sábado, 7 de agosto de 2021

Homília do Sábado XVIII do Tempo Comum


I. Introdução


A Palavra de Deus põe na nossa frente a reflexão sobre a qualidade de nossa fé e, a maneira como a aprofundamos e, nos lembra aquela atitude do pai de família que se aproxima a Jesus e lhe roga com a profundidade do amor de seu coração.

II. Comentário

Hoje, uma vez mais, Jesus dá a entender que a medida dos milagres é a medida de nossa fé: Eu vos asseguro: se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: Vai daqui para lá, e ela irá (Mt 17,20). 

De fato, como fazem notar São Jerônimo e Santo Agostinho, na obra de nossa santidade (algo que claramente supera as nossas forças) se realiza esse deslocar-se o monte. Por tanto, os milagres aí estão e, se não vemos mais é porque não lhe permitimos os fazer por nossa pouca fé.

Ante uma situação desconcertante e para todos incompreensíveis, o ser humano reage de diversas maneiras. A epilepsia era considerada como uma doença incurável e que sofriam as pessoas que se encontravam possuídas por algum espírito maligno.

III Atualização

• O pai daquela criatura expressa seu amor para o filho buscando sua cura integral, e vai a Jesus. Sua ação é mostrada como um verdadeiro ato de fé. Ele se ajoelha ante Jesus e o impreca diretamente com a convicção interior de que sua petição será escutada favoravelmente. 
• A maneira de expressar a demanda mostra, ao mesmo tempo, a aceitação de sua condição e, o reconhecimento da misericórdia daquele que pode sentir compaixão dos outros.
• Aquele pai menciona o fato de que os discípulos não puderam jogar àquele demônio. Esse elemento introduz a instrução de Jesus fazendo notar a pouca fé dos discípulos.

Oração 

Ó Jesus, Filho do Homem, pela transfiguração, revelaste aos apóstolos que a tua vida não caminha para o fracasso, mas para a glória eterna. Revelaste também que és o Filho amado do Pai, a quem devemos sempre escutar. Concede-nos coração receptivo e ouvidos atentos aos teus ensinamentos. Amém.

➢ Pela fé, homens e mulheres de todas as idades, cujos nomes estão escritos no livro da vida, confessaram ao longo dos séculos a beleza de seguir o Senhor.



 

Pe. Edivânio José.

 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Homília da SEXTA-FEIRA TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

I. Introdução

O Espírito Santo apareceu na nuvem luminosa, e a voz do Pai se fez ouvir: Este é o meu Filho amado, nele depositei todo o meu amor. Escutai-o (Mt 17,5).

A festa da Transfiguração do Senhor tem sua origem mais remota entre os monges que viviam no deserto. Depois de ser assumida por diversas dioceses e abadias, foi introduzida em Roma em 1457. Nela celebramos o mistério pascal de Jesus, que se deixa ver em sua glória, antes de sofrer a paixão. Acolhamos o Filho amado do Pai em nossa vida e deixemo-nos também transfigurar por ele.

II. Comentário

O episódio da transfiguração do Senhor tornou-se objeto de uma festa litúrgica oriental já no século V. Na Igreja ocidental, esta festa surge pela primeira vez no século X e se difunde com rapidez. Só foi introduzida em toda a Igreja pelo papa Calisto III, em 1456 (6 de agosto). 

Aos três discípulos, entristecidos com o anúncio de sua paixão e morte, Jesus quer mostrar que sua vida não será um fracasso, mas terá um fim vitorioso, a ressurreição. No alto monte, lugar da manifestação divina, Jesus se transfigura diante dos três mais representativos entre os apóstolos. 

Dois representantes de todo o Antigo Testamento (Moisés, a Lei; Elias, os profetas) conversam com Jesus: o Antigo Testamento não tem uma mensagem direta para os cristãos; ela deve passar pelo filtro, isto é, pela interpretação de Jesus.

III. Atualização
• Senhor, obrigado porque sempre nos mantem na fé por meio do serviço de teu Vicário, o Papa. Acompanha-o para que ele nunca se debilite!
• A Transfiguração nos recorda que as alegrias semeadas por Deus na vida não são pontos de chegada, e sim luzes que Ele nos dá na peregrinação terrena para que “Jesus só” seja nossa Lei, e sua Palavra seja o critério, o gozo e a bem-aventurança de nossa existência.

