sábado, 30 de outubro de 2021

HOMÍLIA DO SÁBADO DA 30ª SEMANA DO TEMPO COMUM.


I. INRODUÇÃO

Algumas circunstâncias ofereciam a Jesus a oportunidade de dar lições de boas maneiras aos seus contemporâneos. Seus ensinamentos, nestes casos, tinham o sabor dos antigos ditos sapienciais, tão próprios da mentalidade judaica.

II. COMENTÁRIO

O modo como os convidados se comportavam numa refeição, na casa de um dos chefes dos fariseus, levou o Mestre a recomendar discrição nestas ocasiões. Querer logo ocupar o primeiro lugar é muito arriscado. 

Se chegar alguém mais importante, a pessoa será convidada a ceder-lhe o lugar e ir ocupar o último. Quem se julga superior aos olhos do anfitrião e digno de deferência, acaba sofrendo a humilhação de ver revelada sua condição de inferioridade.

A prudência recomenda que a pessoa convidada, discretamente, procure o último lugar. E se houver um lugar de honra, caberá ao anfitrião fazer o convite a quem lhe convier.

Caso quem se colocou em último lugar seja convidado a ocupar tal lugar, a discrição redundará num desfecho honroso e ficará patente a estima que o anfitrião tem por este convidado.

II. ATUALIZAÇÃO
• A recomendação de Jesus parte de uma norma de vida própria do discípulo do Reino. 
• A ânsia de ser exaltado acaba em humilhação. 
• A humilhação, pelo contrário, terá como prêmio a exaltação, que, se não vier dos homens, sem dúvida, virá de Deus.

 

 

Oração

Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.




 

Pe. Edivânio José.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

HOMÍLIA DA SEXTA-FEIRA DA 30ª SEMANA DO TEMPO COMUM.


I. INTRODUÇÃO

Hoje fixamos nossa atenção na pergunta aguçada que Jesus faz aos fariseus: «Em dia de sábado, é permitido curar ou não?» (Lc 14,3), e na significativa anotação que faz são Lucas: «E eles não foram capazes de responder a isso» (Lc 14,4).

II. COMENTÁRIO

São muitos os episódios evangélicos nos quais o Senhor joga na cara dos fariseus sua hipocrisia. É notável o empenho de Deus em nos deixar claro até que ponto lhe desagrada esse pecado –a falsa aparência, o engano vaidoso-, que se situa nas antípodas daquele elogio de Cristo a Natanael: «Aí está um verdadeiro israelita, em quem não há falsidade» (Jo 1,47). 

Deus ama a simplicidade de coração, a ingenuidade do espírito e, pelo contrário, rechaça energicamente o que é emaranhado, o olhar vago, a dupla moral, a hipocrisia.

O significativo da pergunta do Senhor e da resposta silenciosa dos fariseus, é a má consciência que estes, no fundo, tinham. Diante jazia um doente que buscava sua cura por Jesus. 

O cumprimento da Lei judaica –mera atenção à letra com desprezo ao espírito- e a fátua presunção de sua conduta honorável os leva a escandalizar-se ante a atitude de Cristo que, levado pelo seu coração misericordioso, não se deixa amarrar pelo formalismo de uma lei, e quer devolver a saúde a quem carecia dela.

III. ATUALIZAÇÃO
• Os fariseus se dão conta de que sua conduta hipócrita não é justificável e, por isso, calam. Nesta parte resplandece uma clara lição: a necessidade de entender que a santidade é seguimento de Cristo –até o enamorar-se plenamente- e não frio cumprimento legal de uns preceitos. 
• Os mandamentos são santos porque procedem diretamente da Sabedoria infinita de Deus, mas que é possível vive-los de uma maneira legalista e vazia, e então se dá a incongruência –autêntico sarcasmo- de pretender seguir a Deus para terminar indo atrás de nós mesmo.
• Deixemos que a encantadora simplicidade da Virgem Maria se imponha nas nossas vidas.

