quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Homília da QUINTA-FEIRA da Festa SANTA ESCOLÁSTICA VIRGEM

 I. Introdução

(branco, pref. Comum ou das virgens, – ofício da memória)

Exultemos de alegria, pois o Senhor do universo amou esta virgem santa e gloriosa.

Escolástica nasceu no ano 480, na Itália, e lá faleceu em 547. Irmã gêmea de São Bento e mulher de profunda intimidade com Deus, organizou um grupo de moças, propondo-lhes vida comunitária e dedicação prioritária à oração e à contemplação. A seu exemplo, vivamos em atitude de constante comunhão com o Senhor, a qual nos leve a gerar fecundas obras de caridade.

II. Comentário

Hoje nos mostra a fé de uma mulher que não pertencia ao povo escolhido, mas que tinha a confiança em que Jesus podia curar a sua filha. Aquela mãe «A mulher era pagã, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio» (Mc 7,26). A dor e o amor a levam a pedir com insistência, sem levar em consideração nem desprezos, nem atrasos, nem indignação. E consegue o que pede, pois «Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já tinha saído dela» (Mc 7,30).

São Agostinho dizia que muitos não conseguem o que pedem pois são «aut mali, aut male, aut mala». Ou são maus e a primeira coisa que teriam que pedir seria ser bons; ou pedem erroneamente, sem insistência, em vez de pedir com paciência, com humildade, com fé e por amor; ou pedem coisas ruins que se recebessem fariam dano à alma ou ao corpo ou aos outros. Devemos nos esforçar, pois, por pedir bem. A mulher siro-fenícia é boa mãe, pede algo bom («que expulsasse de sua filha o demônio») e pede bem («veio e jogou-se aos seus a pés»).

O Senhor nos faz usar perseverantemente a oração de petição. Certamente, existem outros tipos de pregaria —a adoração, a expiação, a oração de agradecimento—, mas Jesus insiste em que nós frequentemos muito a oração de petição.

Por que? Muitos poderiam ser os motivos: porque necessitamos da ajuda de Deus para alcançar nosso fim; porque expressa esperança e amor; porque é um clamor de fé. Mas existe um que talvez seja pouco considerando: Deus quer que as coisas sejam um pouco como nós queremos. Deste modo, nossa petição —que é um ato livre— unida à liberdade onipotente de Deus, faz com que o mundo seja como Deus quer e um pouco como nós queremos. É maravilhoso o poder da oração!

III. Atualização

• Mesmo que queira, Jesus não consegue ficar despercebido. Uma mulher pagã,

preocupada com sua filha possuída por um espírito impuro, atira-se aos pés do Mestre,

suplicando pela filha.

• Jesus tenta resistir, mas, diante da insistência da mulher, cede. Jesus entra “numa casa”

em território não israelita. A fala do Mestre é questão de precedência e não de exclusão,

isto é, ele veio para os judeus, antes de tudo, sem excluir os outros povos.

• A reação da mulher mostra bem isso, os cachorrinhos (pagãos) também têm necessidade do básico para a vida (as migalhas). A atitude do Mestre parece ser um teste para constatar a fé da mulher. Provavelmente o texto revela a dúvida da

comunidade de Marcos a respeito da admissão ou não dos pagãos ao Reino de Deus.


• A conclusão é clara: sim, também entre os pagãos havia pessoas preparadas para receber os benefícios do Reino.




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