quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Homília da QUINTA-FEIRA da 3° semana comum

 I. Introdução

Hoje, Jesus nos explica o segredo do Reino do Céu. Inclusive utiliza uma certa ironia para mostrar-nos que a “energia” interna que tem a Palavra de Deus —a própria Dele—, a força expansiva que se deve estender por todo o mundo, é como uma luz, e que esta luz não pode ficar embaixo do alqueire «Dizia-lhes ainda: Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?» (Mc 4,21).

II. Comentário

Por acaso podemos imaginar a estupidez humana que seria colocar a vela acesa embaixo da cama? Cristãos com a luz apagada ou com a luz acesa com a proibição de iluminar! Isto sucede quando não pomos ao serviço da fé a plenitude de nossos conhecimentos e de nosso amor.

Quão antinatural resulta o egoísmo sobre nós mesmos, reduzindo nossa vida ao limite de nossos interesses pessoais! Viver sob a cama! Ridícula e tragicamente imóveis: “ausentes” do espírito.

O Evangelho —pelo contrário— é um santo arrebato de Amor apaixonado que quer comunicar-se, que necessita “dizer”, que leva em si uma exigência de crescimento pessoal, de maturidade interior, e de serviço aos outros. «Se dizes: Basta! “Estás morto», diz Santo Agostinho. E São Josémaria: «Senhor: que tenha peso e medida em tudo..., menos no Amor».

III.

• •

Atualização

«‘Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça.’ Lhes dizia também: ‘Ele prosseguiu: Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.’» (Mc 4,23-24). Mas, que queres dizer com escutar?; Que devemos escutar? É a grande pergunta que devemos fazer.

É o ato de sinceridade para com Deus que nos exige saber realmente que queremos fazer. E para saber o que devemos escutar: é necessário estar atento às insinuações de Deus.

Devemos nos introduzir no diálogo com Ele. E a conversa põe fim às “matemáticas da medida”: «Ele prosseguiu: Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará. Pois, ao que tem, se lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que tem» (Mc 4,24-25).

• Os interesses acumulados de Deus nosso Senhor são imprevisíveis e extraordinários. Esta é uma maneira de excitar nossa generosidade.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Homília da Quarta-feira da 3° Semana do Tempo Comum

 I. Introdução

Hoje, escutamos a parábola do semeador. Deus põe a semente do amor no coração de cada homem; Deus ama todos, sem excepção. Mas a nossa resposta ao seu amor é diferente: uns nem escutam; outros entusiasmam-se no princípio, mas “saltam fora” à primeira dificuldade; outros afogam-se com as coisas...

II. Comentário

Hoje Jesus dirige-se à multidão com a célebre parábola do semeador. Trata-se de uma página “autobiográfica”, porque reflete a própria experiência de Jesus, da sua pregação: Ele identifica-se com o semeador, que difunde a boa semente da Palavra de Deus, e dá-se conta dos vários efeitos que ela alcança, segundo o tipo de acolhimento reservado ao anúncio.

Para falar da salvação, evoca-se aqui a experiência que cada ano se renova no mundo agrícola: uma sementeira que é acompanhada pelas lágrimas, porque se lança o que ainda poderia tornar-se pão, expondo-se a uma expectativa cheia de incertezas: o camponês trabalha, prepara o terreno, lança a semente, mas não sabe onde esta semente cai, se os pássaros a comerão, se brotará, se lançará raízes, se chegará a tornar-se espiga.

Semear é um gesto de confiança e esperança: ano após ano, o camponês repete o seu gesto e lança a sua semente. Jesus conhecia bem esta experiência, e falava dela com os seus.

III. Atualização

• Em todo caso, a uns e outros, Deus nos pede frutos de santidade. O Espírito Santo nos

ajuda a isso, mas não prescinde de nossa colaboração. Em primeiro lugar, é necessária a diligência. Se nós respondemos a meias, quer dizer, se nós mantemos na “fronteira” do caminho sem entrar plenamente nele, seremos vítima fácil de Satanás.

