quarta-feira, 25 de agosto de 2021

HOMÍLIA DA Quarta-feira da 21ª semana do Tempo Comum


I. INTRODUÇÃO

Hoje, assim como nos dias anteriores e nos que seguiram, contemplamos Jesus fora de si, condenando atitudes incompatíveis com um viver digno, não somente cristão, mas também humano: «Por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça» (Mt 23,28). Vem confirmar que a sinceridade, a honestidade, a lealdade, a nobreza..., são virtudes amadas por Deus, e também, muito valorizadas pelo homem.

II. COMENTÁRIO

Para evitar, portanto, a hipocrisia, devo ser muito sincera. Em primeiro lugar com Deus, porque me quer limpo de coração, e que eu deteste toda mentira por ser Ele totalmente puro, a Verdade absoluta. 

Em segundo lugar, comigo mesmo, para não ser eu o primeiro a ser enganado, expondo-me a cometer um pecado contra o Espírito Santo por não reconhecer meus próprios pecados nem deixá-los de manifestar claramente no sacramento da Penitência, ou por não confiar suficientemente em Deus, que nunca condena quem faz como o filho pródigo, nem perde ninguém por ser um pecador, mas por não reconhecer-se como tal.

Em terceiro lugar, com os outros, já que também como a Jesus a todos coloca fora de si, a mentira, o engano, a falta de sinceridade, de honradez, de lealdade, de nobreza..., e, por isso mesmo, havemos de nos aplicar o princípio: O que não quer para você, não o deseje para ninguém.

Essas três atitudes que são do senso comum as temos que tornar nossas para evitar cair na hipocrisia, e devemos tomar consciência da necessidade da graça santificante, por causa do pecado original provocada pelo “pai da mentira”: o diabo. 

III. ATUALIZAÇÃO
• Por isso levaremos em conta o conselho de São JosemariaNa hora da prova, ide prevenido contra o demônio mudo; teremos também presente a Orígenes, que diz: Uma falsa santidade jaz morta, porque não trabalha movida por Deus, e nós nos regeremos sempre, pelo princípio elementar e simples proposto por Jesus: Seja o vosso ‘sim, sim’; e o vosso ‘não, não’ (Mt 5,37).
• Maria não se esvai em palavras, mas o seu sim ao bem, à graça, foi único e verdadeiro; seu não ao mal, ao pecado, foi rotundo e sincero.: Quem desesperará de si mesmo quando este alcança a graça? (Santo Ambrósio).

Oração do diaÓ Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, daí ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do PE. Espírito Santo.




Pe. Edivânio José.

 

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Festa de S. Bartolomeu, Apóstolo


I. INTRODUÇÃO

S. Bartolomeu é um dos Doze escolhidos por Jesus (Mt 1, 11ss.; Lc 6, 12) para andarem com Ele, serem dotados dos seus poderes e enviados em missão. Identificado com Natanael, amigo de Filipe (Jo 1, 43-51; 22, 2), era natural de Caná. Pouco sabemos sobre Bartolomeu e sobre a sua missão. De acordo com Jo 1, 43ss., era um homem simples e reto, aberto à esperança de Israel. Diversas tradições colocam-no em diferentes regiões do mundo, o que pode indicar um raio de ação muito vasto. Segundo uma dessas tradições, foi esfolado vivo na Pérsia, coroando a sua laboriosa vida missionária com a glória do martírio.

II. COMENTÁRIO

Jesus conhece o coração do homem. Por isso, pode chamar, com autoridade, aqueles que quer mais perto de si. O Senhor chama para pôr os homens em relação com o céu, para revelar o seu ser, que está em completa relação com o Pai e conosco, ponto de convergência do movimento de Deus rumo aos homens e do anseio dos homens por Deus: Filho do homem e Filho de Deus. Na verdade, quem se aproxima de Jesus vê o céu aberto e os anjos de Deus subir e descer sobre o Filho do homem.

Os Doze estão com Jesus porque devem ver o Pai agir e permanecer no Filho do homem, numa união que se manifestará plenamente na paixão de Jesus, quando for erguido na cruz e novamente introduzido na glória do Pai. Então se realizará p sonho de Jacob.

