Hoje, que significa crer? É necessária uma renovada educação para a fé, que inclua sem dúvida um conhecimento das suas verdades e dos acontecimentos da salvação, mas sobretudo que nasça de um encontro verdadeiro com Deus em Jesus Cristo, do amá-lo, do ter confiança nele, de modo que a vida inteira seja envolvida por Ele.
Hoje, juntamente com tantos sinais de bem, aumenta ao nosso redor um certo deserto espiritual. Às vezes, as próprias ideias de progresso e de bem-estar mostram também as suas sombras.
Um certo tipo de cultura educou a mover-se só no horizonte das coisas, do realizável, a acreditar unicamente naquilo que se vê e se toca com as próprias mãos. Neste contexto sobressaem algumas interrogações fundamentais: que sentido tem viver? O que nos espera além do limiar da morte?
Evangelho (Mt 8,1-4):
Hoje, o Evangelho nos mostra um leproso, cheio de dor e consciente de sua enfermidade, que chega a Jesus pedindo-lhe: “Senhor, se queres, tens o poder de purificar-me” (Mt 8,2). Também nos, ao ver tão próximo o Senhor e tão longe de nossa cabeça, nosso coração e nossas mãos de seu projeto de salvação, teríamos que sentir-nos ávidos e capazes de formular a mesma expressão do leproso: ‘Senhor, se queres podes limpar-me”.
Pois bem, se impõe uma pergunta: Uma sociedade que não tem consciência do pecado pode pedir perdão ao Senhor? Pode pedir alguma purificação? Todos conhecem muita gente que sofre e cujo coração está ferido, mas seu drama é que não sempre é consciente de sua situação pessoal. Apesar de tudo, Jesus continua passando para o nosso lado, a cada dia (Mt 28,20), e espera a mesma petição: “Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado.
Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. No entanto, nos também devemos colaborar. Santo Agostinho nos lembra em sua clássica sentença: “Aquele que te criou sem ti, não te salvará sem ti”. É necessário, pois, que sejamos capazes de pedir ao Senhor que nos ajude, que queremos mudar com sua ajuda.
Por isso, quando chega o momento do arrependimento, o momento da confissão sacramental, é preciso desfazer-se do passado, das manchas que infectam nosso corpo e nossa alma. Não duvidemos: pedir perdão é um grande momento de iniciação cristã, porque é o momento em que nos cai a venda dos olhos. E se alguém nota a sua situação e não quer converter-se? Diz um ditado popular: “Não há pior cego do que aquele que não quer ver”.
Pe. Edivânio José.
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