Temos de aguentar outra vez a raiva de alguns fariseus. Jesus e os seus discípulos estavam a atravessar uma seara. Talvez já fosse meio-dia e tinham fome. Começaram a apanhar espigas para comerem. Normal, não é? Pois alguns começaram a criticá-los.
O problema não era comer o grão das espigas, mas é que era sábado… e ao sábado - segundo eles - não era lícito arrancar espigas. Se não rezarmos pomo-nos no lugar de Deus, inventamos leis e, em lugar de usarmos de misericórdia, começamos a perseguir os “inocentes que não pensam como eu”.
Olha, os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer em dia de sábado! (Mt 12,2). Disseram-Lhe isto convencido, isso é o que é incrível. Como proibir alguém de fazer o bem sempre? Alguma coisa deve-lhe lembrar que nada o desculpa de não ajudar aos demais. A caridade verdadeira respeita as exigências da justiça, evitando a arbitrariedade ou o capricho, mas impede o rigorismo, que mata o espírito da lei de Deus, que é um convite contínuo a amar, a dar-se aos demais.
Misericórdia eu quero, não sacrifícios (Mt 12,7). Repete-o muitas vezes, para gravá-lo em teu coração: Deus, rico em misericórdia, nos quer misericordiosos. Que próximo Deus está de quem confessa sua misericórdia! Sim, Deus não anda longe dos contritos de coração (Santo Agostinho). E quão longe estamos de Deus.
O Senhor corrige a meticulosa casuística dos rabinos, que tornava insuportável a lei do descanso sabático. “Os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer ao sábado”, disseram convencidos: isso é incrível!
Nenhum motivo dispensa de ajudar os outros. A verdadeira caridade respeita as exigências da justiça, evitando a arbitrariedade ou o capricho, mas impede o rigorismo, que mata o espírito da lei de Deus, que é um convite contínuo a amar, a dar-se aos outros. Deus, rico em misericórdia, quer-nos misericordiosos. E que longe está Deus quando o coração endurece como uma pedra! Jesus acusou os fariseus de condenar os inocentes. Grave acusação! Interessemo-nos de verdade pelas coisas dos outros e julguemos com carinho, com simpatia, como quem julga um amigo ou um irmão. quando permitimos que o nosso coração se endureça como uma pedra!
Pe. Edivânio Jos
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