domingo, 13 de março de 2022

Homília do II Domingo da Quaresma I

. Introdução

Hoje, o rosto de Jesus muda e a sua veste que se torna cândida e resplandecente, na presença de Moisés e Elias, símbolo da Lei e dos Profetas.

Os três discípulos que assistem ao acontecimento estão oprimidos pelo sono. Só a luta contra o torpor que se apodera deles permite que Pedro, Tiago e João “vejam” a glória de Jesus. Então o ritmo torna-se premente... Pedro fala e, enquanto está a falar, uma nuvem cobre a ele e aos outros discípulos. Os olhos já não podem ver, mas os ouvidos podem ouvir a voz que sai da nuvem: “Este é o Meu Filho dileto, escutai-O”.

Os discípulos já não estão diante de um rosto transfigurado, nem de uma veste cândida, nem de uma nuvem que revela a presença divina. Diante dos seus olhos está “Jesus sozinho”: é quanto é dado aos discípulos e à Igreja em cada época; é quanto deve ser suficiente para o caminho. É ele a única voz que deve ser ouvida.

II. Comentário

Hoje, segundo Domingo da Quaresma, a liturgia da palavra traz-nos invariavelmente o episódio evangélico da Transfiguração do Senhor. Este ano, com os matizes próprios de São Lucas.

O terceiro evangelista é quem mais salienta o Jesus orante, o Filho que está permanentemente unido ao Pai através da oração pessoal, às vezes íntima, escondida, outras vezes na presença dos Seus discípulos, cheia da alegria do Espírito Santo.

Consideremos, então, que Lucas é o único dos sinópticos que começa a narração deste relato assim: «Jesus (...) subiu à montanha para orar» (Lc 9,28), e que, portanto, também é o que especifica que a transfiguração do Mestre se produziu «Enquanto orava» (Lc 9,29). Este não é um fato de importância secundária.

A oração é apresentada como o contexto, natural, para a visão da glória de Cristo: quando Pedro, João e Tiago acordaram, «viram a glória de Jesus» (Lc 9,32). Não só a glória dele, mas também a glória que Deus já manifestara na Lei e nos Profetas; estes —diz o evangelista— «Apareceram revestidos de glória» (Lc 9,31). Efetivamente, também eles encontram o próprio esplendor quando o Filho fala ao Pai no amor do Espírito. Assim, no coração da Trindade, a Páscoa de Jesus, «a saída deste mundo que Jesus iria consumar em Jerusalém» (Lc 9,31) é o sinal que manifesta o desígnio de Deus desde sempre, levado a cabo no seio da história de Israel, até ao seu cumprimento definitivo na plenitude dos tempos, na morte e ressurreição de Jesus, o Filho encarnado.

Convém-nos recordar, nesta Quaresma e sempre, que só deixando aflorar o Espírito de piedade na nossa vida, estabelecendo com o Senhor uma relação familiar, inseparável, poderemos gozar a contemplação da sua glória. É urgente deixarmo-nos impressionar pela visão do rosto do Transfigurado. À nossa vivência cristã, talvez sobrem palavras e falte espanto, aquele que fez de Pedro e dos seus companheiros testemunhas autênticas do Cristo vivo.

III. Atualização

• Hoje, em uma cena espetacular, encontramos Jesus —transfigurado— falando com

Moisés e Elias.


• Sobre o que falam? Da morte do Senhor, para o qual apenas faltavam uns dias.

• Pedro, Santiago e João sofrerão com q prisão do Senhor. Por isso Jesus lhes mostra o

prêmio..., o que é prêmio ao amor.




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