Oração

Divino Mestre, Jesus Cristo, mediante tuas atitudes aprendemos que não há nenhum dia em que seja proibido fazer o bem. Toda boa obra é agradável a Deus, como o foi certamente a libertação que ofereceste a esse homem. Não deixemos para amanhã as boas obras que podemos realizar hoje. Amém.

 




Pe. Edivânio José.

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

HOMÍLIA DA QUINTA-FEIRA - SANTOS SIMÃO E JUDAS TADEU APÓSTOLOS

I. INTRODUÇÃO

No seu amor inabalável, o Senhor escolheu como apóstolos Simão e Judas e lhes deu uma glória eterna.

Simão, chamado Zelota, e Judas Tadeu foram discípulos de Jesus; ambos se encontram nas listas dos apóstolos. Judas, por vezes confundido com o traidor, tornou-se popular e é cultuado como o padroeiro das causas desesperadas. Deixemo-nos impulsionar pelo ardor missionário desses dois apóstolos.

II. COMENTÁRIOS

Hoje celebramos a Simão o Cananeu e Judas Tadeu. Nas listas dos Doze sempre aparecem juntos. Simão recebe um epíteto diferente nas quatro listas: Mateus e Marcos o chamam “Cananeu”; Lucas o define “Zelote”. Na verdade, os dois qualificativos significam o mesmo: “ser ciumento, apaixonado”.

É muito possível que este Simão, se não pertencia propriamente ao movimento nacionalista dos zelotes, ao menos se destacava por um ciúme ardente pela identidade judia e, conseguintemente, por Deus, por seu povo e pela Lei divina. Se for assim, Simão está nos antípodas de Mateus que, pelo contrário, como publicano procedia de uma atividade considerada totalmente impura.

É um sinal evidente de que Jesus chama aos seus discípulos e colaboradores dos mais diversos estratos sociais e religiosos, sem exclusões.

O grupo dos Doze é a prefiguração da Igreja, na que devem achar espaço todos os carismas, povos e raças que atingem sua harmonia na comunhão com Jesus.

III. ATUALIZAÇÃO
• Hoje, ao celebrar estes dois apóstolos, destacamos duas coisas. Por um lado, aquela noite que Jesus passou a rezar por aqueles que ia escolher. 
• Uma noite inteira! Pensemos: quantas noites terá Jesus passado a rezar por mim? Porque na Igreja todos somos apóstolos (aqui não há jogadores e espectadores: “todos” participamos no jogo com Jesus Cristo).
• Por outro lado, impressiona ver no mesmo grupo dos eleitos um “partidário” do Império Romano – Mateus - e, simultaneamente, Simão, um “adversário” do domínio romano. Deus chama todos. E “todos” significa “todos”: Deus é assim!

Oração

Ó Jesus, incansável pregador do Evangelho, escolheste como teus colaboradores os apóstolos São Simão e São Judas. A eles ensinaste, com palavras e exemplos, as linhas fundamentais do Reino de Deus. E eles perseveraram até o fim, selando com o martírio a doação da própria vida. Amém.

 



Pe. Edivânio josé.

 

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Homília da quarta-feira da 30ª semana do tempo comum.


I. INTRODUÇÃO

Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim, buscai o Senhor e sua força, procurai sem cessar a sua face (Sl104,3s).

Deixar-nos conduzir pelo Espírito Santo é o caminho certo para praticarmos o que agrada a Deus e sermos dignos de sentar à sua mesa, pois o Espírito conhece nosso íntimo e o que nos convém.

II. COMENTÁRIOS

São muitos os que se salvam? A pergunta nasce talvez de alguém com a mentalidade de “colecionador” de boas obras, como os fariseus. Estes acreditam garantir a própria salvação à força do acúmulo, no currículo, de bom número de obras agradáveis a Deus. Jesus tenta corrigir essa forma de pensar. 

Diz que muitos se apresentarão com as credenciais de quem viu Jesus falar nas praças e até tomou refeição com ele, como bons amigos. Ninguém se iluda. Esforcem-se para entrar. 