• Segundo, a constância na oração — o diálogo—, para aprofundar no conhecimento e amor a Jesus Cristo: «Santo sem oração...? — “Não acredito nessa santidade» (São Josémaria).

• Finalmente, o espírito de pobreza e desprendimento evitará que nos “afoguemos” pelo caminho. As coisas esclarecidas: «Ninguém pode servir a dois senhores... » (Mt 6,24).




terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Homília da TERÇA-FEIRA da 3° Comum

 CONVERSÃO DE SÃO PAULO (branco, glória, prefácio dos apóstolos I, – ofício da festa)

I. Introdução

Sei em quem acreditei; e estou certo de que o justo juiz conservará a minha fé até o dia de sua vinda (2Tm 1,12; 4,8).

Paulo nasceu em Tarso, na Turquia, por volta do ano 10. De perseguidor dos cristãos, tornou-se incansável comunicador do Evangelho. Percorreu o mundo, conquistando povos para Cristo. Escreveu algumas cartas com vistas a revigorar a fé das comunidades por ele fundadas. Sua intensa vida apostólica foi coroada com o martírio, em Roma, em torno do ano 67. A seu exemplo, sejamos audazes anunciadores da Boa-nova de Cristo com todos os meios de comunicação.

II. Comentário

Saulo foi conduzido a Ananias: o lobo devastador é conduzido às ovelhas. Mas o Pastor, que tudo conduz do alto do céu, garante-lhe: “Não temas.” Que maravilha! O lobo cativo é conduzido às ovelhas. O Cordeiro, que morre pelas ovelhas, lhe ensina a não temer (Santo Agostinho).

«A conversão de São Paulo aconteceu no encontro com Cristo ressuscitado; foi este encontro que mudou radicalmente a sua existência. É nisso que consiste a conversão deles e a nossa: crer em Jesus, morto e ressuscitado ”(Bento XVI).

«Nosso Senhor ligou o perdão dos pecados à fé e ao Batismo: ‘Ide por todo o mundo e proclamai a Boa Nova a toda a criação. Quem crer e for batizado será salvo ”(Mc 16,15- 16). O Batismo é o primeiro e principal sacramento da remissão dos pecados porque nos une a Cristo, que morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação, para que «também nós possamos viver uma nova vida» (Rm 6,4) »(Catecismo do a Igreja Católica, no 977

III.

• •

Atualização

Antes de sua ascensão ao céu, Jesus envia seus discípulos com uma ordem bem precisa: proclamar o Evangelho. Os destinatários são todos os povos do mundo todo.

Jesus confere aos discípulos o poder de curar doentes e expulsar demônios, isto é, libertar as pessoas de tudo o que as oprime e devolver-lhes a dignidade de filhos e filhas de Deus. Muitos sinais prodigiosos haveriam de acompanhar e confirmar a obra dos seguidores de Jesus.

A Igreja primitiva testemunhou a verdade dessa promessa: “O Senhor confirmava o que eles diziam sobre a graça de Deus, permitindo que através deles se realizassem sinais e prodígios” (At 14,3). Faz parte dessa corrente de pregadores o apóstolo Paulo, através do qual Deus realizava milagres extraordinários (cf. At 19,11).



segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Homília da segunda-feira da 3° semana do tempo comum

SÃO FRANCISCO DE SALES BISPO E DOUTOR DA IGREJA

Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).

Francisco nasceu em 1567 na França e lá faleceu em 1622. Deixou a carreira de advogado para se tornar padre, depois bispo. Inteligente, calmo e com grande poder de persuasão, muito contribuiu para evangelizar todas as classes de pessoas, a começar pelo clero. Fundou a Ordem da Visitação. Por se comunicar usando panfletos, foi nomeado padroeiro dos jornalistas católicos. Que sua intensa vida apostólica nos inspire a perseverar nos caminhos do Senhor.

I. Introdução

Por si mesmos, os milagres não tinham o poder de convencer as pessoas da condição messiânica de Jesus. Ao contemplá-los, as pessoas podiam fazer as mais contraditórias interpretações. Tudo dependia da maior ou menor sintonia com Jesus.

