I. Introdução
II. Comentário
Hoje já estamos "tocando" Páscoa. Hoje querem apedrejar Jesus; nos próximos
dias o levarão a Cruz. «Tu, sendo apenas um homem, pretendes ser Deus». Cristo é
Homem e Deus. Na verdade, os críticos foram movidos pela inveja.
Mas as pessoas normais reagem de forma diferente: «Diziam: «João não fez
nenhum sinal, mas tudo o que ele falou a respeito deste homem é verdade». E muitos,
ali, passaram a crer nele.
Hoje sexta-feira, quando falta só uma semana para comemorar a morte do
Senhor, o Evangelho nos apresenta os motivos de sua condena. Jesus tenta mostrar a
verdade, mas os judeus o têm por blasfemo e réu de lapidação. Jesus fala das obras
que realiza.
Obras de Deus que o acreditam, de como pode dar-se a si mesmo o título de
“Filho de Deus”... No entanto, fala desde umas categorias difíceis de entender para
seus adversários: “estar com a verdade”, “escutar sua voz”...; fala-lhes desde o
seguimento e o compromisso com sua pessoa que fazem com que Jesus seja
conhecido e amado —«Jesus virou-se para trás, e vendo que o seguiam, perguntou:
«O que é que vocês estão procurando?» Eles disseram: «Rabi (que quer dizer Mestre),
onde moras?» (Jn 1,38)—. Mas tudo parece inútil: é tão grande o que Jesus tenta dizer
que eles não podem entender, somente poderão compreender os pequenos e
simples, porque o Reino está escondido aos sábios e entendidos.
Jesus luta por apresentar argumentos que possam ser aceitos, mas a tentativa
é em vão. No fundo, morrerá por dizer a verdade sobre si mesmo, por ser fiel a si
mesmo, à sua identidade e à sua missão. Como profeta, apresentará um chamado à
conversão e será rejeitado, um novo rosto de Deus e será esculpido, uma nova
fraternidade e será abandonado.
Novamente se levanta a Cruz do Senhor com toda sua força como estandarte
verdadeiro, como única razão indiscutível: «Oh admirável virtude da santa cruz! Oh
inefável gloria do Pai! Nela podemos considerar o tribunal do Senhor, o juízo do
mundo e o poder do crucificado.
Oh, sim, Senhor: atraíste a ti todas as coisas quando, A cada dia eu estendia a
mão para um povo desobediente (cf. Is 65,2), o universo inteiro compreendeu que
devia render homenagem a tua majestade!» (São Leão Magno). Jesus fugirá ao outro
lado do Jordão e quem realmente acredita Nele o buscará ali dispostos a segui-lo e a
escutá-lo.
III.
•
•
Atualização
Hoje, ás portas da Semana Santa, João submerge-nos no ambiente pré-pascal.
Num primeiro momento, a aparição de Jesus e do movimento que estava
formando-se em torno Dele não havia despertado interesse nas autoridades
do Templo.
A situação mudou com o Domingo de Ramos: a homenagem messiânica a Jesus
Cristo em sua entrada a Jerusalém; a purificação do Templo com as palavras
que interpretavam este gesto, que pareciam anunciar o fim do Templo como
tal e uma mudança radical do culto; as intervenções de Jesus no Templo, nas
quais se podia perceber uma reivindicação de plena autoridade; os milagres
que realizava e a crescente afluência do povo a Ele... eram fatos que não
podiam-se ignorar.
João fala com minúcia de uma reunião no Sanedrim —antes do Domingo de
Ramos— para deliberar sobre o “caso” de Jesus (cf. 11,47-53). O motivo imediato
foi o movimento popular que surgiu depois da ressurreição de Lázaro. Jesus,
eu confesso que eres Deus!.
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