quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Homília da Quinta-feira da 26ª semana do Tempo Comum


I. INTRODUÇÃO

Hoje Jesus nos fala da missão apostólica. Porém «escolheu outros setenta e dois e enviou-os, dois a dois» (Lc 10,1), a proclamação do Evangelho é uma tarefa «que não pode ser delegada a uns poucos especialistas» João Paulo II: todos estamos chamados a essa tarefa e, todos vamos sentirmos responsáveis dela. Cada um desde seu lugar e condição. 

II. COMENTÁRIO

O dia do Batismo nos disseram: «Sois Sacerdote, Profeta e Rei para a vida eterna». Hoje mais que nunca, nosso mundo precisa do testemunho dos seguidores de Cristo.

«A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos» (Lc 10,2): É interessante esse sentido positivo da missão, pois o texto não diz: «Há muito para semear e poucos trabalhadores». Tal vez, hoje teríamos que falar desse jeito, pelo grande desconhecimento de Jesus Cristo e sua Igreja em nossa sociedade. Um olhar esperançado da missão gera otimismo e ilusão. Não nos deixemos abater pela desilusão e a desesperança.

No início, a missão que nos espera é, ao mesmo tempo, apaixonante e difícil. O anúncio da Verdade e da Vida, nossa missão, não pode nem deve pretender forçar a adesão, pelo contrário, deve suscitar uma livre adesão. As ideias, devem se propor e não impor, nos lembra o Papa.

«Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias...» (Lc10,4): a única força do missionário deve ser Cristo. E para que ele encha sua vida, é preciso que o evangelizador se esvazie de tudo aquilo que não é Cristo. A pobreza evangélica é um requisito importante e, ao mesmo tempo, o testemunho mais crível que o apóstolo pode dar, além de que só esse desprendimento nos fará livres.

III. ATUALIZAÇÃO
• O missionário anuncia a paz. É portador de paz, porque leva a Cristo, o Príncipe da Paz. Por isso, «Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro.
• A paz esteja nesta casa! Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; senão, ela retornará a vós» (Lc 10,5-6). 
• Nosso mundo, nossas famílias, nosso Eu pessoal, têm necessidade de Paz. Nossa missão é urgente e apaixonante.



 

Pe. Edivânio José.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA -- SANTOS MIGUEL, GABRIEL E RAFAEL, ARCANJOS

I. INTRODUÇÃO

Bendizei ao Senhor, mensageiros de Deus, heróis poderosos que cumpris suas ordens, sempre atentos à sua palavra (Sl 102,20).

A liturgia une, numa só comemoração, São Miguel, que lutou contra as forças do mal; São Gabriel, o mensageiro do maior evento da história, a encarnação de Jesus; e São Rafael, que acompanhou e protegeu na viagem o jovem Tobias e curou-lhe o pai cego. Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja herdou do Antigo Testamento a veneração desses três arcanjos.

II. COMENTÁRIO

Arcanjo significa chefe supremo dos anjos. A Carta de Judas aplica esse título a Miguel, e a Igreja estendeu-o depois a Gabriel e a Rafael. O novo calendário reuniu numa só celebração os três arcanjos (Miguel, Gabriel e Rafael), cuja festa caía em datas diferentes. 

Miguel, que significa “Quem é como Deus?”, cultuado desde os primeiros séculos da era cristã, é lembrado no livro de Daniel. A Carta de Judas mostra-o em luta contra Satanás, que quer o corpo de Moisés. Também o Apocalipse recorda o combate de Miguel e seus anjos contra o dragão. 

Gabriel, “Força de Deus”, apresentou-se a Zacarias como “aquele que está diante de Deus”. Anunciou o nascimento de João Batista e a encarnação do Filho de Deus. Rafael, “Deus cura”, aparece no livro de Tobias como acompanhante de viagem do jovem Tobias.

 

Oração

Ó Jesus, Salvador nosso, teu Pai celeste confiou aos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael importantes intervenções na história da salvação. Faze-nos, Senhor, compreender a nobre missão desses mensageiros do Alto e glorificar a Deus pela cooperação deles na tua obra redentora. Amém.




 

Pe. Edivânio José.

 

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Homília da Terça-feira da 26ª semana do Tempo Comum

I. Introdução

Hoje, Jesus Cristo repreende aos Boanerges ("filhos do trovão"), por sua disposição violenta, absolutamente injustificável. Sem paz entre a razão e a fé, também não pode haver paz no mundo. As "patologias da religião" e as "patologias da razão" são fatais porque "secam" as fontes da moral e do direito.

II. Comentário

As primeiras instrumentalizam a Deus para tornar absoluto o próprio poder: identificam o "absoluto" (próprio de Deus) com sua comunidade e interesses. Então o bem é o que serve ao próprio poder; se desvanece a diferença entre bem e mal; moral e direito se tornam imparciais. 

