sábado, 25 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA 25ª SEMANA DO TEMPO COMUM

 I. INTRODUÇÃO 


Os discípulos de Jesus não deveriam deixar-se contaminar com a empolgação popular a respeito do Mestre. O povo se maravilhava diante dos grandes feitos de Jesus e, talvez, nutrisse esperanças a seu respeito.

II. COMENTÁRIO

Esperanças que ele não estava disposto a realizar. Entre elas, sem dúvida, a intenção de fazê-lo rei.

Os discípulos, por sua vez, provinham das camadas populares e nutriam as mesmas expectativas do povo em relação ao bem-estar social, ao futuro da nação, à esperança messiânica. Por isso, corriam o risco de se deixarem levar, com muita facilidade, pelo que o povo pensava a respeito de Jesus, e esperava dele.

Para evitar equívocos, o Mestre pediu-lhes que prestassem toda atenção num esclarecimento muito importante: ele estava destinado a sofrer muito. A declaração de Jesus deixou os discípulos perplexos. Suas palavras pareceram-lhes obscuras. Não eram capazes de captar-lhes o sentido. E tinham medo de interrogar o Mestre sobre este assunto.

III ATUALIZAÇÃO

• Jesus cuidou para que sua paixão e morte não pegassem os discípulos desprevenidos, gerando frustração e dispersão do grupo. 
• Eles deveriam compreender que o sofrimento fazia parte de sua opção de fidelidade ao Reino de Deus. 
• Não seria um acidente imprevisto na sua trajetória. Por conseguinte, foram desafiados a refazer suas expectativas a respeito de Jesus.

 

Oração

Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.



 

Pe. Edivânio José.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA Sexta-feira da 25ª semana do Tempo Comum


 

I. INTRODUÇÃO

Hoje, no Evangelho, há dois interrogantes que o mesmo Maestro formula a todos. O primeiro interrogante pede uma resposta estatística, aproximada: «Quem dizem as multidões que eu sou?» (Lc 9,18). Faz que giremos ao redor e contemplemos como resolvem a questão os outros: os vizinhos, os colegas de trabalho, os amigos, os familiares mais próximos.

II. COMENTÁRIO

Olhamos o entorno e sentimo-nos mais ou menos responsáveis ou próximos -depende dos casos- de algumas dessas respostas que formulam quem têm relação conosco e com nosso âmbito, as pessoas.

E a resposta diz-nos muito, informa-nos, situa-nos e faz que tomemos consciência daquilo que desejam, precisam, buscam os que vivem ao nosso lado. Ajuda-nos a sintonizar, a descobrir com o outro, um ponto de encontro para ir além.

Há uma segunda interrogação que pede por nós: «E vós, quem dizeis que eu sou?» (Lc 9,20). É uma questão fundamental que chama à porta, que mendiga a cada um de nós: uma adesão ou uma rejeição; uma veneração ou uma indiferença; caminhar com Ele e Nele ou finalizar numa aproximação de simples simpatia.

Esta questão é delicada, é determinante porque nos afeta. Que dizem nossos lábios e nossas atitudes? Queremos ser fiéis àquele que é e dá sentido ao nosso ser? Há em nós uma sincera disposição a segui-lo nos caminhos da vida? Estamos dispostos a acompanhá-lo à Jerusalém da cruz e da glória?

III. ATUALIZAÇÃO
• É um caminho de cruz e ressurreição. A cruz é exaltação de Cristo. 
• Disse-o Ele mesmo: Quando seja levantado, atrairei a todos para mim.  
• A cruz, pois, é glória e exaltação de Cristo» (São André de Creta). 
• Dispostos para avançar para Jerusalém? Somente com Ele e Nele, verdade?



 

Pe. Edivânio José.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA QUINTA-FEIRA, MEMÓRIA DE SÃO PIO DE PIETRELCINA PRESBÍTERO


I. INTRODUÇÃO

Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com inteligência e sabedoria (Jr 3,15).

Francisco Forgione, o padre Pio, nasceu na Itália em 1887 e lá faleceu em 1968. Herdeiro espiritual de São Francisco de Assis, foi o primeiro presbítero a ter impressos no corpo os estigmas da crucificação. Dedicou-se à evangelização e ao cuidado dos enfermos, em favor dos quais alcançou curas corporais e renovação espiritual. Celebrando sua memória, peçamos ao Senhor a cura de nossas enfermidades.

II. COMENTÁRIO

Jesus vem para realizar e propor nova mentalidade e, por isso, novo estilo de vida. Por suas atitudes coerentes e por seu poder de expulsar as forças do mal e curar doenças, em pouco tempo, Jesus havia cativado e arrastado atrás de si numerosas multidões. 