A porta é pequena e dificultosa: um alerta para os cristãos que se fiam e gloriam de cumprir os preceitos da Igreja (missas, sacramentos, rezas), mas não conseguem viver em paz com a família e arrastam ódios intermináveis pela vida afora. Salvam-se os que praticam a justiça e a caridade.

 

Oração

Divino Mestre, com clareza nos avisas que não basta ter certa familiaridade contigo para ter a salvação garantida. O Reino de Deus, que se prolonga para além desta vida, é o ambiente aconchegante que reúne os que praticam a justiça e a misericórdia. Esse é o passaporte para a salvação. Amém.




 

 

Pe. Edivânio José.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

HOMÍLIA DA TERÇA-FEIRA DA 30ª SEMANA DO TEMPO COMUM I.

HOMÍLIA DA TERÇA-FEIRA DA 30ª SEMANA DO TEMPO COMUM

I. INTRODUÇÃO

Hoje, os textos da liturgia, mediante duas parábolas, põem diante de nossos olhos uma das características próprias do Reino de Deus: é algo que cresce lentamente - como um grão de mostarda - mas que chega a ser grande ao ponto de oferecer refúgio às aves do céu. 

II. COMENTÁRIO

Assim o manifestava Tertuliano: Somos de ontem e enchemos tudo! Com essa parábola, Nosso Senhor exorta à paciência, à fortaleza e à esperança. Essas virtudes são particularmente necessárias a aqueles que se dedicam à propagação do Reino de Deus. 

É necessário saber esperar a que a semente plantada, com a graça de Deus e com a cooperação humana, vá crescendo, aprofundando suas raízes na boa terra y elevando-se pouco a pouco até converter-se em árvore. Faz falta, em primeiro lugar, ter fé na virtualidade -fecundidade-contida na semente do Reino de Deus. 

Essa semente é a Palavra; é também a Eucaristia, que se semeia em nós mediante a comunhão. Nosso Senhor Jesus Cristo se comparou a si mesmo com: verdade, em verdade vos digo; se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer produz muito fruto;(Jn 12,24).

O Reino de Deus prossegue Nosso Senhor, é semelhante, é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada (Lc 13,21). Também aqui se fala da capacidade que tem a levedura de fazer fermentar toda a massa. 

III. ATUALIZAÇÃO
• Assim sucede com: o resto de Israel, de que se fala no Antigo Testamento: o resto salvará e fermentará a todo o povo. 
• Seguindo com a parábola, só é necessário que o fermento esteja dentro da massa, que chegue ao povo, que seja como o sal capaz de preservar da corrupção e de dar bom sabor a todo alimento (cf. Mt 5,13). Também é necessário dar tempo para que a levedura realize seu labor.
• Parábolas que animam a paciência e a esperança; parábolas que se referem ao Reino de Deus e à Igreja, e que se aplicam também ao crescimento deste mesmo Reino em cada um de nós.

Oração

Ó Jesus Mestre, diante do reino deste mundo, o Reino de Deus era quase imperceptível. Isso poderia desanimar teus discípulos. Então, com as imagens da semente de mostarda e do fermento, revelas que teu Reino terá imenso desenvolvimento e incalculável abrangência. Sejamos teus fiéis seguidores. Amém.




 

Pe. Edivânio José.

 

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

HOMÍLIA DA SEGUNDA-FEIRA DA 30ª SEMANA DO TEMPO COMUM.


I. INTRODUÇÃO

A mulher doente, que Jesus encontrou numa sinagoga, em dia de sábado, era a imagem viva do ser humano oprimido. Ela vivia encurvada, sem poder erguer-se.

II. COMENTÁRIO

Toda doença, na mentalidade da época, era entendida como resultado da ação do Demônio sobre o ser humano. Portanto, a doença crônica desta mulher era interpretada como um enorme fardo imposto sobre ela por forças demoníacas.

