segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Homília da Segunda-feira da 34° Semana do Tempo Comum.

 I. Introdução

  Hoje, como quase sempre, as coisas pequenas passam ignoradas, pequenas

 esmolas, sacrifícios pequenos, pequenas orações (jaculatórias), mas o que parece

 pequeno e sem importância constitui muitas vezes a trama e também o remate das

 obras-primas: tanto das grandes obras de arte como da obra máxima da santidade

 pessoal.

 Pelo fato de essas coisas pequenas passarem desconhecidas, a sua retidão

  de intenção está garantida: com elas não procuramos o reconhecimento dos outros,

nem a glória humana.

 II. Comentário

 Só Deus as descobrirá no nosso coração, como só Jesus se apercebeu da

 generosidade da viúva. É mais do que garantido que a pobre mulher não anunciou o

 seu gesto com um toque de trompete e até é possível que se envergonhasse bastante

 e se sentisse ridícula perante o olhar dos ricos, que deitavam grandes donativos no

 cofre do templo e disso faziam alarde. Porém, a sua generosidade, que a levou a tirar

 forças da fraqueza no meio da sua indigência, mereceu o elogio do Senhor, que vê o

 coração das pessoas: «Em verdade, vos digo: esta viúva pobre deu mais do que todos

 os outros. Pois todos eles depositaram como oferta parte do que tinham de sobra,

 mas ela, da sua pobreza, ofereceu tudo que tinha para viver» (Lc 21,3-4).

 A generosidade da viúva pobre é uma boa lição para nós, discípulos de Cristo.

 Podemos dar muitas coisas, como os ricos que «depositavam as suas ofertas no

 cofre» (Lc 21,1), mas nada disso terá valor se só dermos “daquilo que nos sobra”, sem

 amor e sem espírito de generosidade, sem nos oferecermos a nós próprios. Diz Sto.

 Agostinho: «Eles punham os olhos nas grandes oferendas dos ricos, louvando-os por

 isso. Porém, embora tivessem logo visto a viúva, quantos viram aquelas duas

 moedas?... Ela deu tudo o que possuía. Tinha muito, porque tinha Deus no seu

 coração. É muito mais ter Deus na alma do que ouro na arca». É bem certo: se somos

 generosos com Deus, muito mais o será Ele conosco.



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