I. Introdução
Este santo lutou até a morte pela lei de seu Deus e não temeu as ameaças dos ímpios, pois se apoiava numa rocha inabalável.
Policarpo, discípulo direto do apóstolo João, nasceu no ano 69 na atual Turquia. Como bispo de Esmirna, segundo relata Eusébio de Cesareia, ele “enviou cartas às igrejas vizinhas para confirmá-las ou a alguns irmãos para repreendê-los ou para estimulá-los”. Sofreu o martírio em Roma, no ano 155. A seu exemplo, renovemos nossa fé e disposição para dar testemunho de Jesus Cristo.
II. Comentário
Hoje escutamos uma recriminação ao apóstolo João, que vê a gente fazer o bem no nome de Cristo sem formar parte do grupo de seus discípulos: «Mestre, vimos alguém expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não andava conosco» (Mc 9,38). Jesus nos dá a visão adequada que devemos ter diante destas pessoas: acolhê-las e aumentar essa visão, com humildade respeito a nós mesmos, compartilhando sempre um mesmo nexo de comunhão, uma mesma fé, uma mesma orientação, ou seja, caminhar juntos à perfeição do amor a Deus e ao próximo.
Este modo de viver nossa vocação de “Igreja” nos convida a revisar com paz e seriedade a coerência com que vivemos esta abertura de Jesus Cristo. Enquanto houver “outros” que nos “incomodem” porque fazem o mesmo que nós, isto é um claro indício de que o amor de Cristo ainda não nos impregna em toda sua profundidade, e nos pedirá a “humildade” de aceitar que não esgotamos “toda a sabedoria e o amor de Deus”. Definitivamente, aceitar que somos aqueles que Cristo escolhe para anunciar a todos como a humildade é o caminho para aproximar-nos a Deus.
Jesus obrou assim desde sua Encarnação, quando nos aproxima ao máximo a majestade de Deus na insignificância dos pobres. Diz são João Crisóstomo: «Cristo no se contentou em padecer na cruz e com a morte, e quis também fazer-se pobre e peregrino, ir errante e nu, quis ser jogado no cárcere e sofrer as debilidades, para conseguir a tua conversão». Se Cristo não deixou passar nenhuma oportunidade para que possamos viver o amor com os demais, tampouco deixemos passar a ocasião de aceitar ao que é diferente a nós no modo de viver sua vocação a formar parte da Igreja, porque «Quem não é contra nós, está a nosso favor» (Mc 9,40).
III. Atualização
• Temos uma atitude mesquinha dos discípulos de Jesus, proibindo alguém de fazer o
bem, ao expulsar demônios.
• O Mestre responde com uma frase que é expressão de tolerância cristã: “quem não está
contra nós, está a nosso favor”. Quem faz o bem em nome de Jesus, mesmo não fazendo parte do seu grupo, é discípulo dele. Todo o bem feito em favor de alguém é bem-vindo, venha de onde vier e de quem quer que seja.
• O nome de Jesus não é monopólio de uma comunidade ou grupo. De fato, vemos muitas pessoas fazendo o bem, independentemente de pertencerem ou não a uma instituição religiosa.
• Sabemos que Deus age livremente sobre toda a realidade humana, também através de pessoas que não são cristãs. Deveríamos nos alegrar ao ver tudo o que acontece de bom em favor de alguém. Quem faz o bem é parceiro no projeto de Jesus.
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