quarta-feira, 23 de março de 2022

Homília da Quarta-feira da 3° Semana da Quaresma


I. Introdução

II. Comentário

  Hoje em dia há muito respeito pelas distintas religiões. Todas elas expressam

 a busca da transcendência por parte do homem, a busca do além, das realidades

 eternas.

 No entanto, no cristianismo, que afunda suas raízes no judaísmo, esse

 fenômeno é inverso: é Deus quem procura o homem.

  Como lembrou João Paulo II, Deus deseja se aproximar do homem, Deus quer

 dirigir-lhe suas palavras, mostrar-lhe o seu rosto porque procura a intimidade com

 ele. Isto se faz realidade no povo de Israel, povo escolhido por Deus para receber suas

 palavras.

 Essa é a experiência que tem Moisés quando diz: «Pois qual é a grande nação

 que tem deuses tão próximos como o SENHOR nosso Deus, sempre que o

 invocamos?»(Dt 4,7). E, ainda, o salmista canta que Deus «Anuncia a Jacó a sua

 palavra, seus estatutos e suas normas a Israel.

 Não fez assim com nenhum outro povo, aos outros não revelou seus preceitos.

 Aleluia!» (Sal 147,19-20).

 Jesus, pois, com sua presença leva a cumprimento o desejo de Deus de

 aproximar-se do homem. Por isto diz que: «Não penseis que vim abolir a Lei e os

 Profetas.

 Não vim para abolir, mas para cumprir» (Mt 5,17). Vem a enriquecê-los, a

 iluminá-los para que os homens conheçam o verdadeiro rosto de Deus e possam

 entrar na intimidade com Ele.

 Neste sentido, menosprezar as indicações de Deus, por insignificantes que

 sejam, comporta um conhecimento raquítico de Deus e, por isso, um será tido por

 pequeno no Reino dos Ceús.

 empanados».

E é que, como dizia São Teófilo de Antioquia, «Deus é visto pelos que podem

 ver-lhe, só precisam ter abertos os olhos do espírito (...), mas alguns homens os têm

  Aspiremos, pois, na oração seguir com grande fidelidade todas as indicações

 do Senhor. Assim, chegaremos a uma grande intimidade com Ele e, portanto, seremos

 tidos por grandes no Reino dos Céus.

 III. Atualização

 • «A fim de preparar o homem para uma vida de amizade com Deus, o Senhor deu as palavras do Decálogo: por isso, estas palavras também continuam a valer para nós, e a vinda em carne de Nosso Senhor não

  as revogou, pelo contrário deu plenitude e universalidade» (Santo Irineu)


 • «Todos os mandamentos revelam todo o seu sentido como exigência do amor e todos se unem no grande mandamento: amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo» (Francisco)

• «A Lei evangélica dá cumprimento aos mandamentos da Lei. O sermão do Senhor, longe de abolir ou desvalorizar as prescrições morais da Lei antiga, tira deles as virtualidades ocultas, fazendo surgir novas

 exigências: revela toda a verdade divina e humana (...)» (Catecismo da Igreja Católica, no 1.968



 

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