Embora ele insistisse para não publicarem seus feitos, sua fama logo se espalhou por toda parte e chegou aos ouvidos de Herodes, homem forte do governo. 

Fosse o profeta Elias que voltava, fosse João Batista, ressuscitado dos mortos, ambas as lembranças eram um tormento para a cabeça do cruel Herodes, que fica confuso. 

III. ATUALIZAÇÃO
• “Queria ver Jesus”, talvez para livrar-se do pesadelo de sua vida desregrada. 
• Na paixão de Jesus, Herodes fará de tudo para arrancar-lhe uma palavra.
• Tratava-se de mera curiosidade, não desejo de se tornar discípulo.

 

Oração

Ó Jesus Mestre, Herodes Antipas se incomoda com as informações que circulam a teu respeito. Mera curiosidade pessoal, sem intenção de se tornar teu discípulo. Livra- nos, Senhor, dos prepotentes, que dificultam ou impedem a expansão do teu Reino de justiça, amor e paz. Amém.

 


Pe. Edivânio José.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Homília da Quarta-feira da 25ª semana do Tempo Comum

I. INTRODUÇÃO

Hoje, Jesus convoca os Doze, que representavam o futuro Povo de Deus. Graças ao seu fiel testemunho e, o dos seus sucessores (os bispos), a palavra e a vida de Jesus se fez presente de modo permanente entre nós, formando a Tradição viva da Igreja.

II. COMENTÁRIO

Hoje Jesus Cristo envia aos Apóstolos a predicar. “Hoje” significa há 2.000 anos e também “nossos dias”: cada cristão —cada batizado— tem a honra de ser outro Cristo, ou seja, outro apóstolo. E as consignas para a missão são as mesmas: apoiarmos sobretudo na força de Jesus Cristo.

E o bastão, as mochilas, o pão, o dinheiro, as túnicas? Mas, de que vai? Turista? Apóstolo? A mais coisas, menos velocidade!

A sucessão na função episcopal deu continuidade ao ministério dos Apóstolos. Os Doze se os vinculou, em primeiro lugar Mateus (substituindo a Judas Iscariotes) e, logo Paulo, depois Barnabé e mais tarde com outros, até a definitiva configuração—na segunda e terceira geração — do ministério do bispo. Portanto, a continuidade apostólica se expressa nesta corrente histórica. E, nesta “continuada sucessão” do Colégio Apostólico está a garantia da perseverança da comunidade eclesial reunida “por” e “em” Cristo.

III. ATUALIZAÇÃO
• Esta continuidade não é apenas sucessão histórica, senão que também deve se entender no sentido espiritual
• A sucessão apostólica no ministério é considerada como lugar privilegiado da ação e da transmissão do Espírito Santo.

 

 

Oração

Ó Jesus, missionário do Pai, aos doze apóstolos dás “poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças”. Assim autorizados, eles percorrem os vilarejos, anunciando a Boa Notícia e realizando curas por toda parte. Envia, Senhor, novos apóstolos para os novos tempos. Amém.




 

Pe. Edivânio José.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA TERÇA-FEIRA DA 25ª SEMANA DO TEMPO COMUM


I. INTRODUÇÃO

No tempo de Jesus, a postura preconceituosa de certa ala do farisaísmo era bem conhecida. Julgando-se melhores que todo mundo por observarem, escrupulosamente, a Lei mosaica, sentiam-se no direito de desprezar quem não agia assim. 

II. COMENTÁRIO

Olhavam com desprezo para os pecadores e todos os que eram incapazes de praticar a Lei de modo "tão perfeito" como eles. Por outro lado, por serem contrários aos romanos, recusavam-se a conviver com os colaboradores do poder opressor. 

Nesta categoria, incluíam-se os cobradores de impostos. Isto explica por que se admiraram ao ver Jesus sentado à mesa com eles e com os pecadores. O gesto de Jesus parecia-lhes digno de censura.

Entretanto, o modo de proceder do Mestre ia na direção contrária. Sabendo-se revestido da missão de libertar o povo do seu pecado, buscava a companhia e a amizade dos que mais necessitavam da misericórdia divina. Longe de desprezá-los e marginalizá-los, sempre tinha para com eles gestos benevolentes de acolhida.

