sexta-feira, 22 de abril de 2022

Homília da sexta-feira da Oitava da Páscoa

I. Introdução

II. Comentário

  Hoje, pela terceira vez Jesus aparece aos discípulos desde que ressuscitou.

 Pedro voltava ao seu trabalho de pescador e os outros se encorajam para

 acompanhá-lo.

 É lógico que como ele era pescador antes de seguir a Jesus, o continue sendo

 depois, não obstante haja quem ache estranho que ele não tenha abandonado seu

 honrado trabalho para seguir a Cristo.

 Naquela noite eles não pescaram nada! Quando ao amanhecer Jesus

 aparece, eles não o reconhecem, até que Ele lhes pede algo para comer. Ao dizer-

 lhe que não têm nada, Ele lhes indica onde devem lançar a rede.

 Muito embora os pescadores saibam de todas as coisas, e neste caso

 tinham lutado sem conseguir resultados, eles lhe obedecem. «Oh, poder da

 obediência! — O lago de Genezaré negava seus peixes à rede de Pedro. Uma noite

 inteira em vão. – Agora, obediente, tornou a lançar a rede na água e pescaram (...)

 uma grande quantidade de peixes. Creiam em mim: o milagre se repete a cada

 dia» (São Josemaria Escrivá)

 O evangelista faz notar que eram «cento e cinquenta e três» grandes peixes

 (cf. Jo 21,11) e, embora sendo tantos, as redes não se romperam. São detalhes que

 se deve ter em conta, já que a Redenção foi realizada com obediência responsável

 e em meio às tarefas habituais.

 Todos sabiam «que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu

 a eles» (cf. Jo 21, 12-13). Fez o mesmo com os peixes. Tanto o alimento espiritual

 como também o alimento material não faltarão, se obedecemos. Ele ensina aos

 seus seguidores mais próximos e nos torna a dizer através de João Paulo II: «No

 início do novo milênio ressoam no nosso coração as palavras com que um dia

 Jesus (...) convidou o Apóstolo a ‘fazer-se ao largo” para a pesca: ‘Duc in altumc’

 (Lc 5,4). Pedro e os primeiros companheiros confiaram na palavra de Cristo e

 ‘pegaram uma grande quantidade de peixes’ (cf. Lc 5, 6). Estas palavras ressoam

 hoje aos nossos ouvidos».

 Pela obediência, como a de Maria, pedimos ao Senhor que continue dando

 frutos apostólicos para toda a Igreja.

  III. Atualização

• «Os apóstolos e todos os discípulos, que ficaram perturbados com a sua morte na cruz e duvidaram da sua ressurreição, foram fortalecidos de tal maneira pela evidência da verdade que, quando o Senhor subiu ao céu, eles não só não experimentaram tristeza, mas encheram-se de

 grande alegria» (São Leão Magno)

 

 • «O Evangelista sublinha que «nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: “Quem és tu?”, porque bem sabiam que era o Senhor» (Jo 21, 12). Está aqui um dado importante para nós: temos de viver num relacionamento intenso com Jesus, numa intimidade tal, feita de diálogo e de vida, que O reconheçamos como “o Senhor”» (Francisco)

• «Muitíssimas vezes, nos evangelhos, aparecem pessoas que se dirigem a Jesus chamando-lhe “Senhor”. Este título exprime o respeito e a confiança dos que se aproximam de Jesus e d'Ele esperam socorro e cura (...). No encontro com Jesus ressuscitado, transforma-se em

adoração: ‘Meu Senhor e meu Deus’ (Jo 20, 28). Assume então uma conotação de amor e afeição, que vai ficar como típica da tradição cristã: ‘E o Senhor!’ (Jo 21, 7)» (Catecismo da Igreja Católica, no 448)



 

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