segunda-feira, 12 de julho de 2021

Homília da Segunda-feira da 15ª semana do Tempo Comum.

 I. Introdução

Em nosso tempo “amor” significa tantas coisas inclusive contrárias que muitas vezes não se percebe seu genuíno sentido. 

Todos nós queremos amor, mas não tudo é amor. Jesus oferece um critério sensato: Amar é um "se perder" Quem não estiver disposto as “fatigas do êxodo” não podem amar: Amor e comodidade são incompatíveis

 

II. Comentário

Evangelho (Mt 10,34--11,1)

 

Hoje, escutamos vários ensinamentos de Jesus. Todos eles têm um aspecto em comum: o Senhor pede uma resposta radical. Estará Deus a exagerar? Não! Jesus Cristo não é um louco que acaba por morrer numa cruz por ser exagerado. 

O amor nunca é exagerado e, pelo contrário, é sempre radical. O amor não deixa ninguém “indiferente”.

Acreditas que é possível amar sem “se despentear”? Espada contra as minhas comodidades; paz para os outros! Então, surpreende-te ver Cristo na Cruz?

A Trindade representa o amor essencial (um eterno “Ser para...”) e o homem é imagem de Deus: Alguém que por inclinação natural deseja “dar e receber amor”. Perder a vida! Jesus Cristo descreve seu próprio itinerário, que através da cruz o leva à ressurreição. 

É o caminho do grão de trigo que cai na terra e morre, dando fruto abundante. O amor é uma exigência que não me deixa intato: Não posso me limitar a seguir sendo eu a secas, senão que hei de me perder uma e outra vez.

Jesus, Filho de Deus, que “és para” nós fazendo-te homem, concedei-me seguir tuas sendas de amor, “sendo e vivendo” para os outros.

 

 

 

 

 

III. Atualização

 

• Jesus nos oferece uma importante mistura de recomendações; é como um desses banquetes modernos onde os pratos são pequenas porções para saborear. Trata-se de conselhos profundos e de difícil digestão, destinados a seus discípulos na formação e preparação missionária (Mt 11,1). Para gostar deles devemos contemplar o texto em partes diferentes.
• Jesus começa dando a conhecer o efeito do seu ensino. Não obstante os efeitos positivos, evidentes na atuação do Senhor, o Evangelho evoca as contrariedades e contratempos da predicação: e os inimigos serão os próprios familiares (Mt 10,36). Isso é o contraditório de viver na fé, temos a possibilidade de enfrentarmos, até mesmo com os que estão mais perto de nós, quando não compreendemos quem é Jesus, o Senhor, e não o percebemos como o Mestre da comunhão.
• Em um segundo momento Jesus nos pede para ocupar o lugar mais alto na escala do amor: Quem ama pai ou mãe mais do que a mim...(Mt 10,37), e quem ama filho ou filha mais do que a mim... (Mt 10,37). Desse jeito, propõe deixarmos acompanhar por Ele como presença de Deus, já que quem me recebe, está recebendo aquele que me enviou (Mt 10,40). O resultado de morar acompanhados pelo Senhor, acolhido em nossa morada, é gozar da recompensa dos profetas e justos, porque temos recebido um profeta e um justo.
• A recomendação do Mestre acaba valorizando as pequenas demonstrações de ajuda e proteção às pessoas que moram acompanhadas pelo Senhor, os seus discípulos, que somos todos os cristãos. Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequenos, por ser meu discípulo... (Mt10,42). A partir deste conselho, nasce uma responsabilidade: em relação ao próximo, sejamos conscientes de que as pessoas que moram com o Senhor, quem quer que sejam, devem ser tratadas como Ele mesmo. São João Crisóstomo diz: Se o amor estivesse espalhado por todas as partes, nasceria dele uma quantidade infinita de bens.

 


 

 

Pe. Edivânio José.

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