I. Introdução
Hoje nos sentimos herdeiros do mandato missioneiro de Jesus. A nova evangelização não é “nova” (no sentido de que não é uma novidade para a Igreja).
hoje como ontem, Ele nos envia pelos caminhos do mundo para proclamar seu Evangelho a todos os povos da terra (Mt 28,19). A Igreja sempre é missioneira!
Hoje, vemos os Doze escolhidos por Jesus - Simão Pedro, André, Tiago, João… iniciando a sua vocação de Apóstolos.
Jesus Cristo escolheu-os para conviver com Ele, prepará-los e, assim juntos, difundir a boa nova da salvação. Além disso, o Mestre dá-lhes forças para curar doentes e afastar os demónios.
II. Comentários
1. I leitura (Am 7,12-15)
A missão de todos nós assume semelhanças com a de Amós. Somos escolhidos em meio às nossas tarefas ordinárias, enfrentamos adversidades em relação a pessoas e situações e somos fortalecidos pelo Senhor para continuarmos nossa vocação específica.
Deus, que nos chama, capacita-nos para seguir adiante. A palavra do Senhor nos é dirigida constantemente para transmiti-la com alegria aos demais. Somos profetas do Senhor no mundo contemporâneo.
O profeta é um homem livre, que não se amedronta nem se dobra face aos interesses dos poderosos. Por isso, o profeta não pode calar-se perante a injustiça, a opressão, a exploração, tudo o que rouba a vida e impede a realização plena do homem.
2. II leitura (Ef 1,13-14)
Essa leitura apresenta o efeito da pregação da Palavra de Deus na vida de uma pessoa. Olhando nossa história de fé em Cristo, como ouvintes de sua Palavra, podemos perceber a realização do que lemos. Da mesma maneira, contemplamos esses efeitos em outras pessoas e situações transformadas pela força do Evangelho.
A palavra "santo" indica a situação de alguém que foi separado do mundo e consagrado a Deus, para o serviço de Deus; a palavra "irrepreensível" era usada para falar das vítimas oferecidas em sacrifício a Deus, que deviam ser imaculadas e sem defeito... Significa, pois, uma santidade (isto é, uma consagração a Deus) verdadeira e radical.
3. Evangelho (Mc 6,7-13)
Após um período de aprendizado com o Mestre, seus apóstolos são enviados dois a dois para a missão. Recebem de Jesus “autoridade sobre os espíritos impuros”. Trata-se de reintegrar no convívio social os marginalizados e devolver a todos a dignidade de filhos de Deus.
Tarefa dos apóstolos, então, é repetir a prática de Jesus. Por isso, poucas são as recomendações aos missionários estreantes. Entretanto, sobre um ponto Jesus insiste: nada de muita bagagem. Apenas o essencial para a viagem.
Quanto ao alimento, as famílias vão providenciar. Partem com uma mensagem definida: “Pregavam para que todos mudassem de vida”. Mensagem oferecida, não imposta. Obedecem à risca e, por onde passam, constatam as transformações: “Expulsavam muitos demônios, e ungiam muitos doentes com óleo, e os curavam”.
O envio e as instruções do Evangelho proclamado continuam a valer para nossos tempos. As condições para a missão e o contexto sociocultural são diferentes, porém a recomendação da primazia da Palavra de Deus e as atitudes que acompanham a pregação servem de princípios para todas as atividades missionárias.
III. Atualização
• lemos no Evangelho que Jesus envia os Doze, dois a dois, a pregar. Até agora tinham acompanhado o Mestre pelos caminhos da Galileia, mas chegou a hora de começar a difusão do Evangelho, a Boa Nova: a notícia de que o nosso Pai Deus nos ama com um amor infinito e que nos trouxe à vida para nos fazer felizes por toda a eternidade. Esta notícia é para todos. Ninguém fica à margem dos ensinamentos libertadores de Jesus. Ninguém fica excluído do Amor de Deus. É preciso chegar até ao último lugar do mundo, anunciar a alegria da salvação plena e universal, por meio de Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem por nós, morto e ressuscitado e ativamente presente na Igreja.
• Equipados com “poder sobre os espíritos impuros” (Mc 6,7) e com uma bagagem quase inexistente – “Mandou que não levassem nada pelo caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro à cintura, mas que calçassem sandálias e não usassem duas túnicas” (Mc 6,8) - iniciam a missão da Igreja. A eficácia da sua pregação evangelizadora não virá de influências humanas ou materiais, mas do poder de Deus e da sinceridade, da fé e do testemunho de vida do pregador. “Todo o impulso, a energia e a entrega dos evangelizadores provêm da fonte que é o amor de Deus infundido nos nossos corações com o dom do Espírito Santo” (S. João Paulo II).
• Hoje em dia, a Boa Notícia ainda não chegou a todos os lugares da terra, nem com a intensidade que era preciso. Temos que anunciar a conversão, temos que vencer muitos espíritos malignos.
• Nós, que já recebemos a Boa Notícia, sabemos dar-lhe o devido valor? Somos disso conscientes? Somos agradecidos? Sintamo-nos enviados, missionários, urgidos a pregar com o exemplo e, se necessário, com a palavra, para que a Boa Nova não falte àqueles que Deus colocou no nosso caminho.
Pe. Edivânio José.