quarta-feira, 28 de setembro de 2022

HOMÍLIA DA QUARTA -FEIRA DO 26° COMUM

I. INTRODUÇÃO

II. COMENTÁRIO

  Hoje, o Evangelho invita-nos a reflexionar, com muita claridade e não com

 menos insistência, sobre o ponto central da nossa fé: o seguimento radical de Jesus.

 «Eu te seguirei aonde quer que tu vás» (Lc 9,57). Com que simplicidade a

 expressão que propõe um cambio total da vida de uma pessoa!: «Segue-me» (Lc 9,59).

 Palavras do Senhor que não admitem desculpas, demoras, condições, nem traições...

  A vida cristã é este seguimento radical de Jesus. Radical, não só porque em

 toda a sua duração quere estar debaixo da guia do Evangelho (porque compreende,

 portanto, todo o tempo da nossa vida), mas sim -sobretudo- porque todos os seus

 aspectos -desde os mais extraordinários até aos mais ordinários- querem ser e hão

 de ser manifestação do Espírito Santo de Jesus Cristo que nos anima.

 nós.

III.

• •

Efetivamente, desde o Batismo, a nossa já não é a vida de uma pessoa

 qualquer: levamos a vida de Cristo inserida em nós! Pelo Espírito Santo derramado

 nos nossos corações, já não somos nós que vivemos, senão que é Cristo que vive em

 Assim é a vida do cristão, é vida cheia de Cristo, ressume Cristo desde as suas

 raízes mais profundas: esta é a vida somos chamados a viver.

 ATUALIZAÇÃO

  O Senhor, quando veio ao mundo, ainda que «todo o gênero humano tinha o

seu lugar, Ele não o teve: não encontrou lugar no meio dos homens (...), só

 numa manjedoura, no meio do gado e dos animais, e ao lado das pessoas mais

 simples e inocentes.

  Por isso disse: As raposas têm tocas e os pássaros do céu têm ninhos; mas o

Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça» (São Jerônimo).

  O Senhor encontrará sitio no meio de nós se como João Batista, deixamos que

Ele cresça e que nós diminuamos, quer dizer, se deixamos crescer a Aquele

 que já vive em nós sendo dúcteis e dóceis ao seu Espírito, a fonte de toda

 humildade e inocência.



 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

HOMÍLIA DA TERÇA-FEIRA DO 26° COMUM

 II.Introdução

Hoje, o Evangelho nos oferece dois pontos principais para a reflexão pessoal.

Comentário

  ser levado ao céu, Jesus tomou a decisão de ir a Jerusalém» (Lc 9,51).

   realizando sua vontade redentora.

 III.

• •

Em primeiro lugar, nos diz que «quando se completaram os dias em que ia a

 O verbo que usa são Lucas significa “completar”, “consumar”; Jesus leva a

  plenitude o tempo marcado pelo Padre para completar sua missão salvífica por meio

da crucificação, morte e ressurreição.

 Então ele será glorificado, "levado ao céu". Diante dessa perspectiva, Jesus

 Cristo “tomou a decisão de subir a Jerusalém”, ou seja, a decisão firme de amar o Pai

Jesus morre na cruz dizendo: "Tudo está consumado" (Jo 19,30). O Senhor viveu

 para cumprir a vontade do Pai e manteve essa atitude de fidelidade até a morte.

 Assim devemos viver também, mesmo que experimentemos no caminho que

 nos leva a Deus a oposição ou a rejeição, o desprezo ou a marginalização por ser fiel

 ao Senhor.

 Segundo o Papa Francisco: «O verdadeiro progresso da vida espiritual não

 consiste em multiplicar os êxtases, mas em saber perseverar nos tempos difíceis:

 caminhar, caminhar, caminhar; se estiver cansado, pare um pouco e volte a andar,

 com perseverança.

  Atualização

 Em segundo lugar, diante da rejeição dos Os samaritanos, Tiago e João querem

fazer descer fogo do céu (cf. Lc 9,54).

