terça-feira, 26 de abril de 2022

Homília da Terça-feira da 2° semana do tempo Pascal

Introdução

Comentário

Hoje, Jesus nos expõe a dificuldade de prevenir e conhecer a ação do Espírito Santo: de fato, «sopra onde quer» (Jo 3,8).

Isto relaciona-o com o testemunho que Ele mesmo está dando e com a necessidade de nascer do alto.

  «É necessário para vós nascer» (Jo 3,7), diz o Senhor com claridade, é necessária uma nova vida para poder entrar na vida eterna. Não é suficiente com um ir puxando para chegar ao Reino dos Céus, é necessária uma vida nova regenerada pela ação do Espírito de Deus.

A nossa vida profissional, familiar, esportiva, cultural, lúdica e, sobretudo, de piedade tem que ser transformada pelo sentido cristão e pela ação de Deus. Tudo, transversalmente, tem que ser impregnado pelo seu Espírito.

Nada, absolutamente, nada deveria ficar fora da renovação que Deus realiza em nós com o seu Espírito.

Uma transformação que tem Jesus Cristo como catalisador. Ele, que

  antes tinha que ser elevado na Cruz e que também tinha que ressuscitar, é quem pode fazer com que o Espírito de Deus nos seja enviado.

Ele que tem vindo do alto. Ele que tem mostrado com muitos milagres o seu poder e a sua bondade. Ele que em tudo faz a vontade do Pai. Ele que tem sofrido até derramar a última gota de sangue por nós.

Graças ao Espírito que nos enviará, nós «podemos subir ao Reino dos Céus, por Ele obtemos a adoção filial, por Ele se nos dá a confiança de nomear Deus com o nome de “Pai”, a participação da graça de Cristo e o direito a participar da gloria eterna» (São Basílio Magno).

Façamos que a ação do Espírito tenha acolhimento em nós, escutemo- lhe e, apliquemos as suas inspirações para que cada um seja –no seu lugar habitual- um bom exemplo elevado que irradie a Luz de Cristo.

  III.

Atualização

«[Cristo], em sua venida, trouxe consigo toda novidade» (Santo Irineu)

 

 • «Ele sempre pode, com sua novidade, renovar nossa vida e nossa comunidade e, embora passe épocas obscuras e debilidades eclesiais, a proposta Cristiana nunca envelhece» (Francisco)

• «A água baptismal é então consagrada por uma oração de epiclese (ou no próprio momento, ou na Vigília Pascal). A igreja pede a Deus que, pelo seu Filho, o poder do Espírito Santo desça a esta água, para que os que nela forem batizados “nasçam da água e do Espírito” (Jo 3,5)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 1238).




segunda-feira, 25 de abril de 2022

HOMÍLIA DA SEGUNDA-FEIRA DA 2° SEMANA DA PÁSCOA

I. INTRODUÇÃO

Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a todas as criaturas, aleluia!

  SÃO MARCOS, EVANGELISTA

(vermelho, glória, pref. dos apóstolos II, – ofício da festa)

   (Mc 16,15)

João Marcos era membro de uma família de Jerusalém que pôs sua casa à disposição dos primeiros cristãos.

Acompanhou Paulo em sua primeira viagem apostólica. Foi discípulo de Pedro em Roma.

A ele é atribuída a redação do primeiro Evangelho, o qual nos apresenta um Messias humilhado, sofredor, crucificado e reconhecido como Filho de Deus pelo centurião.

Celebremos esta festa com o sincero desejo de conhecer e amar, de maneira

 mais profunda, nosso Mestre Jesus Cristo.

 II. Comentário

 O evangelista Marcos não pertenceu ao grupo dos doze apóstolos, porém deve

 ter sido discípulo de Jesus.

Pertencia a uma família de Jerusalém, que pôs sua casa à disposição dos primeiros cristãos (cf. At 12,12-16).

Participou da primeira viagem apostólica de Paulo (At 12,25; 13,5). Marcos

 acompanhou Pedro a Roma e prestou-lhe serviços durante a prisão do chefe dos apóstolos (cf. Cl 4,10).

Se essas informações se confirmam, ficamos sabendo que Marcos extraiu de

 fontes genuínas o Evangelho que ele põe por escrito, “o Evangelho de Marcos”.

As últimas palavras do seu Evangelho testemunham que muitos sinais e prodígios haveriam de acompanhar e confirmar a obra dos seguidores de Jesus.


 Isso de fato aconteceu; a Igreja primitiva o comprova (Atos dos Apóstolos).

III. Atualização

 • «Assim como o sol, criatura de Deus, é um e o mesmo em todo o mundo, também a pregação da verdade brilha em todos os lugares e ilumina todos aqueles que querem chegar ao conhecimento da verdade» (Santo Irineu de Lyon)

• «Todos somos chamados a ser escritores vivos do Evangelho,

 portadores da Boa Nova a cada homem e mulher de hoje» (Francisco)

• «Desde a Ascensão, o plano de Deus entrou na sua consumação. Estamos na 'última hora' (1Jn 2,18). “O fim da história chegou para nós e a renovação do mundo já está decidida de forma irrevogável e até de alguma forma real já antecipada neste mundo. A Igreja, de fato, e na terra, caracteriza-se pela verdadeira santidade, ainda que imperfeita” (Concílio Vaticano II). O Reino de Cristo manifesta a sua presença através dos sinais milagrosos (cf. Mc 16,17-18) que acompanham o seu anúncio pela Igreja (cf. Mc 16,20)» (Catecismo da Igreja Católica, no 670.


