quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Homília da Quinta-feira da 19ª semana do Tempo Comum

I. Introdução

Ao servo despiedado —um alto mandatário do rei— foi-lhe perdoado a incrível dívida de dez mil talentos; mas logo ele não estava disposto a perdoar a dívida, ridícula em comparação, de cem denários que lhe deviam.

Superar a culpa exige o preço de comprometer o coração; e ainda mais, entregar toda nossa existência. E nem sequer basta isto: só se pode conseguir mediante a comunhão com aquele que carregou todas nossas culpas.

II. Comentário

Hoje nos encontramos com os limites de nossa força para curar, para superar o mal. Encontramo-nos com a prepotência do mal, à que não conseguimos dominar só com nossas forças. Isto é: sem Deus não há perdão; e, sem perdão não há cura. Não é em vão que o tema do "perdão" aparece continuamente em todo o Evangelho.

Hoje, Jesus volta a insistir no perdão. É um tema básico! Daí nos vem a paz! Humanamente falando, não se pode viver sem perdoar. Negar o perdão a quem me pede desculpa é como obrigá-lo a continuar em dívida para comigo, é tanto como mantê-lo escravizado.

Hoje, perguntar quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? (Mt 18,21), é também perguntar: Estes a quem tanto amo, os vejo com tantas manias e caprichos que me chateiam, que me incomodam com frequência, não falam comigo... E isto se repete este dia e no outro dia. Senhor, até quando tenho que aguentar isso?

III. Atualização
• Jesus responde com a lição de paciência. Na realidade, os dois devedores coincidem quando dizem: Tem paciência comigo (Mt 18,26.29). 
• Enquanto o descontrole do malvado, que já ia sufocando o outro por pouca coisa, lhe ocasionaria a ruína moral e econômica, a paciência do rei, não só salva o devedor, sua família e os bens, como engrandece a personalidade do monarca e gera confiança na corte. 
• A reação do rei, nos lábios de Jesus, nos recorda o livro dos Salmos: Mas em ti se encontra o perdão, para seres venerado com respeito (Sal 130,4).

Oração

Senhor Jesus, realças um dos mais importantes temas do Reino, o perdão. Tua parábola sobre os dois devedores põe em destaque a imensa capacidade que tem o Pai Celeste para nos perdoar, ao passo que nós somos mesquinhos para perdoar a quem nos ofendeu. Senhor, ensina-nos a perdoar generosamente. Amém.




 

Pe. Edivânio José.

 

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