terça-feira, 1 de março de 2022

Homília da terça-feira da 8° da Semana Comum.

 I. Introdução

Manifesta-se diante de nós, que seguimos Jesus, a grandiosa obra divina de salvação.

Deixemo-nos embalar pela sugestão do salmista: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios”.

II. Comentário

Depois do alerta de Jesus a respeito da partilha dos bens, como vimos ontem, Pedro quer saber o que acontece com eles, que deixaram tudo e o seguiram. Sempre que alguém deixa alguma coisa, tem em vista algo melhor em troca.

Os discípulos que deixaram tudo encontraram em Jesus e na sua mensagem uma causa e valores superiores. Na vida cristã, o ponto de partida e de chegada é sempre Jesus Cristo e o Evangelho como plenitude humana.

Isso é um convite a deixar tudo o que é incompatível com o seguimento a Jesus. Esse seguimento “radical” a Jesus pode trazer incompreensões, perseguições e até a morte, como aconteceu com o próprio Mestre. Jesus procura esclarecer que o “reino do dinheiro” é incompatível com o “Reino de Deus”.

A mensagem do Mestre não despreza a família nem os bens necessários a uma vida digna; ao contrário, propõe solidariedade aos desprovidos desses bens.

III. Atualização

• Hoje consideramos que a salvação precisa se abrir com fé à graça de Cristo, o qual,

porém, põe uma condição exigente: «Vem e segue-me» (Mc 10,21). Os santos tiveram a humildade e a valentia de lhe responder ”sim” e renunciaram a tudo para serem seus amigos. Seu único tesouro está no céu. Deus.

• Compreender isto é fruto da sabedoria, mais valiosa que a prata e o oro É o dom que vem de Deus e se obtém com a oração. Esta sabedoria não permaneceu longe do homem, se aproximou ao seu coração tomando forma na Lei da primeira Aliança selada entre Deus e Israel. Esta Lei a deu Moises: É necessária, mas não suficiente..., porque a salvação —a santidade— vem da graça por meio de Jesus Cristo.

• Pedro e os demais Apóstolos e, inumeráveis amigos de Deus, percorreram este itinerário evangélico, que é exigente, mas colma o coração e, receberam “cem vezes mais...” porque para Deus não há impossíveis




segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Homília da terça-feira da 8° da Semana Comum

  I. Introdução

Manifesta-se diante de nós, que seguimos Jesus, a grandiosa obra divina de salvação.

Deixemo-nos embalar pela sugestão do salmista: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios”.

II. Comentário

Depois do alerta de Jesus a respeito da partilha dos bens, como vimos ontem, Pedro quer saber o que acontece com eles, que deixaram tudo e o seguiram. Sempre que alguém deixa alguma coisa, tem em vista algo melhor em troca.

Os discípulos que deixaram tudo encontraram em Jesus e na sua mensagem uma causa e valores superiores. Na vida cristã, o ponto de partida e de chegada é sempre Jesus Cristo e o Evangelho como plenitude humana.

Isso é um convite a deixar tudo o que é incompatível com o seguimento a Jesus. Esse seguimento “radical” a Jesus pode trazer incompreensões, perseguições e até a morte, como aconteceu com o próprio Mestre. Jesus procura esclarecer que o “reino do dinheiro” é incompatível com o “Reino de Deus”.

A mensagem do Mestre não despreza a família nem os bens necessários a uma vida digna; ao contrário, propõe solidariedade aos desprovidos desses bens.

III. Atualização

• Hoje consideramos que a salvação precisa se abrir com fé à graça de Cristo, o qual,

porém, põe uma condição exigente: «Vem e segue-me» (Mc 10,21). Os santos tiveram a humildade e a valentia de lhe responder ”sim” e renunciaram a tudo para serem seus amigos. Seu único tesouro está no céu. Deus.

• Compreender isto é fruto da sabedoria, mais valiosa que a prata e o oro É o dom que vem de Deus e se obtém com a oração. Esta sabedoria não permaneceu longe do homem, se aproximou ao seu coração tomando forma na Lei da primeira Aliança selada entre Deus e Israel. Esta Lei a deu Moises: É necessária, mas não suficiente..., porque a salvação —a santidade— vem da graça por meio de Jesus Cristo.

• Pedro e os demais Apóstolos e, inumeráveis amigos de Deus, percorreram este itinerário evangélico, que é exigente, mas colma o coração e, receberam “cem vezes mais...” porque para Deus não há impossíveis




domingo, 27 de fevereiro de 2022

Homília do 8° Domingo do Tempo Comum.

