terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Homília da Oitava de Natal- 28 Santos Inocentes

 I. Introdução

Os meninos inocentes foram mortos por causa do Cristo. Eles seguem o Cordeiro sem mancha e cantam: Glória a ti, Senhor!

Vítimas da crueldade de Herodes, muitas crianças foram arrancadas dos braços de suas mães e trucidadas. Ao fazer memória dos Santos Inocentes, a Igreja mostra que eles são a imagem do próprio Jesus, que se identificou com os mais pequeninos e entregou sua vida pela nossa salvação. Que esta festa desperte em nós profundo zelo pelos pequenos de nossa sociedade.

II. Comentário

Os Santos Inocentes não chegaram sequer a tomar consciência de si mesmos. Suas vidas não puderam desabrochar, seus lábios foram impedidos de louvar a Deus, porém seu sangue inocente banhou a terra e ficou à espera de outro sangue inocente, o de Jesus, derramado em resgate da humanidade pecadora.

Santos Inocentes Mártires, primeiro elo de uma interminável cadeia de outros inocentes, cujas vidas são interrompidas, às vezes por motivos levianos: abortos, guerras e acidentes de várias espécies.

A matança dos inocentes deixa na história uma marca repugnante e nos faz repudiar com veemência a insana e cruel atitude de qualquer pessoa que se apodera da vida alheia ou própria para destruí-la. Senhor da vida é somente Deus. Os Santos Inocentes Mártires são celebrados desde o século VI.

III. Atualização

• Hoje, também as crianças, e as crianças por nascer, os ameaçam o egoísmo, daqueles

que sofrem a sombra da desesperança em seu coração, a desesperança que semeia o

medo e que leva a matar.

• Hoje também, nossa cultura individualista se nega a ser fecunda, se refugia em uma

permissibilidade que nivela por baixo, ao que o preço dessa não fecundidade seja o sangue de um inocente. Estamos influenciados por um “teísmo biodegradador” do humano, esse “teísmo spray” que pretende suprimir a grande verdade (o Verbo que se tem encarnado). A proposta cultural que recai sobre si mesmo em uma dimensão egoisticamente individualista, se constrói por traz dos direitos das pessoas, e das crianças. Esses são recursos do Herodes moderno.

• Jesus “menino por nascer” nos convoca a coragem. Não queremos degradar-mo-nos na “cultura da facilidade” que nos anula sempre, porque pouco a pouco, termina sendo a cultura da morte.



Nenhum comentário:

Postar um comentário