quarta-feira, 24 de agosto de 2022

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA DO 21° COMUM

I. Introdução

Anunciai todos os dias a salvação de Deus, proclamai a sua glória às nações (Sl

  SÃO BARTOLOMEU, APÓSTOLO

(vermelho, glória, pref. dos apóstolos, – ofício da festa)

   95,2s).

Bartolomeu, conhecido como Natanael, era de Caná da Galileia. É um dos apóstolos escolhidos diretamente por Jesus e cujo nome consta em todas as listas dos Doze. A ele é atribuída a límpida profissão de fé diante de Jesus, que dizia tê-lo visto “debaixo da figueira”: “Mestre, tu és o Filho de Deus, és o rei de Israel”. Segundo antiga tradição, teria evangelizado a Índia, onde morreu mártir. Deixemo-nos motivar por seu ardor apostólico.

 II. Comentário

  Bartolomeu, de Caná da Galileia, é identificado com Natanael. Quem lhe apresentou

 Jesus foi o apóstolo Filipe, que acrescentou: “Jesus vem de Nazaré”.

 Essa informação deu margem para algum atrito na conversa: o preconceito de

 Natanael contra quem era de Nazaré; a simpatia de Jesus, que elogiou a autenticidade dele;

 o desconcerto, mas também a certeza de Natanael, reconhecendo estar diante de pessoa

 extraordinária: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”.

 Cativado por Jesus, Natanael tornou-se seu apóstolo e entusiasta pregador do

 Evangelho. Antiga tradição registra que Bartolomeu exerceu o ministério apostólico na Índia,

 onde converteu para Cristo grande número de pessoas. Esteve também na Armênia e na

 Pérsia, hoje Irã. Morreu decapitado, após ter a pele arrancada.

III.

 Atualização

 Hoje contemplamos a chamada de Natanael, tradicionalmente identificado

com o apostolo Bartolomeu. Sobressai sua confissão de fé: «Rabi, tu és o Filho

 de Deus, tu és o Rei de Israel!». Esta confissão tem a função de abrir o terreno

 ao quarto Evangelho, pois oferece um primeiro e importante passo no caminho

 da adesão a Cristo.

  Bartolomeu reconhece Jesus tanto pela sua relação especial com Deus Pai, de

quem é Filho unigênito, quanto pela relação com o povo de Israel, de quem é

 chamado rei (atribuição própria do Messias esperado) Estes dois elementos

 são essenciais: Se proclamássemos somente a dimensão celestial de Jesus

 correríamos o risco de fazer Dele um ser etéreo e evanescente; se somente

 

reconhecêssemos seu papel concreto na história, poderíamos descuidar sua

 dimensão divina, que constitui sua própria identidade.

  São Bartolomeu, intercede para que —imitando teu passo discreto pela vida—

eu saiba aderir me a Deus e dar testemunho Dele sem realizar obras

 sensacionais: Extraordinário é Jesus.




terça-feira, 23 de agosto de 2022

Homília da TERÇA-FEIRA do 21° COMUM

I. Introdução

II. Comentário

ministério

  Hoje, temos a impressão de “pilhagem” a Jesus em um arrebato de mau humor,

 realmente alguém o tem feito se sentir molestado e irritado.

 Jesus Cristo se sente incomodado com a falsa religiosidade, as petições

 pomposas e a piedade egoísta.

   Ele tem notado um vazio de amor, a saber, esta em falta “a justiça, a

misericórdia e a fé” (Mt 23,23) com as ações superficiais, as quais tratam de cumprir a

 Lei. Jesus encarna essas qualidades em sua pessoa e ministério.

 Ele era a justiça e a misericórdia. Suas ações, milagres, curas e palavras

 escorriam estes verdadeiros fundamentos, que fluem de seu coração amoroso. Para

 Jesus Cristo não se tratava de uma questão de “Lei”, mais sim, de um assunto de

 Inclusive nas palavras de castigo, vemos em Deus um toque de amor,

 importante para quem quer voltar ao básico “Foi indicado, homem, que é bom e que

 exige de ti o Senhor: nada mais que praticar a justiça, amar a fidelidade e caminhar

 humildemente com teu Deus” (Miq 6,8).