  O Senhor os repreende por seu zelo indiscreto. Devemos nos lembrar da

paciência que Deus tem conosco, e ser pacientes com nossos irmãos em seu

 caminho para Deus, mesmo que eles não respondam imediatamente à sua

 graça.

  Deus quer que todos os homens sejam salvos e deu seu único Filho na cruz

por todos. Deus esgota todas as possibilidades de se aproximar de cada

 homem e espera com divina paciência o momento em que cada coração se

 abre à sua Misericórdia.



 

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

HOMÍLIA DA Segunda-feira do 26° Comum

I. Introdução

II. Comentário

  uma discussão sobre qual deles seria o maior» (Lc 9,46).

 Cada dia os meios de comunicação e também nossas conversas estão cheias

 de comentários sobre a importância das pessoas: dos outros e de nós mesmos.

   Esta lógica só humana produz, frequentemente, desejo de vitória, de ser

reconhecido, apreciado, correspondido, e a falta de paz, quando estes

 reconhecimentos não chegam.

 A resposta de Jesus a estes pensamentos -até mesmo comentários- dos

 discípulos, lembra o estilo dos antigos profetas. Antes das palavras estão os gestos.

 Jesus «pegou uma criança, colocou-a perto de si» (Lc 9,47).

 Depois vem o ensinamento: «aquele que entre todos vós for o menor, esse é

 o maior» (Lc 9,48). -Jesus, por que custa tanto aceitar que isto não é uma utopia para

 as pessoas que não estão implicadas no tráfico de uma tarefa intensa, na qual não

 faltam os golpes de uns contra os outros, e que, com a tua graça, podemos vivê-lo

 todos? Se o fizéssemos, teríamos mais paz interior e trabalharíamos com mais

 serenidade e alegria.

 III.

• •

Hoje, caminho de Jerusalém em direção à paixão, «surgiu entre os discípulos

 Esta atitude é também a fonte da onde brota a alegria, ao ver que outros

 trabalham bem por Deus, com um estilo diferente do nosso, mas sempre assumindo

 o nome de Jesus. Os discípulos queriam impedi-lo.

 Em troca, o Mestre defende aquelas outras pessoas. Novamente, o fato de

 sentir-nos filhos pequenos de Deus facilita-nos a ter o coração aberto para todos e

 crescer na paz, na alegria e na gratidão.

 Atualização

  Estes ensinamentos valeram à Santa Teresinha de Lisieux o titulo de Doutora

da Igreja: em seu livro História de uma alma, ela admira o belo jardim de flores

 que é a Igreja, e está contenta de perceber-se uma pequena flor.

  Ao lado dos grandes santos -rosas e açucenas- estão as pequenas flores -como

as margaridas ou as violetas- destinadas a dar prazer aos olhos de Deus,

 quando Ele dirige o seu olhar à terra.



 

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

HOMÍLIA DA SEXTA-FEIRA DA 25° COMUM

Introdução

 Hoje, no Evangelho, há dois interrogantes que o mesmo Maestro formula a todos.

   como resolvem a questão os outros: os vizinhos, os colegas de trabalho, os amigos,

 os familiares mais próximos.

 •

Comentário

  depende dos casos- de algumas dessas respostas que formulam quem têm relação

 conosco e com nosso âmbito, as pessoas.

 E a resposta diz-nos muito, informa-nos, situa-nos e faz que tomemos

 consciência daquilo que desejam, precisam, buscam os que vivem ao nosso lado.

 Ajuda-nos a sintonizar, a descobrir com o outro, um ponto de encontro para ir além.

 Há uma segunda interrogação que pede por nós: «E vós, quem dizeis que eu

 sou?» (Lc 9,20).

 É uma questão fundamental que chama à porta, que mendiga a cada um de

 nós: uma adesão ou uma rejeição; uma veneração ou uma indiferença; caminhar com

 Ele e Nele ou finalizar numa aproximação de simples simpatia.