 I. Introdução

O fruto são as ações, mas também as palavras. Das palavras conhece-se a qualidade da árvore. De fato, quem é bom extrai do seu coração e da sua boca o bem, quem é mau extrai o mal, praticando o exercício mais deletério entre nós, a murmuração, o mexerico, falar mal dos outros. Isto destrói: destrói a família, a escola, o lugar de trabalho, o bairro.

Pela língua começam as guerras. Pensemos um momento neste ensinamento de Jesus e façamo-nos uma pergunta: eu falo mal dos outros? Procuro manchar os outros? Para mim é mais fácil ver os defeitos dos outros que os meus? Procuremos corrigir-nos pelo menos um pouco: far-nos-á bem a todos.

II. Comentário

O Evangelho deste domingo continua e conclui o “sermão da planície”. O texto apresenta três pequenas parábolas em forma de questionamento: o cego, o cisco e a árvore.

A parábola do cego e a do cisco no olho são um questionamento a respeito do julgamento que as pessoas tecem sobre os outros. Lucas mostra claramente que devemos ter muito cuidado ao julgar.

Um cego não tem como guiar outro cego. Não dá para guiar os outros enquanto não consegue guiar a si mesmo. Jesus desmascara a hipocrisia que pode haver nas pessoas ao se colocarem acima de outras.

Os discípulos também podem se tornar cegos à medida que não conseguem distinguir os verdadeiros valores do Reino de Deus. Antes de pretender tirar o cisco no olho do outro, é preciso tirar de si tudo o que impede de enxergar bem.

A terceira parábola revela a pessoa a partir das suas ações. A exemplo da árvore, a pessoa é conhecida antes de tudo pelas suas ações. Quem tem consciência justa e reta, realiza atos justos e retos.

A pessoa que é boa tira do seu coração só coisas boas. Ela precisa, porém, cultivar o bem dentro de si para poder ser boa com os outros.

O Evangelho de hoje é uma reflexão sobre o que é ser mestre e ser discípulo na proposta de Jesus e orienta a remover a hipocrisia que pode haver no cristão.

III. Atualização

• «Parece, de facto, que o conhecimento de si próprio é o mais difícil de todos. Nem o

olho que vê as coisas do exterior, se vê a si próprio, e até o nosso entendimento, sempre pronto a julgar o pecado nos outros, é lento a aperceber-se dos seus próprios defeitos» (São Basílio, o Grande)

• «A vida de Cristo converte-se na nossa; recebemos uma nova forma de ser: podemos pensar como Ele, agir como Ele, ver o mundo e as coisas através dos olhos de Jesus» (Francisco)

• «O exercício de todas as virtudes é animado e inspirado pela caridade. Esta é o «vínculo da perfeição» (Cl 3, 14) é a forma das virtudes: articula-as e ordena-as entre si; é a fonte e o termo da sua prática cristã. A caridade assegura e purifica a nossa capacidade


humana de amar e eleva-a à perfeição sobrenatural do amor divino» (Catecismo da Igreja Católica, no 1.827




sábado, 26 de fevereiro de 2022

Homília do Sábado da 7° Semana Comum

 I. Introdução

Hoje, depois de falar sobre o casamento, levam umas crianças a Jesus. Os mais velhos queriam afastá-los, para não incomodarem o Senhor.

Mas Jesus acolhia-os com amor e abraçava-os: para ir para o céu é preciso ser humilde e pequeno como eles. Jesus é carinhoso e amável. Amas como as crianças

II. Comentário

Hoje, as crianças são notícia. Mais que nunca, as crianças têm muito que dizer, porém que a palavra “criança” significa “aquele que não fala”. O vemos nos meios tecnológicos: eles são capazes de fazê-los funcionar, de usá-los e, até, ensinar aos adultos sua correta utilização. Já dizia um articulista que, «apesar de que as crianças não falam, elas pensam».

No fragmento do Evangelho de Marcos encontramos varias considerações. «Algumas pessoas traziam crianças para que Jesus as tocasse. Os discípulos, porém, as repreenderam» (Mc 10,13). Mas o Senhor, a quem no Evangelho lido nos últimos dias o vimos fazer de tudo para todos, com maior certeza se faz com as crianças. Assim, «Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: ‘Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais, porque a pessoas assim é que pertence o Reino de Deus ́» (Mc 10,14).

A caridade é ordenada: começa pelo mais necessitado. Quem está, pois, mais necessitado, mais “pobre” do que uma criança? Todo mundo tem direito a aproximar-se a Jesus; e a criança é a primeira que gozara deste direito: «Deixai as crianças virem a mim» (Mc 10,14).