II. Comentário

Os mestres da Lei interpretavam os milagres do Messias Jesus como ações demoníacas na história humana. Na visão deles, Jesus estaria atuando com uma força recebida de satanás.

Evidentemente, Jesus não podia calar-se diante de uma interpretação tão destorcida de sua atividade. Assim, partindo da acusação de seus adversários, desmascarou a falsidade de seus pontos de vista.

A ação miraculosa de Jesus consistia em aniquilar o poder de satanás sobre as pessoas. Bastava uma ordem sua para que os demônios deixassem livres aqueles a quem mantinham subjugados. Jesus era o terror dos demônios.

Sendo assim, não tem lógica dizer que a ação de Jesus tenha algo a ver com Belzebu. Este não haveria de munir de poder contra si mesmo a quem poderia acabar com suas pretensões sobre o ser humano. Era preciso procurar em outro lugar a raiz do poder taumatúrgico de Jesus.

A acusação de que Jesus agia em conluio com satanás foi não só pecaminosa, como também uma verdadeira blasfêmia contra o Espírito Santo, por cuja força Jesus atuava.

III. Atualização

• É grave a acusação que os doutores da Lei fazem a Jesus. Segundo eles, Jesus está

possuído pelo demônio e age em nome dele, ou seja, ele seria agente do próprio Satanás. Ele expulsaria os demônios em nome de Beelzebu, chefe dos demônios. Chamando-os perto, demonstra-lhes a falha do argumento por meio das parábolas do reino e da casa.

• Um reino ou uma casa divididos contra si mesmos não ficam em pé. Jesus age em nome do Espírito Santo que habita nele e é pela sua força que cura e liberta dos males. O pecado deles é confundir o Espírito Santo com Beelzebu.

• Parece que o pecado contra o Espírito Santo é não distinguir entre o bem e o mal, rejeitar a verdade conscientemente, ou seja, não querer reconhecer o poder de Deus que atua em Jesus e transformar o sagrado em demoníaco. Colocar-se contra o projeto do Mestre é rejeitar o perdão




domingo, 23 de janeiro de 2022

Homília do 3° Domingo do Tempo Comum

I. Introdução

Lucas teve a feliz ideia de deixar-nos uma Boa Notícia a respeito da vida e missão de Jesus. O texto de hoje é constituído de duas partes bem distintas: o motivo pelo qual o autor decidiu escrever o livro; o discurso na sinagoga, com o qual Jesus define sua missão.

Ao mostrar as fontes que utilizou para escrever o Evangelho, Lucas tem em mente propor a solidez dos ensinamentos dos apóstolos, apresentando ao leitor condições para conhecer Jesus. Seu objetivo, portanto, é fazer com que todos os que amam a Deus (Teófilo) acolham essa bonita mensagem que nos deixou.

II. Comentário

Hoje, começamos a ouvir a voz de Jesus através do evangelista que nos acompanhará durante todo o Tempo Comum próprio do Ano C : São Lucas. Que «conheças a solidez dos ensinamentos que recebeste» (Lc 1,4), escreve Lucas ao seu amigo Teófilo. Se é esta a finalidade do que escreve, devemos tomar consciência da importância que tem o fato de meditar todos os dias o Evangelho do Senhor – palavra viva e, portanto, sempre nova.

Como Palavra de Deus, Jesus nos é apresentado hoje como um Mestre, já que «ia ensinando nas sinagogas deles» (Lc 4,15). Começa como qualquer outro pregador: lendo um texto da Escritura, que se cumpre precisamente nesse momento... Está a cumprir-se a palavra do profeta Isaías; mais ainda: toda a palavra, todo o conteúdo das Escrituras, tudo o que os profetas tinham anunciado se concretiza e se cumpre em Jesus. Acreditar ou não em Jesus não é indiferente, porque é o próprio “Espírito do Senhor” que O ungiu e enviou.