As "patologias da razão", típicas das ideologias totalitárias, desvinculam a razão com respeito a Deus, pretendendo —inutilmente construir o homem novo. Mas quando a religião e a moral não pertencem já à razão, então o homem fica à mercê da "produção".

Hoje, Jesus vai a caminho de Jerusalém e queria descansar numa povoação de samaritanos. Porém, os habitantes não O quiseram receber porque não se davam com os judeus. A Tiago e a João “subiu-lhes a cólera”: queriam fulminar aquela gente. Mas Jesus repreende aquela “valente” reação. Ele não veio para condenar, mas para salvar!

Jesus não fulminou aquelas pessoas; nem sequer se queixou. Mas não teve outro remédio senão “passar ao largo”. - Deus nunca me rejeita, mas… quantas vezes O obriguei a passar ao largo?

III. Atualização
• Em segundo lugar, diante da rejeição dos Os samaritanos, Tiago e João querem fazer descer fogo do céu (cf. Lc 9,54). 
• O Senhor os repreende por seu zelo indiscreto. Devemos nos lembrar da paciência que Deus tem conosco, e ser pacientes com nossos irmãos em seu caminho para Deus, mesmo que eles não respondam imediatamente à sua graça.
• Deus quer que todos os homens sejam salvos e deu seu único Filho na cruz por todos. Deus esgota todas as possibilidades de se aproximar de cada homem e espera com divina paciência o momento em que cada coração se abre à sua Misericórdia.

Oração

Senhor, a consciência de ser criados por ti nos defende do horror do "homem produzido" (que será destruído logo que cesse sua "utilidade"). Somos teus filhos!

 


Pe. Edivânio José.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA SEGUNDA-FEIRA DA MEMÓRIA DE SÃO VICENTE DE PAULO


I. INTRODUÇÃO

Repousa sobre mim o Espírito do Senhor; ele me ungiu para levar a Boa-Nova aos pobres e curar os corações contritos (Lc 4,18).

Vicente nasceu na França em 1581 e lá faleceu em 1660. Ordenado presbítero, trabalhou junto às populações rurais, vivendo em contato com misérias materiais e morais. Fundou a Congregação dos Padres da Missão – os Lazaristas – e, juntamente com Santa Luísa de Marillac, as Filhas da Caridade, com o objetivo de servir os abandonados. Com imensa dedicação, incrementou a formação do clero. A seu exemplo, cultivemos grande sensibilidade pelos excluídos da sociedade e nos disponhamos a promover ações concretas em seu favor.

I. COMENTÁRIO

Jesus acabara de apresentar aos discípulos o segundo anúncio de sua paixão. Mas eles não entenderam que, na qualidade de discípulos, deveriam seguir o mesmo caminho do Mestre. Jesus se abaixa. Os discípulos querem se elevar. Por isso, fazem entre si um bate-boca sobre qual deles seria o maior.

Estão longe de compreender o espírito da novidade que Jesus vem introduzir nas relações humanas. Quem é o maior? O menor. Para ilustrar seu ensinamento, Jesus dá destaque a uma criança, colocando-a do seu lado. Com isso revela o sentido de toda a sua obra: a verdadeira grandeza está na humildade. 

Na sequência, Jesus previne seus discípulos contra a tentação do fanatismo. Para Jesus, não é necessário que alguém pertença oficialmente a seu grupo para ter o direito de agir em seu nome. Ninguém tem o monopólio do bem.

 

Oração

Ó Mestre, a grandeza do Reino de Deus não está em conquistar lugares de honra. Quem acolhe o pequenino em teu nome está acolhendo a ti e ao Pai Celeste. Esclareces também que o teu Reino não é um grupo fechado, uma seita, mas está presente em toda parte onde se pratica o bem. Amém.




domingo, 26 de setembro de 2021

HOMÍLIA DO 26º Domingo do Tempo Comum - Ano B


I. INTRODUÇÃO

A liturgia do 26º Domingo do Tempo Comum apresenta várias sugestões para que os crentes possam purificar a sua opção e integrar, de forma plena e total, a comunidade do Reino. 

Uma das sugestões mais importantes (que a primeira leitura apresenta e que o Evangelho recupera) é a de que os crentes não pretendam ter o exclusivo do bem e da verdade, mas sejam capazes de reconhecer e aceitar a presença e a ação do Espírito de Deus através de tantas pessoas boas que não pertencem à instituição Igreja, mas que são sinais vivos do amor de Deus no meio do mundo.

II. COMENTÁRIO

1ª LEITURA

A primeira leitura, recorrendo a um episódio da marcha do Povo de Deus pelo deserto, ensina que o Espírito de Deus sopra onde quer e sobre quem quer, sem estar limitado por regras, por interesses pessoais ou por privilégios de grupo. 

