I Introdução
Hoje dois discípulos saem de Jerusalém porque estão desanimados. Mas Jesus
Cristo ressuscitou! Eles não sabem ainda. Jesus fica ao seu lado enquanto andam e
fala com eles, mas não o reconhecem. Fala-lhes das Sagradas Escrituras e eles estão
contentes com este Companheiro de caminho.
Ao entardecer chegam ao povoado de Emaús. Convidam a Jesus para jantar.
Quando Ele parte e abençoa o pão se dão conta que aquele “amigo” era o Senhor.
Jesus caminha conosco. Não o vemos, mas Ele está perto de nós... Falas cada
dia com Jesus.
II.
Comentário
Hoje o Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à
volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto
eclesial —no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma
fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de
fraternidade e de serviço— que os discípulos podem fazer a experiência do encontro
com Jesus ressuscitado.
Os discípulos carregados de tristes pensamentos, não imaginavam que aquele
desconhecido fosse precisamente o seu Mestre, já ressuscitado. Mas sentiam «arder»
o seu íntimo (cf. Lc 24,32), quando Ele lhes falava, «explicando» as Escrituras. A luz da
Palavra ia dissipando a dureza do seu coração e «abria-lhes os olhos» (Lc 24, 31).
O ícone dos discípulos de Emaús presta-se bem para nortear um longo
caminho das nossas dúvidas, inquietações e às vezes amargas desilusões, o divino
Viajante continua a fazer-se nosso companheiro para nos introduzir, com a
interpretação das Escrituras, na compreensão dos mistérios de Deus. Quando o
encontro se torna pleno, à luz da Palavra segue-se a luz que brota do «Pão da vida»,
pelo qual Cristo cumpre de modo supremo a sua promessa de «estar conosco todos
os dias até ao fim do mundo» (Mt 28,20).
O Papa Emérito Bento XVI explica que «o anúncio da Ressurreição do Senhor
ilumina as zonas escuras do mundo em que vivemos».
Atualização
Hoje partindo do inesperado, a Escritura se revelou de um modo novo.
Obviamente, a nova leitura das Escrituras só podia começar depois da
ressurreição, porque somente por ela Jesus ficou acreditado como enviado
de Deus. Agora devia identificar ambos os eventos —cruz e ressurreição—
na Escritura, entendê-lo de um novo modo e chegar assim à fé em Jesus
Cristo como o Filho de Deus.
III.
•
•
Para os discípulos, a ressurreição era tão real como a cruz. Renderam-se
simplesmente diante da realidade: depois de tanta indecisão e assombro
inicial, já não podiam opor-se a ela. É realmente Ele; vive e nos tem falado,
tem permitido que o tocasse, mesmo quando já não pertence ao mundo
do que normalmente é tangível.
•
O paradoxo era indescritível: Ele era completamente diferente, não um
cadáver reanimado, mas alguém que vivia desde Deus de um modo novo e
para sempre; e, ao mesmo tempo, sem pertencer já ao nosso mundo,
estava presente de maneira real, em sua plena identidade.
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