sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Homília da Sexta-feira da 7° Semana Comum

I. Introdução

Hoje, o Evangelho nos convida a situar a realidade do amor em geral – e do matrimônio em particular – em sua genuína perspectiva: a do criador. Deus é amor – só Ele -, e Ele tem instituído o matrimônio.

II. Comentário

O amor humano, se não queres morrer afogado, necessita viver acolhido dentro de um amor mais amplo: o amor eterno de Deus. Não há amor sem eternidade.

O amor humano, contém sempre uma pretensão de eternidade. Nada poderia dizer (nem aceitar): “Te amo por N anos” (por limites ao “te amo” soa como um insulto).

Em consequência: prometer “te amo” só se converte em uma realidade cumprida si se inclui em um amor que proporcione verdadeiramente eternidade.

O amor humano é, em si, uma promessa incumprível: querer eternidade e só poder oferecer limitações. Mas, essa promessa não é insensata nem contraditória, se a eternidade vive nela.

Jesus, fica conosco para que nosso amor seja autêntico: necessitamos a espera de Deus eterno.

III. Atualização

• Hoje, as várias formas hodiernas de dissolução do matrimónio, como as uniões

livres e o “matrimónio de prova”, até ao pseudomatrimónio entre pessoas do mesmo sexo, são ao contrário, expressões de uma liberdade anárquica, que se faz passar indevidamente por verdadeira libertação do homem.

• Uma tal pseudoliberdade funda-se sobre uma banalização do corpo, que inevitavelmente inclui a banalização do homem. O seu pressuposto é que o homem pode fazer de si o que quer: o seu corpo torna-se assim uma coisa secundária, manipulável sob o ponto de vista humano, a ser utilizado como se deseja.

• O “libertinismo”, que se faz passar por descoberta do corpo e do seu valor, é na realidade um dualismo que torna o corpo desprezível, colocando-o por assim dizer fora do ser autêntico e da dignidade da pessoa.

• A verdadeira expressão da liberdade é a capacidade de decidir por uma doação definitiva, na qual a liberdade, doando-se, se reencontra plenamente a si mesma.




Nenhum comentário:

Postar um comentário