terça-feira, 15 de junho de 2021

Homília da Segunda-feira da 11ª semana do Tempo Comum


 

Evangelho (Mt 5,38-42)

 

Hoje o discurso de Jesus Cristo “rompe esquemas”. Pelo tom que emprega: Fala com uma autoridade moral própria somente de Deus. E pela doutrina que ensina: Jesus manda seus seguidores humanizar a convivência social às vezes intolerante e individualista com o perdão e a generosidade.

Um dos desafios mais tremendos para os discípulos de Jesus consistia em "oferecer a outra face a quem lhes esbofeteasse a face direita". Receber um tapa no rosto é uma experiência altamente ofensiva em qualquer cultura. Revidar é uma reação natural. O discípulo do Reino, porém, é orientado para agir de maneira diferente: jamais responder violência com violência.

Para não responder com a mesma moeda, o discípulo de Cristo deve se dispor a fazer gestos radicais de tolerância e compreensão. Uma das bem-aventuranças reforça nosso anseio de criar um mundo novo, em que as relações humanas estejam de fato assentadas sobre o amor: “Felizes os mansos, porque herdarão a terra!”.

A Igreja olha-vos com confiança e com amor. Rica de um longo passado sempre vivo, e caminhando para a perfeição humana no tempo e para os destinos últimos da história e da vida, ela é a verdadeira juventude do mundo. Ela possui o que constitui a força e o encanto dos jovens: a faculdade de se alegrar com o que começa, de se dar sem nada exigir, de se renovar e partir para novas conquistas. 

Olhai-a, e encontrareis nela o rosto de Cristo, o verdadeiro herói, humilde e sábio, o profeta da verdade e do amor, o companheiro e o amigo dos jovens. É em nome de Cristo que vos saudamos, vos exortamos e vos abençoamos.

Senhor-Deus, desejo que teus caminhos de paz e fraternidade sulquem o mundo inteiro. Peço-te que infundas o espírito de perdão e de generosidade entre os homens. Meu Salvador faz que eu saiba perdoar sempre, porque no céu eterno não poderia ser feliz mantendo dívidas e devedores.

 


 

 

Pe. Edivânio José.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Homília da Segunda-feira da 11ª semana do Tempo Comum.

Homília da Segunda-feira da 11ª semana do Tempo Comum

 

Evangelho (Mt 5,38-42)

 

Hoje o discurso de Jesus Cristo “rompe esquemas”. Pelo tom que emprega: Fala com uma autoridade moral própria somente de Deus. E pela doutrina que ensina: Jesus manda seus seguidores humanizar a convivência social às vezes intolerante e individualista com o perdão e a generosidade.

Um dos desafios mais tremendos para os discípulos de Jesus consistia em "oferecer a outra face a quem lhes esbofeteasse a face direita". Receber um tapa no rosto é uma experiência altamente ofensiva em qualquer cultura. Revidar é uma reação natural. O discípulo do Reino, porém, é orientado para agir de maneira diferente: jamais responder violência com violência.

Para não responder com a mesma moeda, o discípulo de Cristo deve se dispor a fazer gestos radicais de tolerância e compreensão. Uma das bem-aventuranças reforça nosso anseio de criar um mundo novo, em que as relações humanas estejam de fato assentadas sobre o amor: “Felizes os mansos, porque herdarão a terra!”.

A Igreja olha-vos com confiança e com amor. Rica de um longo passado sempre vivo, e caminhando para a perfeição humana no tempo e para os destinos últimos da história e da vida, ela é a verdadeira juventude do mundo. Ela possui o que constitui a força e o encanto dos jovens: a faculdade de se alegrar com o que começa, de se dar sem nada exigir, de se renovar e partir para novas conquistas. 

Olhai-a, e encontrareis nela o rosto de Cristo, o verdadeiro herói, humilde e sábio, o profeta da verdade e do amor, o companheiro e o amigo dos jovens. É em nome de Cristo que vos saudamos, vos exortamos e vos abençoamos.

Senhor-Deus, desejo que teus caminhos de paz e fraternidade sulquem o mundo inteiro. Peço-te que infundas o espírito de perdão e de generosidade entre os homens. Meu Salvador faz que eu saiba perdoar sempre, porque no céu eterno não poderia ser feliz mantendo dívidas e devedores.

