quinta-feira, 2 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA QUINTA-FEIRA DA 22ª SEMANA DO TEMPO COMUM


 

I. INTRODUÇÃO

O discipulado constrói-se na obediência radical a Jesus e a seu projeto de Reino. Muitas vezes, esta obediência choca-se com a evidência dos fatos.

Ela comporta exigências que superam o horizonte de compreensão dos discípulos. Estes, porém, mesmo sem ver com clareza, deixam-se guiar pelo Mestre.

II. COMENTÁRIO

A vida do apóstolo Pedro está pontilhada de situações nas quais ele submeteu-se às ordens de Jesus, num gesto de humilde obediência. Deve ter-lhe custado lançar as redes, após uma noite de fadiga, sem nenhum resultado. 

Afinal, ele conhecia muito bem o mar da Galileia e não tinha dúvidas de que o tempo não era favorável para a pesca. A prova disto estava nos cestos vazios que tinham diante de si.

Pedro cedeu e lançou as redes unicamente por causa da palavra de Jesus. Resultado: apanharam uma tal quantidade de peixes, que as redes estavam para se romper. Com eles, encheram duas barcas, que por pouco não afundaram. 

III. ATUALIZAÇÃO
• A obediência reservou-lhe, pois, uma surpresa. O trabalho estéril resultou numa pesca abundante. 
• O sentimento de fracasso e frustração transformou-se num grande entusiasmo. A tristeza deu lugar à alegria.
• O fruto da obediência, portanto, não foi apenas obter o alimento, mas também reforçar a motivação de ser discípulo de Jesus.

 

Oração

Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 



Pe. Edivânio José.


 

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA Quarta-feira da 22ª semana do Tempo Comum

 

I. INTRODUÇÃO

Com o sacramento da “Unção de enfermos” a Igreja reza pelos enfermos e ajuda-os a unirem-se ao Senhor sofredor. O que cura o homem não é esquivar-se ao sofrimento, mas sim a capacidade de aceitar a tribulação e encontrar nela um sentido mediante a união com Cristo, que sofreu com amor infinito. Realmente, em cada pena humana entrou “Um” que comparte o padecimento e, desde aí, difunde-se em cada sofrimento o consolo de “tocar” o amor de Deus.

II. COMENTÁRIO

Hoje, comovido perante tanto sofrimento, Cristo deixa-se tocar pelos doentes e assume as suas dores. Deus como Deus— não pode padecer, mas como o homem tem um valor tão grande para Ele, fez-se Homem para “compadecer”. Assim, redimindo o homem mediante a dor, Jesus redimiu a própria dor (imprimiu-lhe um novo sentido): agora o homem pode unir os seus sofrimentos à dor salvadora de Cristo-Redentor.

Hoje, contemplamos Jesus Cristo a curar todos os enfermos que se dirigiam a Ele, ou que lhe apresentavam. As duas coisas! Vamos a Ele e levemos a Ele.

Hoje, nos encontramos ante um claro contraste: as pessoas que procuram Jesus e Ele que cura toda “doença” (começando pela sogra de Simão Pedro); à vez, de muitas pessoas saíam demônios, gritando (Lc 4,41). Quer dizer: bem e paz, por um lado; mal e desespero, pelo outro.

III. ATUALIZAÇÃO
• Não é a primeira ocasião que aparece o demônio “saindo”, isto é, fugindo da presença de Deus entre gritos e exclamações. Lembremos também o endemoninhado de Gerasa (cf. Lc 8,26-39). 
• Surpreende que o próprio demônio “reconheça” a Jesus e que, como no caso daquele de Gerasa, é ele mesmo quem sai ao encontro de Jesus (isso sim, muito raivoso e incomodado porque a presença de Deus incomodava a sua vergonhosa tranquilidade).