Oração

Ó Jesus, Filho do Homem, pela transfiguração, revelaste aos apóstolos que a tua vida não caminha para o fracasso, mas para a glória eterna. Revelaste também que és o Filho amado do Pai, a quem devemos sempre escutar. Concede-nos coração receptivo e ouvidos atentos aos teus ensinamentos. Amém.

➢ Hoje e todos os dias podemos escutar Jesus. Vai até ao sacrário, faz silêncio, ajoelha-te e vais ouvi-Lo.



 

Pe. Edivânio José.

 

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Homília da Quinta-feira da 18ª semana do Tempo Comum

I. Introdução

Hoje Jesus proclama afortunado a Pedro pela sua acertada declaração de fé: Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’. Jesus então declarou: ‘Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu’ (Mt 16,16-17).

II. Comentário

Nesta saudação Jesus promete a Pedro o primado da sua Igreja; mas pouco depois faz-lhe uma reconvenção por lhe ter manifestado uma ideia demasiado humana e errada do Messias: Então Pedro o chamou de lado e começou a censurá-lo.” 

Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!. Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens! (Mt 16,22-23).

Devemos agradecer aos evangelistas o fato de nos terem apresentado os primeiros discípulos de Jesus tal como eram: não como personagens idealizados, mas como gente de carne e osso, como nós, com as suas virtudes e os seus defeitos; esta circunstância aproxima-os de nós e ajuda-nos a ver que o aperfeiçoamento na vida cristã é um caminho que todos devemos fazer, pois ninguém nasce ensinado.

III. Atualização
• Dado que já sabemos como foi a história, aceitamos que Jesus Cristo tenha sido o Messias sofredor, profetizado por Isaías e tenha entregue a sua vida na cruz. O que mais nos custa aceitar é que tenhamos de manter presente a sua obra a través do mesmo caminho de entrega, renúncia e sacrifício. 
• Imbuídos como estamos numa sociedade que pugna pelo êxito rápido, por aprender sem esforço e de modo divertido, e por conseguir o máximo aproveitamento com o mínimo de trabalho, é fácil acabarmos vendo as coisas mais como os homens do que como Deus. Uma vez recebido o Espírito Santo, Pedro aprendeu por onde passava o caminho que devia seguir e viveu na esperança. 
• As tribulações do mundo estão cheias de penas e vazias de prémio; mas as que se padecem por Deus ficam suavizadas com a esperança de um prémio eterno (Santo Efrén).



 

 

Pe. Edivânio José.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Homília de SÃO JOÃO MARIA VIANNEY PRESBÍTERO E CONFESSOR


I. Introdução

Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com inteligência e sabedoria (Jr 3,15).

Vianney nasceu na França em 1786 e lá faleceu em 1859. Tendo ingressado no seminário, foi barrado por apresentar dificuldades nos estudos. Seu pároco, porém, encarregou-se de prepará-lo para a vida sacerdotal. Ordenado sacerdote, exerceu seu ministério, na pequena aldeia de Ars, por mais de 40 anos. Dedicava horas no atendimento às confissões. O papa Pio 11 o canonizou e o proclamou “patrono dos párocos”. Esta memória nos convida a sermos atenciosos e solidários com os dirigentes de nossas comunidades.

I. Comentário

O Ser de Deus é o mais verdadeiro: É o eterno, a origem e o fundamento de tudo. E Cristo é a imagem encarnada dessa Verdade, o espelho no qual nós podemos contemplá-la. 

Jesus Cristo não disse “Eu sou o costume”, senão “Eu sou a Verdade” Cristo não sanciona simplesmente o costume: pelo contrário, Ele nos arranca dos costumes (“todos o fazem...", dizemos sempre). 

Ele deseja que os abandonemos e nos exige que procuremos a verdade, o que nos introduz na realidade do Criador, de nosso próprio ser.

Hoje, o Mestre ensina-nos que é muito importante insistir na nossa oração. Como aquela mulher cananeia: parece que Jesus não lhe liga, mas ela insiste com humildade. Talvez, alguma vez, penses que perante Deus és como um “cachorrinho”: não te rendas! reza! pede!

