I. Introdução
Quantas vezes nos voltamos para o outro lado, para não ver os irmãos necessitados! E este olhar para o outro lado é um modo educado, com luvas brancas, de dizer: «Arranjai-vos sozinhos!». E isto não é de Jesus: isto é egoísmo.
Se Ele tivesse despedido as multidões, muitas pessoas ficariam sem comer. Ao contrário, aqueles poucos pães e peixes, compartilhados e abençoados por Deus, foram suficientes para todos.
Mas atenção! Não se trata de uma magia, mas de um «sinal»: um sinal que nos convida a ter fé em Deus, Pai providente, que não nos faz faltar o «pão nosso de cada dia», se nós soubermos compartilhá-lo como irmãos.
II. Comentário
Jesus teve compaixão da multidão que se aglomerou em sua volta e não quis despedi-la com fome. O Mestre promove uma ação conjunta, discípulos e multidão, para encontrar uma saída.
A solução foi recolher o que cada um trazia e repartir. O alimento partilhado é uma bênção que saciou a fome daquela gente e ainda sobrou. Não basta sentir compaixão pelos irmãos e irmãs mais pobres; é preciso manifestar-lhes, com gestos concretos, solidariedade. Quando a pessoa sente compaixão pelo sofrimento do outro, ela não fica indiferente. O grande problema hoje é a indiferença diante de tanta dor que vemos na nossa sociedade.
É fundamental superar o “círculo da indiferença” diante de tudo que vemos. Com seu gesto, o Mestre nos ensina que é necessário tomar consciência das necessidades humanas. Ao partilhar o pão e a amizade, é possível dar graças a Deus.
III. Atualização
• «”Partir o pão” para o Senhor significa a manifestação do mistério da Eucaristia. A sua
ação de graças significa a alegria que a salvação do género humano lhe dá. A entrega do pão aos seus discípulos para que o repartam significa que transmitiu aos Apóstolos a tarefa de distribuírem o sustento da vida, á Sua Igreja» (São Beda, o Venerável)
• «Este milagre não pretende satisfazer a fome apenas de um dia, mas é um sinal do que Cristo está disposto a fazer para a salvação de toda a humanidade, oferecendo a Sua carne e Seu sangue» (Francisco)
• «Fração do Pão, porque este rito, próprio da refeição dos judeus, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como chefe de família (...). É por este gesto que os discípulos O reconhecerão depois da sua ressurreição e é com esta expressão que os primeiros cristãos designarão as suas assembleias eucarísticas (...)» (Catecismo da Igreja Católica no 1.329)
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