sexta-feira, 15 de abril de 2022

HOMÍLIA da Sexta-feira da Paixão

I. Introdução

II. Comentário

  É ali que se cumpre o seu dom de amor e que brota para sempre a

 nossa salvação. Morrendo na cruz, inocente entre dois criminosos, Ele

 testemunha que a salvação de Deus pode alcançar qualquer homem, em

 todas as condições, até na mais negativa e dolorosa.

 A salvação de Deus é para todos, sem excluir ninguém. É oferecida a

 todos. Jesus é verdadeiramente o semblante da misericórdia do Pai.

 Hoje nosso olhar se volta para Jesus crucificado. Essa cena nos leva a refletir sobre a

 violência e a dor causadas contra um justo. Sim, Jesus foi um justo por excelência. Por causa

 de sua luta pela justiça e pela fraternidade, foi condenado como criminoso.

 Os crucificados eram considerados pessoas perigosas. O texto nos leva a tirar algumas

 lições para o nosso cotidiano: o gesto de amor de Jesus pela humanidade, doou sua vida para

 que as pessoas fossem mais valorizadas e amadas, principalmente os mais desprezados.

 Assim como Jesus, justo e inocente, muitos justos e inocentes são perseguidos e,

 muitas vezes, condenados por defenderem a causa dos mais pobres. Não há melhor modo de

 explicar o que é o amor para o cristão do que mostrar a imagem de Jesus crucificado.

 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Com seu

 sangue derramado, Jesus nos purifica e abre o caminho para a eternidade.

 Do Evangelho aprendemos que devemos imitar a Jesus, fazer como ele. Ao olhar para

 a cruz, que é o maior sinal de amor, devemos também oferecer nosso tempo, nossa

 inteligência, nossos esforços pelo bem das pessoas.

 Não há necessidade de nosso povo buscar sofrimento e cruzes, pois já sofre o

 suficiente e carrega cruzes pesadas demais.

 III. Atualização

• «A cruz é a inclinação mais profunda da Divindade para com o homem. A cruz é como um toque de amor eterno nas feridas mais dolorosas da existência terrena do homem» (São João Paulo II)

  • «O perdão custa algo, sobretudo a quem perdoa (...). Deus só pode vencer a culpa e o sofrimento dos homens intervindo pessoalmente, sofrendo Ele proprio no seu Filho, que carregou este fardo e o superou dando-se a si mesmo» (Bento XVI)

• «Este desejo de fazer seu o plano do amor de redenção do seu Pai,

 anima toda a vida de Jesus. A sua paixão redentora é a razão de ser da Encarnação: ‘Pai, salva-Me desta hora! Mas por causa disto, é que Eu cheguei a esta hora’ (Jo 12, 27). ‘O cálice que o Pai Me deu, não havia


de bebê-lo?’ (Jo 18, 11). E ainda na cruz, antes de ‘tudo estar consumado’ (Jo 19, 30), diz: ‘Tenho sede’» (Catecismo da Igreja Católica, no 607.



 

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Missa da Santa Ceia do Senhor

pés de seus discípulos.

Missa da Santa Ceia do Senhor

  Gesto revolucionário, onde se viu um Mestre e Senhor lavar os pés de seus

 seguidores! Pedro é o primeiro a se opor a essa atitude de Jesus.

  Pedro tinha grande respeito pelo Mestre, mas nem sempre entendia os gestos de

 Jesus. Se nos pusermos no lugar de Pedro, talvez entenderíamos seu modo de raciocinar.

 Pedro vivia num mundo em que tarefas mais pesadas ou consideradas

 degradantes eram relegadas aos servos. Toda autoridade – seja ela política, religiosa ou

 civil -, se deseja ser digna da função e ser acolhida e valorizada, precisa estar atenta aos

 outros, principalmente aos mais vulneráveis.

 III.

O último gesto concreto de Jesus antes de ser julgado e condenado foi lavar os

 Jesus quer que seus discípulos de todos os tempos entendam que ele veio ensinar

 uma forma nova de relacionamento entre as pessoas.

 O que conta não é o poder, o domínio egoísta, mas o serviço. Mesmo em funções

 diferentes, o que deve prevalecer é o cuidado de uns pelos outros. Com seu gesto, Jesus

 nos ensina que não podemos nos fechar em nós mesmos, mas devemos nos preocupar

 com o bem-estar de todos.

 Jesus lavou os pés dos discípulos durante uma ceia. Isso lembra que a missa, a

 celebração eucarística, é a ocasião privilegiada de aprendermos com ele a servir uns aos

 outros.

 Atualização

 Hoje, com a Última Ceia, chegou "a hora" de Jesus, para a que foi encaminhada

desde o principio com todas suas obras. O essencial desta hora fica dito por

 João com duas palavras fundamentais: é a hora do "passo"; é a hora da "ágape"

 (amor hasta el extremo).