Oração

Ó Jesus, Santo de Deus, despertas a admiração dos galileus porque, com autoridade, dás ordens aos espíritos maus, e eles te obedecem. As pessoas ficam libertadas, e o Reino de Deus se propaga. Queremos nos unir ao povo que te louva ao reconhecer teu poder divino e tua obra libertadora. Amém




 

Pe. Edivânio José.

terça-feira, 31 de agosto de 2021

HOMILIA DA TERÇA-FEIRA 22ª SEMANA COMUM

I. INTRODUÇÃO

Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam (Sl 85,3.5).

A autoridade de Jesus reside no fato de ele viver o que fala e falar o que vive. Deus age por meio de nós à medida que lhe somos fiéis. Preparemo-nos para o dia do encontro definitivo com o Senhor, confiantes na salvação para a qual nos criou.

II. COMENTÁRIO

Coerente com seu programa missionário libertador, assumido na sinagoga de Nazaré, Jesus vai a campo. Como de praxe, ensina nas sinagogas. Fala com autoridade, de modo que as forças adversas (demônio impuro) lhe obedecem, e seus ouvintes ficam maravilhados. Com sua palavra eficaz, Jesus expulsa um espírito impuro, que percebe estar diante de uma força superior: “Eu sei quem tu és: o Santo de Deus”.

O espanto toma conta de todos, porque os espíritos impuros são submetidos às ordens de Jesus, dadas com autoridade e poder. Era inevitável que a fama de Jesus se espalhasse por toda parte. Mais tarde, ele investirá seus discípulos com este mesmo poder, isto é, o de libertar o povo da escravidão e de todas as amarras que o privam da vida plena que Deus quer para todos.

III. ATUALIZAÇÃO

O episódio ocorrido na sinagoga de Nazaré é um retrato do ministério de Jesus. Sua ação primaria pela sinceridade, sem se deixar levar por ambições nem se influenciar por preconceitos. Isto lhe valeria a admiração de uns, por suas palavras cheias de verdade, e o ódio de outros, revoltados por sua ousadia.

A leitura do texto do profeta Isaías serviu de pretexto para Jesus revelar a sua identidade e a sua missão. Era ele a pessoa anunciada pelo profeta, com a tarefa de concretizar o projeto confiado ao Ungido do Senhor. Caberia a ele implantar uma sociedade nova, sem pobres nem marginalizados, onde a dignidade humana fosse recuperada e a presença da graça do Senhor se fizesse sentir na vida de cada pessoa.

 

Oração

Ó Jesus, Santo de Deus, despertas a admiração dos galileus porque, com autoridade, dás ordens aos espíritos maus, e eles te obedecem. As pessoas ficam libertadas, e o Reino de Deus se propaga. Queremos nos unir ao povo que te louva ao reconhecer teu poder divino e tua obra libertadora. Amém.

 



Pe. Edivânio José.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

HOMÍLIA DA Segunda-feira da 22ª semana do Tempo Comum.

 

I. INTRODUÇÃO

Hoje, temos uma cena curiosa. Jesus está a pregar na sinagoga da sua terra. Todos O escutam com curiosidade. Jesus Cristo lê uma profecia de Isaías e diz que se cumpre n’Ele. Ficam admirados! Mas nem todos. Alguns metem-se com Ele dizendo que não vem de Deus. Há discussão e, por fim, querem atirá-Lo por um precipício.

II. COMENTÁRIO

Hoje, as palavras profeticamente anunciadas e concretamente cumpridas em Jesus Cristo segundo seu próprio testemunho falam-nos da necessidade da graça (ajuda) de Deus para o bem do homem. A Doutrina Social da Igreja cunhou o conceito de "bem comum", destacando-o como exigência moral para o desenvolvimento da humanidade.

Não há desenvolvimento pleno sem o bem espiritual e moral das pessoas, consideradas na sua totalidade de alma e corpo. Também, em uma sociedade em vias de globalização, o bem comum e o esforço por ele, devem abranger necessariamente a toda a família humana, quer dizer, à comunidade dos povos e nações, dando assim forma de unidade e de paz à “cidade do homem”, e fazendo-a em determinada medida uma antecipação que prefigura à cidade de Deus sem barreiras.

