segunda-feira, 28 de junho de 2021

Homília da Segunda-feira da 13ª Semana do Tempo Comum.


SANTO IRINEU BISPO E MÁRTIR

(vermelho, pref. dos mártires, – ofício da memória)

Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).

Irineu nasceu em Esmirna, na atual Turquia, por volta do ano 130. Educado por São Policarpo, discípulo do apóstolo São João, é considerado por isso o último “homem apostólico”. Foi ordenado presbítero e depois bispo de Lião, na França. Grande teólogo da Igreja e escritor, empenhou-se na defesa da doutrina cristã contra as heresias. Sofreu o martírio no ano 202. A exemplo desse defensor do cristianismo, aprofundemos os conhecimentos sobre Jesus Cristo para lhe dedicar amor total.

 

I. INTRODUÇÃO

 

Hoje um escriba nos surpreende com seu desejo de seguir a Jesus. Os escribas costumam parecerem hostis ao Senhor, mas Ele não tem prejuízos e lhe apresenta a condição essencial do discípulo: a pobreza e desprendimento, dos quais Ele mesmo é modelo, pois não está atado a nada e a ninguém.

Jesus faz o convite: Segue-me! Tenha um coração desprendido de tudo. O gesto de se afastar da multidão para o outro lado da margem do rio, revela também a necessidade de nos afastarmos de tudo que nos rouba o olhar do que é essencial para colocar a cabeça e a vida em ordem. Seguir Jesus é exigente, mas a recompensa é eterna.

 

II. COMENTÁRIO

 

Evangelho: Mateus 8,18-22

 

Jesus Cristo, nesse Evangelho de hoje, usa de palavras que a princípio parecem duras. Mas, antes de serem duras, são palavras de vida eterna. Duas pessoas querem seguir Jesus e, para ambas, o Senhor pede uma só coisa: despojamento. Seguir a Cristo exige desapego. 

Ao responder que o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça, Jesus mostra a necessidade do desapego aos bens materiais para segui-Lo. Ao exortar que os mortos devem sepultar seus mortos, Cristo mostra que devemos nos desapegar das pessoas e dos sentimentos afetivos que nos impedem de segui-Lo.

O anúncio do Evangelho é tarefa urgente e exigente. Jesus conhece a realidade e a revela a duas pessoas que esboçam a intenção de segui-lo. A primeira é um doutor da Lei. Jesus lhe mostra que, para segui-lo, é necessário viver despojado, sem apego a pessoas, lugares ou posses: “O Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. 

A segunda pessoa é um de seus discípulos, que, talvez num momento de euforia, parece estar disposto a seguir Jesus, porém não imediatamente, só quando seus pais falecerem. Jesus lhe responde acentuando a urgência em relação ao Reino. Trata-se de entregar-se por inteiro, e de imediato, à causa de Jesus e do Evangelho. Seguir Jesus é estar disposto a abandonar algumas atividades que, mesmo sendo boas e nobres, tornam-se obstáculos para o seguimento.

Senhor. Disseste-nos que a Verdade nos faz livres. Dá-nos teu Espírito para que a vida possa nos arrebatar este tesouro e somente Tu nos possuas e nos te possuamos.

 

 

 

III. ATUALIZAÇÃO

 

• Evangelho apresenta-nos através de dois personagens uma qualidade do bom discípulo de Jesus: o desprendimento dos bens materiais. Mas antes, o texto de São Mateus dá-nos um detalhe que não posso passar por alto: Vendo uma grande multidão ao seu redor.” (Mt 8,18). As multidões se reúnem perto do Senhor para escutar a sua palavra, ser curados das suas doenças materiais e espirituais; buscam a salvação e um alento de Vida eterna no meio dos vai e vens deste mundo.

 

• Como então, algo parecido passa no nosso mundo de hoje em dia: todos mais ou menos conscientementetemos necessidade de Deus, de saciar o coração dos bens verdadeiros, como são o conhecimento e o amor de Jesus e uma vida de amizade com Ele. Se não, caímos na armadilha que quer encher o nosso coração de outros “deuses” que não podem dar sentido a nossa vida: o celular, Internet, as viagens, o trabalho sem medida para ganhar mais e mais dinheiro, o automóvel que seja melhor que o do vizinho, o ginásio para conseguir o corpo mais esbelto do país... É o que passa a muitos atualmente.

 

• Em contraste, ressoa o grito do Papa João Paulo II que com força e confiança disse à juventude: Se pode ser moderno e profundamente fiel a Jesus. Para isso é preciso, como o Senhor, o desprendimento de tudo o que nos ata a uma vida por demais materializada e que fecha as portas ao Espírito.

 


 

 

 

Pe. Edivânio José

 

 

 

 

 

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