I. INTRODUÇÃO GERAL
A liturgia do 12º Domingo do Tempo Comum diz-nos que, ao longo da sua caminhada pela terra, o homem não está perdido, sozinho, abandonado à sua sorte; mas Deus caminha ao seu lado, cuidando dele com amor de pai e oferecendo-lhe a cada passo a vida e a salvação.
As provações que a vida nos apresenta não são sinais da ausência de Deus, pois ele se preocupa com os dramas humanos, cuida da criação com amor, inspirando e apontando caminhos de superação.
Jó, por meio de sofrimentos e provações, aprende que há alguém maior do que seu sofrimento. O homem, na sua pequenez e finitude, nem sempre consegue entender a lógica dos planos de Deus; resta-lhe, no entanto, entregar-se nas mãos de Deus com humildade e com total confiança.
II. COMENTÁRIOS
A história serve de pretexto para refletir sobre certos temas fundamentais sobre as quais o homem sempre se interroga, como são a questão do sofrimento do justo inocente, a situação do homem diante de Deus e a atitude de Deus face ao homem.
O sofrimento é sempre o resultado do pecado do homem; assim, se Jó está a sofrer, é porque pecou... Com a veemência que vem de uma consciência em paz, Jó recusa conclusões tão simplistas e demonstra a falência da doutrina oficial para explicar o seu drama pessoal.
Ele dialoga com o próprio Deus, em forma de lamento, queixas, dúvidas e revoltas, mas com confiança e esperança de que Deus lhe responderá. E, de fato, Deus lhe responde, recordando-o de seu lugar de criatura limitada e finita. Mostra-lhe também sua preocupação e seu amor por cada pessoa.
2. II leitura (2Cor 5,14-17)
. Os destinatários da carta são os membros da Igreja de Corinto, a qual esteve em conflito com o apóstolo; havia nessa comunidade um espírito de divisão, por isso Paulo propõe uma reflexão sobre a profunda unidade entre nós e Cristo.
A sua ação apostólica tem apenas como objetivo levar o amor de Cristo ao conhecimento de todos os homens. Cristo morreu por todos, a fim de que os homens, aprendendo a lição do amor que se dá até às últimas consequências, deixassem a vida velha, marcada por esquemas de egoísmo e de pecado.
Paulo, depois de ter encontrado Jesus, de ter aderido à sua proposta e de ter feito a experiência da liberdade e da vida nova, tornou-se testemunha, diante dos homens, do projeto salvador e libertador de Deus para os homens.
3. Evangelho (Mc 4,35-41)
O texto que hoje nos é proposto deve ser visto neste ambiente. O nosso texto começa com a indicação de que Jesus decidiu passar "à outra margem". A "outra margem" (do lago de Tiberíades, evidentemente) é o território pagão da Decápole.
No "barco" vão Jesus e os discípulos (vers. 36). O "barco" é, na catequese cristã, o símbolo da comunidade de Jesus que navega pela história. Jesus está no "barco", mas são os discípulos que se encarregam da navegação, pois é a eles que é confiada a tarefa de conduzir a comunidade pelo mar da vida.
Na narrativa do milagre da tempestade acalmada destaca-se a serenidade de Jesus, que dorme na popa. Nesse pano de fundo, com os elementos da natureza ameaçadores e os discípulos amedrontados, sobressaem a segurança e o domínio de Jesus. Ele não responde imediatamente aos discípulos, mas repreende o vento e o mar com sua palavra.
O medo dos discípulos cede lugar à fé; o milagre os faz progredir na descoberta da pessoa de Jesus. Nesse ponto, o relato do milagre deixa de ser a simples descrição de um episódio dramático no lago e torna-se evocação de uma experiência de fé. Essa nova dimensão do gesto de Jesus se obtém graças à releitura da ação libertadora de Deus na história do povo escolhido.
III. ATUALIZAÇÃO
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