  Os dois termos se explicam reciprocamente, são inseparáveis. O amor mesmo

é o processo do passo, da transformação, do sair dos limites da condição

 humana, na qual todos estão "separados" uns de outros, em uma alteridade

 que não podemos sobrepassar. É o amor até o extremo o que produz a

 "transformação" aparentemente impossível: sair das barreiras da

 individualidade fechada; isto é exatamente a “ágape”, a irrupção na esfera

 divina.

  A "hora" de Jesus é a hora do grande "passo adiante", a transformação do ser

através do "ágape". "Tudo está cumprido", dirá o Crucificado: é uma ágape "até

 o extremo", a totalidade do entregar-se a si mesmo até a morte.


 

terça-feira, 12 de abril de 2022

HOMÍLIA da Terça-feira da semana Santa

I. Introdução

A vida de Jesus foi pontilhada de experiências humanas

   dramáticas.

 A infidelidade de seus amigos mais íntimos foi, sem dúvida, uma das que mais o fizeram sofrer.

Afinal, o chamado, a missão que lhe confiara e os ensinamentos partilhados eram sinais da sua benevolência e amizade.

 II. Comentário

A denúncia da futura traição de Judas e da negação de Pedro revelam a consciência de Jesus em relação ao grupo de

   discípulos.

Ele deve ter intuído que estes não estavam preparados para enfrentar a provação que se avizinhava.

Judas tinha ideais não totalmente compatíveis com os do

 Mestre. Os evangelhos frisam seu mau caráter e falta de escrúpulos com os donativos oferecidos para o sustento do grupo.


 Pedro tinha uma personalidade impulsiva, com arroubos de entusiasmo, mas reticente na hora de defrontar-se com o perigo.

A situação de Judas e a de Pedro não eram isoladas. Os demais discípulos padeciam da mesma insegurança. Assim, na medida em que se aproximava a hora de Jesus, foram também

 entrando em pânico e acabaram fugindo, deixando o Mestre no mais total abandono.

 III. Atualização

• A vida de Jesus parecia estar fadada a concluir-se com

uma enorme frustração.

• Traído, negado e abandonado pelos amigos, viu ruir um projeto acalentado com muita esperança.



segunda-feira, 11 de abril de 2022

SEMANA SANTA

SEGUNDA A QUARTA-FEIRA SANTA

--Na segunda-feira, é costume ter a Procissão do Depósito.

 – Nestes dias, a liturgia apresenta textos bíblicos que enfocam a missão redentora de

 Cristo. Não há nenhuma celebração litúrgica especial, mas nas comunidades

 paroquiais, é costume realizarem atos devocionais como procissões, vias-sacras,

 celebrações penitenciais e outras, procurando realçar o sentido da Semana Santa.

  --Na terça-feira, a Procissão do Encontro de Nossa Senhora com o Senhor dos Passos,

 carregando a cruz rumo ao calvário.

 -- Na quarta-feira, iremos contemplar as Dores da Virgem Santíssima, com a procissão

 e o Sermão de Nossa Senhora das Dores. Além disso há espaço para o Ofício das

 Trevas, Sermão das 7 palavras e outros atos




Semana Santa

SEMANA SANTA DOMINGO DE RAMOS E A PAIXÃO.

  – A celebração desse dia lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, aonde vai para

 completar sua missão, que culminará com a morte na cruz.

 -- Evangelhos relatam que muitas pessoas homenagearam Jesus, estendendo mantos

 pelo chão e aclamando-o com ramos de árvores. Por isso, hoje os fiéis carregam ramos,

 recordando o acontecimento. Imitando o gesto do povo em Jerusalém, querem exprimir

 que Jesus é o único mestre e Senhor.

 -- Depois de termos recebido as cinzas dos ramos do ano passado ao iniciar a

 quaresma, agora recebemos novos ramos para aclamar neste ano Cristo como Senhor

 de nossas vidas. Depois é o domingo da Paixão, pois lemos também o texto da Paixão

 de Cristo segundo São Lucas.



HOMÍLIA da SEGUNDA-FEIRA da SEMANA SANTA

 I. Introdução

Acusai, Senhor, meus acusadores; combatei aqueles que me combatem! Tomai escudo e armadura, levantai-vos, vinde em meu socorro! Senhor, meu Deus,

II. Comentário

Segundo a proposta do evangelista João, o tempo de Jesus está chegando ao fim. Jesus volta à casa de Lázaro, seu amigo a quem ressuscitou, e aí experimenta o

      força que me salva! (Sl 34,1s; Sl 139,8)

Jesus, o Servo de Deus que doa a vida em favor da humanidade, é ungido para a missão. Pelo batismo, fomos também ungidos para participar da missão profética, sacerdotal e régia de Cristo. O gesto profético da irmã de Lázaro alastre entre nós o perfume do amor e da fidelidade a Jesus.

    consolo de ter os pés ungidos e enxugados por Maria.

Esse gesto de Maria antecipa o que acontecerá com o corpo de Jesus após a

 sua morte; Judas, por sua vez, com sua praticidade e desonestidade, usando os pobres como justificativa, considera um desperdício o gesto de Maria e pensa no quanto lucraria com a venda do perfume.