III. ATUALIZAÇÃO
• Todas as palavras do Evangelho possuem uma atualidade eterna. São eternas porque foram pronunciadas pelo Eterno e, são atuais porque Deus faz com que se cumpram em todos os tempos. 
• Quando escutamos a Palavra de Deus, temos que recebê-la não como um discurso humano, mas sim como uma Palavra que tem, sobre nós, poder de transformação. Deus não fala aos nossos ouvidos, mas ao nosso coração. Tudo o que diz está profundamente cheio de sentido e de amor.
• A Palavra de Deus é uma fonte inextinguível de vida: É mais o que perdemos do que o que captamos, tal como ocorre com os sedentos que bebem de uma fonte (Santo Efrém). Suas palavras saem do coração de Deus. E, desse coração, do seio da Trindade, veio Jesus a Palavra do Pai aos homens.

 



Pe. Edivânio Jos

domingo, 29 de agosto de 2021

HOMILIA DO 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM-- Ano B


I. INTRODUÇÃO

A liturgia do 22º Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre a "Lei". Deus quer a realização e a vida plena para o homem e, nesse sentido, propõe-lhe a sua "Lei". A "Lei" de Deus indica ao homem o caminho a seguir. Contudo, esse caminho não se esgota num mero cumprimento de ritos ou de práticas vazias de significado, mas num processo de conversão que leve o homem a comprometer-se cada vez mais com o amor a Deus e aos irmãos.

II. COMENTÁRIO

1ª LEITURA - Dt 4,1-2.6-8

A primeira leitura garante-nos que as "leis" e preceitos de Deus são um caminho seguro para a felicidade e para a vida em plenitude. 

Por isso, o autor dessa catequese recomenda insistentemente ao seu Povo que acolha a Palavra de Deus e se deixe guiar por ela.

2ª LEITURA - Tg 1,17-18.21-22.27

A segunda leitura convida os crentes a escutarem e acolherem a Palavra de Deus; mas avisa que essa Palavra escutada e acolhida no coração tem de tornar-se um compromisso de amor, de partilha, de solidariedade com o mundo e com os homens.

EVANGELHO - Mc 7,1-8.14-15.21-23

No Evangelho, Jesus denuncia a atitude daqueles que fizeram do cumprimento externo e superficial da "lei" um valor absoluto, esquecendo que a "lei" é apenas um caminho para chegar a um compromisso efetivo com o projeto de Deus. 

Na perspectiva de Jesus, a verdadeira religião não se centra no cumprimento formal das "leis", mas num processo de conversão que leve o homem à comunhão com Deus e a viver numa real partilha de amor com os irmãos.

III. ATUALIZAÇÃO
• A sua proposta provoca as reações e as respostas mais diversas nos líderes judaicos, no povo e nos próprios discípulos.
• Para os cristãos vindos do judaísmo, a fé em Jesus devia ser complementada com o cumprimento rigoroso das leis judaicas.
• para os cristãos, o fundamental é a pessoa de Jesus e o seu Evangelho; não é lícito impor aos cristãos vindos do paganismo o fardo da Lei de Moisés.

 



Pe. Edivânio José.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Homília da SEXTA-FEIRA 21ª Semana do Tem Comum -- SANTA MÔNICA.

I. INTRODUÇÃO

ESPOSA, MÃE E VIÚVA


A mulher que teme a Deus será louvada; seus filhos a proclamam feliz e seu marido a elogia (Pr 31,30.28).

Mônica nasceu em Tagaste, no norte da África, em 331 e faleceu em Óstia, na Itália, em 387. Mãe forte e perseverante, obteve, por suas lágrimas e orações, a conversão de um dos maiores pensadores da Igreja: seu filho Agostinho. Este, em suas Confissões, descreveu-a como mãe cristã contemplativa, atenta às necessidades dos pobres. Sua incessante oração inspire nossa caminhada cristã.