 




 

 

Pe. Edivânio José.

domingo, 13 de junho de 2021

Homília do 11º Domingo do Tempo Comum - Ano B

I. INTRODUÇÃO 

 

O evangelho deste domingo apresenta Jesus falando dos mistérios do Reino de Deus em parábolas. Por que Jesus fala em parábolas? Os sábios mestres de seu tempo ensinavam em linguagem parabólica. Era um modo comum, pois as parábolas eram retiradas de realidades do dia a dia, muito familiares aos ouvintes. 

Numa sociedade rural, falar de lançar a semente na terra era referir-se a algo de conhecimento geral. O processo de semeadura e de crescimento da semente todos conheciam; sabiam que era devagar e que, para dar frutos, eram necessários tempo e cuidado. 

Jesus aplica essa metáfora para falar do processo de discipulado, que exige o tempo do anúncio, à espera da adesão e a conversão, para dar frutos na comunidade.

 

II. COMENTÁRIO

 

1. I leitura (Ez 17,22-24)

 

Estes poucos versículos contêm um imenso capital de esperança, que deve alimentar e animar, hoje como ontem, a caminhada do Povo de Deus pela história.

É precisamente aqui que se encaixa o oráculo de salvação que a primeira leitura deste domingo nos apresenta: não, apesar das dramáticas circunstâncias do tempo presente, Deus não abandonou o seu Povo, mas irá construir com ele uma história nova, de salvação e de graça.

O exílio trouxe grande mudança para a concepção de Israel sobre Deus; agora lhe fica evidente o cuidado amoroso de Deus, como aquele amigo fiel que em nenhuma circunstância abandona seu povo, mas buscará novos caminhos para conduzi-lo na justiça e na liberdade.

 

 

2. II leitura (2Cor 5,6-10)

 

Este texto de Paulo aos coríntios toca o coração de seus leitores e ouvintes. O apóstolo recorda que estar no corpo é como estar no exílio, fazendo uma alegoria com o período histórico em que Israel se sentiu distante de Deus por estar longe da sua terra e do seu lugar sagrado. 

Neste contexto, a palavra de Paulo aos cristãos de Corinto soa a desafio profético: é necessário que tenhamos sempre diante dos olhos a nossa condição de "peregrinos" nesta terra e que aprendamos a dar valor àquilo que tem a marca da eternidade. É nos valores duradouros - e não nos valores efémeros e passageiros - que encontramos a vida plena. O fim último da nossa existência não está nesta terra; o nosso horizonte e as nossas apostas devem apontar sempre para o mais além, para a vida plena e definitiva.

A leitura nos deixa como mensagem que a vida na terra é passageira. O tempo de exílio neste mundo se caracteriza por um conhecimento parcial de Deus; é o tempo que exige fé, enquanto ansiamos pelo tempo do encontro face a face com o Senhor.

 

3. Evangelho (Mc 4,26-34)

 

Hoje, Jesus nos oferece duas imagens de grande intensidade espiritual: a parábola do crescimento da semente e a parábola do grão de mostarda. São imagens da vida ordinária que resultavam familiares aos homens e mulheres que o escutavam, acostumados como estavam a semear, regar e colher. Jesus utiliza algo que lhes era conhecido a agricultura para lhes ilustrar sobre algo que não lhes era conhecido: O Reino de Deus.

Efetivamente, o Senhor lhes revela algo de seu reino espiritual. Na primeira parábola lhes disse: O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra (Mc 4,26) e introduz a segunda dizendo: Com que ainda podemos comparar o Reino de Deus? É como um grão de mostarda (Mc 4,30).

A maior parte de nós temos já pouco em comum com os homens e mulheres do tempo de Jesus e, porém, estas parábolas continuam ressoando nas nossas mentes modernas, porque detrás do semear, do regar e da colheita, intuímos o que Jesus nos está dizendo: Deus enxertou algo divino nos nossos corações humanos.

O que é o Reino de Deus? É Jesus mesmo, nos lembra Bento XVI. E nossa alma é o lugar essencial onde se encontra o Reino de Deus Deus quer viver e crescer no nosso interior! Procuremos a sabedoria de Deus e obedeçamos a suas insinuações interiores; se o fazemos, então nossa vida adquirirá uma força e intensidade difíceis de imaginar.

