Hoje podemos ter a sensação de que o mundo da fé em Cristo se debilita. Existem várias notícias que vão contra a fortaleza que quereríamos receber de uma vida fundamentada integramente no Evangelho.
Os valores do consumismo, do capitalismo, da sensualidade e do materialismo estão em voga e em contra de tudo o que suponha pôr-se em sintonia com as exigências evangélicas. Não obstante, este conjunto de valores e de formas de entender a vida não nos dão nem a plenitude pessoal nem a paz, mas apenas trazem mais mal-estar e inquietude interior. Não será por isso que, hoje, as pessoas que vão pela rua enferrujadas, fechadas e preocupadas com um futuro que não vêm nada claro, precisamente porque o hipotecaram ao preço de um carro, de um apartamento ou de umas férias que, de fato, não se podem permitir?
Deus revelou-se ao seu povo pelos profetas e prometeu-lhes que seu Filho coroaria esta revelação. Os patriarcas mantiveram esta esperança. Deus enviou o Filho, a sua Palavra, para que a revelação chegasse à sua plenitude. Já não podemos esperar mais revelações. As “particulares”, não acrescentam nada à revelação básica terminada por Jesus e confirmada pelo seu Espírito.
As palavras de Jesus convidam-nos à confiança: “Eu venci o mundo” (Jo 16,33), quer dizer, pela sua Paixão, Morte e Ressurreição alcançou a vida eterna, aquela que não tem obstáculos, aquela que não tem limite e superou todas as dificuldades.
Os de Cristo vencemos as dificuldades tal e como Ele as venceu, apesar de na nossa vida também termos de passar por sucessivas mortes e ressurreições, nunca desejadas, mas assumidas pelo próprio Mistério Pascal de Cristo. Por acaso não são “mortes” a perca de um amigo, a separação da pessoa amada, o fracasso de um projeto ou as limitações que experimentamos por causa da nossa fragilidade humana?
Mas “em tudo isso, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou” (Rom 8,37). Sejamos testemunhas do amor de Deus, porque Ele em nós “fez (…) grandes coisas” (Lc 1,49) e deu-nos a sua ajuda para superar todas as dificuldades, inclusivamente a da morte, porque Cristo nos comunica o seu Espírito Santo.
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