quinta-feira, 1 de julho de 2021

Homília da Quinta-feira da 13ª semana do Tempo Comum.


I. Introdução

Hoje, vemos a fé daqueles que ajudavam o paralítico, Jesus lhe curou a paralisia (milagre!) e lhe perdoou os seus pecados (mais milagre!). Os escribas, que ficaram afetados pela extraordinária “cura médica”, mas surpreenderam-se indignam-se com o ato da “cura moral”. Chama-nos a atenção a reação destes escribas porque nós admiraríamos o primeiro, mas não o segundo.

Essa reação, ainda errada, é uma lição. A mentalidade cristã daqueles judeus permite-lhes compreender que perdoar os pecados como ofensa à divindade é algo grande, tão grande que só corresponde a Deus. Para ajudar-nos a aceitá-lo Ele curou também a paralisia física.

 

II. Comentário

Hoje encontramos uma das muitas manifestações evangélicas da bondade misericordiosa do Senhor. Todas elas nos mostram aspectos ricos em detalhes. 

A compaixão misericordiosamente exercida de Jesus vai desde a ressurreição de um morto ou a cura da lepra até perdoar uma mulher pecadora, passando por muitas outras curas de enfermidades e o perdão dos pecadores arrependidos. Perdão esse, expresso em parábolas como a da ovelha desgarrada, da moeda perdida e a do filho pródigo.

O Evangelho de hoje nos dá uma mostra da misericórdia do Salvador em dois aspectos de uma só vez: diante da enfermidade do corpo e da enfermidade da alma.

E, considerando que a alma é mais importante, Jesus começa por ela. Sabe que o doente está arrependido de seus pecados, vê a sua fé, e a fé daqueles que o conduzem e diz: Coragem, filho, teus pecados estão perdoados! (Mt 9,2).

Por que começa por aí se ninguém lhe pediu isso? Está claro que Ele lê seus pensamentos e sabe que é precisamente isto o que mais agradecerá aquele paralitico, que provavelmente, ao se ver diante da Santidade de Jesus Cristo, se sentiria confuso e envergonhado de seus próprios pecados, e com certo temor deles serem um impedimento para receber a graça da cura de sua saúde. 

O Senhor quer tranquilizá-lo. Não se importa com os maus pensamentos do coração dos escribas, ao contrário, quer mostrar que veio para exercer a misericórdia com os pecadores e agora a quer proclamar.

 

 

 

III. Atualização

 

• É que aqueles que estão cegos pelo orgulho, se acham justos e por isto não aceitam a chamada de Jesus; ao contrário, O acolhem todos aqueles que sinceramente se sentem pecadores. Ante estes, Deus se inclina perdoando-os. Como diz Santo Agostinho, é uma grande miséria o homem orgulhoso, mas é muito maior a misericórdia de Deus humilde. E, neste caso a misericórdia divina vai mais longe: como complemento do perdão, devolve a saúde: Levanta-te, pega a tua maca e vai para casa (Mt 9,6). Jesus quer que a felicidade do pecador convertido seja completa.

 

• Jesus se vê diante de um paralítico trazido por mãos solidárias. Ao ver isso, valoriza-lhes a fé, mola propulsora que nos faz sair de nós mesmos e buscar a cura, a vida, a salvação. Jesus nada pergunta ao paralítico; com poucas palavras, liberta-o dos pecados. Desse modo, Jesus mostra claramente a natureza espiritual da sua obra no mundo onde o mal fundamental é o pecado. 

 

• Agitam-se alguns doutores da Lei, que cochicham a respeito de Jesus: “Ele blasfema”. Jesus esclarece o equívoco: “O Filho do Homem tem na terra autoridade para perdoar pecados”. E dirigindo-se ao paralítico, ordena: “Levante-se”. Se tem poder para perdoar pecados, também pode libertar dos males físicos. Os doutores da Lei ficam desconcertados e mudos. As multidões, ao invés, glorificam a Deus.

 



 

 

 

Pe. Edivânio José.

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