II. Atualização
• Devemos aprender da atitude dessa mulher Cananéia, quer dizer, não judia: Prostra-se diante da Verdade. Que é a verdade? Expressado num tom despectivo, é o que escutou Jesus enquanto o julgavam injustamente. A Cananéia, porém, inclinou-se diante da Verdade não só fisicamente, senão também intelectualmente: “É verdade, Senhor” afirmou.
• Admirável é a fé da mulher cananeia. É Jesus quem o reconhece e proclama em voz alta: “Mulher, é grande a sua fé”. Na verdade, Jesus se havia retirado para essa região estrangeira e pagã a fim de espairecer um pouco, já que tinha tido anteriormente uma desgastante audiência com os doutores da Lei e os fariseus sobre a questão do que é puro ou impuro.
• Ao ouvir os rogos da mulher para libertar sua filha, Jesus parece não querer dar-lhe ouvidos. Seus apóstolos intercedem: “Atende-a”. Pelo diálogo forte entabulado com a mulher, ficamos com a impressão de que Jesus queria testar a qualidade de sua fé. Logo veio a comprovação de que se tratava de fé profunda. Por isso, o milagre se deu em benefício da mãe, atendendo sua súplica, e da filha, libertando-a das forças malignas.



Pe. Edivânio José.

 

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Homília da Segunda-feira da 18ª semana do Tempo Comum I.


I. Introdução

Evangelho toca nossos "esquemas mentais"... Por isso, hoje, como nos tempos de Jesus, podem surgir as vozes dos prudentes para sopesar se vale a pena determinado assunto. 

Os discípulos, ao ver que se fazia tarde e, como não sabiam como atender àquelas pessoas reunidas em torno de Jesus, encontraram uma saída honrosa: Que possam ir aos povoados comprar comida! (Mt14,15). 

Não podiam esperar que seu Mestre e Senhor contrariasse esse raciocínio, aparentemente tão prudente, dizendo-lhes: Vós mesmos dai-lhes de comer! (Mt 14,16).

II. Comentários

Um ditado popular diz: Aquele que deixa Deus fora de suas contas, não sabe contar. E é verdade, os discípulos e nós também não sabemos contar, porque nos esquecemos frequentemente, de acrescentar o elemento de maior importância na soma: Deus mesmo entre nós.

Os discípulos fizeram bem as contas; contaram com exatidão o número de pães e peixes, mas ao dividi-los mentalmente entre tanta gente, eles obtinham sempre um zero periódico; por isso optaram pelo realismo prudente: Só temos aqui cinco pães e dois peixes” (Mt 14,17). Não percebem que eles têm a Jesus verdadeiro Deus e verdadeiro homem entre eles!

Seria bom se você e eu, quando confrontados com as dificuldades, antes de darmos uma sentença de morte à ousadia e ao otimismo do espírito cristão, contássemos com Deus. Tomara que possamos dizer como São Francisco, naquela oração genial: Onde houver ódio que eu leve o amor, isto é, onde as contas não baterem, que contemos com Deus.

III. Atualização
• Se destacam os elementos muito próprios da Eucaristia. Primeiro: para instituir a Eucaristia Jesus Cristo escolhe o "pão", porque é como uma imagem da paixão. O pão se supõe que a semente o grão de trigo caiu na terra, "morreu", e que de sua morte cresceu a nova espiga. O pão terrenal pode chegar a ser portador da presença de Cristo porque reúne em si "morte" e "ressurreição".
• Segundo a "bênção". Dizem-nos que Jesus tomou o pão e pronunciou a bênção (e a ação de graças). Não se come sem agradecer a Deus pelo dom que Ele oferece. As palavras da instituição estão neste contexto de oração; nelas, o agradecimento se converte em bênção e transformação: finalmente, Cristo é Ele mesmo o "pão de vida" que nos é oferecido como alimento espiritual.




 

Pe. Edivânio José.

 

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Homília da Segunda-feira da 18ª semana do Tempo Comum


I. Introdução

Evangelho toca nossos "esquemas mentais"... Por isso, hoje, como nos tempos de Jesus, podem surgir as vozes dos prudentes para sopesar se vale a pena determinado assunto. 

Os discípulos, ao ver que se fazia tarde e, como não sabiam como atender àquelas pessoas reunidas em torno de Jesus, encontraram uma saída honrosa: Que possam ir aos povoados comprar comida! (Mt14,15). 

Não podiam esperar que seu Mestre e Senhor contrariasse esse raciocínio, aparentemente tão prudente, dizendo-lhes: Vós mesmos dai-lhes de comer! (Mt 14,16).

II. Comentários

Um ditado popular diz: Aquele que deixa Deus fora de suas contas, não sabe contar. E é verdade, os discípulos e nós também não sabemos contar, porque nos esquecemos frequentemente, de acrescentar o elemento de maior importância na soma: Deus mesmo entre nós.

