sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Homilia da Sexta-feira da 2a semana do Advento

I. Introdução

Hoje devêssemos remover-nos diante do suspiro do Senhor: «Com quem vou comparar esta geração?» (Mt 11,16). Jesus fica aturdido com nosso coração, muitas vezes inconformista e desagradecido. Nunca estamos contentos; sempre nos queixamos. Inclusive nos atrevemos a acusá-lo e a culpá-lo daquilo que nos incomoda.

II. Comentário

«A sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras» (Mt 11,19): basta contemplar o mistério do Natal. E nós?; Como é a nossa fé? Será que com essas queixas tratamos de encobrir a ausência de nossa resposta? Boa pergunta para o tempo do Advento!

Deus vem ao encontro do homem, mas o homem —particularmente o homem contemporâneo¬— se esconde Dele. Alguns lhe têm medo, como Herodes. Outros, incluso, lhes molesta sua simples presença. «Fora! Fora! Crucifica-o!» (Jo 19,15). Jesus é o Deus-que-vem» (Bento XVI) e nos parecemos “o homem-que-se-vai”: «Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram» (Jo 1,11).

Por que fugimos? Por nossa falta de humildade. São João Batista recomendava-nos “minguarmos”. E a Igreja nos o lembra cada vez que chega o Advento. Para tanto, façamos-nos pequenos para poder entender e acolher ao “Pequeno Deus”. Ele se nos apresenta na humildade das fraldas: Nunca antes tinha predicado um “Deus-com-fraldas”! Ridícula imagem damos à vista de Deus quando os homens pretendemos encobrir-nos com desculpas e falsas justificações. Já nos alvores da humanidade Adão lançou as culpas a Eva; Eva à serpente e..., havendo transcorrido os séculos, continuamos igual.

Mas, chega Jesus-Deus: No frio e na pobreza extrema de Belém não vociferou nem nos reprochou nada. Tudo o contrário!: Já começa a carregar sob suas pequenas costas todas nossas culpas. Então, teremos-lhe medo?; De verdade valerão nossas desculpas diante esse “Pequeno- Deus”? «O sinal de Deus é o Menino: Aprendemos a viver com Ele e a praticar com Ele a humildade da renúncia» (Bento XVI).

III. Atualização

• «Quando Deus viu que o medo estava arruinando o mundo, imediatamente tentou

chamá-lo de novo, com amor; convidá-lo com sua graça; apoiá-lo com sua caridade e ligá-lo com seu afeto» (São Pedro Crisólogo)

• «Para a humanidade, que já não tem tempo para Ele, Deus oferece outro tempo para redescobrir o sentido da esperança. Porque Ele nos ama e, precisamente por isso, espera que voltemos para ele e que abramos o nosso coração ao seu amor» (Bento XVI)

• «Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do homem» (Jn 3,13). Abandonada às suas forças naturais, a humanidade não tem acesso à ‘Casa do Pai’ (Jo 14,2), à vida e à felicidade de Deus. Só Cristo foi capaz de abrir este acesso ao homem» (Catecismo da Igreja Católica, n. 661)



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