O verdadeiro crente é aquele que, como Moisés, reconhece a presença de Deus nos gestos proféticos que vê acontecer à sua volta.

2ª LEITURA

A segunda leitura convida os crentes a não colocarem a sua confiança e a sua esperança nos bens materiais, pois eles são valores perecíveis e que não asseguram a vida plena para o homem. 

Mais: as injustiças cometidas por quem faz da acumulação dos bens materiais a finalidade da sua existência afastá-lo-ão da comunidade dos eleitos de Deus.

EVANGELHO

No Evangelho temos uma instrução, através da qual Jesus procura ajudar os discípulos a situarem-se na órbita do Reino. 

Nesse sentido, convida-os a constituírem uma comunidade que, sem arrogância, sem ciúmes, sem presunção de posse exclusiva do bem e da verdade, procura acolher, apoiar e estimular todos aqueles que atuam em favor da libertação dos irmãos.

Convida-os também a não excluírem da dinâmica comunitária os pequenos e os pobres; convida-os ainda a arrancarem da própria vida todos os sentimentos e atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino.

 


sábado, 25 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA 25ª SEMANA DO TEMPO COMUM

 I. INTRODUÇÃO 


Os discípulos de Jesus não deveriam deixar-se contaminar com a empolgação popular a respeito do Mestre. O povo se maravilhava diante dos grandes feitos de Jesus e, talvez, nutrisse esperanças a seu respeito.

II. COMENTÁRIO

Esperanças que ele não estava disposto a realizar. Entre elas, sem dúvida, a intenção de fazê-lo rei.

Os discípulos, por sua vez, provinham das camadas populares e nutriam as mesmas expectativas do povo em relação ao bem-estar social, ao futuro da nação, à esperança messiânica. Por isso, corriam o risco de se deixarem levar, com muita facilidade, pelo que o povo pensava a respeito de Jesus, e esperava dele.

Para evitar equívocos, o Mestre pediu-lhes que prestassem toda atenção num esclarecimento muito importante: ele estava destinado a sofrer muito. A declaração de Jesus deixou os discípulos perplexos. Suas palavras pareceram-lhes obscuras. Não eram capazes de captar-lhes o sentido. E tinham medo de interrogar o Mestre sobre este assunto.

III ATUALIZAÇÃO

• Jesus cuidou para que sua paixão e morte não pegassem os discípulos desprevenidos, gerando frustração e dispersão do grupo. 
• Eles deveriam compreender que o sofrimento fazia parte de sua opção de fidelidade ao Reino de Deus. 
• Não seria um acidente imprevisto na sua trajetória. Por conseguinte, foram desafiados a refazer suas expectativas a respeito de Jesus.

 

Oração

Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.



 

Pe. Edivânio José.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA Sexta-feira da 25ª semana do Tempo Comum


 

I. INTRODUÇÃO

Hoje, no Evangelho, há dois interrogantes que o mesmo Maestro formula a todos. O primeiro interrogante pede uma resposta estatística, aproximada: «Quem dizem as multidões que eu sou?» (Lc 9,18). Faz que giremos ao redor e contemplemos como resolvem a questão os outros: os vizinhos, os colegas de trabalho, os amigos, os familiares mais próximos.

II. COMENTÁRIO

Olhamos o entorno e sentimo-nos mais ou menos responsáveis ou próximos -depende dos casos- de algumas dessas respostas que formulam quem têm relação conosco e com nosso âmbito, as pessoas.

E a resposta diz-nos muito, informa-nos, situa-nos e faz que tomemos consciência daquilo que desejam, precisam, buscam os que vivem ao nosso lado. Ajuda-nos a sintonizar, a descobrir com o outro, um ponto de encontro para ir além.

Há uma segunda interrogação que pede por nós: «E vós, quem dizeis que eu sou?» (Lc 9,20). É uma questão fundamental que chama à porta, que mendiga a cada um de nós: uma adesão ou uma rejeição; uma veneração ou uma indiferença; caminhar com Ele e Nele ou finalizar numa aproximação de simples simpatia.

Esta questão é delicada, é determinante porque nos afeta. Que dizem nossos lábios e nossas atitudes? Queremos ser fiéis àquele que é e dá sentido ao nosso ser? Há em nós uma sincera disposição a segui-lo nos caminhos da vida? Estamos dispostos a acompanhá-lo à Jerusalém da cruz e da glória?

III. ATUALIZAÇÃO
• É um caminho de cruz e ressurreição. A cruz é exaltação de Cristo. 
• Disse-o Ele mesmo: Quando seja levantado, atrairei a todos para mim.  
• A cruz, pois, é glória e exaltação de Cristo» (São André de Creta). 
• Dispostos para avançar para Jerusalém? Somente com Ele e Nele, verdade?



 

Pe. Edivânio José.