a fé’ (...)» (Catecismo da Igreja Católica, no 595)



 

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Homília da Sexta-feira da 4° Semana da Quaresma

 I. Introdução

Hoje, ambientados na “festa judia das Tendas”, comprovamos que o Evangelho de João toma seu ritmo do calendário de festas de Israel. Ao começo da atividade de Jesus encontramos a "Páscoa dos judeus", da qual se deriva o

     tema o verdadeiro templo (em conexão com cruz e a ressurreição) (cf. 2,13-25).

A cura do paralítico —marco da primeira grande predicação pública de Jesus em Jerusalém—aparece relacionada com "uma festa dos judeus" (5,1), provavelmente a “festa das Semanas” (Pentecostes). A multiplicação dos pães (e a predicação eucarística do Evangelho de João) conecta com a festa da Páscoa (cf. 6,4). Finalmente, encontramos novamente a Jesus em Jerusalém na festa da Dedicação do Templo (cf. 10,22).

 O caminho de Jesus culmina na sua última festa da Páscoa (cf. 12,1): ai, como verdadeiro cordeiro pascoal, derramará seu sangue na cruz. Sua oração sacerdotal desenvolve-se, justamente, a partir do conteúdo teológico da festa da Expiação

 II. Comentário

A vida de Jesus estava toda colocada nas mãos do Pai. Com esta consciência, ele enfrentava os desafios do ministério, sem se deixar abater pelos mal-entendidos, pelas hostilidades evidentes ou veladas ou mesmo pela ameaça de morte que pairava sobre a sua cabeça. Sua coragem manifestava-se na maneira aberta com que proclamava sua doutrina, em plena

      

 Jerusalém – no Templo –, mesmo sabendo que os judeus

 buscavam matá-lo.

Importava-lhe unicamente manter-se fiel a quem o enviou, pois não tinha vindo por si mesmo, nem proclamava uma doutrina de sua autoria e propriedade. As hostilidades contra ele

 provinham do desconhecimento do Pai. Logo, fruto da ignorância! Bastava que se abrissem para o Pai, para estarem em condições de compreender a veracidade do testemunho de Jesus.

A vida do Filho estava nas mãos do Pai. Isto impedia que os adversários assumissem o controle do destino de Jesus. Por isso, em vão, procuravam detê-lo e infligir-lhe a pena capital. "Sua hora ainda não chegara".

 A coragem do Mestre serviu de exemplo para os discípulos, sobretudo nos momentos difíceis de seu ministério apostólico. Também a vida deles estava nas mãos do Pai. Sendo assim, nenhum inimigo, por pior que fosse, haveria de se transformar em senhor de seus destinos. Somente o Pai pode determinar a hora de cada um!

 III. Atualização

• Jesus ainda está às voltas com os judeus que tentam matá-lo. Ao mesmo tempo que é cauteloso, Jesus mostra-se provocativo. Mais uma vez, Jesus diz quem é e em nome de quem realiza sua missão.


 • Ao falar da sua identidade, Jesus mostra-se sem reservas; entretanto, os judeus não são capazes de reconhecê-lo, pois não conhecem aquele que o enviou, o Pai.

• Parte da atitude de Jesus é provocativa, pois, ao revelar-se, ele instiga seus opositores a mostrarem-se, ou seja, a apresentarem suas credenciais. Estamos

 diante de um jogo de forças e interesses. Ao final, contudo, deve prevalecer a palavra que gera e promove a vida.