domingo, 30 de janeiro de 2022

Homília do 4° Domingo do Tempo Comum

I. Introdução

Neste domingo, a reflexão recai sobre a vocação de profeta com seus percalços. Quem está em sintonia com Deus e lembra ao povo e às autoridades a fidelidade a Deus, dificilmente encontra compreensão e aplausos. Sofre perseguições, mas em Deus encontra forças para continuar a missão. Foi assim com Jeremias e com Jesus.

II. Comentários 1° Leitura

O profeta Jeremias recebe sua vocação, revelada em Jr 1,4-5.17-19, por volta do ano 620 a.C., um pouco antes do Exílio da Babilônia.

A situação não está fácil. As infidelidades por parte das autoridades e do povo são muitas. Ele, assim como Moisés (Ex 3,1ss), Isaías (6,1ss), João Batista (Lc 1,15) e Paulo (Gl 1,15), é chamado por Deus e encorajado para a árdua missão de ser profeta.

2° Leitura

Em 1Cor 12,31–13,12, Paulo lembra que o mais importante de todos os carismas é o amor. Tudo passa, só o amor permanece.

O amor dá sentido aos demais carismas. O amor até supera a fé e a esperança. No céu não haverá mais esperança nem fé, pois lá se vê Deus face a face; não se precisa mais de fé nem de esperança. Mas o amor ainda estará em pleno vigor.

Evangelho

Lucas relata em seu evangelho (Lc 4,21-30) a reação à leitura de Is 61,1-3 que Jesus fez na sinagoga de Nazaré (Lc 4,14-20). Em Jesus, Deus oferece a graça plena (ano da graça), mas isso provoca reações nos conterrâneos, embora muitos ficassem admirados. Como pode um simples conterrâneo, filho de José, ser tão importante? Até querem ver show (como ocorreu em Cafarnaum, cf. Mc 1,2ss), mas ficam irados com suas palavras.

Jesus, como outrora Elias (1Rs 17,8ss) e Eliseu (2Rs 5,1ss), não fará milagres em sua pátria, mas somente fora dali. Os seus se fecham justamente por ele ser um simples filho da terra: profeta da própria pátria.

O texto reflete a situação dos cristãos de primeira hora. Muitos aderem a Jesus, mas, quando sentem as novidades do seguimento, o abandonam e voltam à vida anterior (Jo 6,60ss).

III. Atualização

• A Igreja, hoje, encontra incompreensões e dificuldades. Contudo, ela jamais, em sua

missão, deve se preocupar em agradar a quem quer que seja.

• Profecia não é sinônimo de estrelismo midiático. Sua preocupação deve sempre ser a

fidelidade ao evangelho, sem nada temer.

• Em meio a críticas e perseguições, ela poderá ter uma certeza: como Deus protegeu

Jeremias, como protegeu Jesus que escapou das mãos dos que queriam precipitá-lo, assim também, hoje, a Igreja receberá a proteção de Deus.


• Práticas religiosas que fogem ao conflito não são fiéis ao Reino.




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