III. ATUALIZAÇÃO
• Um provérbio popular bem conhecido ajudava-o a compreender sua missão. 
• médico interessa quem está doente e carece de ajuda, e não quem está sadio e em boa forma. 
• Sendo ele o médico enviado por Deus para curar o pecado da humanidade, urgia colocar-se junto às vítimas do pecado. 
• É o que fazia, sem se importar com os preconceitos dos fariseus.

 

Oração

Ó Deus, que na vossa inesgotável misericórdia escolhestes o publicano Mateus para torná-lo apóstolo, dai-nos, por sua oração e exemplo, a graça de vos seguir e permanecer sempre convosco. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 


Pe. EDIVÂNIO JOSÉ.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Homília da FESTA DOS SANTOS ANDRÉ KIM E PAULO CHONG MÁRTIRES

I. INTRODUÇÃO

Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando este dia festivo em honra dos santos mártires. Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus.

André Kim, presbítero, e o grande apóstolo leigo Paulo se destacaram entre os missionários que evangelizaram a Coreia, no século 17. Com eles havia numerosos leigos, homens e mulheres, velhos, jovens e crianças, que, tendo suportado os suplícios do martírio, consagraram com o precioso sangue os primeiros tempos da Igreja coreana.

II. COMENTÁRIO

Os discípulos receberam a explicação da parábola do semeador e foram iluminados. Não devem guardar para si o tesouro precioso dos ensinamentos do Mestre; ao contrário, devem ser luz para o mundo. 

A Palavra de Deus, de fato, tem cunho universal: não é exclusividade de grupos fechados.

Sendo Palavra que liberta, não pode ficar oculta ou abafada: “A Palavra de Deus não está algemada” (2Tm 2,9). Em outra passagem, Jesus disse: “O que vocês disserem no quarto, ao pé do ouvido, será proclamado sobre os telhados”. 

III. ATUALIZAÇÃO
• A seus discípulos e a nós Jesus recomenda abertura de coração para acolhermos sua mensagem em medida generosa. 
• Quanto mais a pessoa se abre para Deus sem cálculos, tanto mais Deus se manifesta a ela. 
• Se a pessoa é mesquinha e se retrai, mesmo assim Deus não se retira nem deixa de se comunicar.

 

Oração

Ó Mestre Jesus, recomendas que tua Palavra não seja monopólio de pequeno grupo, como uma seita. Ao invés, queres que tua Palavra seja conhecida, amada, praticada e divulgada. Faze de nós, Senhor, autênticas testemunhas da tua Boa-Nova em toda parte e por todos os meios. Amém.

 


 

Pe. Edivânio José.

domingo, 19 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B


I. INTRODUÇÃO

A liturgia do 25º Domingo do Comum convida os crentes a prescindir da "sabedoria do mundo" e a escolher a "sabedoria de Deus". 

Só a "sabedoria de Deus" - dizem os textos bíblicos deste domingo - possibilitará ao homem o acesso à vida plena, à felicidade sem fim.

II. COMENTÁRIO

1ª LEITURA

A primeira leitura avisa os crentes de que escolher a "sabedoria de Deus" provocará o ódio do mundo. 

Contudo, o sofrimento não pode desanimar os que escolhem a "sabedoria de Deus": a perseguição é a consequência natural da sua coerência de vida.

2ª LEITURA

A segunda leitura exorta os crentes a viverem de acordo com a "sabedoria de Deus", pois só ela pode conduzir o homem ao encontro da vida plena. 

Ao contrário, uma vida conduzida segundo os critérios da "sabedoria do mundo" irá gerar violência, divisões, conflitos, infelicidade, morte.

EVANGELHO

O Evangelho apresenta-nos uma história de confronto entre a "sabedoria de Deus" e a "sabedoria do mundo". 

Jesus, imbuído da lógica de Deus, está disposto a aceitar o projeto do Pai e a fazer da sua vida um dom de amor aos homens; os discípulos, imbuídos da lógica do mundo, não têm dificuldade em entender essa opção e em comprometer-se com esse projeto. 

Jesus avisa-os, contudo, de que só há lugar na comunidade cristã para quem escuta os desafios de Deus e aceita fazer da vida um serviço aos irmãos, particularmente aos humildes, aos pequenos, aos pobres.

III. ATUALIZAÇÃO
• A vida desses "justos" que assumiram os valores de Deus e que, mesmo no meio da hostilidade geral, procuram preservar os seus valores e viver de forma coerente com a sua fé, constitui um incómodo e uma dura interpelação para os "ímpios". 
• A coerência, a honestidade, a verticalidade e a fidelidade dos "justos" constituem um permanente espinho que magoa os "ímpios" e que não os deixa sentirem-se em paz com a sua consciência.