quinta-feira, 31 de março de 2022

Homília da QUINTA-FEIRA da 4 ° semana da Quaresma

 I. Introdução

  sinais da sua divindade! Mas, se não rezamos, o coração endurece e aí já não entra

 ninguém: nem sequer Deus!

 Quantas testemunhas de Cristo! João Baptista, repetidamente; a Sagrada

 Escritura, ativa e passivamente (em Jesus cumprem-se todas as promessas e

 profecias); o Pai fala d’Ele desde o céu várias vezes (por exemplo, durante o

  Baptismo); milagres de toda a espécie (desde converter água em vinho e acalmar

ventos, até levantar paralíticos e dar vida a mortos...).

 Contudo, a última palavra é do meu coração. II. Comentário

  Hoje, o Evangelho ensina-nos como Jesus enfrenta a seguinte objeção:

 segundo a lei em Dt 19,15, para que um testemunho tivesse valor, era necessário que

 fosse corroborado por duas ou três testemunhas. Jesus alega a seu favor o

 testemunho de São João Batista, o testemunho do Pai —que se manifesta nos milagres

 operados por Ele— e, finalmente, o testemunho das Escrituras.

 Jesus Cristo repreende os que O escutam, denunciando três impedimentos ao

 Seu reconhecimento como o Messias Filho de Deus: a falta de amor a Deus; a ausência

 de reta intenção —buscam só a gloria humana— e a interpretação interesseira das

 Escrituras.

 O Santo Padre João Paulo II escreveu-nos: «À contemplação do rosto de Cristo,

 só se pode chegar escutando no Espírito a voz do Pai, ninguém conhece o Filho, senão

 o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

 (cf. Mt 11,27). Assim, portanto, é necessária a revelação do Altíssimo. Mas, para acolhê-

 la, é indispensável colocar-se em atitude de escuta».

 Portanto há que ter em conta que, para confessar Jesus Cristo como verdadeiro

 Filho de Deus, não bastam as provas externas que nos sejam propostas; é muito

 importante a retidão da vontade, ou seja, as boas disposições.

 Neste tempo de Quaresma, intensificando as obras de penitência que facilitam

 a renovação interior, melhoremos as nossas disposições para contemplar o

 verdadeiro rosto de Cristo. Por isso, São Josemaria diz-nos: «Esse Cristo, que tu vês,

 não é Jesus. —Será, contudo, a triste imagem que os teus olhos turvos podem

 formar...—Purifica-te.

 III.

Hoje, o Senhor diz-nos que não temos “desculpa”: há tantas testemunhas e

 Torna claro o teu olhar, com a humildade e com a penitência. Então... não te

 faltarão as luzes limpas do Amor. E terás uma visão perfeita. A tua imagem será então,

 realmente, a Sua: Ele!».

 Atualização

  Hoje, na autodefesa de Jesus ante os judeus, aparece uma das singularidades

do quarto Evangelho: João baseia-se totalmente no Antigo Testamento.

 “[Moisés], pois foi a meu respeito que ele escreveu” (Jo 5,46), disse Jesus aos

 seus adversários; Filipe disse a Natanael: “Encontramos Jesus, o filho de José,

 

de Nazaré, aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, bem como os

 Profetas” (Jo 1,45).

  A relação entre Jesus e Moisés aparece de um modo pragmático

particularmente ao final do Prólogo: “Pois a Lei foi dada por meio de Moisés,

 a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1,16-18). A profecia —

 a grande promessa— de Moisés (“Deus suscitará um profeta como eu; a ele o

 escutareis”) cumpriu-se com acréscimos, na maneira desbordante em que

 Deus costuma presentear.

  Quem veiou é mais que Moises, é mais que um profeta. É o Filho, e agora é o

próprio Filho quem será “levantado”. E por isso manifestam-se a graça e a

 verdade, não como destruição, senão como cumprimento da Lei.

 



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