I. Introdução
II. Comentário
Hoje, o Evangelho de Mateus convida-nos a uma reflexão sobre o mistério do perdão,
propondo um paralelismo entre o estilo de Deus e o nosso na hora de perdoar.
O homem atreve-se a medir e a levar em conta a sua magnanimidade
perdoadora: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim?
Até sete vezes?» (Mt 18,21).
A Pedro parece-lhe que sete vezes já é muito e que é, talvez, o máximo que
podemos suportar. Bem visto, Pedro continua esplêndido, se o compararmos com o
homem da parábola que, quando encontrou um companheiro seu que lhe devia cem
denários, «Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’» (Mt
18,28), negando-se a escutar a sua súplica e a promessa de pagamento.
Fechadas as contas, o homem, ou se nega a perdoar, ou mede estritamente a
medida do seu perdão. Verdadeiramente ninguém diria que receberíamos da parte
de Deus um perdão infinitamente reiterado e sem limites. A parábola diz: «o senhor
teve compaixão, soltou o servo e perdoou-lhe a dívida» (Mt 18,27). E a divida era muito
grande.
Mas a parábola que comentamos põe acento no estilo de Deus na hora de
outorgar o perdão. Depois de chamar à ordem o seu devedor em atraso e de o fazer
ver a gravidade da situação, deixou-se enternecer repentinamente pelo seu pedido
contrito e humilde: «‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. Diante disso, o
senhor teve compaixão...» (Mt 18, 26-27).
Este episódio põe à vista aquilo que cada um de nós conhece por experiência
própria e com profundo agradecimento: que Deus perdoa sem limites ao arrependido
e convertido. O final negativo e triste da parábola, contudo, faz honras de justiça e
manifesta a veracidade daquela outra sentença de Jesus em Lc 6,38: «Com a medida
com que medirdes sereis medidos.
III. Atualização
• «Aquele que perdoa e aquele que é perdoado, encontram-se num ponto essencial, na dignidade» (São João Paulo II)
• «O perdão é o instrumento, posto nas nossas frágeis mãos, para alcançarmos a serenidade de coração» (Francisco)
• «Não há nenhuma falta, por mais grave que seja, que a santa Igreja não possa perdoar. «Nem há pessoa, por muito má e culpável que seja, a quem não deva ser proposta a esperança certa do perdão, desde que se
arrependa verdadeiramente dos seus erros». Cristo, que morreu por todos os homens, quer que na sua Igreja as portas do perdão estejam
sempre abertas a todo aquele que se afastar do pecado (cf. Mt 18,21-22)» (Catecismo da Igreja Católica, no 982)
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