Mas vejamos que, ao acolher aos mais necessitados, nós somos os primeiros beneficiados. Por isto, o Mestre adverte: «Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele!» (Mc 10,15). E, correspondendo ao talante simples e aberto das crianças, Ele as «abraçava (...) e, impondo as mãos sobre elas, as abençoava» (Mc 10,16).

Temos de aprender a arte de acolher o Reino de Deus. Quem for como uma criança — como os antigos “pobres de Yaveh”— percebe com facilidade que tudo é um dom, tudo é uma graça. E, para “receber” o favor de Deus, ouvir e contemplar com “silêncio receptivo”. Segundo São Inácio de Antioquia, «vale mais calar e ser, do que falar e não ser (...). Aquele que possui a palavra de Jesus pode também, em verdade, escutar o silêncio de Jesus».

III.

Atualização

Hoje, diante das recriminações à Igreja por gerar miséria ao reprovar os meios anticonceptivos, podemos responder que a miséria se produz pela quebra moral. Não geram a miséria aqueles que educam às pessoas para a fidelidade e o amor, para o respeito à vida e à renúncia, mas sim os que nos dissuadem da moral e fazem juízo de maneira mecânica a às pessoas.

O preservativo parece mais eficaz que a moral, mas crer possível substituir a dignidade moral da pessoa por preservativos para garantir sua liberdade, supõe aviltar de raiz aos seres humanos, provocando justamente o que se pretende impedir: uma sociedade egoísta onde todo o mundo pode manifestar-se sem assumir responsabilidade nenhuma.


• A miséria procede da desmoralização da sociedade, no de sua moralização, e a propaganda do preservativo é parte essencial dessa desmoralização: é a expressão de uma orientação que despreza a pessoa, considerando-a incapaz para o compromisso (com a vida e com o amor fiel).



sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Homília da Sexta-feira da 7° Semana Comum

I. Introdução

Hoje, o Evangelho nos convida a situar a realidade do amor em geral – e do matrimônio em particular – em sua genuína perspectiva: a do criador. Deus é amor – só Ele -, e Ele tem instituído o matrimônio.

II. Comentário

O amor humano, se não queres morrer afogado, necessita viver acolhido dentro de um amor mais amplo: o amor eterno de Deus. Não há amor sem eternidade.

O amor humano, contém sempre uma pretensão de eternidade. Nada poderia dizer (nem aceitar): “Te amo por N anos” (por limites ao “te amo” soa como um insulto).

Em consequência: prometer “te amo” só se converte em uma realidade cumprida si se inclui em um amor que proporcione verdadeiramente eternidade.

O amor humano é, em si, uma promessa incumprível: querer eternidade e só poder oferecer limitações. Mas, essa promessa não é insensata nem contraditória, se a eternidade vive nela.

Jesus, fica conosco para que nosso amor seja autêntico: necessitamos a espera de Deus eterno.

III. Atualização

• Hoje, as várias formas hodiernas de dissolução do matrimónio, como as uniões

livres e o “matrimónio de prova”, até ao pseudomatrimónio entre pessoas do mesmo sexo, são ao contrário, expressões de uma liberdade anárquica, que se faz passar indevidamente por verdadeira libertação do homem.

• Uma tal pseudoliberdade funda-se sobre uma banalização do corpo, que inevitavelmente inclui a banalização do homem. O seu pressuposto é que o homem pode fazer de si o que quer: o seu corpo torna-se assim uma coisa secundária, manipulável sob o ponto de vista humano, a ser utilizado como se deseja.

• O “libertinismo”, que se faz passar por descoberta do corpo e do seu valor, é na realidade um dualismo que torna o corpo desprezível, colocando-o por assim dizer fora do ser autêntico e da dignidade da pessoa.

• A verdadeira expressão da liberdade é a capacidade de decidir por uma doação definitiva, na qual a liberdade, doando-se, se reencontra plenamente a si mesma.




quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Homília da QUINTA-FEIRA da 7° Semana Comum

I. Introdução

Todo bem realizado em favor de alguém não perderá seu valor e sua recompensa, não importa de onde ou de quem vier.

Assim como o bem pode vir de fora dos círculos cristãos, também do interior da comunidade cristã podem vir males, escândalos e traições.

II. Comentário

O Mestre alerta para não provocar escândalos contra os pequeninos, que podem ser desestimulados vendo as incoerências dos cristãos. É necessário cortar o mal pela raiz. Jesus usa imagens fortes e simbólicas: cortar a mão e o pé, e arrancar o olho.