 

Se correspondermos pacientemente a sua graça, sua vida divina crescerá na nossa alma como a semente cresce no campo, tal como o místico medieval Meister Eckhart expressou belamente: A semente de Deus está em nós. Se o agricultor é inteligente e trabalhador, crescerá para ser Deus, cuja semente é, seus frutos serão da natureza de Deus.

 

 

III. ATUALIZAÇÃO

 

• O projeto de salvação que Deus tem para a humanidade revela-se no anúncio do Reino, feito por Jesus de Nazaré. Nas suas palavras, nos seus gestos, Jesus propôs um caminho novo, uma nova realidade; lançou a semente da transformação dos corações, das mentes e das vontades, de forma a que a vida dos homens e das sociedades se construa de acordo com os esquemas de Deus. 
• Essa semente não foi lançada em vão: está entre nós e cresce por ação de Deus. Resta-nos acolher essa semente e deixar que Deus realize a sua ação. Resta-nos também, como discípulos de Jesus, continuar a lançar essa semente do Reino, a fim de que ela encontre lugar no coração de cada homem e de cada mulher.
• A referência à pequenez da semente, na segunda parte do evangelho, convida-nos a rever nossos critérios de atuação no serviço à Igreja e nossa forma de olhar o mundo e os irmãos. Às vezes não damos importância ao simples, ao pequeno e às coisas que nos parecem insignificantes, nas quais Deus se revela. 
• Ele está nos humildes, nos pobres, nos pequenos, nas crianças, nos que renunciam a esquemas de triunfalismo e ostentação; e é deles que se serve para transformar o mundo. A parábola da semente lançada na terra nos traz grandes ensinamentos, sobretudo o de não nos deixarmos levar por tentações de ostentação, orgulho, prepotência e não reconhecimento da ação divina nos pequenos acontecimentos.

 


 

Pe. Edivânio José.

 

sábado, 12 de junho de 2021

Homília da Memória do Coração Imaculado de Maria Evangelho (Lc 2,41-51).


O Evangelho de hoje dá-nos uma boa mostra disso. Depois de narrarmos a cena do menino Jesus perdido e encontrado no templo, diz-nos que sua mãe guardava todas estas coisas no coração (Lc 2,51). São Gregório de Nisa comenta: Deus deixa-se contemplar pelos que têm o coração purificado

Que guarde Maria no seu coração? Desde a Encarnação até a Ascensão de Jesus ao céu, passando pelas horas amargas do Calvário, são tantas e tantas recordações meditadas e aprofundadas: a alegria da visita do anjo Gabriel manifestando-lhe o desígnio de Deus para Ela, o primeiro beijo e o primeiro abraço a Jesus recém-nascido, os primeiros passos de seu Filho na terra, ver como ia crescendo em sabedoria e em graça, a sua “cumplicidade” nas bodas de Caná, os ensinamentos de Jesus na sua pregação, a dor do salvador da cruz, a esperança no triunfo da Ressurreição.

Conforme o pensamento bíblico, o coração é o centro de toda a vida interior de uma pessoa. Em Maria, o coração corresponde ao lugar onde se realiza o encontro de Deus com ela e o encontro dela com o próximo. 

Santo Agostinho afirmava que a Virgem Maria “concebeu o Verbo de Deus antes no coração e depois na carne”. Essa intuição favoreceu o desenvolvimento de uma devoção especial ao Coração de Maria. 

Quem deu forte impulso à propagação do culto ao Imaculado Coração de Maria foi São João Eudes, em 1643. Cerca de trezentos anos mais tarde, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o papa Pio XII consagrou a Igreja e a humanidade ao Coração Imaculado de Maria. Dois anos depois, o mesmo papa Pio XII estendeu essa festividade a toda a Igreja latina.

Peçamos a Deus ter o gozo de amá-lo cada dia de um modo mais perfeito, com todo o coração, como bons filhos da Virgem.




 

Pe. Edivânio José.

 

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Homília da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus (B)


Graças ao empenho de São João Eudes e de Santa Margarida Maria Alacoque, no século XVII, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus alcançou grande expansão. Em 1865, o papa Pio IX a transformou em festa litúrgica, estendendo-a oficialmente para toda a Igreja. Desde a origem da Igreja, os cristãos desejaram realçar o lado misericordioso de Jesus; então, escolheram o Coração como símbolo natural e inesgotável de seu amor pela humanidade.