  

domingo, 24 de abril de 2022

HOMÍLIA II DOMINGO DA PÁSCOA

Domingo da Misericórdia

 I. Introdução

II. Comentário

 Hoje, segundo Domingo da Páscoa, completamos a oitava deste tempo litúrgico, uma das oitavas —juntamente com a do Natal— que a renovação litúrgica do Concílio Vaticano II manteve.

 Durante oito dias, contemplamos o mesmo mistério a aprofundamo-lo à luz do Espírito Santo.

 Por desígnio do Papa João Paulo II, a este Domingo chama-se o Domingo da Divina Misericórdia. Trata-se de algo que vai muito mais além de uma devoção particular.

Como explicou o Santo Padre na sua encíclica Dives in misericordia, a Divina Misericórdia é a manifestação amorosa de Deus em uma história ferida pelo pecado.

A palavra “Misericórdia” tem a sua origem em duas palavras: “Miséria” e “Coração”. Deus coloca a nossa miserável situação devida ao pecado no Seu coração de Pai, que é fiel aos Seus desígnios. Jesus Cristo, morto e

  ressuscitado, é a suprema manifestação e atuação da Divina Misericórdia.

«Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito» (Jo 3,16) e entregou-O à morte para que fossemos salvos. «Para redimir o escravo sacrificou o Filho», temos proclamado no Pregão pascal da Vígilia.

E, uma vez ressuscitado, constituiu-O em fonte de salvação para todos os que crêem nele. Pela fé e pela conversão, acolhemos o tesouro da Divina Misericórdia.

A Santa Madre Igreja, que quer que os seus filhos vivam da vida do Ressuscitado, manda que —pelo menos na Páscoa— se comungue na graça de

Deus. A cinquentena pascal é o tempo oportuno para cumprir esta determinação.

É um bom momento para confessar-se, acolhendo o poder de perdoar os pecados que o Senhor ressuscitado conferiu à sua Igreja, já que Ele disse

  aos Apóstolos: «Recebei o Espírito Santo.

Áqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados» (Jo 20,22- 23). Assim iremos ao encontro das fontes da Divina Misericórdia. E não


 hesitemos em levar os nossos amigos a estas fontes de vida: à Eucaristia e à Confissão. Jesus ressuscitado conta conosco.

 III. Atualização

• «E a Vós, Senhor, que vedes claramente, com os vossos olhos, os abismos da consciência humana o que, de mim, Te poderia passar despercebido, mesmo que me recusasse a confessa-lo?» (Santo Agostinho)

• «Muitas vezes pensamos que confessar-nos é como ir à lavandaria. Mas

 Jesus, no confessionário, não é uma lavandaria. A confissão é um encontro com Jesus que nos espera tal qual somos» (Francisco)

• «Cristo age em cada um dos sacramentos. Ele dirige-Se pessoalmente a cada um dos pecadores: “Meu filho, os teus pecados são-te perdoados” (Mc 2, 5); Ele é o médico que Se inclina sobre cada um dos doentes com necessidade d'Ele para os curar: alivia-os e reintegra-os na comunhão fraterna. A confissão pessoal é, pois, a forma mais significativa da reconciliação com Deus e com a Igreja» (Catecismo da Igreja Católica, no 1.484)


 

sábado, 23 de abril de 2022

CAMPANHA DA FRATERNIDADE -2022 IV

A educação católica e a sociedade

Há uma íntima união entre a Igreja e toda a família humana. Isso foi afirmado no Concílio Ecumênico Vaticano II, na Constituição Gaudium Et Spes, afirmando: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração.

 Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história” (GS,1).

Dessas consistentes afirmações podemos extrair diversas importantes conclusões:

 1. Aeducaçãoestáprofundamenteencarnadanahistória;nãoháautêntica educação sem historicidade e quando isso acontece torna-se alienada e alienante;

2. Significa que a Igreja, os discípulos de Jesus Cristo, não formam uma sociedade à parte, mas fazem parte da mesma história na qual vivemos juntos, com outros que não fazem parte da Igreja, mas formamos a

 mesma família humana;

3. Tudo o que a Igreja faz, tem um impacto social: a liturgia tem consequências comunitárias, a doutrina tem uma dimensão social, a educação católica é portadora de uma força transformadora da sociedade;

4. A educação católica reconhecendo que há uma só família humana deve estimular nos educandos a consciência da irmandade universal, da fraternidade e o dever da promoção da experiência da solidariedade e da empatia em todas as circunstâncias;

 5. Aeducaçãocatólicanaescolaounauniversidade,ouemqualqueroutra instituição, não deve se fechar numa redoma, mas estimular internamente a consciência da ação conjunta e da responsabilidade social;

6. A consciência da responsabilidade da educação gera a criatividade na promoção de novas práticas pedagógicas estimulando, assim, um mutirão

 para a transformação interna e da sociedade em vista da transformação do mundo.



