sexta-feira, 8 de abril de 2022

Homília da sexta-feira da 5° da Quaresma

I. Introdução

II. Comentário

  Hoje já estamos "tocando" Páscoa. Hoje querem apedrejar Jesus; nos próximos

 dias o levarão a Cruz. «Tu, sendo apenas um homem, pretendes ser Deus». Cristo é

 Homem e Deus. Na verdade, os críticos foram movidos pela inveja.

 Mas as pessoas normais reagem de forma diferente: «Diziam: «João não fez

 nenhum sinal, mas tudo o que ele falou a respeito deste homem é verdade». E muitos,

 ali, passaram a crer nele.

  Hoje sexta-feira, quando falta só uma semana para comemorar a morte do

 Senhor, o Evangelho nos apresenta os motivos de sua condena. Jesus tenta mostrar a

 verdade, mas os judeus o têm por blasfemo e réu de lapidação. Jesus fala das obras

 que realiza.

 Obras de Deus que o acreditam, de como pode dar-se a si mesmo o título de

 “Filho de Deus”... No entanto, fala desde umas categorias difíceis de entender para

 seus adversários: “estar com a verdade”, “escutar sua voz”...; fala-lhes desde o

 seguimento e o compromisso com sua pessoa que fazem com que Jesus seja

 conhecido e amado —«Jesus virou-se para trás, e vendo que o seguiam, perguntou:

 «O que é que vocês estão procurando?» Eles disseram: «Rabi (que quer dizer Mestre),

 onde moras?» (Jn 1,38)—. Mas tudo parece inútil: é tão grande o que Jesus tenta dizer

 que eles não podem entender, somente poderão compreender os pequenos e

 simples, porque o Reino está escondido aos sábios e entendidos.

 Jesus luta por apresentar argumentos que possam ser aceitos, mas a tentativa

 é em vão. No fundo, morrerá por dizer a verdade sobre si mesmo, por ser fiel a si

 mesmo, à sua identidade e à sua missão. Como profeta, apresentará um chamado à

 conversão e será rejeitado, um novo rosto de Deus e será esculpido, uma nova

 fraternidade e será abandonado.

 Novamente se levanta a Cruz do Senhor com toda sua força como estandarte

 verdadeiro, como única razão indiscutível: «Oh admirável virtude da santa cruz! Oh

 inefável gloria do Pai! Nela podemos considerar o tribunal do Senhor, o juízo do

 mundo e o poder do crucificado.

 Oh, sim, Senhor: atraíste a ti todas as coisas quando, A cada dia eu estendia a

 mão para um povo desobediente (cf. Is 65,2), o universo inteiro compreendeu que

 devia render homenagem a tua majestade!» (São Leão Magno). Jesus fugirá ao outro

 lado do Jordão e quem realmente acredita Nele o buscará ali dispostos a segui-lo e a

 escutá-lo.

 III.

Atualização

  Hoje, ás portas da Semana Santa, João submerge-nos no ambiente pré-pascal.

Num primeiro momento, a aparição de Jesus e do movimento que estava

 formando-se em torno Dele não havia despertado interesse nas autoridades

 do Templo.

  A situação mudou com o Domingo de Ramos: a homenagem messiânica a Jesus

Cristo em sua entrada a Jerusalém; a purificação do Templo com as palavras

 

que interpretavam este gesto, que pareciam anunciar o fim do Templo como

 tal e uma mudança radical do culto; as intervenções de Jesus no Templo, nas

 quais se podia perceber uma reivindicação de plena autoridade; os milagres

 que realizava e a crescente afluência do povo a Ele... eram fatos que não

 podiam-se ignorar.

  João fala com minúcia de uma reunião no Sanedrim —antes do Domingo de

Ramos— para deliberar sobre o “caso” de Jesus (cf. 11,47-53). O motivo imediato

 foi o movimento popular que surgiu depois da ressurreição de Lázaro. Jesus,

 eu confesso que eres Deus!.




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