 Esta questão é delicada, é determinante porque nos afeta. Que dizem nossos

 lábios e nossas atitudes? Queremos ser fiéis àquele que é e dá sentido ao nosso ser?

 Há em nós uma sincera disposição a segui-lo nos caminhos da vida? Estamos

 dispostos a acompanhá-lo à Jerusalém da cruz e da glória?

 III.

• • •

Atualização

O primeiro interrogante pede uma resposta estatística, aproximada: «Quem

 dizem as multidões que eu sou?» (Lc 9,18). Faz que giremos ao redor e contemplemos

Olhamos o entorno e sentimo-nos mais ou menos responsáveis ou próximos -

«É um caminho de cruz e ressurreição (...). A cruz é exaltação de Cristo.

  Disse-o Ele mesmo: Quando seja levantado, atrairei a todos para mim. (...)

A cruz, pois, é glória e exaltação de Cristo» (São André de Creta).

  Dispostos para avançar para Jerusalém? Somente com Ele e Nele, verdade




quarta-feira, 21 de setembro de 2022

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA DO 20° COMUM

I Introdução

Comentário

  conta no seu Evangelho sobre a sua conversão.

    Com Mateus chega ao grupo dos Doze um homem totalmente diferente

dos outros apóstolos, tanto pela sua formação como pela sua posição social e

 riqueza.

 Seu pai lhe fez estudar economia para poder fixar o preço do trigo e do

 vinho, dos peixes que seriam trazidos por Pedro e André e os filhos de Zebedeu e

 o das pérolas preciosas das quais fala o Evangelho.

Seu ofício, de coletor de

  impostos, era mal visto.

 Aqueles que o exerciam eram considerados publicanos e pecadores. Estava

 ao serviço do rei Herodes, senhor da Galiléia, um rei detestado pelo seu povo e

 que o Novo Testamento nos apresenta como um adúltero, o assassino de João

 Batista e aquele que escarneceu Jesus a Sexta Feira Santa.

 O que pensaria Mateus quando ia render contas ao Rei Herodes? A

 conversão de Mateus devia supor uma verdadeira liberação, como o demonstra o

 banquete ao que convidou os publicanos e pecadores. Foi a sua maneira de

 demonstrar agradecimento ao Mestre por ter podido sair de uma situação

 miserável e encontrar a verdadeira felicidade.

 III.

• •

Hoje celebramos a festa do apóstolo e evangelista São Mateus. Ele mesmo nos

Estava sentado na coletoria de impostos e Jesus o convidou a segui-lo. Mateus

 -diz o Evangelho- «se levantou e seguiu-o» (Mt 9,9).

Atualização

  São Beda o Venerável, comentando a conversão de Mateus, escreve: «A

conversão de um coletor de impostos dá exemplo de penitência e de

 indulgência a outros coletores de impostos e pecadores (...).

  No primeiro instante da sua conversão, atrai até Ele, que é como dizer até

a salvação, a um grupo inteiro de pecadores».

  Na sua conversão se faz presente a misericórdia de Deus como se

manifesta nas palavras de Jesus frente à crítica dos fariseus: «Misericórdia

 eu quero, não sacrifícios. De fato, não é a justos que vim chamar, mas a

 pecadores» (Mt 9,13).



 

terça-feira, 20 de setembro de 2022

HOMÍLIA DA TERÇA-FEIRA DO 25° COMUM


«Só no Verbo que se fez carne, cujo amor se cumpre na cruz, a obediência é perfeita» (Benedito XVI).

«Pela fé, o homem submete completamente a Deus a inteligência e a vontade; com todo o seu ser, o homem dá assentimento a Deus revelador. A Sagrada Escritura chama «obediência da fé» a esta resposta do homem a Deus revelador (cf. Rom 1,5)» (Catecismo da Igreja Católica, no 143).

III. Atualização

• •

Hoje, lemos uma formosa passagem do Evangelho. Jesus não ofende, de modo

 algum, a Sua Mãe, já que Ela é a primeira a escutar a Palavra de Deus e dela nasce

 Aquele que é a Palavra.