Embora a expressão máxima do amor de Jesus por nós tenha ocorrido por sua morte na cruz, sabemos que toda a vida de Jesus foi tecida de múltiplas atitudes de benevolência, perdão e solidariedade. Jesus continua derramando abundantemente sua misericórdia sobre o mundo. O que Jesus espera é que multipliquemos gestos de amor em relação a nossos semelhantes.

Portanto, Cristo morreu verdadeiramente, e morreu seja por causa dos nossos pecados seja devido ao seu principal e mais vivo desejo: poder anular os nossos pecados. Com a minha morte venci a morte e exaltei o homem até à sublimidade do céu (Melitão de Sardes). 

Deus, que manteve a promessa de ressuscitar o seu Filho, manterá também a segunda promessa: também nos ressuscitará e nos elevará até à sua própria direita. Mas põe uma condição mínima: crer n’Ele e deixarmo-nos salvar por Ele. Deus não impõe a ninguém o seu amor em detrimento da liberdade humana.

No Coração de Jesus está expresso o núcleo essencial do cristianismo, em Cristo foi-nos revelada e comunicada toda a novidade revolucionária do Evangelho: o Amor que nos salva e nos faz viver já na eternidade de Deus.




quinta-feira, 10 de junho de 2021

Homília da Quinta-feira do 10ª Semana do Tempo Comum.

 

Hoje, Jesus nos convida a ir além do que pode viver qualquer simples cumpridor da lei. Ainda, sem cair na concreção das más ações, muitas vezes o costume endurece o desejo da procura da santidade, moldando-nos de forma acomodatícia à rotina do comportar-se bem e, nada mais. 

São João Bosco costumava repetir: O bom, é inimigo do ótimo é onde nos alcança a Palavra do Mestre, que nos convida a fazer coisas “maiores” (Mt 5,20), que partem de uma atitude diferente. 

Coisas maiores, que paradoxalmente, passam pelas menores, pelas pequenices. Encolerizar-se, menosprezar e renegar do irmão não são adequadas para o discípulo do Reino, que foi chamado a ser nada mais e nada menos que sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-16), desde a vigência das bem aventuranças (Mt 5,3-12).

Por que a comunidade de Jesus deve superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus? Porque eles não cumprem o que ensinam; por vezes invalidam a lei com acréscimos ou porque se fixam na letra sem penetrar no espírito (cf. Mt 23,1-7). 

Jesus se apresenta com autoridade suprema e nos mostra como levar à plenitude as exigências do amor. Os que entram no Reino de Deus devem superar os doutores da Lei e os fariseus e imitar Jesus pela prática do amor gratuito. 

As palavras ofensivas, a prepotência, o desprezo são manifestações contra a vida do próximo. Não basta não ofender o próximo, é preciso amá-lo como Jesus o ama. O próprio culto a Deus será vazio, se não for revestido de caridade. O amor fraterno, que supõe reconciliação, torna a celebração litúrgica fecunda e agradável a Deus.

 


Pe. Edivânio José.

 

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Homília da Quarta-feira da 10ª semana do Tempo Comum.

 Evangelho (Mt 5,17-19)

Hoje escutamos do Senhor: Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas; não vim para abolir, mas para cumprir (Mt 5,17). No Evangelho de hoje, Jesus ensina que o Antigo Testamento é parte da Revelação divina: Deus no início deu-se a conhecer aos homens através dos profetas. 

O Povo escolhido reunia-se nos sábados na sinagoga para escutar a Palavra de Deus. Assim como um bom israelita conhecia as Escritura e as punha em prática, aos cristãos convêm a meditação frequente diária, se fosse possível das Escrituras.

No texto do Evangelho de hoje encontramos uma boa explicação na Primeira Carta de São João: Pois amar a Deus consiste nisto: que observemos os seus mandamentos. 

E os seus mandamentos não são pesados (1Jo 5,3). Observar os mandamentos de Deus garante que lhe amamos com obras e de verdade. O amor não é só um sentimento, senão que também— pede obras, obras de amor, viver o duplo preceito da caridade.

Quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar os outros, será considerado o menor no Reino dos Céus (Mt 5,19). ‘Eu conheço a Deus’, mas não observa os seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele» (1Jo2,4).

Também ensina a importância do bom exemplo: Quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus (Mt 5,19). O bom exemplo é o primeiro elemento do apostolado cristão.




 

 

Pe. Edivânio José.