terça-feira, 20 de julho de 2021

Homília da Terça-feira da 16ª semana do Tempo Comum

I. Introdução

Maria quer ver o seu Filho… e não consegue porque a casa está casa repleta de gente escutando a seu Filho. À primeira vista, a reação de Jesus soa como um desprezo a sua Mãe. Mas é todo o contrário!

Cristo alaba a sua Mãe no mais importante de um bom filho de Deus: a obediência à vontade divina. Você lembra das palavras com que a Virgem respondeu ao Arcanjo São Gabriel

 

II. Comentário

Hoje Jesus Cristo indica como “seus” aqueles que cumprem com a vontade do Pai Celestial. Mas, não pareceria isso como uma exageração, inclusive “antinatural”? Surge na nossa memória o drama de Getsêmani, onde a vontade humana de Jesus parece “pugnar” contra a sua própria vontade divina (é Deus Filho!), que devia se identificar com a do Pai.

Na realidade, o misterioso não é tanto aquela “pugna” de vontades em Cristo, mas bem nossa “esquizofrenia” ao esquecer o querer do Pai. Desde que foi criada, a vontade humana está orientada à divina. Ao assumir a vontade divina, nossa vontade atinge seu cumprimento, não a sua destruição. Mas o homem, pela “estreiteza original”, tende a sentir ameaçada a sua liberdade pela vontade do Pai. Este distanciamento é, justamente, o que mais faz sofrer Jesus no Monte das Oliveiras.

Jesus, nossa obstinação contra Deus esteve presente na tua oração. Com a tua sangrenta “pugna” interior em Getsêmani, arrastas a nossa natureza “obstinada” para a sua verdadeira razão de ser: o Pai.

III. Atualização
• Hoje, o Evangelho apresenta-se-nos, de início, algo surpreendente: Quem é minha mãe (Mt 12,48), pergunta-se Jesus. Parece que o Senhor tem uma atitude depreciativa para com Maria. Não é isso. O que Jesus quer deixar claro aqui é que aos seus olhos - os olhos de Deus! - o valor decisivo da pessoa não reside no aspecto da carne ou do sangue, mas na disposição espiritual de aceitação da vontade de Deus: E, estendendo a mão para os discípulos», acrescentou: Eis minha mãe e meus irmãos. 
• Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mt 12,49-50). Naquele momento, a vontade de Deus era que Ele evangelizasse aqueles que O ouviam e que eles O escutassem. Isso estava acima de qualquer outro valor, por mais entranhável que fosse. Para fazer a vontade do Pai, Jesus Cristo tinha deixado Maria e agora estava a pregar longe de casa.



 

 

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