I. INTRODUÇÃO GERAL
A solenidade que celebramos é um convite para contemplar a comunhão entre as três pessoas da Santíssima Trindade, comunhão essa que resulta do amor. A gratuidade deve ser a marca característica do amor cristão. Essa comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo chamamos também de Trindade Santa. E o batismo em nome da Trindade comporta exigências precisas para os discípulos.
É um Deus que vem ao encontro dos homens, que lhes fala, que lhes indica caminhos seguros de liberdade e de vida, que está permanentemente atento aos problemas dos homens, que intervém no mundo para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime e para nos oferecer perspectivas de vida plena e verdadeira.
A exemplo da Trindade, buscam a comunhão e a corresponsabilidade. Esse ideal trinitário leva os discípulos a superar todas as formas de inimizade, contendas, rivalidades, competições, críticas destrutivas e tantas outras atitudes que não contribuem para a unidade entre irmãos. Viver desunido é uma das muitas negações da fé. Em direção contrária, a fé trinitária busca a comunhão verdadeira e profunda, a exemplo do próprio Deus.
II. COMENTÁRIOS
O Livro do Deuteronômio é aquele "livro da Lei" ou "livro da Aliança" descoberto no Templo de Jerusalém no 18° ano do reinado de Josias (622 a.C., cf. 2 Re 22). Neste livro, os teólogos deuteronomistas - originários do Norte (Israel) mas, entretanto, refugiados no sul (Judá) após as derrotas dos reis do norte frente aos assírios - apresentam os dados fundamentais da sua teologia:
há um só Deus, que deve ser adorado por todo o Povo num único local de culto (Jerusalém); esse Deus amou e elegeu Israel e fez com Ele uma aliança eterna; e o Povo de Deus deve ser um único Povo, a propriedade pessoal de Jahwéh (portanto, não têm qualquer sentido as questões históricas que levaram o Povo de Deus à divisão política e religiosa, após a morte do rei Salomão).
O livro do Deuteronômio destaca que a Aliança entre Deus e seu povo exige de Israel a prática dos mandamentos recebidos no Sinai. As diretivas que Deus propõe são caminhos de vida e de bênção na Terra Prometida, para que nunca mais Israel experimente a escravidão. Por isso, por meio de discursos colocados na boca de Moisés, o autor deuteronomista convida a comunidade de fé a contemplar sua história.
O texto que hoje nos é proposto faz parte de um capítulo em que Paulo reflete sobre a vida nova que Deus oferece ao batizado e que Paulo chama "a vida no Espírito". O pensamento teológico de Paulo atinge, neste capítulo, um dos seus pontos culminantes, pois todos os grandes temas paulinos (o projeto salvador de Deus em favor dos homens; a ação libertadora de Cristo, através da sua vida de doação, da sua morte e da sua ressurreição; a nova vida que faz dos crentes Homens Novos e os torna filhos de Deus) se cruzam aqui.
Esse texto resume a essência do cristianismo: a paternidade divina é fonte de amor e misericórdia. E o privilégio de seus filhos é chamá-lo de “Abba” – Pai –, assim como na oração que Jesus nos ensinou. Para exprimir essa filiação, Paulo usa o termo “adoção”, no sentido de que tanto judeus como gentios são integrados na grande família de Deus. O novo povo escolhido já não é Israel, mas todos os batizados.
Mateus situa este encontro final entre Jesus ressuscitado e os discípulos, num "monte que Jesus lhes indicara". Trata-se, no entanto, de uma montanha da Galileia que é impossível identificar geograficamente, mas que talvez Mateus ligue com a montanha da tentação (cf. Mt 4,8) e com a montanha da transfiguração (cf. Mt 17,1). De qualquer forma, o "monte" é sempre, no Antigo Testamento, o lugar onde Deus se revela aos homens.
A Igreja de Jesus é, essencialmente, uma comunidade missionária, cuja missão é testemunharno mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens e que deixou nas mãos e no coração dos discípulos:
A comunidade dos discípulos experimenta a forte presença transformadora do seu Senhor. Cristo não veio somente para revelar as exigências definitivas do Pai, mas também para estar com os seus no caminho da obediência e do amor operante.
III. ATUALIZAÇÃO
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