  E, simultaneamente, Ela é a que mais perfeitamente cumpriu a vontade de

Deus: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38),

 responde ao anjo na Anunciação.

   Jesus revela-nos de que precisamos, também nós, para chegar a ser seus

familiares: Aqueles que ouvem...(Lc 8,21) e, para ouvir é necessário que nos

 aproximemos, tal como os seus familiares, que chegaram até onde Ele estava,

 mas não podiam aproximar-se por causa da multidão.

  Os familiares esforçam-se por se aproximar, seria conveniente que nos

perguntássemos se lutamos e procuramos vencer os obstáculos que

 encontramos na hora de nos aproximarmos da Palavra de Deus.

  Dedico, todos os dias, uns minutos a ler, escutar e meditar a Sagrada Escritura?

S. Tomás de Aquino recorda-nos que: é necessário que meditemos

 continuamente a Palavra de Deus(...) ; esta meditação ajuda fortemente na luta

 contra o pecado.



 

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA DO 21° COMUM

I. Introdução

Anunciai todos os dias a salvação de Deus, proclamai a sua glória às nações (Sl

  SÃO BARTOLOMEU, APÓSTOLO

(vermelho, glória, pref. dos apóstolos, – ofício da festa)

   95,2s).

Bartolomeu, conhecido como Natanael, era de Caná da Galileia. É um dos apóstolos escolhidos diretamente por Jesus e cujo nome consta em todas as listas dos Doze. A ele é atribuída a límpida profissão de fé diante de Jesus, que dizia tê-lo visto “debaixo da figueira”: “Mestre, tu és o Filho de Deus, és o rei de Israel”. Segundo antiga tradição, teria evangelizado a Índia, onde morreu mártir. Deixemo-nos motivar por seu ardor apostólico.

 II. Comentário

  Bartolomeu, de Caná da Galileia, é identificado com Natanael. Quem lhe apresentou

 Jesus foi o apóstolo Filipe, que acrescentou: “Jesus vem de Nazaré”.

 Essa informação deu margem para algum atrito na conversa: o preconceito de

 Natanael contra quem era de Nazaré; a simpatia de Jesus, que elogiou a autenticidade dele;

 o desconcerto, mas também a certeza de Natanael, reconhecendo estar diante de pessoa

 extraordinária: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”.

 Cativado por Jesus, Natanael tornou-se seu apóstolo e entusiasta pregador do

 Evangelho. Antiga tradição registra que Bartolomeu exerceu o ministério apostólico na Índia,

 onde converteu para Cristo grande número de pessoas. Esteve também na Armênia e na

 Pérsia, hoje Irã. Morreu decapitado, após ter a pele arrancada.

III.

 Atualização

 Hoje contemplamos a chamada de Natanael, tradicionalmente identificado

com o apostolo Bartolomeu. Sobressai sua confissão de fé: «Rabi, tu és o Filho

 de Deus, tu és o Rei de Israel!». Esta confissão tem a função de abrir o terreno

 ao quarto Evangelho, pois oferece um primeiro e importante passo no caminho

 da adesão a Cristo.

  Bartolomeu reconhece Jesus tanto pela sua relação especial com Deus Pai, de

quem é Filho unigênito, quanto pela relação com o povo de Israel, de quem é

 chamado rei (atribuição própria do Messias esperado) Estes dois elementos

 são essenciais: Se proclamássemos somente a dimensão celestial de Jesus

 correríamos o risco de fazer Dele um ser etéreo e evanescente; se somente

 

reconhecêssemos seu papel concreto na história, poderíamos descuidar sua

 dimensão divina, que constitui sua própria identidade.

  São Bartolomeu, intercede para que —imitando teu passo discreto pela vida—

eu saiba aderir me a Deus e dar testemunho Dele sem realizar obras

 sensacionais: Extraordinário é Jesus.