Os discípulos fizeram bem as contas; contaram com exatidão o número de pães e peixes, mas ao dividi-los mentalmente entre tanta gente, eles obtinham sempre um zero periódico; por isso optaram pelo realismo prudente: Só temos aqui cinco pães e dois peixes” (Mt 14,17). Não percebem que eles têm a Jesus verdadeiro Deus e verdadeiro homem entre eles!

Seria bom se você e eu, quando confrontados com as dificuldades, antes de darmos uma sentença de morte à ousadia e ao otimismo do espírito cristão, contássemos com Deus. Tomara que possamos dizer como São Francisco, naquela oração genial: Onde houver ódio que eu leve o amor, isto é, onde as contas não baterem, que contemos com Deus.

III. Atualização
• Se destacam os elementos muito próprios da Eucaristia. Primeiro: para instituir a Eucaristia Jesus Cristo escolhe o "pão", porque é como uma imagem da paixão. O pão se supõe que a semente o grão de trigo caiu na terra, "morreu", e que de sua morte cresceu a nova espiga. O pão terrenal pode chegar a ser portador da presença de Cristo porque reúne em si "morte" e "ressurreição".
• Segundo a "bênção". Dizem-nos que Jesus tomou o pão e pronunciou a bênção (e a ação de graças). Não se come sem agradecer a Deus pelo dom que Ele oferece. As palavras da instituição estão neste contexto de oração; nelas, o agradecimento se converte em bênção e transformação: finalmente, Cristo é Ele mesmo o "pão de vida" que nos é oferecido como alimento espiritual.


 

Pe. Edivânio José.

 

domingo, 1 de agosto de 2021

Homília do 18º Domingo do Tempo Comum - Ano B


 I. Introdução

A liturgia do 18º Domingo do Tempo Comum repete, no essencial, a mensagem das leituras do  domingo passado.

Assegura-nos que Deus está empenhado em oferecer ao seu Povo o alimento que dá a vida eterna e definitiva.

II. Comentários

1ª LEITURA - Ex 16,2-4.12-15

A primeira leitura dá-nos conta da preocupação de Deus em oferecer ao seu Povo, com solicitude e amor, o alimento que dá vida.

A ação de Deus não vai, apenas, no sentido de satisfazer a fome física do seu Povo; mas pretende também (e principalmente) ajudar o Povo a crescer, a amadurecer, a superar mentalidades estreitas e egoístas, a sair do seu fechamento e a tomar consciência de outros valores.

2ª LEITURA - Ef 4,17.20-24

A segunda leitura diz-nos que a adesão a Jesus implica o deixar de ser homem velho e o passar a ser homem novo. 

Aquele que aceita Jesus como o "pão" que dá vida e adere a Ele, passa a ser uma outra pessoa. 

O encontro com Cristo deve significar, para qualquer homem, uma mudança radical, um jeito completamente diferente de se situar face a Deus, face aos irmãos, face a si próprio e face ao mundo.

EVANGELHO - Jo 6,24-35

No Evangelho, Jesus apresenta-Se como o "pão" da vida que desceu do céu para dar vida ao mundo. 

Aos que O seguem, Jesus pede que aceitem esse "pão" - isto é, que escutem as palavras que Ele diz, que as acolham no seu coração, que aceitem os seus valores, que adiram à sua proposta.

Na verdade, a multiplicação dos pães e dos peixes pretendeu ser, por parte de Jesus, uma lição sobre amor, partilha e serviço; mas a multidão não foi sensível ao significado profundo do gesto, ficou-se pelas aparências e só percebeu que Jesus podia oferecer-lhe, de forma gratuita, pão em abundância. Assim, o fato de a multidão procurar Jesus e Se dirigir ao seu encontro não significa que tenha aderido à sua proposta; significa, apenas, que viu em Jesus um modo fácil e barato de resolver os seus problemas materiais.

III. Atualização
• A multidão alimentada por Jesus não compreendeu em profundidade o significado do pão partilhado. Associaram o pão distribuído com estômago satisfeito. De fato, entusiasmados, queriam coroá-lo rei deles. 
• Não conseguiram passar do sinal (pão material) para a realidade, isto é, a própria pessoa de Jesus. Daí o convite do Mestre: “Trabalhem pelo alimento que dura para a vida eterna, alimento que o Filho do Homem dará a vocês”. E, prosseguindo na sua catequese, esclarece: “Eu sou o pão da vida. 
• Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede”. Jesus exige uma adesão a sua pessoa. Aderir a Jesus não pode ser resultado de euforia passageira. Aderir a Jesus é “arregaçar as mangas” e agir como participante efetivo na construção do Reino de Deus.



 

Pe. Edivânio José.