I. Introdução
A mim, ó Deus, fazei justiça, defendei a minha causa contra a gente sem piedade; do homem perverso e traidor libertai-me, porque sois, ó Deus, o meu
socorro (Sl 42,1s).
Reunidos para celebrar a Eucaristia, somos convidados a acolher o amor e a misericórdia de Deus, derramados sobre nós como rios em terra seca. A páscoa de Cristo se manifesta nos corações que buscam a comunhão com ele; lancemo-nos, pois, para a frente em nossa caminhada de fé, buscando superar o espírito de preconceito e condenação.
II. Comentário
O povo vai ao encontro de Jesus, porque o ama e gosta de estar com ele. Há um
relacionamento mútuo de amor e todos se sentem acolhidos. Por outro lado, há os
adversários sempre dispostos a atrapalhar o encontro fraterno e amigo de Jesus com seu
povo. Esses adversários levam uma mulher adúltera para que Jesus a condene conforme a lei.
III.
•
Depois que Jesus ordenou que atirasse a primeira pedra quem não tivesse pecado,
restaram somente, como disse Santo Agostinho, a grandeza do amor e a pequenez daquela
mulher.
Fora levada por aqueles que queriam sua condenação. Nosso Senhor, como sempre,
não deixou passar a ocasião de transformar a vida daquela mulher e de dar uma boa lição aos
seus acusadores, que foram embora envergonhados.
O amor de Jesus supera a crueldade desses adversários, que não trouxeram o
adúltero. Talvez ele estivesse de pé no meio deles com uma pedra na mão.
Toda pessoa cristã deveria se colocar diante de Jesus, para receber ao mesmo tempo
a abundância de seu amor e a indicação do caminho a seguir. Jesus é juiz e nos deixou um
mandamento: não julguem.
Ele reserva a si essa função, no fim dos tempos. Por ora, o que ele exerce, com
abundância e muita generosidade, é a misericórdia, o amor e o perdão.
Atualização
A fuga sigilosa e divertida dos acusadores nos recorda de que quem julga é
apenas Deus e que todos nós somos pecadores.
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Em nossa vida diária, por ocasião do trabalho, nas relações familiares ou de
amizade, fazemos juízos de valor. Mas algumas vezes nossos juízos são
errôneos e obscurecem a boa reputação dos demais.
Trata-se de uma verdadeira injustiça que nos obriga a reparar, tarefa nem
sempre fácil. Ao contemplar Jesus em meio a essa “matilha” de acusadores,
entendemos muito bem o que assinalou Santo Tomás de Aquino: «A justiça e
a misericórdia estão tão unidas que uma sustenta a outra.
A justiça sem misericórdia é crueldade; e a misericórdia sem justiça é ruína,
destruição»
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