sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Homília da Sexta-feira da 5° Semana Comum

I. Introdução

Jesus “fazia bem todas as coisas”. Isto revela o empenho que colocava no exercício de sua missão.

Ele não fazia as coisas pela metade, não concedia benefícios parcelados e condicionados, nem se contentava com ações malfeitas.

Pelo contrário, seus gestos poderosos traziam a marca da plenitude. II. Comentário

No caso do surdo-mudo, a plenitude do gesto de Jesus deve ser entendida para além da cura física. O fato de abrir-lhe os ouvidos, possibilitando-lhe ouvir perfeitamente, e da libertação da mudez, de modo a poder falar sem dificuldade, já é, por si, formidável. Contudo, isto ainda seria insuficiente para que a ação de Jesus fosse declarada bem-feita.

Era necessário possibilitar ao surdo-mudo um “abrir-se” ainda mais radical: desfazer- lhe as outras prisões, e num nível tal de profundidade, de forma a colocá-lo em plena sintonia com Deus e com os seus semelhantes.

Sem esta passagem da cura física à cura espiritual, a primeira não teria muita importância. Vale a pena alguém ser curado da surdez e da mudez para levar uma vida egoísta, sem solidarizar-se com os necessitados? Tem sentido ser privilegiado com um gesto de misericórdia de Jesus, e recusar-se a ser misericordioso com o próximo?

Só uma cura radical possibilitaria àquele homem ser misericordioso com os demais. E que interessava a Jesus.

Atualização

Aquele homem não conseguia falar porque não podia ouvir. Com efeito, Jesus para curar a causa da sua doença, coloca primeiro os dedos nos ouvidos, depois na boca, mas primeiro nos ouvidos. Todos nós temos ouvidos, mas muitas vezes não conseguimos ouvir. Porquê? Irmãos e irmãs, existe de facto uma surdez interior, e hoje podemos pedir a Jesus para lhe tocar e curar.

E essa surdez interior é pior do que a física, pois é a surdez do coração. Na nossa pressa, com mil coisas para dizer e fazer, não encontramos tempo para parar e ouvir aqueles que falam conosco.

Corremos o risco de nos tornarmos impermeáveis a tudo e a não dar lugar àqueles que precisam de ser ouvidos: penso nas crianças, nos jovens, nos idosos, muitos que não precisam tanto de palavras e sermões, mas de ser ouvidos.

Perguntemo-nos: como vai a minha escuta? Será que me sensibilizo com a vida das pessoas, que sei como ter tempo para ouvir os que me rodeiam? Isto é para todos nós.

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Homília da Sexta-feira da 5° Semana Comum

I. Introdução

Jesus “fazia bem todas as coisas”. Isto revela o empenho que colocava no exercício de sua missão.

Ele não fazia as coisas pela metade, não concedia benefícios parcelados e condicionados, nem se contentava com ações malfeitas.

Pelo contrário, seus gestos poderosos traziam a marca da plenitude. II. Comentário

No caso do surdo-mudo, a plenitude do gesto de Jesus deve ser entendida para além da cura física. O fato de abrir-lhe os ouvidos, possibilitando-lhe ouvir perfeitamente, e da libertação da mudez, de modo a poder falar sem dificuldade, já é, por si, formidável. Contudo, isto ainda seria insuficiente para que a ação de Jesus fosse declarada bem-feita.

Era necessário possibilitar ao surdo-mudo um “abrir-se” ainda mais radical: desfazer- lhe as outras prisões, e num nível tal de profundidade, de forma a colocá-lo em plena sintonia com Deus e com os seus semelhantes.

Sem esta passagem da cura física à cura espiritual, a primeira não teria muita importância. Vale a pena alguém ser curado da surdez e da mudez para levar uma vida egoísta, sem solidarizar-se com os necessitados? Tem sentido ser privilegiado com um gesto de misericórdia de Jesus, e recusar-se a ser misericordioso com o próximo?




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