 O Papa Francisco disse: “Um pouco de misericórdia faz o mundo menos frio e

 mais justo”. Necessitamos compreender bem esta misericórdia de Deus, este Padre

 misericordioso que tem tanta paciência... Recordemos ao profeta Isaias, quando

 afirma que, embora nossos pecados sejam escarlates, o amor de Deus os

 transformará em brancos como a neve. É harmonioso, isto da misericórdia”.

 III.

• • •

“Purifica primeiro por dentro da taça, para que também fique pura por fora”

 (Mt 23,26). Quanto é certo para cada um de nós! Sabemos como a limpeza pessoal nos

 faz sentir frescos e vibrantes por dentro e por fora.

 Atualização

  Mas mesmo no âmbito espiritual e moral de nosso interior, nosso espírito, se

está limpo e são, brilhará em boas obras e ações que honrem a Deus e lhe

 rendam uma verdadeira homenagem (cf. Jn 5,23).

  Fixemo-nos no marco maior do amor, da justiça e da fé e nos perdemos em

ninharias que consomem nosso tempo, nos apequenamos e que nos fazem

 exigente.

  Mergulhemos no vasto oceano do amor de Deus e não nos conformemos com

riachos e mesquinharias



 

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

HOMÍLIA DA SEGUNDA-FEIRA da NOSSA SENHORA RAINHA

(branco, pref. de Maria, – ofício da memória) I. Introdução

A rainha está à vossa direita com suas vestes de ouro, ornada de esplendor (Sl

     44,10).

 O calendário romano aproximou a celebração litúrgica da memória de Nossa Senhora Rainha à solenidade da Assunção, a fim de mostrar mais claramente a ligação entre a dignidade régia da Mãe de Deus e sua assunção ao céu. A Virgem Maria “foi exaltada sobre todos os coros dos anjos e reina agora gloriosa com seu Filho, intercedendo por todos os homens e mulheres, como advogada da graça e rainha da misericórdia” (rito da coroação).

 II. Comentário

  das criaturas”, escreve Dante na Divina Comédia

cessam de homenagear Maria como Rainha.

III.

• •

Introduzida por Pio XII, na conclusão do Ano Mariano de 1954, esta festa é celebrada

 oito dias após a Assunção de Maria ao céu. Maria é rainha porque é mãe de Cristo, o Rei.

 É rainha porque supera todas as criaturas em santidade: “ela encerra toda a bondade

 . Desde o começo da Igreja, os fiéis não

  Os inúmeros mosaicos e pinturas representando Maria Rainha o comprovam. Vem da

  Idade Média a

salve-rainha, em que Maria é considerada a Senhora a ser amada e servida

 dignamente, e a Mãe de quem se obtém proteção segura.

 A exaltação da “Serva do Senhor”, ao lado do “Rei dos reis e Senhor dos senhores”, é

 mistério da graça divina e de perfeita correspondência a ela, vivido por Maria na

 disponibilidade ao serviço de Deus e da humanidade.

 Atualização

 Jesus utiliza sua divina autoridade para nos mostrar claramente o carácter

absoluto do bem, que devemos perseguir, e o do mal, que devemos evitar a

 todo custo. Daí, sua viva e amável exortação a respeitar a carta magna da vida

 cristã: as boas-venturanças, vias que dão o acesso à Felicidade.

  Paralelamente, encontramos o tom ameaçador utilizado no Evangelho de hoje:

as Maldições daqueles atos destruidores que sempre devem ser evitados.

  O mesmo Coração sagrado, o mesmo Amor é o que dita as Boas aventuranças

(cf. Mt 5,1 ss) e as Maldições.



 

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Homília da TERÇA-FEIRA do 20a SEMANA DO TEMPO COMUM

 (verde – ofício do dia)

Ó Deus, nosso protetor, volvei para nós o vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um dia em vosso templo vale mais que outros mil (Sl 83,10s).

Quem se gloria das riquezas e do sucesso não passa de um ser orgulhoso e mortal.

 Aprendamos a assumir nossa condição humana com humildade e total confiança no Senhor, despojando-nos do que impede o serviço ao seu Reino.

II. Comentário

Deixar tudo e seguir Jesus não significa somente um seguimento geográfico, mas um seguimento radical, no qual mentalidade, palavras e atitudes estão em consonância com o Mestre.