A mensagem que Deus quer transmitir à humanidade através da Sua Palavra é uma boa nova para os abandonados, um anúncio de liberdade para os cativos e oprimidos, uma promessa de salvação. Uma mensagem que enche de esperança toda a humanidade. Nós, filhos de Deus em Cristo através do sacramento do batismo, também recebemos esta unção e participamos na Sua missão: levar esta mensagem de esperança a toda a humanidade.

Meditando o Evangelho que dá solidez à nossa fé, vemos que Jesus pregava de um modo diferente dos outros mestres. Pregava como quem tem autoridade (cf. Lc 4,32). E isto porque pregava principalmente com obras, com o exemplo, dando testemunho, entregando até a Sua própria vida. Assim temos de fazer nós, não podemos ficar só pelas palavras: temos de concretizar com obras o nosso amor a Deus e aos irmãos. Podem ajudar-nos as Obras de Misericórdia – sete espirituais e sete corporais – que nos propõe a Igreja, que, como uma mãe, orienta o nosso caminho.

III.

Atualização

A seguir, Jesus foi a Nazaré, e no sábado entra na sinagoga como de costume. Num desses encontros, ele apresenta, fundamentado no profeta e ungido pelo Espírito, a essência da sua missão: libertar os pobres das condições que os escravizam e os desumanizam. Esse é o ponto de partida para uma nova humanidade.

A missão de Jesus deve ser continuada pelas Igrejas e por cada discípulo e discípula do Mestre. Fazer o bem, promover a vida e ser solidário com o necessitado, eis aí o compromisso de todo cristão e das pessoas de boa vontade.


• A Igreja de Jesus é a Igreja dos que sofrem, ou, como diz o papa Francisco, “a Igreja para os pobres”. O papa entendeu muito bem a mensagem de Jesus e procura transmiti-la à humanidade.




sábado, 22 de janeiro de 2022

Homília do Sábado da 2° semana do tempo comum

 I. Introdução

Hoje surge a surpresa inclusive entre os parentes de Cristo. Eu ministério causa assombro: ela sua novidade, pela sua autoridade e... porque exige a adesão a Ele. Efetivamente, a nova proximidade do “Reino” da qual fala Jesus, e cuja proclamação é o distintivo de sua mensagem, essa proximidade totalmente nova reside Nele mesmo.

II. Comentário

Através de sua presença e sua atividade, Deus entra na história aqui e agora de uma maneira completamente nova, como Aquele que obra. Por isso agora “tem se cumprido o tempo”; por isso agora é, de maneira singular, o tempo da conversão e do arrependimento, mas também o tempo de júbilo, pois, em Jesus, Deus vem a nosso encontro.

Nele agora é Deus que age e reina; reina à maneira divina, quer dizer, sem poder terrenal, através do amor que chega “até o extremo”, até a cruz.

Jesus, aceito teu convite a te seguir, deixando-o tudo. Porque Tu és o “tesouro”, e a comunhão contigo és a “pérola preciosa”.

III. Atualização

• Hoje, acontece a Jesus algo que a ti também te pode acontecer: que te tomem por louco

porque amas Deus e vives a religião. Podem até troçar de ti os teus melhores amigos e conhecidos. Pode acontecer! Não seria a primeira vez.

• Não te desanimes. Se acontece, não te surpreenda: não fique bravo, sorri, seja paciente, ore por eles ... como o Mestre! Jesus triunfa com sua paciência.




sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Tu Cristão!


Tu cristão, enquanto não  deixares de ser ator da fé, não poderás verdadeiramente manifestar o Divino que está em ti.

Tu cristão, enquanto não perderes todo o trejeito estragado de ser religioso, não saberás ser ponte entre Deus e os homens.

Tu cristão, enquanto não pedires a Cristo para que a tua vaidade e orgulho caiam por terra, não permitirás Deus agir totalmente através de ti.

Tu cristão, enquanto não lutares para tua própria conversão e santidade, não alcançarás a felicidade.

Tu cristão, enquanto ficas envolvido em mexericos, perdes tempo para anunciar o amor de Deus.

Sabes cristão que foste chamado para viver a verdade e não um teatro.

Padre Edivânio José 

Exorcista