Todos somos chamados a esta profunda revelação. Na Eucaristia revivemos o mistério da morte e da glorificação de Jesus, sacerdote e vítima da nova aliança entre o Pai e os homens. E, com Ele, queremos ser também sacerdotes e vítimas fazendo a oblação de nós mesmos, para glória e alegria de Deus e para salvação da humanidade. O Senhor revela-se a nós como aos Apóstolos, os doze alicerces, sobre os quais se apoia a muralha da cidade, "a noiva, a esposa do Cordeiro" (v. 9).

III. ATUALIZAÇÃO

• Natanael ganhou o coração de Nosso Senhor pela simplicidade e retidão do seu coração (Jo 1, 47). Deus não desprezará nunca a simplicidade, diz Jo. Não rejeitará aqueles que se aproximam dele com simplicidade (Jo 8,10). 
• O Espírito Santo assegura-nos que os cumulará com os seus dons e as suas bênçãos (Prov. 28,10). O simples é bem sucedido nos seus desígnios e Deus abençoa-O. 
• Segue os caminhos de Deus; pode caminhar com confiança (Prov. 10,9 e 29). Deus frustrará os que são dúplices e dará as suas graças aos humildes (Prov. 3,34).



 

Pe. Edivânio José.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

HOMILIA DA Segunda-Feira da 21ª semana do Tempo Comum


I.INTRODUÇÃO

Hoje, consideramos o 2º Mandamento da Lei de Deus: “Não pronunciarás o nome de Deus em vão”. Na verdade, devemos respeitar o nome do Senhor. Jesus reprova aos escribas e fariseus o fato de abusarem do nome de Deus, dado que mediante uma casuística complexa que tinham inventado sabiam encontrar subterfúgios para usar o juramento de modo retorcido (sempre em benefício próprio!).

II. COMENTÁRIO

Deus revelou-nos o seu Santo Nome como um domdevemos guardá-lo na memória, num silêncio de adoração amorosa. Porém, de nenhuma palavra se tem abusado mais do que da palavra “Deus”. 

Um só exemplo: no cinto dos uniformes do exército nazi estava gravada a frase “Deus conosco”. Aparentemente, o nome de Deus era honrado, mas na realidade era gravemente profanado para os seus próprios fins. Essas profanações do seu nome vão desfigurando o rosto de Deus, até o tornar irreconhecível.

Meu Deus, quero adorar-te invocando muitas vezes o teu Nome “três vezes Santo”, e desejo elevar o teu doce nome de Deus-Homem: Jesus!

III. ATUALIZAÇÃO

• Hoje vemos a Jesus irritado como poucas vezes. E é que fariseus e escribas conseguem o impossível: incomodar a Deus e às pessoas! São dos que “não fazem” e, ao mesmo tempo, “não deixam fazer”. 
• “Não fazem” o que eles mesmos dizem que devemos que fazer: dão mal exemplo. 
• E, ao mesmo tempo, “não deixam fazer” porque fazem fazer (se inventam) muitos ritos que Deus não pede… O que é, pois, l que Deus pede? Amor quero e não sacrifícios.

 

Oração

Senhor Jesus, teu Evangelho falou profundamente ao coração da bela Rosa de Lima. Ela, de fato, renunciou aos apelos do mundo, para viver, no silêncio e na oração, os valores do Reino de Deus. Sua vida de caridade e penitência nos motive a corrigir nossos defeitos e intensificar a prática do bem. Amém.




 

Pe. Edivânio José.

domingo, 22 de agosto de 2021

HOMILIA DA 21º DOMINGO DO TEMPO COMUMANO B

I. INTRODUÇÃO

A liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum fala-nos de opções. Recorda-nos que a nossa existência pode ser gasta a perseguir valores efémeros e estéreis, ou a apostar nesses valores eternos que nos conduzem à vida definitiva, à realização plena. Cada homem e cada mulher têm, dia a dia, de fazer a sua escolha.

II. COMENTÁRIOS
1. PRIMEIRA LEITURA - Jos 24,1-2a.15-17.18b

Na primeira leitura, Josué convida as tribos de Israel reunidas em Siquém a escolherem entre "servir o Senhor" e servir outros deuses. O Povo escolhe claramente "servir o Senhor", pois viu, na história recente da libertação do Egito e da caminhada pelo deserto, como só Jahwéh pode proporcionar ao seu Povo a vida, a liberdade, o bem estar e a paz.