O discípulo de Jesus sabe que a maior riqueza a se almejar é a profundidade interior. Os bens materiais são importantes. Podemos possuí-los. Eles, porém, jamais deveriam nos possuir.

O rico pode correr o perigo de se deixar dominar pelas posses. Santa Teresinha de Jesus costumava dizer da importância de ocupar o último lugar, porque ninguém briga por causa dele.

 O discípulo, sabendo que seu lugar é o dos últimos, não gastará energia e tempo com mania de grandeza.

III. Atualização

• será novo, renovado, belo. Jesus Cristo diz-nos: «Vós que deixastes tudo pelo Reino, vos sentareis

    com o Filho do Homem...

 • Recebereis cem vezes mais do que tiveres deixado...

• E herdareis a vida eterna...» (cf. Mt 19,28-29).



 

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Homília da SEGUNDA-FEIRA Do 20° COMUM

I. Introdução

  Mateus ilustra no jovem as pessoas que, em sua comunidade, querem se converter ao cristianismo. Elas já observam as leis, mas isso, segundo o evangelista, não é suficiente.

É preciso romper com tudo o que antes dava segurança. Isso é dito de forma simbólica. Quando alguém renunciava a seus bens, estes ficavam com sua família, mas Jesus pede que sejam dados aos pobres.

A comunidade de Mateus ensina que, quando um fiel da Antiga Aliança se torna cristão, precisa continuar a observar os mandamentos, mas deve romper com todo seu passado, isto é, também com sua família. Convém lembrar que a família é símbolo da tradição que vem desde Abraão. Convém lembrar ainda a conversão de Paulo, que já era um zeloso praticante da Lei, mas que, depois de aderir a Jesus, passou a considerar tudo aquilo lixo (Fl 3,7ss). Sua vida se transformou completamente. Portanto, o verdadeiro discípulo não é alguém fiel como do AT que apenas aderiu a Jesus. Muito mais do que isso, é alguém que rompeu com seu antigo mundo e colocou toda a sua segurança no evangelho

  II. Comentário

 Conhecer os mandamentos é importante. Mas é necessário bem mais. O jovem que se

 aproxima de Jesus é alguém cumpridor dos preceitos, uma pessoa de coração bom e de boas

 intenções. Contudo, ainda apegado às coisas efêmeras.

 Ele pode ser o retrato da comunidade, que, embora bem intencionada, ainda não se

 deu conta de que o seguimento a Jesus implica radicalidade, isto é, os bens são importantes;

 porém, o Bem maior é Jesus mesmo.

 Ele é a nossa segurança. O pensamento de Santo Óscar Romero é ilustrativo nesse

 sentido: “Quantos hão que não dizem ser cristãos, porque não têm fé. Têm mais fé no seu

 dinheiro e em suas coisas do que no Deus que criou tudo”.

 III Atualização

• A comunidade de Mateus ensina que, quando um fiel da Antiga Aliança se torna cristão, precisa continuar a observar os mandamentos, mas deve

 romper com todo seu passado, isto é, também com sua família. Convém

lembrar que a família é símbolo da tradição que vem desde Abraão.

• Convém lembrar ainda a conversão de Paulo, que já era um zeloso praticante da Lei, mas que, depois de aderir a Jesus, passou a considerar tudo aquilo lixo

(Fl 3,7ss). Sua vida se transformou completamente.

• Portanto, o verdadeiro discípulo não é alguém fiel como do AT que apenas

 aderiu a Jesus. Muito mais do que isso, é alguém que rompeu com seu antigo mundo e colocou toda a sua segurança no evangelho



 

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Homília da Sexta-feira da 19° Comum

 I.Introdução

Comentário

 Hoje, Jesus responde às perguntas dos seus contemporâneos sobre o

 verdadeiro significado do matrimônio, ressaltando a indissolubilidade do mesmo.

 Sua resposta, no entanto, também proporciona a base adequada para que nós,

 cristãos, possamos responder a aqueles cujos corações teimosos os obrigam a

 procurar a ampliação da definição de matrimônio para os casais homossexuais.

  Ao fazer retroceder o matrimônio ao plano original de Deus, Jesus ressalta

 quatro aspectos relevantes pelos quais só se pode unir em matrimônio a um

 homem e uma mulher:

 1) «O Criador, desde o início, os fez macho e fêmea» (Mt 19,4). Jesus nos ensina

 que, no plano divino, a masculinidade e a feminilidade têm um grande significado.