Homília do sábado da Oitava da Páscoa.

 I. Introdução

II. Comentário

Homília do sábado da Oitava da Páscoa,

  O evangelista Marcos, no relato que nos apresenta hoje, condensa várias narrativas

 que vemos em Lucas e Mateus.

 O cerne dessa brevíssima mensagem é simples e, ao mesmo tempo, profundamente

 desafiador: é preciso crer que ele próprio, Jesus, ressuscitou e, por causa da sua ressurreição,

 anunciar o Evangelho a toda criatura.

  Ouvistes o que o Senhor disse aos seus discípulos depois da ressurreição:

 enviou-os a pregar o Evangelho, e eles assim fizeram. Escutai: «O seu eco ressoou por

 toda a Terra, e a sua palavra até aos confins do mundo» (Sl 19,5).

 Passo a passo, o Evangelho chegou até nós e até aos confins da Terra. Em

 poucas palavras, o Senhor disse aos seus discípulos, e por eles a todos nós, o que temos

 de fazer e o que devemos esperar: «Quem acreditar e for batizado, será salvo» (Mc

 16,16).

 Ele pede-nos fé e oferece-nos a salvação. É tão precioso o que nos oferece que

 o que nos pede nada é. «Ó Deus, [...] os filhos dos homens refugiam-se sob as tuas asas

 [...], Tu os inebrias no rio das tuas delícias. Em Ti está a fonte da vida» (Sl 35,8s).

 Jesus Cristo é a fonte da vida. Antes de a fonte da vida ter vindo até nós, só

 tínhamos uma salvação humana, uma salvação semelhante à dos animais de que fala

 o salmo: «Tu, Senhor, salvas os homens e os animais» (Sl 35,7). Mas agora a fonte da

 vida veio até nós, a fonte da vida morreu por nós; como poderá recusar-nos a vida Aquele

 que Se ofereceu à morte por nós? Ele é a salvação, e esta salvação não é ineficaz como

 a outra.

 Porquê? Porque não desaparece. O Salvador veio. Ele morreu, mas matou a

 morte; em Si, pôs fim à morte; assumiu-a e matou-a. Onde está agora a morte? Procurai-

 a em Cristo e não a encontrareis. Esteve nele, mas foi morta nele. Ó vida, morte da morte!

 Recuperai a coragem: também em nós ela morrerá. O que foi alcançado na Cabeça

 também será realizado nos membros, e a morte morrerá também em nós.

III.

Atualização

 Tarefas fáceis? Não! Precisamos pedir a Deus que venha em nosso auxílio e nos

 conceda o dom da fé. E precisamos estar abertos à novidade que é o Reino de

 Deus, acolhê-lo em nossas vidas e levá-lo a nossos irmãos e irmãs em toda parte.

 Jesus não nos pede pouco! Afinal, ele entregou a sua própria vida como

 consequência de vocacionado fiel ao Pai.

 A ressurreição de Jesus pode nos credenciar como discípulos-missionários, e nos

 habitar a sermos anunciadores de um novo tempo de paz e prosperidade para

todos.




sexta-feira, 22 de abril de 2022

CAMPANHA DA FRATERNIDADE – 2022 III Educação profissional

A educação nos possibilita a qualificação profissional; não existe profissional que não tenha passado por um processo de educação, de formação, treinamento... A nossa vida profissional tem uma dimensão social, depende da sociedade; a formação profissional é resposta às demandas ou necessidades da sociedade... Enfim, todas as dimensões da pessoa devem ser formadas.

 Uma dimensão sem formação, ou mal-educada, pode levar a pessoa a promover crimes; por isso há crimes na esfera afetiva, na dimensão sexual, profissional, religiosa, na comunicação etc. Todo crime está sempre diretamente relacionado à uma dimensão humana e com forte repercussão social.

Quando a educação prescinde do dinamismo da sociedade, ela engana a pessoa; não a capacita para a vida, aliena, engessa, bitola, aprisiona; por isso, se fala nas famílias de formar para vida; formar homens e formar mulheres!

A sociedade molda a educação, a condiciona e a educação, por sua vez, contribuição para a transformação da sociedade através das ideias, de valores, parâmetros, exigências, critérios, modelos apresentados. Há uma íntima relação entre sociedade e educação. Por tudo isso a educação deve estar a serviço da sociedade!




OITAVA DA PÁSCOA V

Esse ano, a Oitava da Páscoa e o tempo pascal terão um significado especial.

 Depois de dois anos sem poder se reunir em comunidade para celebrar o mistério pascal

 de Cristo, esse ano toda a comunidade pode celebrá-lo.

 Que o Espírito Santo infunda no coração dos fiéis o Espírito Santo da nova

 criação e, de uma vez por todas, possamos ficar livres da Covid-19 e que a paz seja

 restabelecida no mundo, particularmente, na Ucrânia.

 Desejo uma feliz e santa Páscoa para todos e um excelente tempo pascal. Que

 o Espírito Santo nos santifique.