domingo, 3 de abril de 2022

HOMÍLIA DO DOMINGO DA 5o SEMANA DA QUARESMA

 I. Introdução

A mim, ó Deus, fazei justiça, defendei a minha causa contra a gente sem piedade; do homem perverso e traidor libertai-me, porque sois, ó Deus, o meu

   socorro (Sl 42,1s).

Reunidos para celebrar a Eucaristia, somos convidados a acolher o amor e a misericórdia de Deus, derramados sobre nós como rios em terra seca. A páscoa de Cristo se manifesta nos corações que buscam a comunhão com ele; lancemo-nos, pois, para a frente em nossa caminhada de fé, buscando superar o espírito de preconceito e condenação.

II. Comentário

 O povo vai ao encontro de Jesus, porque o ama e gosta de estar com ele. Há um

 relacionamento mútuo de amor e todos se sentem acolhidos. Por outro lado, há os

 adversários sempre dispostos a atrapalhar o encontro fraterno e amigo de Jesus com seu

 povo. Esses adversários levam uma mulher adúltera para que Jesus a condene conforme a lei.

 III.

Depois que Jesus ordenou que atirasse a primeira pedra quem não tivesse pecado,

 restaram somente, como disse Santo Agostinho, a grandeza do amor e a pequenez daquela

 mulher.

 Fora levada por aqueles que queriam sua condenação. Nosso Senhor, como sempre,

 não deixou passar a ocasião de transformar a vida daquela mulher e de dar uma boa lição aos

 seus acusadores, que foram embora envergonhados.

 O amor de Jesus supera a crueldade desses adversários, que não trouxeram o

 adúltero. Talvez ele estivesse de pé no meio deles com uma pedra na mão.

 Toda pessoa cristã deveria se colocar diante de Jesus, para receber ao mesmo tempo

 a abundância de seu amor e a indicação do caminho a seguir. Jesus é juiz e nos deixou um

 mandamento: não julguem.

 Ele reserva a si essa função, no fim dos tempos. Por ora, o que ele exerce, com

 abundância e muita generosidade, é a misericórdia, o amor e o perdão.

 Atualização

 A fuga sigilosa e divertida dos acusadores nos recorda de que quem julga é

apenas Deus e que todos nós somos pecadores.

 

• •

 Em nossa vida diária, por ocasião do trabalho, nas relações familiares ou de

amizade, fazemos juízos de valor. Mas algumas vezes nossos juízos são

 errôneos e obscurecem a boa reputação dos demais.

  Trata-se de uma verdadeira injustiça que nos obriga a reparar, tarefa nem

sempre fácil. Ao contemplar Jesus em meio a essa “matilha” de acusadores,

 entendemos muito bem o que assinalou Santo Tomás de Aquino: «A justiça e

 a misericórdia estão tão unidas que uma sustenta a outra.

  A justiça sem misericórdia é crueldade; e a misericórdia sem justiça é ruína,

destruição»



 

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