 Ignorar, pois, é ignorar o que somos.

 2) «Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher» (Mt

 19,5). No plano de Deus não é que o homem abandone os seus pais e vá embora

 com quem ele queira, mas sim com uma esposa.

 3) «De maneira que já não são dois, e sim uma só carne» (Mt 19,6). Esta união

 corporal vai mais além da pouco duradoura união física que ocorre no ato

 conjugal. Refere-se à união duradoura que se apresenta quando um homem e uma

 mulher, através do seu amor, concebem uma nova vida que é o matrimônio

 perdurável ou união dos seus corpos. Logicamente, que um homem com outro

 homem, ou uma mulher com outra mulher, não pode ser considerado um único

 corpo dessa maneira.

 4) «Pois o que Deus uniu, o homem não separe» (Mt 19,6). Deus mesmo uniu em

 matrimônio ao homem e à mulher e, sempre que tentamos separar o que Ele uniu,

 estaremos fazendo por nossa própria conta e por conta da sociedade.

  III.

Atualização

 Em sua catequese sobre Gênesis, o Papa João Paulo II disse: «Em sua

resposta aos fariseus, Jesus Cristo comenta aos interlocutores a visão total

 do homem, sem o qual não é possível oferecer uma resposta adequada às

 perguntas relacionadas com o matrimônio».

  Cada um de nós está chamado a ser o eco desta Palavra de Deus em nosso

momento


 

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA - SÃO LOURENÇO DIÁCONO E MÁRTIR.


 vermelho, glória, pref. dos mártires, – ofício da festa) O. Introdução

São Lourenço entregou-se a si mesmo ao serviço da Igreja. Foi digno de sofrer o martírio e de subir com alegria para junto do Senhor Jesus.

 Lourenço nasceu na Itália no século 3o e lá faleceu em 258. Dizia que os pobres eram os verdadeiros tesouros da Igreja. Entre eles distribuiu os bens da comunidade, antes de ser arrastado para o cruel martírio sobre grelha incandescente. Seu nome é lembrado na 1a Oração Eucarística, o Cânon Romano. Busquemos nesse que é o padroeiro dos diáconos as forças necessárias para enfrentar as adversidades do .

II. Comentário

 Lourenço é um dos mártires mais conhecidos e venerados, já desde os primeiros

 séculos. Encarregado de cuidar dos bens da Igreja, repartiu-os entre os pobres, já que

 pressentia prisão iminente.

 Aprisionado junto com o papa Sisto II, não sofreu de imediato o martírio, mas

 suportou corajosamente atrozes dores na grelha incandescente. Alguns escritos permitem

 introduzir aqui um gracejo de Lourenço.

 No meio de tormentos, ele teria dito ao carrasco: “Vira-me, pois deste lado já estou

 bem assado”. Entretanto, a maioria dos escritores modernos julga que Lourenço tenha sido

 decapitado como o papa Sisto II, martirizado três dias antes. Morreu em 258 e foi sepultado

 no Campo Verano, na Via Tiburtina (Roma), onde Constantino edificou a basílica que tem o

 seu nome.

 III. Atualização

 Hoje, são Lourenço, diácono e mártir, emerge como um expoente da ação

caritativa vivida pela Igreja desde suas origens. A Ele, como responsável da

 assistência aos pobres de Roma, depois de serem apressados seus

 companheiros e o Papa Sixto, foi lhe concedido um tempo para recolher os

 tesouros da Igreja e entregá-los às autoridades. Lourenço distribuiu o dinheiro

 disponível aos pobres e depois os apresentou às autoridades como

 verdadeiros tesouros da Igreja.

  A Igreja não é uma ONG. Sua atividade caritativa deve fundar-se,

principalmente, sobre a experiência de um encontro pessoal com Cristo, cujo

 amor tocou o coração do crente, suscitando nele o amor pelo próximo. São

 Lourenço continuou esta senda até as últimas consequências, aceitando

 livremente o martírio, numa prova suprema de fé e caridade.

 

 Senhor, por intercessão de são Lourenço te pedimos que inflames nosso

coração para ser capazes de amar como tu nos tem amado, levando por todos

 a cruz de cada dia