segunda-feira, 4 de abril de 2022

HOMÍLIA DA Segunda-feira da 5° semana da Quaresma

 I. Introdução

  Hoje, a cultura atual, profundamente marcada por um subjetivismo que

 desemboca muitas vezes no individualismo extremo, ou no relativismo, impulsiona

 os homens a se converterem em única importância de si mesmo, perdendo de vista

 outros objetivos que os atenham centrados em seu próprio eu, transformado em

 único critério de valorização da realidade.

 Deste modo, o homem tende a olhar cada vez mais para si mesmo, a se fechar

  em uns microcosmos existencial asfixiante, onde já não tem cabimento os grandes

ideais, abertos à transcendência, a Deus. Por outro lado, o homem que não se deixa

 encerrar nos estreitos limites de seu próprio egoísmo é capaz de una olhada autêntica

 aos demais e à criação.

 Com esse olhar, o homem toma consciência de sua característica essencial de

 criatura em contínua evolução, chamado a um crescimento harmonioso em todas

 suas dimensões, começando exatamente por sua própria interioridade, para chegar à

 realização plena do projeto que o Criador marcou no mais profundo do seu ser.

 II. Comentário

  «Quando tu, Senhor Jesus, me diriges à luz recibo ao Padre, sou coerdeiro contigo. Tendo dissipado as trevas que nos enrolam como uma nuvem, contemplemos ao Deus verdadeiro e proclamemos: “Bendita seja a luz verdadeira”» (São Clemente de Alexandria)

«Para todos aqueles que ao princípio escutaram a Jesus, da mesma

 forma para nós, o símbolo da luz evoca o desejo de verdade e a sede de chegar à plenitude do conhecimento que estão impressos no mais íntimo de cada ser humano» (São João Paulo II)

«Em Jesus Cristo, a verdade de Deus manifestou-se na sua totalidade. Cheio de graça e de verdade (Jo 1,14), Ele é a “luz do mundo” (Jo 8,12), Ele é a verdade. Quem nele crê não fica nas trevas. O discípulo de Jesus “permanece na sua palavra” para conhecer “a verdade que liberta” (cf. Jo 8,31-32) e que santifica (...)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2466)

III.

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Atualização

  O que é que isto quer dizer? Que em qualquer circunstância em que nos

encontremos, seja por trabalho ou na relação com os outros, na nossa relação

 perante Deus, frente às alegrias ou às tristezas...

  Podemos pensar: —Que fez Jesus numa circunstância semelhante?; podemos

sempre procurar no Evangelho e responder: —Isto mesmo é o que eu farei!

 Precisamente, João Paulo II incorporou no Santo Rosário —o “compêndio do

 Evangelho”, como ele próprio nos recorda— os mistérios da vida pública de

 Jesus, e denominou-os “mistérios da luz”.

 

 Assim, diz-nos o Papa: «Ele é quem, declarado Filho predileto do Pai no

Batismo do Jordão, anuncia a chegada do Reino, dando testemunho dele com

 as suas obras e proclamando as suas exigências».




  

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