I. INTRODUÇÃO
A solenidade de Pentecostes é a celebração da plenitude do mistério pascal; a comunhão com Jesus ressuscitado se completa com o dom do Espírito Santo. Em sua origem, a festa de Pentecostes, em Israel, marcava a colheita das primícias.
O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito.
É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências.
II. COMENTÁRIOS
No que diz respeito ao texto que nos é proposto e que descreve os acontecimentos do dia do Pentecostes, não existem dúvidas de que é uma construção artificial, criada por Lucas com uma clara intenção teológica.
A descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, em forma de línguas de fogo, é descrita como o grande evento que lhes deu força e coragem para proclamar o Evangelho a todos os povos, representados em Jerusalém pelos romeiros da festa, que ouvem a proclamação cada qual em sua própria língua. Assim o Espírito vem continuar a obra de Jesus. Ele guia e impulsiona os discípulos a pregar o Evangelho do Mestre.
É neste enquadramento que devemos entender os efeitos da manifestação do Espírito (At 2,5-13): todos "os ouviam proclamar na sua própria língua as maravilhas de Deus". O elenco dos povos convocados e unidos pelo Espírito atinge representantes de todo o mundo antigo, desde a Mesopotâmia, passando por Canaã, pela Ásia Menor, pelo norte de África, até Roma: a todos deve chegar a proposta libertadora de Jesus, que faz de todos os povos uma comunidade de amor e de partilha.
2. II leitura (1Cor 12,3b-7.12-13)
A leitura mostra que os ministérios, dentro da comunidade cristã, são obra do Espírito Santo. É o mesmo Espírito que move as pessoas a colaborar na missão evangelizadora, segundo o carisma de cada um.
É preciso ter consciência da presença do Espírito: é Ele que alimenta, que dá vida, que anima, que distribui os dons conforme as necessidades; é Ele que conduz as comunidades na sua marcha pela história.
Ele foi distribuído a todos os crentes e reside na totalidade da comunidade. Temos consciência da presença do Espírito e procuramos ouvir a sua voz e perceber as suas indicações? Temos consciência de que, pelo fato de desempenharmos esta ou aquela função, não somos as únicas vozes autorizadas a falar em nome do Espírito?
Hoje, no dia de Pentecostes se realiza o cumprimento da promessa que Cristo fez aos Apóstolos. Na tarde do dia de Páscoa soprou sobre eles e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo20,22). A vinda do Espírito Santo o dia de Pentecostes renova e leva à plenitude esse dom de um modo solene e com manifestações externas. Assim culmina o mistério pascal.
O texto se inicia destacando a situação da comunidade dos discípulos após a morte de Jesus: o anoitecer, as portas fechadas e o medo compõem uma descrição que reproduz a situação de uma comunidade desamparada em meio a um ambiente hostil.
Entretanto, Jesus ressuscitado aparece no meio deles; João relata dessa forma a experiência desse encontro, que muda radicalmente o espírito da comunidade. Assim, os discípulos redescobrem o centro de sua fé, sua referência, e tomam consciência da sua identidade cristã.
Eles se dão conta de que a comunidade cristã só pode existir se Jesus está no centro. Jesus começa por saudá-los com a paz, o dom messiânico que esperavam. Nesse contexto, a paz significa, sobretudo, a transmissão da serenidade, da tranquilidade, da confiança que permitirão aos discípulos superar o medo e a insegurança.
Agora, com a presença do Ressuscitado na comunidade, nem o sofrimento, nem a morte, nem a hostilidade no mundo poderão derrotar os discípulos, porque têm a certeza de que Jesus está com eles.
III. ATUALIZAÇÕES
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