domingo, 10 de abril de 2022

Homília do Domingo de Ramos

I. Introdução

II. Comentário

  Hoje começamos a Semana Santa escutando a entrada de Jesus em Jerusalém

 aclamado pelas pessoas como Rei. Mas nosso Rei entra aí para entregar sua vida por

 nossa salvação. Durante a missa escutaremos o relato de sua Paixão: termina com sua

 morte na Cruz e depositado no sepulcro (Sexta e Sábado Santo).

 Onde está a salvação? Os homens pedimos «crucifica-o, crucifica-o! ». Jesus,

 desde o alto de sua Cruz, respondeu: «Pai, perdoa-os, porque não sabem o que

  fazem». Este é o Amor Misericordioso que “salva” (perdoa) nossas faltas.

 Hoje, lemos o relato da Paixão segundo São Lucas. Neste evangelista, os ramos

 gozosos da entrada em Jerusalém e o relato da Paixão estão relacionados entre si,

 embora a primeira situação seja de triunfo e a segunda de humilhação.

 Jesus chega a Jerusalém como rei messiânico, humilde e pacífico, em atitude

 de serviço, e não como um rei temporal que usa e abusa do seu poder. A cruz é o

 trono desde onde reina (não lhe falta a coroa real), amando e perdoando. Com efeito,

 o Evangelho de Lucas pode resumir-se dizendo que revela o amor de Jesus

 manifestado na misericórdia e no perdão.

 Perdão e misericórdia que se revelam durante toda a vida de Jesus, mas que

 se fazem sentir de modo evidente quando Jesus é pregado na cruz. Quão significativas

 são as três palavras, pronunciadas na cruz, que ouvimos hoje dos lábios de Jesus!:

 -- ama e perdoa até aos seus verdugos: «Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem

 (Lc   23,34).

—Ao ladrão que está à sua direita e Lhe pede que se recorde dele no Reino, também

 lhe perdoa e o salva: «Hoje estarás comigo no Paraíso» (Lc 23,43).

 —Jesus perdoa e ama principalmente no momento da Sua entrega, quando exclama:

 «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23,46).

 É esta a última lição do Mestre desde a cruz: a misericórdia e o perdão, frutos do amor.

 A nós custa-nos tanto perdoar! Mas se fizermos a experiência do amor de Jesus que

 nos desculpa, nos perdoa e nos salva, não nos custará tanto olhar todos com uma

 ternura que perdoa com amor, e absolve sem mesquinhez.

 São Francisco assim o exprime no seu Cântico das Criaturas: «Louvado sejas, Senhor,

 por aqueles que perdoam pelo Teu amor».

 III. Atualização

  Hoje, no início da liturgia, a Igreja diz-nos: "Sigamos o Senhor". O seguimento

de Cristo exige como primeiro passo o despertar da nostalgia pelo autêntico

 ser homens e assim despertar para Deus. Exige depois que se entre no grupo

 de quantos sobem, na comunhão da Igreja. No "nós" da Igreja entramos em

 comunhão com o "Tu" de Jesus Cristo e assim alcancemos o caminho para

 

Deus. Além disso, é exigido que se ouça a Palavra de Jesus Cristo e que a

 vivamos.

  A Cruz faz parte da subida para a altura de Jesus Cristo, da subida até à altura

de Deus. Como nas vicissitudes deste mundo não se podem alcançar grandes

 resultados sem renúncia e exercitação árdua, assim também o caminho para

 a própria vida, rumo à realização da própria humanidade está ligada à

 comunhão com Aquele que subiu à altura de Deus através da Cruz.

  A Cruz é expressão daquilo que o amor significa: só quem se perde a si mesmo,

se encontra.

 




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