Diante de um mesmo fato ou de uma situação que se mostra iminente, a reação pode ser totalmente distinta. Maria e Judas são esses opostos diante do Mestre que está prestes a ser preso e morto.

Estar com Jesus requer de nós decidir-se por ele verdadeiramente; contudo, nem sempre isso acontece, e Judas é um exemplo gritante. Qual é nossa escolha

  verdadeira, íntima, aquela que nos compromete?

 III. Atualização •

 Tudo o que temos no mundo não sacia a nossa fome de infinito.

  Precisamos de Jesus, de estar com Ele, de alimentarmo-nos à

 sua mesa, com as suas palavras de vida eterna!


  •

caminho.

Acreditar em Jesus significa torná-lo centro, o sentido da nossa

 vida. Cristo não é um elemento acessório: é o “pão vivo”, o

 alimento indispensável.

 Unir-se a Ele, numa verdadeira relação de fé e de amor, não

 significa estar acorrentado, mas profundamente livre, sempre a

  Cada um de nós pode questionar-se: quem é Jesus para mim? É

  um nome, uma ideia, só um personagem histórico? Ou é

 verdadeiramente aquela pessoa que me ama, que deu a sua vida

 por mim e caminha comigo?




domingo, 10 de abril de 2022

Homília do Domingo de Ramos

I. Introdução

II. Comentário

  Hoje começamos a Semana Santa escutando a entrada de Jesus em Jerusalém

 aclamado pelas pessoas como Rei. Mas nosso Rei entra aí para entregar sua vida por

 nossa salvação. Durante a missa escutaremos o relato de sua Paixão: termina com sua

 morte na Cruz e depositado no sepulcro (Sexta e Sábado Santo).

 Onde está a salvação? Os homens pedimos «crucifica-o, crucifica-o! ». Jesus,

 desde o alto de sua Cruz, respondeu: «Pai, perdoa-os, porque não sabem o que

  fazem». Este é o Amor Misericordioso que “salva” (perdoa) nossas faltas.

 Hoje, lemos o relato da Paixão segundo São Lucas. Neste evangelista, os ramos

 gozosos da entrada em Jerusalém e o relato da Paixão estão relacionados entre si,

 embora a primeira situação seja de triunfo e a segunda de humilhação.

 Jesus chega a Jerusalém como rei messiânico, humilde e pacífico, em atitude

 de serviço, e não como um rei temporal que usa e abusa do seu poder. A cruz é o

 trono desde onde reina (não lhe falta a coroa real), amando e perdoando. Com efeito,

 o Evangelho de Lucas pode resumir-se dizendo que revela o amor de Jesus

 manifestado na misericórdia e no perdão.

 Perdão e misericórdia que se revelam durante toda a vida de Jesus, mas que

 se fazem sentir de modo evidente quando Jesus é pregado na cruz. Quão significativas

 são as três palavras, pronunciadas na cruz, que ouvimos hoje dos lábios de Jesus!:

 -- ama e perdoa até aos seus verdugos: «Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem

 (Lc   23,34).

—Ao ladrão que está à sua direita e Lhe pede que se recorde dele no Reino, também

 lhe perdoa e o salva: «Hoje estarás comigo no Paraíso» (Lc 23,43).

 —Jesus perdoa e ama principalmente no momento da Sua entrega, quando exclama:

 «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23,46).

 É esta a última lição do Mestre desde a cruz: a misericórdia e o perdão, frutos do amor.

 A nós custa-nos tanto perdoar! Mas se fizermos a experiência do amor de Jesus que

 nos desculpa, nos perdoa e nos salva, não nos custará tanto olhar todos com uma

 ternura que perdoa com amor, e absolve sem mesquinhez.

 São Francisco assim o exprime no seu Cântico das Criaturas: «Louvado sejas, Senhor,

 por aqueles que perdoam pelo Teu amor».

 III. Atualização

  Hoje, no início da liturgia, a Igreja diz-nos: "Sigamos o Senhor". O seguimento

de Cristo exige como primeiro passo o despertar da nostalgia pelo autêntico

 ser homens e assim despertar para Deus. Exige depois que se entre no grupo

 de quantos sobem, na comunhão da Igreja. No "nós" da Igreja entramos em

 comunhão com o "Tu" de Jesus Cristo e assim alcancemos o caminho para

 

Deus. Além disso, é exigido que se ouça a Palavra de Jesus Cristo e que a

 vivamos.

  A Cruz faz parte da subida para a altura de Jesus Cristo, da subida até à altura

de Deus. Como nas vicissitudes deste mundo não se podem alcançar grandes

 resultados sem renúncia e exercitação árdua, assim também o caminho para

 a própria vida, rumo à realização da própria humanidade está ligada à

 comunhão com Aquele que subiu à altura de Deus através da Cruz.

  A Cruz é expressão daquilo que o amor significa: só quem se perde a si mesmo,

se encontra.