Não podemos tomar essas expressões ao pé da letra, são imagens simbólicas que representam as raízes dos males: o olho vê e cobiça, o pé aproxima da coisa cobiçada, e a mão apanha a coisa cobiçada. É o escândalo do egoísmo de quem quer se apossar de tudo.

Talvez se possa dizer que o maior escândalo do mundo de hoje seja a disparidade cada vez maior entre ricos e pobres.

III.

• • • •

Atualização

Jesus exorta-nos a não fazer acordos com o mal, com imagens que impressionam: “Se algo em ti é motivo de escândalo, corta-o”! (cf. vv. 43-48).

Se algo te faz mal, corta-o! Ele não diz: “Se algo é motivo de escândalo, pára, reflete, melhora um pouco...”. Não: “Corta-o! Imediatamente!”.

Nisto Jesus é radical, exigente, mas para o nosso bem, como um bom médico. Cada corte, cada poda, é para crescer melhor e dar frutos no amor.

Então perguntemo-nos: o que há em mim que contrasta com o Evangelho? O que quer Jesus que eu corte concretamente na minha vida?



quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Homília da QUARTA-FEIRA da 7° Semana Comum: SÃO POLICARPO BISPO E MÁRTIR (vermelho, pref. Comum ou dos mártires, – ofício da memória)

I. Introdução

Este santo lutou até a morte pela lei de seu Deus e não temeu as ameaças dos ímpios, pois se apoiava numa rocha inabalável.

Policarpo, discípulo direto do apóstolo João, nasceu no ano 69 na atual Turquia. Como bispo de Esmirna, segundo relata Eusébio de Cesareia, ele “enviou cartas às igrejas vizinhas para confirmá-las ou a alguns irmãos para repreendê-los ou para estimulá-los”. Sofreu o martírio em Roma, no ano 155. A seu exemplo, renovemos nossa fé e disposição para dar testemunho de Jesus Cristo.

II. Comentário

Hoje escutamos uma recriminação ao apóstolo João, que vê a gente fazer o bem no nome de Cristo sem formar parte do grupo de seus discípulos: «Mestre, vimos alguém expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não andava conosco» (Mc 9,38). Jesus nos dá a visão adequada que devemos ter diante destas pessoas: acolhê-las e aumentar essa visão, com humildade respeito a nós mesmos, compartilhando sempre um mesmo nexo de comunhão, uma mesma fé, uma mesma orientação, ou seja, caminhar juntos à perfeição do amor a Deus e ao próximo.

Este modo de viver nossa vocação de “Igreja” nos convida a revisar com paz e seriedade a coerência com que vivemos esta abertura de Jesus Cristo. Enquanto houver “outros” que nos “incomodem” porque fazem o mesmo que nós, isto é um claro indício de que o amor de Cristo ainda não nos impregna em toda sua profundidade, e nos pedirá a “humildade” de aceitar que não esgotamos “toda a sabedoria e o amor de Deus”. Definitivamente, aceitar que somos aqueles que Cristo escolhe para anunciar a todos como a humildade é o caminho para aproximar-nos a Deus.

Jesus obrou assim desde sua Encarnação, quando nos aproxima ao máximo a majestade de Deus na insignificância dos pobres. Diz são João Crisóstomo: «Cristo no se contentou em padecer na cruz e com a morte, e quis também fazer-se pobre e peregrino, ir errante e nu, quis ser jogado no cárcere e sofrer as debilidades, para conseguir a tua conversão». Se Cristo não deixou passar nenhuma oportunidade para que possamos viver o amor com os demais, tampouco deixemos passar a ocasião de aceitar ao que é diferente a nós no modo de viver sua vocação a formar parte da Igreja, porque «Quem não é contra nós, está a nosso favor» (Mc 9,40).

III. Atualização

• Temos uma atitude mesquinha dos discípulos de Jesus, proibindo alguém de fazer o

bem, ao expulsar demônios.

• O Mestre responde com uma frase que é expressão de tolerância cristã: “quem não está

contra nós, está a nosso favor”. Quem faz o bem em nome de Jesus, mesmo não fazendo parte do seu grupo, é discípulo dele. Todo o bem feito em favor de alguém é bem-vindo, venha de onde vier e de quem quer que seja.

• O nome de Jesus não é monopólio de uma comunidade ou grupo. De fato, vemos muitas pessoas fazendo o bem, independentemente de pertencerem ou não a uma instituição religiosa.


• Sabemos que Deus age livremente sobre toda a realidade humana, também através de pessoas que não são cristãs. Deveríamos nos alegrar ao ver tudo o que acontece de bom em favor de alguém. Quem faz o bem é parceiro no projeto de Jesus.