terça-feira, 22 de março de 2022

Homília da Terça-feira da 3° Semana da Quaresma

I. Introdução

II. Comentário

  Hoje, o Evangelho de Mateus convida-nos a uma reflexão sobre o mistério do perdão,

 propondo um paralelismo entre o estilo de Deus e o nosso na hora de perdoar.

  O homem atreve-se a medir e a levar em conta a sua magnanimidade

 perdoadora: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim?

  Até sete vezes?» (Mt 18,21).

A Pedro parece-lhe que sete vezes já é muito e que é, talvez, o máximo que

 podemos suportar. Bem visto, Pedro continua esplêndido, se o compararmos com o

 homem da parábola que, quando encontrou um companheiro seu que lhe devia cem

 denários, «Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’» (Mt

 18,28), negando-se a escutar a sua súplica e a promessa de pagamento.

 Fechadas as contas, o homem, ou se nega a perdoar, ou mede estritamente a

 medida do seu perdão. Verdadeiramente ninguém diria que receberíamos da parte

 de Deus um perdão infinitamente reiterado e sem limites. A parábola diz: «o senhor

 teve compaixão, soltou o servo e perdoou-lhe a dívida» (Mt 18,27). E a divida era muito

 grande.

 Mas a parábola que comentamos põe acento no estilo de Deus na hora de

 outorgar o perdão. Depois de chamar à ordem o seu devedor em atraso e de o fazer

 ver a gravidade da situação, deixou-se enternecer repentinamente pelo seu pedido

 contrito e humilde: «‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. Diante disso, o

 senhor teve compaixão...» (Mt 18, 26-27).

 Este episódio põe à vista aquilo que cada um de nós conhece por experiência

 própria e com profundo agradecimento: que Deus perdoa sem limites ao arrependido

 e convertido. O final negativo e triste da parábola, contudo, faz honras de justiça e

 manifesta a veracidade daquela outra sentença de Jesus em Lc 6,38: «Com a medida

 com que medirdes sereis medidos.

  III. Atualização

• «Aquele que perdoa e aquele que é perdoado, encontram-se num ponto essencial, na dignidade» (São João Paulo II)

  • «O perdão é o instrumento, posto nas nossas frágeis mãos, para alcançarmos a serenidade de coração» (Francisco)

• «Não há nenhuma falta, por mais grave que seja, que a santa Igreja não possa perdoar. «Nem há pessoa, por muito má e culpável que seja, a quem não deva ser proposta a esperança certa do perdão, desde que se

 arrependa verdadeiramente dos seus erros». Cristo, que morreu por todos os homens, quer que na sua Igreja as portas do perdão estejam


sempre abertas a todo aquele que se afastar do pecado (cf. Mt 18,21-22)» (Catecismo da Igreja Católica, no 982)



 

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