II. COMENTÁRIO

Os discípulos do Reino devem sempre se lembrar de que estão a caminho do encontro com o Senhor. O desconhecimento desta hora exige que o discípulo esteja sempre preparado, pois a falta de cautela, por menor que seja, poderá causar-lhe danos irreparáveis. 

As moças sensatas da parábola simbolizam os discípulos que, com fidelidade, sempre traduziram em projeto de vida os ensinamentos de Jesus. Já as moças imprudentes correspondem aos discípulos que, apesar de terem escutado as palavras do Mestre, não fizeram delas seu projeto de vida.

O encontro com o Senhor não pode ser improvisado. Cada discípulo tem a vida inteira para prepará-lo. Afinal, este pode acontecer a qualquer momento. A ninguém é dado conhecer de antemão quando o Senhor virá pedir-lhe contas. É insensato perder as chances de preparação que lhe são oferecidas.

III. ATUALIZAÇÃO
• Outro ensinamento de Jesus sobre a vigilância. Ele compara o Reino dos céus a dez virgens, cinco sem juízo e cinco prudentes.
• O noivo é Jesus, que vem para ser recebido pelos discípulos alertas e preparados (virgens prudentes), enquanto os discípulos desprevenidos e infiéis (virgens sem juízo) experimentam a exclusão final. 
• A parábola pretende convencer os cristãos a viver fiel e honestamente a serviço do Reino. 

Oração

Ó Jesus Messias, diante da incerteza do dia em que virás, ou da hora em que nos levarás contigo, pode acontecer que cochilemos ou durmamos. Isso significa abandonar a prática da justiça e do amor. Livra-nos, Senhor, da inércia e da preguiça e conserva-nos atuantes a serviço do Reino. Amém.




Pe. Edivânio José.

 

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Homília da Quinta-feira da 21ª Semana do Tempo Comum


I. INTRODUÇÃO

Hoje o Senhor nos fala de algo em que temos a tendência de não pensar. Com frequência a gente se pergunta: O que eu quero? E, no entanto, é mais fundamental perguntar: para que vivo? Qual é meu destino? Não durmamos! Não digamos, meu senhor, demora, porque para todos o senhor acaba chegando.

II. COMENTÁRIO

Hoje começa o “Discurso Escatológico” de Jesus Cristo e se apresenta o “ser ou não ser” da nossa vida: o homem não só deveria perguntar-se o que quer, senão para que é bom e o que pode contribuir. Então compreenderia que a realização não reside na comodidade, no deixar-se levar, mas em aceitar os desafios. Desconhecer esta realidade leva ao “choro e ranger de dentes”. Daí o aviso: Vigiai!

Não se pode chegar a serem homens sem o domínio de si, sem a renúncia, sem o esforço para sofrer com paciência a tensão do que se deveria ser. Precisamente, o “choro e ranger de dentes” representam o perigo do fracasso do ser humano. Num mundo afastado de Deus e, portanto, do amor, sente-se frio, até ao ponto de provocar o ranger de dentes.

Senhor, teus caminhos —de amor— não são cômodos. Mas não fui criado para a comodidade, mas para coisas grandes, para o bem, para os demais, para ti.

III. ATUALIZAÇÃO
• Como passam os anos! Os meses se reduzem a semanas, as semanas a dias, os dias a horas, e as horas a segundos... (São Francisco de Sales). Cada dia, cada hora, em cada instante, o Senhor está próximo da nossa vida. 
• Através de inspirações internas, através das pessoas que nos rodeiam, dos fatos que se vão sucedendo, o Senhor chama à nossa porta e, como diz o Apocalipse: Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo (Ap 3,20).
• Hoje, se comungamos isto voltará a acontecer. Hoje, se escutamos pacientemente os problemas que outro nos confia ou, damos generosamente nosso dinheiro para ajudar numa necessidade, isto voltará a acontecer.
• Hoje, se em nossa oração pessoal recebemos —repentinamente — uma inspiração inesperada, isto tornará a acontecer.



 

Pe. Edivânio José.