I. Introdução
Em nosso tempo “amor” significa tantas coisas inclusive contrárias que muitas vezes não se percebe seu genuíno sentido.
Todos nós queremos amor, mas não tudo é amor. Jesus oferece um critério sensato: Amar é um "se perder" Quem não estiver disposto as “fatigas do êxodo” não podem amar: Amor e comodidade são incompatíveis
II. Comentário
Evangelho (Mt 10,34--11,1)
Hoje, escutamos vários ensinamentos de Jesus. Todos eles têm um aspecto em comum: o Senhor pede uma resposta radical. Estará Deus a exagerar? Não! Jesus Cristo não é um louco que acaba por morrer numa cruz por ser exagerado.
O amor nunca é exagerado e, pelo contrário, é sempre radical. O amor não deixa ninguém “indiferente”.
Acreditas que é possível amar sem “se despentear”? Espada contra as minhas comodidades; paz para os outros! Então, surpreende-te ver Cristo na Cruz?
A Trindade representa o amor essencial (um eterno “Ser para...”) e o homem é imagem de Deus: Alguém que por inclinação natural deseja “dar e receber amor”. Perder a vida! Jesus Cristo descreve seu próprio itinerário, que através da cruz o leva à ressurreição.
É o caminho do grão de trigo que cai na terra e morre, dando fruto abundante. O amor é uma exigência que não me deixa intato: Não posso me limitar a seguir sendo eu a secas, senão que hei de me perder uma e outra vez.
Jesus, Filho de Deus, que “és para” nós fazendo-te homem, concedei-me seguir tuas sendas de amor, “sendo e vivendo” para os outros.
III. Atualização
• Jesus nos oferece uma importante mistura de recomendações; é como um desses banquetes modernos onde os pratos são pequenas porções para saborear. Trata-se de conselhos profundos e de difícil digestão, destinados a seus discípulos na formação e preparação missionária (Mt 11,1). Para gostar deles devemos contemplar o texto em partes diferentes.
• Jesus começa dando a conhecer o efeito do seu ensino. Não obstante os efeitos positivos, evidentes na atuação do Senhor, o Evangelho evoca as contrariedades e contratempos da predicação: “e os inimigos serão os próprios familiares” (Mt 10,36). Isso é o contraditório de viver na fé, temos a possibilidade de enfrentarmos, até mesmo com os que estão mais perto de nós, quando não compreendemos quem é Jesus, o Senhor, e não o percebemos como o Mestre da comunhão.
• Em um segundo momento Jesus nos pede para ocupar o lugar mais alto na escala do amor: “Quem ama pai ou mãe mais do que a mim...”(Mt 10,37), “e quem ama filho ou filha mais do que a mim...” (Mt 10,37). Desse jeito, propõe deixarmos acompanhar por Ele como presença de Deus, já que “quem me recebe, está recebendo aquele que me enviou” (Mt 10,40). O resultado de morar acompanhados pelo Senhor, acolhido em nossa morada, é gozar da recompensa dos profetas e justos, porque temos recebido um profeta e um justo.
• A recomendação do Mestre acaba valorizando as pequenas demonstrações de ajuda e proteção às pessoas que moram acompanhadas pelo Senhor, os seus discípulos, que somos todos os cristãos. “Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequenos, por ser meu discípulo...” (Mt10,42). A partir deste conselho, nasce uma responsabilidade: em relação ao próximo, sejamos conscientes de que as pessoas que moram com o Senhor, quem quer que sejam, devem ser tratadas como Ele mesmo. São João Crisóstomo diz: “Se o amor estivesse espalhado por todas as partes, nasceria dele uma quantidade infinita de bens”.
Pe. Edivânio José.
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