A dupla opressão dessa criatura - mulher e doente - tocou a sensibilidade de Jesus, que tomou a iniciativa de curá-la, ou seja, libertá-la do poder do Demônio. Sem precisar ser solicitado, Jesus a resgatou das garras de Satanás, assumiu suas dores e se pôs a seu lado, na luta contra o inimigo da natureza humana.

A reação espontânea da mulher mostrou como tinha entendido perfeitamente o que lhe acontecera. Dando glória a Deus pelo benefício recebido, ela reconheceu que o próprio Deus havia agido nela, por meio de Jesus. Por conseguinte, este era o Messias esperado, portador da salvação prometida. Finalmente, o ser humano via-se livre do poder do Mal.

III. ATUALIZAÇÃO
• A cura realizada por Jesus irritou o chefe da sinagoga. 
• Esse valorizava tanto o repouso sabático a ponto de imaginar que, quem já sofria, há dezoito anos, de uma doença, podia esperar um pouco mais para ser curada. Bem outro foi o pensamento de Jesus!

 

Oração

Ó Deus, Pai de misericórdia, que fizestes do santo Antônio de Santana Galvão um instrumento de caridade e de paz no meio dos irmãos, concedei-nos, pó sua intercessão, favorecer sempre a verdadeira concórdia.

 




Pe. Edivânio José.

domingo, 24 de outubro de 2021

HOMÍLIA DO 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM


I. INTRODUÇÃO

Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim, buscai o Senhor e sua força, procurai sem cessar a sua face (Sl104,3s).

Somos chamados a exultar em Deus e dar-lhe graças pelas maravilhas realizadas por ele na pessoa de Jesus, que nos livra da ignorância e do erro e cura nossas cegueiras. Neste dia das missões, o Papa Francisco nos alerta sobre a “necessidade de missionários da esperança, capazes de lembrar profeticamente que ninguém se salva sozinho”.

II. COMENTÁRIOS

A primeira leitura 

Afirma que, mesmo nos momentos mais dramáticos da caminhada histórica de Israel, quando o Povo parecia privado definitivamente de luz e de liberdade, Deus estava lá, preocupando-se em libertar o seu Povo e em conduzi-lo pela mão, com amor de pai, ao encontro da liberdade e da vida plena.

A segunda leitura 

Apresenta Jesus como o sumo-sacerdote que o Pai chamou e enviou ao mundo a fim de conduzir os homens à comunhão com Deus. Com esta apresentação, o autor deste texto sugere, antes de mais, o amor de Deus pelo seu Povo; e, em segundo lugar, pede aos crentes que "acreditem" em Jesus - isto é, que escutem atentamente as propostas que Ele veio fazer, que as acolham no coração e que as transformem em gestos concretos de vida.

Evangelho: Marcos 10,46-52

O mendigo cego, sentado à beira do caminho, não se sente confortável. Por isso, sem nenhum constrangimento, conhecendo ou intuindo o poder de Jesus de Nazaré, clama por socorro. Nem todos lhe dão apoio; alguns tentam abafar seus gritos. 

Em nossa sociedade, conhecemos atitudes semelhantes. Muitos fazem ouvidos moucos aos apelos das minorias e, mais grave ainda, procuram eliminá-las. No entanto, sempre sintonizado com a dura realidade humana, Jesus consulta o cego sobre sua real vontade. É fundamental que a pessoa se disponha a sair da situação precária em que se encontra. 

Ao obter resposta positiva, Jesus realiza uma mudança histórica na vida desse homem. Por sua fé e condição de movimentar-se livremente, o homem se torna discípulo de Jesus e com ele segue para Jerusalém.

 

Oração

Ó Jesus, Filho de Davi, sentados à beira do caminho, sem rumo nem direção, deixamos de socorrer os necessitados, não construímos uma sociedade justa e fraterna. Tem piedade de nós, Senhor. Livra-nos de uma vida sem sabor. Devolve-nos a alegria de viver e de trabalhar para o teu Reino. Amém.

 




Pe. Edivânio José.