2. SEGUNDA LEITURA - Ef 5,21-32

Na segunda leitura, Paulo diz aos cristãos de Éfeso que a opção por Cristo tem consequências também ao nível da relação familiar. Para o seguidor de Jesus, o espaço da relação familiar tem de ser o lugar onde se manifestam os valores de Jesus, os valores do Reino. Com a sua partilha de amor, com a sua união, com a sua comunhão de vida, o casal cristão é chamado a ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja.

3. EVANGELHO - Jo 6,60-69

O Evangelho coloca diante dos nossos olhos dois grupos de discípulos, com opções diversas diante da proposta de Jesus. Um dos grupos, prisioneiro da lógica do mundo, tem como prioridade os bens materiais, o poder, a ambição e a glória; por isso, recusa a proposta de Jesus. Outro grupo, aberto à ação de Deus e do Espírito, está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida; os membros deste grupo sabem que só Jesus tem palavras de vida eterna. É este último grupo que é proposto como modelo aos crentes de todos os tempos.

III. ATUALIZAÇÃO
• Diante do discurso sobre “pão da vida”, os discípulos de Jesus entram em crise e resmungam. Escandalizados, afirmam: “Essas palavras são duras demais”. Jesus não recua, não muda o rumo da prosa, não adoça o conteúdo de sua fala.
• Ao contrário, prossegue dizendo que eles ficarão mais escandalizados quando virem o Filho do Homem sendo exaltado, glorificado por sua morte na cruz. Desiludidos, muitos abandonam o Mestre. 
• Pedro, ao invés, em nome dos apóstolos, declara fidelidade: “A quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna”. Ao entrar no ambiente divino, somos envolvidos pelo mistério, e muitas coisas não compreendemos. Então é o momento de renovar nossa fé em Jesus Cristo, o Santo de Deus.



Pe. Edivânio José.

 

 

sábado, 21 de agosto de 2021

HOMILIA DA Sábado XX do Tempo Comum

I. INTRODUÇÃO

Jesus Cristo chama-nos novamente à humildade, é um convite para situarmos no lugar certo, que nos pertence: Quanto a vós, não vos façais chamar de ‘rabi’. Não chameis a ninguém na terra de ‘pai’, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 

Não deixeis que vos chamem de ‘guia’, pois um só é o vosso Guia, o Cristo (Mt 23,8-10). Antes de nos apropriar de todos esses títulos, procuremos dar graças a Deus, por tudo o que temos e que recebemos dele.

II. COMENTÁRIO

O homem moderno padece de uma lamentável amnésia: vivemos e agimos como se fôssemos, nós mesmos, os autores da vida e os criadores do mundo. Ao contrário disto, Aristóteles provoca admiração, ele quem na sua teologia natural desconhecia o conceito de "criação" (noção conhecida naqueles tempos somente pela Divina Revelação), ao menos, tinha claro que este mundo dependia da Divindade (a "causa incausada"). 

João Paulo II chama-nos a conservar a memória da dívida que temos contraída com nosso Deus: É preciso que o homem dê honra ao Criador, oferecendo-lhe, em ação de graças e louvores, tudo o que dele tem recebido. O homem não pode perder o sentido desta dívida, que somente Ele, dentre todas as outras realidades terrestres, pode reconhecer.

Como diz São Paulo, «Que tens que não tenhas recebido? Mas, se recebeste tudo que tens, por que, então, te glorias, como se não o tivesses recebido?» (I Cor 4,7). De maneira que, quando tenhamos consciência de ter agido corretamente, faremos bem em repetir: Somos simples servos, fizemos o que devíamos fazer (Lc 17,10).

III. ATUALIZAÇÃO
• Além do mais, pensando na vida sobrenatural, nossa colaboração — Ele não fará nada sem nossa autorização, sem nosso esforço! consiste em não perturbar o trabalho do Espírito Santo: Deixar Deus fazer! Que a santidade não a "fabricamos" nós, mas Ele a outorga, Ele que é Mestre, Pai e Guia. 
• Em todo caso, se acreditamos que somos e temos algo, esforcemo-nos em colocá-lo ao serviço dos outros: o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve (Mt 23,11).

Oração

Ó Jesus Messias, tu prevines os discípulos e as multidões contra o mau exemplo dos doutores da Lei e dos fariseus, “porque dizem, mas não fazem”, agem de modo contrário às exigências do Reino. Orienta-nos, Senhor, em todas as circunstâncias, pois só tu és o nosso Mestre e o nosso Guia. Amém.


 

Pe. Edivânio José.

