domingo, 27 de fevereiro de 2022

Homília do 8° Domingo do Tempo Comum.

 I. Introdução

O fruto são as ações, mas também as palavras. Das palavras conhece-se a qualidade da árvore. De fato, quem é bom extrai do seu coração e da sua boca o bem, quem é mau extrai o mal, praticando o exercício mais deletério entre nós, a murmuração, o mexerico, falar mal dos outros. Isto destrói: destrói a família, a escola, o lugar de trabalho, o bairro.

Pela língua começam as guerras. Pensemos um momento neste ensinamento de Jesus e façamo-nos uma pergunta: eu falo mal dos outros? Procuro manchar os outros? Para mim é mais fácil ver os defeitos dos outros que os meus? Procuremos corrigir-nos pelo menos um pouco: far-nos-á bem a todos.

II. Comentário

O Evangelho deste domingo continua e conclui o “sermão da planície”. O texto apresenta três pequenas parábolas em forma de questionamento: o cego, o cisco e a árvore.

A parábola do cego e a do cisco no olho são um questionamento a respeito do julgamento que as pessoas tecem sobre os outros. Lucas mostra claramente que devemos ter muito cuidado ao julgar.

Um cego não tem como guiar outro cego. Não dá para guiar os outros enquanto não consegue guiar a si mesmo. Jesus desmascara a hipocrisia que pode haver nas pessoas ao se colocarem acima de outras.

Os discípulos também podem se tornar cegos à medida que não conseguem distinguir os verdadeiros valores do Reino de Deus. Antes de pretender tirar o cisco no olho do outro, é preciso tirar de si tudo o que impede de enxergar bem.

A terceira parábola revela a pessoa a partir das suas ações. A exemplo da árvore, a pessoa é conhecida antes de tudo pelas suas ações. Quem tem consciência justa e reta, realiza atos justos e retos.

A pessoa que é boa tira do seu coração só coisas boas. Ela precisa, porém, cultivar o bem dentro de si para poder ser boa com os outros.

O Evangelho de hoje é uma reflexão sobre o que é ser mestre e ser discípulo na proposta de Jesus e orienta a remover a hipocrisia que pode haver no cristão.

III. Atualização

• «Parece, de facto, que o conhecimento de si próprio é o mais difícil de todos. Nem o

olho que vê as coisas do exterior, se vê a si próprio, e até o nosso entendimento, sempre pronto a julgar o pecado nos outros, é lento a aperceber-se dos seus próprios defeitos» (São Basílio, o Grande)

• «A vida de Cristo converte-se na nossa; recebemos uma nova forma de ser: podemos pensar como Ele, agir como Ele, ver o mundo e as coisas através dos olhos de Jesus» (Francisco)

• «O exercício de todas as virtudes é animado e inspirado pela caridade. Esta é o «vínculo da perfeição» (Cl 3, 14) é a forma das virtudes: articula-as e ordena-as entre si; é a fonte e o termo da sua prática cristã. A caridade assegura e purifica a nossa capacidade


humana de amar e eleva-a à perfeição sobrenatural do amor divino» (Catecismo da Igreja Católica, no 1.827




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