 

 

 

 

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

HOMILIA DO 20ª SEMANA DO TEMPO COMUM.

I. INTRODUÇÃO

Ao resumir no mandamento do amor a Lei e os Profetas (expressão que significa o conjunto das Escrituras Sagradas) Jesus ia além da tradição em voga no seu tempo. 

Embora houvesse quem proclamasse a centralidade do amor no conjunto das exigências da Lei mosaica, corria também a opinião de que o mais importante era a observância do sábado.

II. COMENTÁRIO

As minúcias da Lei fugiam do interesse de Jesus. Infelizmente, as escolas rabínicas perdiam-se em disputas em torno de casuísmos. Cada qual buscava dar uma solução definitiva para problemas irrelevantes.

Jesus, porém, preocupava-se com a Lei na sua totalidade. Ou melhor, importava-lhe o espírito que perpassava cada uma das suas prescrições, pois nisto consistia a vontade divina. Buscava sempre sintonizar com a vontade de seu Pai.

A originalidade da resposta de Jesus ao mestre da Lei está em equiparar o amor de Deus ao amor ao próximo e a proclamar sua posição central no conjunto dos mandamentos. Colocando ambos os mandamentos em pé de igualdade, Jesus evitava criar no coração dos discípulos duas atitudes indesejadas.

III. ATUALIZAÇÃO

• A primeira seria a de dedicar-se ao serviço de Deus, mas esquecendo-se do próximo, numa forma de alienação. 
• A segunda seria a de dedicar-se ao serviço do próximo, mas esquecendo-se de Deus, numa espécie de ativismo sem transcendência.
• A atitude correta consiste em amar, a um tempo, a Deus e ao próximo.

Oração

Ó Deus, que fizestes do abade são Bernardo, inflamado de elo por vossa casa, uma luz que brilha e ilumina a Igreja, dai-nos, pó sua intercessão, o mesmo fervor para caminharmos sempre como filhos da luz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.




 

Pe. Edivânio José.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

HOMÍLIA DA Quinta-feira da 20ª semana do Tempo Comum


I. 
INTRODUÇÃO

Hoje escutamos do Senhor uma palavra que, de repente, parece “não encaixar” com seu Amor misericordioso: O “castigo”. Mas, seus castigos não são como os nossos, no sentido de que Deus estabeleça multas policiais e goste de nos prejudicar. 

A expressão “castigo de Deus” manifesta que errei no bom caminho e podem me sobrevir consequênciasposteriores por seguir rastros falsos e abandonar a verdadeira vida.

II. COMENTÁRIO

Hoje Jesus nos apresenta a esse Deus que chama a todos, e parece que muitos fogem. Ao final, Deus sai inclusive nas encruzilhadas dos caminhos para que ninguém fique sem convite. 

Deus é bom, paciente, misericordioso. Mas, porque é bom, é justo: a sua Casa eterna não pode se apresentar quem não tiver traje de bodas.

Na linguagem divina, o castigo é a situação na que entra o ser humano quando se afasta da sua autêntica essência, ou quando não respeita a dignidade de outra pessoa, dando as costas à verdade.

Então o indivíduo utiliza sua liberdade, sim, mas também abusa dela. Por este falso caminho o homem pisoteia aquilo para o que tem sido criado, se destruindo a si mesmo.

III. ATUALIZAÇÃO
• A parábola, no entanto, tem um desenvolvimento trágico, pois muitos, não deram a menor atenção: um foi para seu campo, outro para seus negócios.(Mt 22,5). Por isso, a misericórdia de Deus vai se dirigindo a pessoas cada vez mais distantes. 
• É como um noivo que vai se casar e convida a seus familiares e amigos, mas eles não querem assistir; chama depois a conhecidos e colegas de trabalho e vizinhos, mas todos dão desculpas; finalmente convida qualquer pessoa que encontra, pois tem preparado um banquete e quer que haja convidados na mesa. Algo parecido acontece com Deus.
• A parábola evangélica nos fala do banquete do Reino. É uma figura recorrente na predicação de Jesus. 

Oração

Ó Jesus, aos dirigentes do povo contas a parábola do banquete: um resumo da história da salvação, na qual eles tiveram papel negativo. Cegos e surdos às advertências de Deus, responderam com rebeldia. Concede-nos, Senhor, um coração agradecido diante das maravilhas que realizas para o nosso bem. Amém.




Pe. Edivânio José.